Você está na página 1de 2

Curso YCL - Liderança climática para o século XXI (2022.

1)
Atividade Aula 6 - Economia das Mudanças Climáticas

Igor Fletcher, Juliana Takara e Leticia Luz

Aplicando os conceitos discutidos em aula, elabore uma análise crítica sobre os


desafios econômicos por trás das metas climáticas globais.

Perguntas para nortear o texto:

● Quais são os instrumentos econômicos que podem ser utilizados para


acelerar a transição para uma economia de baixo carbono?
● Quais são os riscos envolvidos nessa transição e como lidar com eles?
● Como realizar uma transição justa, principalmente, em países em
desenvolvimento?

Uma das alternativas de instrumentos econômicos que irá auxiliar na


transição do modelo econômico atual para uma economia de baixo carbono é a
Economia Ecológica. De acordo com alguns autores do livro Economia do Meio
Ambiente: Teoria e Prática, a Economia Ecológica reconhece que “só após um
estudo ecológico detalhado do meio em questão seria possível definir o nível de
produção e consumo máximos bem como tentar valorar parte dos serviços
ecossistêmicos prestados às sociedades humanas”.
No entanto, a transformação do modelo econômico atual para uma economia
de baixa emissão de carbono requer um grau de urgência que pode colocar em risco
grupos minoritários e setores econômicos visto que o estudo aprofundado e visão
sistêmica da biodiversidade fica restrita a academia e não inclui um grupo maior de
stakeholders, sobretudo de países emergentes. Esses países acabam sofrendo uma
“dupla punição”, primeiro por terem tido suas terras exploradas pelos países
desenvolvidos, segundo por sofrerem as consequências causadas pelo
desenvolvimento dos mesmos e pagar pelo preço das mudanças climáticas, mesmo
tendo pouca participação na emissão de poluentes atmosféricos.
Vinculada a Economia Ecológica, deve-se considerar as externalidades
negativas segundo o conceito econômico e identificar o nível ótimo de poluição que
contrapõe custos e benefícios. Considerando que para a manutenção do bem estar
da sociedade, deve-se garantir a produção dos bens de consumo que utilizamos
hoje, o beneficio marginal privado liquido deve ser igual ao custo marginal externo.
Ou seja, em um cenário ideal, o benefício de se produzir um bem deve ser igual ou
maior que o seu dano causado para o meio ambiente e sociedade (não
necessariamente significando a poluição zero). E somado a isso, deve-se gerar
Curso YCL - Liderança climática para o século XXI (2022.1)
Atividade Aula 6 - Economia das Mudanças Climáticas

oportunidades para que os países em desenvolvimento possam se inserir no


mercado de forma justa e menos dependentes dos desenvolvidos.
A aula de Economia das Mudanças Climáticas do Bruno Cunha, trouxe dois
tipos de mecanismos economicos para essa transição. A primeira é uma solução
cuja abordagem não tem intervenção governamental. O Teorema de Coese, que
apresenta a solução por meio da negociação com a definição precisa do direito de
propriedade. Um exemplo desse tipo de intervenção é o Acordo de Paris, uma
proposta transnacional que apesar de ter um peso global, fica um pouco restrita aos
chefes de estado aderir ou não. Já as soluções com intervenção governamental são
os padrões de emissão (tecnológico, de localização e de desempenho); taxa sobre
emissões (carbon tax); e certificados negociáveis (cap and trade system).
Um processo importante para a transição é elencar os riscos de curto, médio
e longo prazo e os principais países/grupos prejudicados para que assim seja
possível mitigar e remediar esses riscos ambientais e também econômicos. Por se
tratar de um problema global, as intervenções devem-se submeter a uma
responsabilidade internacional mas com mecanismos de controle de emissões
locais que permitam uma rastreabilidade e eficiencia melhor.
De acordo com Valéria da Vinha, do mesmo livro citado anteriormente, o
ambientalismo empresarial surge como resposta à pressão da sociedade e à ação
regulatória e fiscal do Estado, primando pelo discurso da ecoeficiência sem, no
entanto, questionar o sistema capitalista de produção. Além da extração de recursos
naturais e geração de rejeitos, o que mais gera impactos ambientais é a
escalabilidade, inerente ao sistema de produção capitalista que requer sempre o
aumento contínuo da produção. Dessa forma, é importante também que os
governos repenssem o seu modo de produção e deem incentivos para que alguns
setores da economia se adequem criando oportunidades de novas tecnologias de
baixa emissão.

Você também pode gostar