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FICHA TÉCNICA
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UTILIZAÇÃO RACIONAL DE ENERGIA
Eficiência energética pode ser definida como a otimização que podemos fazer
no consumo de energia.
Transformação;
Utilização.
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NA TRANSFORMAÇÃO:
NA UTILIZAÇÃO:
Até 2050, a procura de energia pode duplicar ou triplicar, à medida que a população
aumenta e os países desenvolvidos expandem a sua atividade.
A energia e a sua utilização mais eficiente assume, por isso, uma importância indis-
cutível na operacionalização do desenvolvimento sustentável, sendo essencial que se
criem estratégias e iniciativas de longo prazo, que possibilitem o melhor aproveita-
mento dos recursos energéticos.
Embora a energia seja associada a um maior conforto e qualidade de vida, o seu con-
sumo em excesso começa a ser questionado, já que pode representar sérios danos
para o ambiente. Como efeito, pode ter repercussões locais e regionais (tal como a
poluição do ar e da água ou a modificação do ecossistema), assim como pode ter
impactes ao nível do ambiente global, tal como as emissões dos Gases com Efeito
de Estufa (GEE) oriundos dos combustíveis fósseis, ou as consequentes alterações
climáticas que se começam a fazer sentir.
AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Desde que a Terra se formou, há mais de 4600 milhões de anos, o clima tem conhe-
cido ligeiras alterações. No entanto, ao longo do último século, essas variações multi-
plicaram-se, ultrapassando a fronteira do que é natural.
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O mundo está a aquecer. Nos últimos 140 anos a temperatura da terra aumen-
tou cerca de 0,2 a 0,6ºC e prevê-se que continue a aumentar entre 1,4ºC a 5,8ºC
até 2100.
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CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO, 1972
Esta foi a primeira reunião ambiental global, onde 113 países se reuniram para
refletir sobre a relação entre a proteção do ambiente e o desenvolvimento hu-
mano.
Outras iniciativas que estão a ser aplicadas no âmbito deste programa procur-
am, por exemplo, aumentar a parte de mercado das energias renováveis, mel-
horar o rendimento energético de novas construções ou reduzir o consumo de
9 combustível dos novos automóveis.
COMÉRCIO EUROPEU DE EMISSÕES
Os edifícios, responsáveis por 40% dos consumos ao nível Europeu e por 22%
em Portugal, passarão obrigatoriamente a ter um Certificado Energético, baseado
na revisão do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos
Edifícios (RCCTE) e do Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização dos
Edifícios (RSECE).
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DIRETIVAS COMUNITÁRIAS
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SECTOR RESIDENCIAL
E stes números evidenciam o peso significativo dos consumos no aquecimento das AQS,
assim como os consumos com base em energia eléctrica, traduzindo a necessidade de
actuar nestas duas vertentes com medidas de URE. O vector da climatização representa
apenas 25%, mas com uma taxa de crescimento elevada, devido a maior exigência no
conforto térmico.
SECTOR SERVIÇOS
Na última década o sector dos edifícios de serviços foi um dos que mais cresceu em con-
sumos energéticos, cerca de 7,1%. É um dos principais responsáveis pelo acentuado cresci-
mento do consumo em energia elétrica: entre 1980 e 1999 aumentou de 19% para 31%.
Maior consumo especifico em energia é do “restaurante”, com valores perto dos 800 kWh/
m2 (fonte DGE 2002). Piscinas e Hipermercados, com perto de 460 kWh/m2 e 320 kWh/
12 m2 respetivamente.
COMO INVERTER? O QUE JÁ FOI FEITO…
T rês diplomas que transpõem parcialmente para a ordem jurídica nacional a Di-
retiva 2002/91/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro,
relativa ao desempenho energético dos edifícios.
Existem estratégias de conceção e construção dos edifícios através das quais po-
demos melhorar o comportamento e a eficiência energética dos mesmos.
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ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS
Incidência Solar
PERDAS DE CALOR
Restringir a Condução é uma Estratégia Bioclimática que se deve promover nos edifícios para conseguir
obter conforto no seu interior, tanto de Inverno como de Verão. No Inverno interessa restringir perdas de
calor para o exterior através da envolvente. No Verão interessa restringir os ganhos excessivos de calor
exterior.
VENTILAÇÃO NATURAL
No Inverno, quando a temperatura exterior apresenta praticamente sempre valores abaixo das condições
de conforto, interessa limitar as infiltrações. No entanto, a renovação do ar interior é necessária à ma-
nutenção das condições de salubridade.
No Verão, a ventilação natural assume um papel de relevo no arrefecimento noturno dos edifícios.
ESTRATÉGIAS DE AQUECIMENTO:
Restringir perdas por condução: aplicação de materiais isolantes nos elementos con-
strutivos.
Restringir perdas por infiltração e restringir o efeito da ação do vento no exterior
do edifício: caixilharias de janelas com uma vedação eficiente, proteção dos ventos
dominantes com vegetação.
Promover os Ganhos Solares: sistemas solares passivos para aquecimento.
ESTRATÉGIAS DE ARREFECIMENTO:
Promover ventilação natural: casa de inércia leve típica da arquitetura das regiões
tropicais, sistemas de arrefecimento por ventilação.
Restringir ganhos solares: redução de envidraçados mais expostos à radiação solar.
Promover o arrefecimento por evaporação: arquitetura do médio oriente.
Promover o arrefecimento por radiação: arquitetura do médio oriente e também no
Sul da Europa particularmente em Portugal (Alentejo e Algarve) e Espanha (Anda-
luzia).
SISTEMAS PASSIVOS
Ganho Direto: o espaço a aquecer dispõe de vãos envidraçados bem orientados por
forma a possibilitar a incidência da radiação no espaço e nas massas térmicas envol-
ventes (paredes e pavimentos).
Ganho Indireto ou desfasado: a massa térmica dos sistemas é interposta entre a su-
perfície de ganho e o espaço a aquecer. A massa térmica absorve a energia solar nela
incidente, sendo posteriormente transferida para o espaço. Esta transferência pode
ser imediata ou desfasada, conforme a estratégia de circulação (ou não) do ar que for
15 adotada: Parede de Trombe, Parede Massiva, Colunas de água;
Ganho Isolado (Espaço Estufa): a captação dos ganhos solares e o arma-
zenamento da energia captada não se encontram nas áreas ocupadas dos
edifícios, pelo que operam independentemente do edifício. Os espaços
estufa são exemplos deste sistema e utilizam a combinação dos efeitos de
ganho direto e indireto.
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ISOLAMENTO
COBERTURAS: O correto isolamento das superfícies pode reduzir até 30% do consumo de en-
ergia. Podem ser usadas placas de poliestireno extrudido (“roofmate”), lã de rocha, etc., para
isolar a laje ou telhados da habitação.
PAREDES EXTERIORES: na construção de uma casa aplicar sempre isolamento continuo, no in-
terior da parede dupla ou no exterior da parede, de poliestireno expandido, poliestireno ex-
trudido ou outro material isolante. A aplicação exterior é recomendada nas remodelações dos
edifícios.
ENVIDRAÇADOS
PROTEÇÃO SOLAR (SOMBREAMENTO): os envidraçados com grande exposição solar (em espe-
cial as orientas a Sul), deve se ter elementos de proteção, como persianas exteriores ou palas
por forma a minimizar os ganhos solares no Verão e maximizar os ganhos solares no Inverno.
Recorrendo a técnicas passivas usar sombreamento exterior. Uma simples árvore de folha ca-
duca permite a obtenção de sombra nas estações quentes. Fachadas envidraçadas e claraboias,
deverão ser criadas condições (aberturas e proteções reguláveis) para aproveitar a ventilação
18 natural, com entradas ao nível inferior e saídas ao nível superior.
CLIMATIZAÇÃO
Uma casa mal isolada termicamente irá prejudicar a eficiência de qualquer sistema de climatização
assim como aumentar os custos energéticos, pelo que o primeiro passo será garantir o bom isola-
mento de paredes, tetos e envidraçados.
Recurso a soluções renováveis com caldeiras a biomassa ou lareiras com recuperador de calor.
Seleção do sistema que melhor se adapta às necessidades, tendo em conta a eficiência energética
e o consumo total de energia de cada opção.
Evitar aquecer ou arrefecer zonas da casa que não estão habitadas, ou em caso de não ocupação.
São necessários apenas alguns minutos para climatizar uma habitação. De preferência devem ser
usados termóstatos programáveis.
Regulação do termóstato para uma temperatura interior de 21 a 23ºC de Verão e de Inverno 20-
18ºC). Evitar portas e janelas abertas quando o ar condicionado estiver em funcionamento.
Os sistemas do tipo evaporativos poderão ser uma boa escolha.
Para aquecer a casa no Inverno devem ser aproveitados os dias de sol, abrindo os estores e persi-
anas e para evitar perdas de calor fechando-os durante a noite.
Uma vez por ano, manutenção solicitada à empresa instaladora para revisão do sistema.
O chão radiante, apesar de ter um custo de instalação superior, pode ser uma boa alternativa aos
convencionais radiadores (em situações de casas novas), uma vez que permitem a utilização de
temperaturas muito mais baixas (cerca de 25ºC), e consequentemente menores custos energéticos.
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Janelas: Se tiver que substituir as velhas janelas opte por vidros duplos. No caso
de não ser possível, saiba que os cortinados podem dar uma ajuda. Em termos
médios, um cortinado normal pode reduzir em um terço o calor perdido através
de uma janela. No Verão a utilização de estores de lâminas colocados no lado ex-
terior da janela que não permitam a entrada direta da luz solar, em substituição
dos estores normais, pode reduzir substancialmente o calor que entra através das
janelas.
No verão, promova a ventilação natural noturna para arrefecer o interior das casas.
Quais as potências adequadas para climatizar? Que relação existe entre a
área a aquecere a potência dos equipamentos?
A potência dos aparelhos de climatização é expressa em Watts ou Btu/hora (sa-
bendo que 1 Btu/hora = 1 Watt x 3,413) e exprime a capacidade de “fazer frio
ou calor”. Dependendo do tipo de aparelho, a potência pode variar entre 2,5kW
e 3,5kW.
A relação entre área a climatizar e potência de pode ser encontrada a partir das
seguintes relações:
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Que cuidados ter quando pretendo avaliar os aparelhos a comprar para cli-
matização?
Alguns conselhos úteis:
Este aspeto é fundamental para ter um aparelho eficaz, pelo que deve ter em con-
sideração a área da divisão a climatizar, o seu isolamento, a sua exposição (sol/
sombra), o número de pessoas que geralmente o utilizam e as necessidades de
conforto que são de cada um de nós. Em climatização, grande não é necessaria-
mente melhor. Uma unidade mal dimensionada desperdiçará energia elétrica e
poderá requerer manutenção mais frequente.
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Das soluções de aquecimento existentes, quais as vantagens dos siste-
mas elétricos face aos sistemas alimentados a gás?
Os sistemas elétricos têm um rendimento de quase 100%. O seu impacte direto
no ambiente é muito reduzido (embora “seque” o ar, não consome oxigénio), mas
têm impacte indireto pelo facto de parte da eletricidade que chega às nossas casas
ser produzida a partir da queima de combustíveis fósseis. Os sistemas a gás têm
menor rendimento e têm impacto direto no ambiente: queimam um combustível
fóssil e, como tal, libertam gases com efeito de estufa (CO2) e consomem oxigénio
do ar ambiente na combustão.
Os impactes que estes aparelhos causam são aqueles que derivam da utilização
da eletricidade que utilizam. Assim os impactos diretos destes aparelhos são nu-
los mas indiretamente, como a produção da eletricidade que eles utilizam vem
também de fontes de energia poluentes (carvão, gás natural, fuelóleo), os impac-
tos são causados pelas centrais de produção.
ETIQUETA ENERGÉTICA
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O preço de um equipamento pode não ser tão importante como os
consumos que realizará durante a sua vida útil, já que o baixo consumo
pode compensar, em pouco tempo, o acréscimo de preço que normal-
mente está associado a equipamentos mais eficientes;
Frigoríficos e combinados;
Fornos elétricos, aparelhos de ar condicionado, iluminação;
Máquinas de lavar louça;
Máquinas de lavar e secar roupa.
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UTILIZAÇÃO RACIONAL DE ENERGIA
Para tal é necessário implementar medidas e ações, que apesar de simples, po-
dem traduzir-se em significativas poupanças energéticas e económicas.
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Recomendada classe A ou B.
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Recomendada classe A ou B.
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Recomendada classe A ou B.
Um frigorífico maior e mais eficiente pode não gastar menos do que um frigorífico adequado
ás necessidades mas classificado como menos eficiente. A instalação do aparelho deve ser feita
em local bem ventilado, evitando a proximidade do fogão e de aquecedores ou áreas expostas
ao sol, deixando espaço entre as paredes e o eletrodoméstico (entre 5 a 10 cm). Deve evitar-se
abrir desnecessariamente a porta, uma vez que a abertura das portas pode representar até 20%
do consumo global do eletrodoméstico.
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FERRO DE ENGOMAR
Ao cozinhar quando a água estiver a ferver, a chama ou potência do forno deve ser
reduzida, uma vez que a temperatura máxima foi atingida (cerca de 100ºC), e apenas
se necessita de energia para manter essa temperatura.
Não abrir desnecessariamente a porta do forno uma vez que desperdiça energia.
O Micro-ondas é uma boa solução para refeições pequenas, já que pode ajudar a redu-
zir cerca de 2/3 da energia necessária
Sector doméstico;
33 Sector de serviços.
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O termoacumulador deve ser desligado quando não for necessário água quente. Po-
dem ser utilizados relógios programados para desligar, por exemplo, durante a noite.
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DIRETIVA 2002/91/CE DE 16 DE DEZEMBRO (EPBD)
CERTIFICADO ENERGÉTICO
Identificação da fracção
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