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Resumo:
O presente artigo tem como objectivo apresentar a importância de sistemas de
informação na mitigação das mudanças climáticas em Moçambique, buscando facilitar a
disseminação da informação no seio da comunidade ou sociedade. A proposta do uso das
tic’s como propósito de facilitar o processo de informatização das comunidades
residentes nas zonas, onde o acesso a informação é precário ou defeituoso. Bem como o
acompanhamento das comunidades face a eventuais mudanças climáticas.
O Artigo prevê que “as medidas para enfrentar a mudança do clima devem ser
coordenadas, de forma integrada, com o desenvolvimento social, tecnológico e
económico, de maneira a evitar efeitos negativos neste último, levando plenamente em
conta as legítimas necessidades prioritárias do país em desenvolvimento para alcançar
um crescimento económico sustentável e erradicar a pobreza”.
Assim, esse documento além de instruir sobre os conceitos básicos que compõem o tema
Tecnologias no combate as mudanças climáticas, apresenta as principais causas do
problema, assim como as principais abordagens sobre mitigação e adaptação. O Artigo
esta direccionado principalmente a instituições de ensino, governo, e comunidades
locais, podendo facilitar a incorporação da questão das mudanças climáticas no processo
de mitigação com base as tic’s e no desenvolvimento sustentável nas comunidades.
1
Estudante de Engenharia Informática e Tecnologias, Universidade Metodista Unida de Moçambique, Cambine,
Morrumbene.
2
Estudante de Engenharia Informática, Universidade Metodista Unida de Moçambique, Cambine, Morrumbene.
Palavras-chave: de três a cinco, separadas por vírgula. Também devem constar no resumo em
língua estrangeira
Abstract:
Introdução
As evidências actualmente existentes não deixam quaisquer dúvidas sobre o impacto das
mudanças climáticas sobre a saúde humana (HAINES e PATZJ,2004; KUMARESANA e
NALINISATHIAKUMAR, 2010; TULCHINSKY e VARAVIKOVA, 2009).
As mudanças climáticas são uma preocupação global porque os seus efeitos adversos têm
implicações em todo o mundo. Contudo, as consequências mais severas das mudanças
climáticas, segundo alguns estudiosos (ST. LOUIS e HESS, 2008), irão ocorrer em países
mais pobres, constituindo, assim, um nítido paradoxo, quando se toma em consideração
a contribuição dos mesmos na génese das mudanças climáticas.
A “estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que
impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema do clima. Esse nível deverá ser
alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente
à mudança do clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que
permita ao desenvolvimento económico prosseguir de maneira sustentável”.(ONU, 1992).
As tecnologias activem da necessidade de mitigar e a adaptar essas mudanças climáticas
com o foco em buscar novos modelos de desenvolvimento. Diversas tecnologias de
mitigação podem e devem contribuir para um desenvolvimento sustentável, com geração
de emprego e renda e sendo ambientalmente saudáveis.
Assim, Torna-se imperativo conhecer as estratégias que vêm sendo utilizadas por
empreendimentos localmente regionalizados, na forma de Tecnologias Sociais focadas
na melhoria da realidade social ambiental de suas comunidades, visando à verificação,
até mesmo, do potencial de replicabilidade delas. As Tecnologias Sócias “compreendem
produtos, técnicas e metodologias desenvolvidas na interacção dos saberes científico e
popular e que representam efectivas soluções de transformação da sociedade” (RTS,
2010).
O desafio de conhecer e melhor aplicar Tecnologias Sócias que possam contribuir para a
minimização do problema das mudanças climáticas torna-se especialmente importante
em locais como as zonas precondidas de Moçambique, diante de sua vulnerabilidade às
alterações climáticas, que vem sendo previstas por pesquisadores no mundo, como
Marengo (2007) e Santos (2008), a exemplo do IPCC (2007).
Por esse motivo, o presente estudo tem como objectivo, com base em um modelo
analítico especialmente construído, buscar responder às seguintes perguntas:
Entre os impactos previstos para os cenários com essas mudanças no clima estão: a
alteração na vegetação; a penetração da água dos mares na costa, maior vulnerabilidade
a chuvas torrenciais e ciclones, resultando em enchentes e graves impactos soca
ambientais; maior frequência de dias secos consecutivos e de ondas de calor; a
inviabilidade da produção agrícola de subsistência de grandes áreas; o aumento da
migração para zonas mais seguras (MARENGO, 2007; MAGALHÃES, 2007).
Dessa forma, uma tecnologia só pode ser considerada social se ela for relevante
socialmente, isto é, conseguir eficácia e eficiência nos problemas que se propuseram
resolver (ITS, 2007).
No entanto, independente de qual tipo de saber que a origine ou que predomine em sua
definição, a comunidade deve envolver-se de maneira activa em seu desenvolvimento.
Sempre que possível, a Tecnologia Social deve ser reaplicável, procurando solucionar
diversos tipos de problemas: atendimento de necessidades básicas (saúde, educação,
saneamento e habitação), desenvolvimento de actividades produtivas, promoção de
desenvolvimento propriamente dito e defesa do meio ambiente, entre outros (ITS,
2007).
Neste sentido, a proposta é de que haja novas interpretações sobre formas de conceber
estratégias e políticas ligadas ao conhecimento científico ou tecnológico, associadas à
busca de solução dos problemas sociais e ambientais actualmente existentes.
Os adeptos da Tecnologias Sócias realizam estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade
(CTS), buscando entender o fenómeno científico-tecnológico no contexto social, tanto
no que se refere às suas condicionantes sociais, como também às suas consequências
sociais e ambientais. Para tanto, utilizam como marco analítico-conceitual, conceitos
advindos da Crítica à Tecnologia Apropriada (considerada insuficiente para resolver os
problemas sociais e ambientais, pautada por influências e percepções de grupos de
pesquisadores do primeiro mundo e, portanto, desprovida de neutralidade, entre outras
críticas), da Economia da Inovação, da Sociologia da Inovação, da Filosofia da
Tecnologia, entre outras (DAGNINO; BRANDÃO; NOVAES, 2004).
O pressuposto que guia o presente trabalho é que as tecnologias têm um forte potencial
tanto para a adaptação quanto para a mitigação das mudanças climáticas, devendo ser
incluídas nas discussões sobre os desdobramentos, das políticas públicas a serem
estabelecidas, em nível nacional, provincial e até mesmo distrital. Para tanto, é
necessário conhecer-se o que vem sendo feito pelas populações locais para melhorar sua
realidade soca ambiental e que podem já estar contribuindo, ou vir a contribuir, para a
minimização do aquecimento global e seus impactos. Acredita-se que muito pouco das
muitas acções realizadas localmente - e que vêm sendo caracterizadas como Tecnologias
Sócias, ou seja, o emprego de técnicas, métodos e procedimentos de melhoria de
qualidade de vida, construídos na interacção com as comunidades locais -, já são
identificadas como uma potencial solução para as mudanças climáticas. No entanto, isto
somente poderá ser constatado quando da segunda etapa desta pesquisa, que será
representada pela ida a campo para conhecimento das experiências que vêm sendo
empreendidas em Moçambique.
Conclusão
Referências Bibliográficas