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Papel Das Tecnologias no combate as Mudanças Climáticas

Muhate, Ariel Sergio1


Arielsergiomuhate1010@gmail.com
Cumbe, Analdino Cesar 2
Analdinocesar002@gmail.com

Resumo:
O presente artigo tem como objectivo apresentar a importância de sistemas de
informação na mitigação das mudanças climáticas em Moçambique, buscando facilitar a
disseminação da informação no seio da comunidade ou sociedade. A proposta do uso das
tic’s como propósito de facilitar o processo de informatização das comunidades
residentes nas zonas, onde o acesso a informação é precário ou defeituoso. Bem como o
acompanhamento das comunidades face a eventuais mudanças climáticas.

O Artigo prevê que “as medidas para enfrentar a mudança do clima devem ser
coordenadas, de forma integrada, com o desenvolvimento social, tecnológico e
económico, de maneira a evitar efeitos negativos neste último, levando plenamente em
conta as legítimas necessidades prioritárias do país em desenvolvimento para alcançar
um crescimento económico sustentável e erradicar a pobreza”.

Nesse sentido, a percepção e o conhecimento do tema é importante para subsidiar na


tomada de decisão sobre as escolhas de tecnologias para tratar as causas e os efeitos do
problema. Cabe lembrar que o crescimento económico em bases sustentáveis é
fundamental para reduzir as desigualdades sociais e permitir que milhões de pessoas
deixem a perversa condição de pobreza. Além disso, a protecção e conservação do meio
ambiente constituem um dos principais desafios científicos-tecnológicos que o país deve
abordar para garantir o desenvolvimento sustentável. Esta é uma demanda social básica,
mas pode requerer grandes investimentos científicos-tecnológicos e económicos.

Assim, esse documento além de instruir sobre os conceitos básicos que compõem o tema
Tecnologias no combate as mudanças climáticas, apresenta as principais causas do
problema, assim como as principais abordagens sobre mitigação e adaptação. O Artigo
esta direccionado principalmente a instituições de ensino, governo, e comunidades
locais, podendo facilitar a incorporação da questão das mudanças climáticas no processo
de mitigação com base as tic’s e no desenvolvimento sustentável nas comunidades.

1
Estudante de Engenharia Informática e Tecnologias, Universidade Metodista Unida de Moçambique, Cambine,
Morrumbene.
2
Estudante de Engenharia Informática, Universidade Metodista Unida de Moçambique, Cambine, Morrumbene.
Palavras-chave: de três a cinco, separadas por vírgula. Também devem constar no resumo em
língua estrangeira

Abstract:
Introdução
As evidências actualmente existentes não deixam quaisquer dúvidas sobre o impacto das
mudanças climáticas sobre a saúde humana (HAINES e PATZJ,2004; KUMARESANA e
NALINISATHIAKUMAR, 2010; TULCHINSKY e VARAVIKOVA, 2009).

As mudanças climáticas são uma preocupação global porque os seus efeitos adversos têm
implicações em todo o mundo. Contudo, as consequências mais severas das mudanças
climáticas, segundo alguns estudiosos (ST. LOUIS e HESS, 2008), irão ocorrer em países
mais pobres, constituindo, assim, um nítido paradoxo, quando se toma em consideração
a contribuição dos mesmos na génese das mudanças climáticas.

O termo “clima” refere-se, de acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa de Almeida


Costa; Sampaio e Melo (1987), “ao conjunto de fenómenos meteorológicos que
caracterizam o estado médio da atmosfera numa dada região, meio ou ambiente”. As
designações “mudanças climáticas” ou “alterações climáticas” referem-se às variações
regionais ou globais do clima ao longo do tempo observadas na Terra, devido à
variabilidade natural ou como resultado das acções humanas (BARCELLOS et al., 2009;
BERNARDI, 2008).

A mudança do clima é comummente chamada de aquecimento global porque uma das


consequências mais prováveis da existência de concentrações maiores de gases de efeito
de estufa na atmosfera é o aumento da temperatura média do planeta. Mas outros
efeitos consequentes do aumento de temperatura poderiam ser igualmente importantes,
podendo provocar novos padrões de ventos, chuvas e circulação dos oceanos.

Nesse sentido, a adopção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do


Clima, assinada em 1992 e em vigor desde 1994, representou um primeiro esforço no
sentido de limitar a emissão dos gases de efeito estufa, estabelecendo em seu objectivo
que:

A “estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que
impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema do clima. Esse nível deverá ser
alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente
à mudança do clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que
permita ao desenvolvimento económico prosseguir de maneira sustentável”.(ONU, 1992).
As tecnologias activem da necessidade de mitigar e a adaptar essas mudanças climáticas
com o foco em buscar novos modelos de desenvolvimento. Diversas tecnologias de
mitigação podem e devem contribuir para um desenvolvimento sustentável, com geração
de emprego e renda e sendo ambientalmente saudáveis.

No caso de Moçambique, espera-se que o desenvolvimento dessas tecnologias de


mitigação melhorem o aproveitamento de terras degradadas, estimule a plantação de
florestas energéticas, aumente a eficiência no uso da energia eléctrica, reduza os
desperdícios de matérias-primas e insumos básicos como água, no combate as cheias,
estimule o aproveitamento de resíduos agrícolas, gere electricidade através de fontes
alternativas ou menos emissoras tais como eólica, fotovoltaica, bagaço de cana ou casca
do coco, o uso de motores eléctricos.

No que diz respeito às tecnologias de adaptação, incluídas numa análise de


vulnerabilidades sectoriais às mudanças climáticas, elas podem incluir o aprimoramento
dos sistemas de imagens de satélite, o desenvolvimento de cultivares resistentes às
futuras condições climáticas, a melhoria do sistema de previsão climática, a melhoria
dos sistemas de atendimento aos desastres naturais e o controle sobre os vectores de
doenças.

Entre as alternativas apresentadas pelos mais diversos actores, encontram-se


possibilidades de soluções como a drástica redução no nível de consumo mundial, a
alteração da matriz energética vigente, ancorada no uso de combustíveis fósseis não
renováveis, o desenvolvimento de tecnologias mais eco eficientes.

Entretanto, o instrumento que mais vem despertando a atenção de estudiosos e da


própria imprensa é o Protocolo de Kyoto, mecanismo multilateral e plurissectorial para a
redução dos Gases de Efeitos de Estufa sob a atmosfera, assinado em 1997 e em vigor
desde 2005. Trata-se do primeiro mecanismo global a estipular metas concretas de
redução da emissão desses gases.

Assim, Torna-se imperativo conhecer as estratégias que vêm sendo utilizadas por
empreendimentos localmente regionalizados, na forma de Tecnologias Sociais focadas
na melhoria da realidade social ambiental de suas comunidades, visando à verificação,
até mesmo, do potencial de replicabilidade delas. As Tecnologias Sócias “compreendem
produtos, técnicas e metodologias desenvolvidas na interacção dos saberes científico e
popular e que representam efectivas soluções de transformação da sociedade” (RTS,
2010).

O desafio de conhecer e melhor aplicar Tecnologias Sócias que possam contribuir para a
minimização do problema das mudanças climáticas torna-se especialmente importante
em locais como as zonas precondidas de Moçambique, diante de sua vulnerabilidade às
alterações climáticas, que vem sendo previstas por pesquisadores no mundo, como
Marengo (2007) e Santos (2008), a exemplo do IPCC (2007).

Por esse motivo, o presente estudo tem como objectivo, com base em um modelo
analítico especialmente construído, buscar responder às seguintes perguntas:

Quais as possíveis contribuições de tecnologias sociais para a mitigação das


mudanças climáticas, no que tange à adaptação à nova realidade climática?
As acções de mitigação reprimem o crescimento económico do país e sua
reputação internacional

Como estratégia metodológica, foi realizado um mapeamento das possíveis tecnologias


sociais que podem ser adoptadas em Moçambique, categorizando as de acordo com a sua
aplicabilidade, tomando por base fonte de dados secundárias disponibilizadas por
organismos e instituições de apoio a essas tecnologias. Posteriormente, foi realizado o
enquadramento, com o auxílio do software Microsoft Excel, das Tecnologias Sócias
localizadas em todo mundo. Finalmente, foi realizada leitura crítica da descrição
metodológica de cada Tecnologia Social encontrada, verificando-se, com base nos
componentes trazidos no modelo analítico, eventual potencial de contribuição para a
minimização das mudanças climáticas. O enquadramento foi baseado em pesquisa
bibliográfica (livros, revistas e artigos científicos, documentos institucionais, teses
doutorais e dissertações de mestrado) e análise documental de dados secundários
(descrições sobre as tecnologias sociais, encontradas nos banco de dados das instituições
e organizações de apoio).

Apresenta-se, no presente artigo, um resumo sobre as principais conclusões iniciais


deste estudo, ainda exploratório, que culminará na elaboração de um Sistema de gestão
de Informação e combate as Mudanças climáticas. Desenvolvido pelo primeiro autor, sob
a orientação do segundo autor.

Referencial Teórico Normativo


Considerando-se a situação acima descrita, compreende-se que há dois aspectos teóricos
de grande relevância a serem observados para buscar compreender a realidade existente
em Moçambique frente à problemática ambiental crescente. O primeiro deles é o
próprio conceito de mudanças climáticas globais, bem como seus possíveis impactos em
Moçambique. O segundo é a compreensão de tecnologias sociais consideradas como
instrumentos para a solução de problemas sociais e ambientais.

As mudanças climáticas e seus possíveis impactos em Moçambique.

As mudanças climáticas estão ocorrendo desde os primórdios da existência humana na


Terra, como destaca Barcellos et al. (2009). Para estes autores, “[…] o clima da Terra
esteve, desde sempre, sujeito a mudanças, produzidos por ciclos longos ou curtos, que
estão registados na história da Humanidade”. Entretanto, apenas nas últimas cinco
décadas esta questão começou a merecer uma atenção especial e cada vez maior2
(SANTOS, 2007).

As mudanças climáticas resultam, essencialmente, das alterações ao nível do sistema


climático (BALLESTER; DIAZ e MORENO, 2006). Actualmente, existem evidências
inegáveis das causas provocadas por acção humana nas mudanças climáticas, associada
aos estilos de vida adoptados, da produção e consumo de bens que contribuem para a
exploração dos recursos duma forma instável e insustentável para a natureza (NICHOLS
et al., 2009). A acção humana é responsável pela poluição do ar que provoca, por um
lado, a destruição da camada de ozono da estratosfera, cuja função é reduzir a
quantidade de radiação solar que atinge a superfície da Terra (troposfera); e, por outro,
um aumento das concentrações de gases, provocando o efeito estufa na troposfera.
Estas alterações levam ao aquecimento global, alterações no padrão das chuvas,
aumento na frequência dos desastres naturais, entre outros efeitos negativos na
natureza (PARMESAN e YOHE, 2003). Estas mudanças como demonstradas no relatório da
Avaliação do Ecossistema Millenium, são tão profundas levando a que alguns peritos na
matéria a chamem de nova era geológica onde os seres humanos representam a principal
força motriz das mudanças geológicas em curso. Estes peritos designaram esta nova era
geológica como “antropoceno” (ZALASIEWICZ, et al., 2011).

Em Moçambique, as mudanças climáticas e as vulnerabilidades existentes implicam um


aumento na frequência de secas, ciclones, e enchentes, impactando na agricultura e na
biodiversidade, mudança no regime hidrológico e nas zonas costeiras pelo aumento no
nível do mar, principalmente em grandes regiões metropolitanas litorâneas, ou seja,
cidades que se encontrão na costa.

A necessidade de se conhecer as vulnerabilidades das regiões, ou seja, o grau de


susceptibilidade do sistema ambiental à variação do clima, contribuirá no conhecimento
sobre quais serão as áreas potencialmente afectadas com as mudanças climáticas.

Entre os impactos previstos para os cenários com essas mudanças no clima estão: a
alteração na vegetação; a penetração da água dos mares na costa, maior vulnerabilidade
a chuvas torrenciais e ciclones, resultando em enchentes e graves impactos soca
ambientais; maior frequência de dias secos consecutivos e de ondas de calor; a
inviabilidade da produção agrícola de subsistência de grandes áreas; o aumento da
migração para zonas mais seguras (MARENGO, 2007; MAGALHÃES, 2007).

De acordo com Santos (2008), nas discussões sobre mudanças climáticas,


vulnerabilidade, impactos e adaptação têm uma conotação particular. Nelas, a
vulnerabilidade refere-se ao nível de reacção de um determinado sistema para uma
mudança climática específica. Impactos referem-se às consequências da mudança
climática nos sistemas naturais e humanos. Adaptação descreve ajustes em sistemas
ecológicos ou socioeconómicos em resposta às mudanças climáticas correntes ou
projectadas, resultantes de práticas, processos, medidas ou mudanças estruturais. Em
estudo realizado pelo Banco Mundial estima-se que, apenas para a adaptação em países
em desenvolvimento, serão necessários de US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões ao ano entre
2010 e 2050 (IPEA, 2010).

Entre as tecnologias de adaptação sugeridas pelo INT (2009), incluem-se o


desenvolvimento de cultivares resistentes às futuras condições climáticas, a melhoria do
sistema de previsão climática, a melhoria dos sistemas de atendimento aos desastres
naturais e o controle sobre os vectores de doenças, aumento da produção de alimentos,
melhorias na disponibilidade de água (INT, 2009). Obviamente, além das acções de
adaptação às mudanças climáticas, países e sociedades de todo o mundo devem
promover, também, actividades para a mitigação destas mudanças, ou seja, devem
buscar minorar o problema desde sua raiz, reduzindo-se a emissão de Gases de Efeito de
Estufa ou promovendo-se a sua captura. Segundo o IPEA (2010, pág. 53), “as principais
acções de mitigação são limpar a matriz energética utilizando fontes renováveis,
aumentar a eficiência energética, utilizar tecnologias menos intensivas em emissões ou
preservar estoques e sumidouros de carbono.”
Em resumo, os estudos sugerem que as regiões precondidas e baixas das zonas costeiras
poderiam, num clima mais quente, no futuro, transformar-se em região áridas e
inundadas e pantanosas, afectando a agricultura de subsistência regional, a
disponibilidade de água e a saúde da população, gerando possíveis ondas de “refugiados
ambientais do clima” para as grandes cidades do pais, aumentando os problemas sociais
já presentes nas grandes cidades.

Tecnologia sociais como instrumentos para minimização de problemas sociais e


ambientais

Desde a década de 60, o paradigma económico neoclássico começou a mostrar sua


inconsistência. Através do crescimento quantitativo descontrolado houve consequências
ambientais negativas claras, deixando visível e real a impossibilidade de continuar
usando o princípio básico do paradigma neoclássico, onde o meio ambiente é
considerado fonte inesgotável e depositária universal (SILVA FILHO, 1999).

É neste quadro, ao início da década de 70, que se pode considerar a ocorrência do


marco inicial da busca do “desenvolvimento sustentável”, prática utilizada com o intuito
de trazer o equilíbrio necessário entre o crescimento económico e a sustentabilidade das
sociedades. Este conceito está em constante construção e aprimoramento, e foi
consagrado em 1987, em documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common
Future), elaborado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMMAD), mais conhecido como Relatório Brundlant.

É necessária, então, a adopção de novas formas de gerenciar as demandas advindas da


vida em sociedade, ou seja, é preciso inovar-se. Paulatinamente, a inovação vem
ganhando adjectivações que procuram retratar as mudanças ocorridas na realidade do
tecido social. Termos como “inovação ambiental” e “inovação social” passam a ser
utilizados para denominar novos processos, produtos, e até mesmo serviços. Verificando-
se o movimento de mudança das práticas sociais e empresariais até então dominantes,
passa-se a falar, inclusive, de “tecnologias apropriadas” que, em substituição às
“tecnologias convencionais”, procurariam fugir da concepção meramente exploratória
do sistema capitalista dominante (DAGNINO, 2009).

A evolução destas discussões e a crítica ao modelo de tecnologias apropriadas que


estava sendo perseguido desenha uma nova terminologia, e por que não dizer prática,
titulada “tecnologia social” que, em sua definição mais difundida no mundo, diz respeito
a “produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interacção com
a comunidade e que representem efectivas soluções de transformação social” (RTS,
2009).

Dessa forma, uma tecnologia só pode ser considerada social se ela for relevante
socialmente, isto é, conseguir eficácia e eficiência nos problemas que se propuseram
resolver (ITS, 2007).

Para a RTS, o conceito de tecnologia social envolve o conjunto de atores,


ideologicamente heterogéneo, envolvido com o desenvolvimento e a implementação de
Tecnologias Sócias. Nesse conjunto, encontrar-se-iam desde aqueles que entendem a
Tecnologias Sócias como um elemento ligado às propostas de Responsabilidade Sócia
ambiental, até aqueles que almejam a construção de uma sociedade socialista.

As tecnologias sociais podem alinhar saber popular, organização social ou conhecimento


técnico-científico (BAUMGARTEN, 2008).

No entanto, independente de qual tipo de saber que a origine ou que predomine em sua
definição, a comunidade deve envolver-se de maneira activa em seu desenvolvimento.
Sempre que possível, a Tecnologia Social deve ser reaplicável, procurando solucionar
diversos tipos de problemas: atendimento de necessidades básicas (saúde, educação,
saneamento e habitação), desenvolvimento de actividades produtivas, promoção de
desenvolvimento propriamente dito e defesa do meio ambiente, entre outros (ITS,
2007).

As Tecnologia Social, em Moçambique, começam a ocupar lugar estratégico no Sistema


de Ciência e Tecnologia e Inovação devido a algumas características importantes. Como
em sua maioria as Tecnologia Social são baratas e possuem forte capacidade de
adaptação para serem reaplicadas, há uma tendência à sua utilização em grande escala.
Além disso, o uso destas tecnologias evidencia como pessoas dos mais distintos
territórios envolvem-se para enfrentar os desafios vivenciados em suas localidades. As
entidades e instituições praticantes de Tecnologias Sócias agem de forma interactiva,
motivando a participação dos diversos sujeitos no desenvolvimento social, político,
cultural e económico (SOUZA, 2010).

Neste sentido, a proposta é de que haja novas interpretações sobre formas de conceber
estratégias e políticas ligadas ao conhecimento científico ou tecnológico, associadas à
busca de solução dos problemas sociais e ambientais actualmente existentes.
Os adeptos da Tecnologias Sócias realizam estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade
(CTS), buscando entender o fenómeno científico-tecnológico no contexto social, tanto
no que se refere às suas condicionantes sociais, como também às suas consequências
sociais e ambientais. Para tanto, utilizam como marco analítico-conceitual, conceitos
advindos da Crítica à Tecnologia Apropriada (considerada insuficiente para resolver os
problemas sociais e ambientais, pautada por influências e percepções de grupos de
pesquisadores do primeiro mundo e, portanto, desprovida de neutralidade, entre outras
críticas), da Economia da Inovação, da Sociologia da Inovação, da Filosofia da
Tecnologia, entre outras (DAGNINO; BRANDÃO; NOVAES, 2004).

De acordo com os autores, é justamente com estas bases teórico-conceituais que o


movimento de tecnologia social, ancorado na contestação ao pensamento neoliberal,
vem negar a tecnologia convencional (um dos principais pilares deste pensamento)
enquanto forma de elaboração de um estilo alternativo de desenvolvimento.

Nessa perspectiva, e inserindo-se no contexto da tecnologia social para o


desenvolvimento sustentável, as experiências inovadoras podem ser avaliadas e
valorizadas tanto pela sua dimensão de processos de construção de novos paradigmas e
de novos atores sociais, de fortalecimento da democracia e da cidadania, quanto pelos
resultados que proporcionam em termos de melhoria da qualidade de vida (BAVA, 2004).

O autor vê, nas actuais experiências inovadoras de técnicas e metodologias


participativas focadas na inclusão social, um grande potencial transformador. Estas
novas iniciativas abririam a possibilidade da emergência de novos actores à cena
pública, reelaborando experiências consideradas referências e, a partir delas, criando
novas relações sociais em contextos específicos e territórios determinados.

Os principais agentes sociais impulsionadores destas transformações seriam os actores


colectivos, os movimentos sociais, as associações e entidades, que viabilizam a
participação cidadã nestes processos, atribuindo-lhes significados novos, de
transformação social e de construção de novos paradigmas de desenvolvimento (BAVA,
2004, p. 109).

O pressuposto que guia o presente trabalho é que as tecnologias têm um forte potencial
tanto para a adaptação quanto para a mitigação das mudanças climáticas, devendo ser
incluídas nas discussões sobre os desdobramentos, das políticas públicas a serem
estabelecidas, em nível nacional, provincial e até mesmo distrital. Para tanto, é
necessário conhecer-se o que vem sendo feito pelas populações locais para melhorar sua
realidade soca ambiental e que podem já estar contribuindo, ou vir a contribuir, para a
minimização do aquecimento global e seus impactos. Acredita-se que muito pouco das
muitas acções realizadas localmente - e que vêm sendo caracterizadas como Tecnologias
Sócias, ou seja, o emprego de técnicas, métodos e procedimentos de melhoria de
qualidade de vida, construídos na interacção com as comunidades locais -, já são
identificadas como uma potencial solução para as mudanças climáticas. No entanto, isto
somente poderá ser constatado quando da segunda etapa desta pesquisa, que será
representada pela ida a campo para conhecimento das experiências que vêm sendo
empreendidas em Moçambique.

Metodologia de análise das tecnologias sociais Para mitigação

O desenvolvimento que contempla a apresentação do levantamento teórico e/ou documental


realizado e pode também apontar já para o estudo empírico realizado e os resultados
atingidos, analisados e comentados. Se o artigo for de revisão científica, o texto estruturas e de
acordo com os subtemas abordados. Se o artigo for original, pode ser divido em
referencial teórico e/ou normativo (informações que darão sustentação a sua pesquisa), na
apresentação da metodologia escolhida (procedimentos e métodos utilizados na pesquisa
realizada) e resultados (apresentação e análise dos dados apurados)

Conclusão

A conclusão contempla as considerações finais e as prospecções de novas investigações a


realizar para aprofundar o tema ou o tornar mais amplo. Traz os aspectos mais relevantes do
trabalho e responde aos objectivos anunciados relativamente à pesquisa

 Referências Bibliográficas

As referências bibliográficas são apresentadas por ordem alfabética, de acordo com as


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pelas palavras de quem está a redigir o artigo. Todavia, importa que o autor mencionado
e a data da obra consultada fiquem referenciadas; trata-se de uma citação não directa.
No caso de as ideias se presentificarem com passagens copiadas da obra, a citação é
directa e a utilização de aspas identifica o texto do autor utilizado; neste caso, há que
registar o nome do autor, a data da publicação da obra e a(s) página(s) onde o texto
utilizado foi encontrado. Para esta última instância (citação directa), há duas situações
diferentes: uma passagem com (i) menos de 40 palavras fica incorporada no texto
do quem escreve o artigo; (ii) mais de 40 palavras fica destacada do texto e com
margens alargadas e tamanho de letra menor.

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