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MATERIAL DIDÁTICO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
SUSTENTABILIDADE
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SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................. 3
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 78
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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO
obtenção de uma vida digna e para a garantia de bem-estar das gerações atual
e futuras.
Primeiro é necessário assegurar um amplo e profundo compromisso
com uma nova ética sustentável e colocar em prática seus princípios. Em
segundo lugar, integrar conservação e desenvolvimento: a conservação para
limitar as nossas atitudes à capacidade da Terra, e o desenvolvimento para
permitir que as pessoas possam levar vidas longas, saudáveis e plenas em
todos os lugares.
Para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado, temos que
reconhecer que os recursos naturais são finitos e que o planejamento é
essencial, pois desses recursos dependem a existência humana, a diversidade
biológica e o próprio crescimento econômico.
É de vital importância o desenvolvimento econômico para países mais
pobres, mas não é possível que os modelos de crescimento sejam os dos
países industrializados.
Os países do Hemisfério Norte, que possuem apenas um quinto da
população do planeta, consomem 70% de energia, 75% dos metais e 85% da
produção de madeira mundial e ainda detêm quatro quintos dos rendimentos
mundiais.
É curioso o relato que, segundo contam, Mahatma Gandhi faz ao ser
perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida
britânico. Ele responde: “(…)a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos
do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam
necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?”
Assim, para que o desenvolvimento sustentável aconteça de fato, deve haver
redução do uso de matérias-primas e a busca de alternativas ecológicas
viáveis, como reciclagem, reutilização, entre outros.
A Gestão e Planejamento Ambiental é uma grande aliada nesse
processo de conscientização ecológica e mobilização das organizações, pois
busca a melhoria constante dos produtos, serviços e ambiente de trabalho,
levando em conta o fator ambiental. Além de estimular a qualidade do
ambiente, também colabora na redução de custos, como desperdício de água,
energia e matérias-primas.
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especialmente nos países mais pobres, causa degradação o que vem a anular
perspectivas a longo prazo.
Muitos países não podem (ou não querem) investir em programas
sociais ou ambientais nos níveis necessários. Muitas são as causas da falta de
recursos financeiros. Faz-se necessário maior auxílio financeiro internacional
(com fiscalização) para fins sociais e para conservação e recuperação da
natureza e dos recursos naturais essenciais. A ajuda na área social é mais
importante do que a ampliação dos recursos financeiros (pelo menos no
primeiro momento). O cancelamento da dívida e incentivos à exportação
também são um caminho.
Todos os governos devem rever suas prioridades orçamentárias e
muitos deveriam redistribuir riquezas que possuem para financiar o
desenvolvimento humano e os cuidados para com o meio ambiente. As
políticas para amparar ou recuperar a economia são, portanto, essenciais para
os países de baixa renda. Uma vez que todas as economias são baseadas nos
recursos naturais e sistemas de sustentação da vida, medidas e políticas
sociais e econômicas devem ser complementadas e devem conservar o meio
ambiente e impedir a perda dos recursos naturais.
Políticas sociais dirigidas adequadamente se fazem necessárias, pois
sabemos que a relação aumento do Produto Interno Bruto pode não ser
sinônimo de melhor qualidade de vida. Por exemplo, a riqueza de alguns
países de alta renda não protegem os indivíduos da violência, drogas, doenças
entre outros.
Os países de maior renda terão como meta especialmente o
desenvolvimento humano. Atingido tal objetivo, o principal desafio é estender
qualidade de vida para todos, para isso é necessário redução do consumo de
energia e de recursos. Também deverão diminuir a emissão de gases
poluentes do efeito estufa e outros. É uma difícil tarefa, especialmente
mantendo níveis de emprego e a atividade industrial.
Nenhuma nação, que passe por um desenvolvimento sustentável ficará
isenta de sofrer amplos ajustes. E estes ajustes devem começar dando ênfase
na melhoria da qualidade de vida humana. Um dos ajustes poderia ser a
redução dos gastos militares para mínimo necessário à segurança. Isso não é
tarefa fácil, mas deveria ser feito pelo interesse das pessoas do mundo todo. O
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Ações prioritárias
Redirecionar as prioridades do desenvolvimento é uma estratégia para
melhorar a qualidade de vida as pessoas de forma a proporcioná-las:
Acesso aos recursos necessários para um padrão de vida digna em
bases sustentáveis;
Vida longa e saudável com nutrição de qualidade;
Educação que permita cada pessoa explorar seu potencial intelectual e
se torne capaz de contribuir para a sociedade;
Oportunidade de empregos que sejam compensadores.
A melhoria da qualidade de vida depende também do aumento e
manutenção de produtividade, qualidade do ambiente e da estabilização da
população humana e de recursos.
Impedir a poluição
Ações prioritárias
A seguir, algumas ações para nos mantermos dentro dos limites da
capacidade de suporte do Planeta Terra:
Manejar seus recursos ambientais de forma sustentável;
Tratar de forma integrada assuntos como crescimento populacional e
consumo de recursos;
Reduzir consumo e desperdício excessivo;
Fornecer melhores serviços de informação, planejamento familiar e
assistência médica.
Governantes, órgãos educativos e grupos não-governamentais devem
dar suporte e promover a educação formal e informal no sentido de
conscientizar as pessoas que a capacidade de suporte do Planeta não é
ilimitada.
A introdução de impostos muito bem estruturados para energia deve vir
a incentivar tecnologias mais eficientes e o uso de fontes alternativas que
emitam menos dióxido de carbono e outros poluentes. A fonte de energia mais
limpa deveria ser tributada somente em grau que permita sua eficiência, ao
passo que outras fontes devem ser tributadas em taxas progressivamente
maiores, de forma a deter a poluição. Os impostos sobre matérias-primas
poderiam seguir o mesmo procedimento para incentivar o uso de tecnologias
mais eficientes, de recursos renováveis e de produtos mais duráveis.
Os consumidores (especialmente de países de maior renda) podem usar
seu poder de compra para fortalecer produtos que causem menos prejuízo ao
ambiente. Podem se tornar “consumidores verdes”. Mas, também para isso, há
necessidade de informação segura acerca de produtos e serviços.
Para estabilizar a população, alguns fatores precisam ser trabalhados,
como: informações sobre serviços de planejamento familiar e acesso a estes
serviços; renda e segurança familiar; assistência médica à gestante e à
criança; condição da mulher na sociedade; educação para homens e mulheres;
fatores religiosos e culturais. As pessoas limitam o tamanho das famílias
quando isto lhes convém social e economicamente. A educação para as
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Ações prioritárias
Os planos de ação devem constituir-se em iniciativas conjuntas de
governantes, instituições educacionais, ONGs, meios de comunicação e o setor
de negócios e ter como objetivo difundir os princípios da sustentabilidade,
como:
Identificar as características específicas de cada sociedade como a
história local, traços culturais, ecossistemas, símbolos e planejar os
programas educacionais com base na cultura e meio ambiente desta
sociedade em questão.
Inserir a educação ambiental na educação formal em todos os níveis de
escolaridade. O ensino nas escolas deveria ser prático e teórico, e estar
ligado a projetos de campo. Ter como meta a lição de que a
sustentabilidade vale a pena ser levada para casa;
Professores treinados nas Ciências Sociais deveriam trabalhar juntos
com educadores ambientais, usando métodos para incluir a
conscientização no contexto da sustentabilidade. Já os cursos de nível
secundário e superior deveriam fornecer treinamento nas habilidades
técnicas e administrativas para se viver em uma economia sustentável.
É crucial que todas as escolas ensinem técnicas corretas para a vida
sustentável;
Oficinas de treinamento de novas técnicas e como usar os recursos de
forma sustentável e lucrativa para trabalhadores como agricultores,
pescadores, entre outros.
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Ações prioritárias
Proporcionar às comunidades um maior controle de suas próprias vidas,
incluindo acesso aos recursos, direito de participação nas decisões,
educação e treinamento.
Permitir que as comunidades supram suas necessidades de forma
sustentável;
Permitir as comunidades conservar o seu meio ambiente.
Os órgãos governamentais deveriam dar suporte à administração
comunitária de recursos. Se as normas locais forem insuficientes para
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Ações prioritárias
Estas ações estão voltadas para a integração do desenvolvimento
humano com a conservação ambiental:
instituições que ofereçam condições para que as decisões sejam
tomadas de forma integrada e participativa, considerando os fatores
presentes e futuros;
políticas eficazes e planos legais amplos que salvaguardem os direitos
humanos, os interesses das gerações futuras, a produtividade e a
diversidade do Planeta Terra;
políticas econômicas e tecnologias aperfeiçoadas que aumentem os
benefícios de um determinado grupo de recursos e mantenham, ou até
aumentam, as riquezas naturais;
conhecimento comprovado baseado na pesquisa e no controle.
Os governantes deveriam estabelecer como principal objetivo a criação
de uma sociedade sustentável, assegurando que setores e órgãos
componentes do governo, deem a devida consideração às mudanças para o
desenvolvimento sustentável, adotando uma política ambiental integrada.
Promover ações conjuntas pela instituição de fóruns para a discussão de
políticas, reunindo representantes do governo, grupos ambientalistas, comércio
e indústria, povos indígenas e outros interessados, todos em condição
igualitária e cooperativa. Tais fóruns podem tornar-se órgãos permanentes de
consulta e ter poderes amplos, ou grupos de trabalho formados para lidar com
uma questão específica.
Outra meta a ser alcançada é o desenvolvimento de estratégias para a
sustentabilidade através de planejamento regional e local. Cada plano deveria
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Ações prioritárias
Para que se obtenha uma verdadeira aliança global, cada país deve
aceitar sua parcela de responsabilidade e ter compromisso de agir na
proporção de seus meios disponíveis. A aliança exigirá a existência de
instituições internacionais, intergovernamentais e não governamentais
adequadamente organizadas. Além disso, devem ser tomadas as seguintes
providências:
cada nação deveria aceitar o dever de viver sustentavelmente, apoiando
novas leis internacionais;
deve se chegar a um acordo sobre como conservar os bens comuns
mundiais, e como dividir seus benefícios de forma equitativa;
os países de maior renda deveriam reduzir seu consumo de recursos,
especialmente através do aumento de sua eficiência;
a dívida dos países de menor renda deveriam ser reduzidas e
melhoradas suas condições de negociação.
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1. Energia
3. Assentamentos humanos
A proporção de moradores urbanos vem aumentando cada vez mais e
com grande rapidez e consequentemente as cidades vão ficando maiores. A
falta de oportunidades de trabalho e de acesso à terra nas zonas rurais e o
fornecimento de educação e serviços públicos melhores, combinados a
maiores oportunidades de emprego, levaram um número cada vez maior de
pessoas a mudar para as cidades.
além dos seus limites. Portanto, muitos problemas do meio ambiente rural
estão inevitavelmente ligados ao suprimento das necessidades urbanas.
A anatomia de uma cidade é fundamental para seu funcionamento.
Sistemas de transporte devem operar adequadamente para que produtos e
pessoas circulem com facilidade. Infelizmente, quase todas as cidades
estabeleceram-se antes de os veículos motorizados tornarem-se comuns. Na
verdade, muitas cidades precisam parar de crescer devido ao
congestionamento urbano, além do barulho e poluição. O hidrocarboneto e o
óxido de nitrogênio emitido pelos veículos movidos à gasolina reagem sob a luz
do sol, criando uma névoa oxidante e irritativa, que é prejudicial à saúde
humana e danosa à vegetação. A poluição do ar é particularmente nociva nas
cidades e o tráfico urbano lento desperdiça energia.
Poucas cidades possuem sistemas de transporte público eficientes,
seguros, limpos e atraentes, e que as pessoas desejam usar.
Apesar de serem os centros da indústria e do comércio, muitas cidades
mostram extrema pobreza e degradação ambiental. Nos países de menor
renda, a proporção dos habitantes urbanos que sofrem por pobreza e
degradação ambiental é muito maior do que nos países de alta renda. A falta
de políticas efetivas para o desenvolvimento sustentável das econômicas rurais
força os mais jovens a abandonar o campo e irem em busca da cidade. Para a
maioria, o fornecimento de água, saneamento, coleta de lixo e acesso à
assistência médica são serviços altamente insatisfatórios. Esses problemas
são devidos mais às falhas governamentais, em todos os níveis, do que ao
rápido crescimento populacional.
O desenvolvimento urbano sustentável depende de novas parcerias do
povo local, de grupos de cidadãos, do setor de negócios e dos governos. Os
planos de desenvolvimento devem ser equitativos, sustentáveis, práticos,
sensíveis às normas e culturas locais e bem recebidos pelas pessoas
interessadas. Cidadãos, políticos, administradores e profissionais urbanos
deveriam ser treinados para trabalharem dentro de um plano de ação.
Os governos locais precisam receber delegação de poderes e
desenvolver uma capacidade efetiva de ação. Precisam administrar mudanças,
dentro de um contexto ecológico, para que as cidades possam dar suporte a
economias mais produtivas, estáveis e inovadoras, mantendo, ao mesmo
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Uma das metas é manter as pestes abaixo dos níveis que acarretam um
inaceitável prejuízo econômico e fazer isso de uma forma economicamente
eficiente e ecologicamente saudável. Pode ser incluso controles biológicos;
controles culturais, tais como o corte ou a erradicação de ervas daninhas; uso
de variedades cultivadas que sejam resistentes ou tolerantes; uso de pesticidas
microbianos, ferormônios.
Os níveis permitidos de poluentes (incluindo os resíduos de pesticidas)
nos alimentos e na água potável, bem como a licença para comércio, o manejo
e a aplicação de pesticidas devem ser controlados por regulamentos que sejam
adequadamente cumpridos e monitorados. Tal tarefa seria atribuída a órgãos
nacionais de proteção ambiental.
A variabilidade genética dentro das espécies é essencial para o
desenvolvimento agrícola, pois fornece a matéria-prima da domesticação, do
cultivo de plantas, da criação de animais e da biotecnologia. Devem-se
promover esforços rápidos para a conservação dos recursos genéticos, com
envolvimento e participação de todos os países da Comissão sobre Recursos
Genéticos Vegetais.
Alguns dos problemas da agricultura podem ter sua solução facilitada
por medidas econômicas e sociais. Em alguns países, é altamente prioritária a
criação de oportunidades de trabalho alternativo nas áreas rurais. Em outros, é
necessária a adoção de incentivos para os ajustes necessários no uso da terra
ou, ainda, ajuda à implementação de programas combinados de suporte
financeiro e técnico.
Os governos deveriam dar suporte a programas para a geração de
empregos durante os períodos ociosos de entressafra. Obras públicas com
taxas de retorno muito baixas para atrair investidores do setor privado são
especialmente úteis. Tais obras, essenciais para o desenvolvimento
sustentável, poderiam incluir: construção e manutenção de estradas rurais,
reflorestamento, sistemas de conservação do solo e da água, instalação de
encanamentos de água, construção ou manutenção de sistemas de controle de
enchentes ou de canais de irrigação.
Especialmente nos países de alta renda, os governos deveriam substituir
os subsídios de preços para commodities por incentivos para proteger os
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5. Áreas florestais
6. Água doce
REFERÊNCIAS
COHEN, J. E. How many people can the earth support? New York: WW
Norton & Company, 1995.