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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS

3° PERÍODO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DISCIPLINA EDUCAÇÃO,SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

PROFESSOR JOEL LUIS MELCHIORS

RESUMO

Por:Amanda Júlia Mendes Dias

Mariana Sacha Nogueira Silva

SALINAS-MG

AGOSTO 2022
CAPÍTULO 1- ALIANÇA MUNDIAL PELA SUSTENTABILIDADE

Globalização é o nome dado ao fenômeno de integração do espaço mundial


mediante osavanços técnicos nos setores da comunicação e dos transportes. Esse processo
se intensificou com o advento da Terceira Revolução Industrial, em que se observou um
aumento nos fluxos internacionais de capitais, mercadorias, pessoas e informações. Esse
processo é marcado pela proliferação das empresas transnacionais e pela consolidação do
capitalismo financeiro, promovendo profundas transformações no sistema econômico
internacional e na organização do trabalho.
Na sua atual fase, foram criadas novas redes geográficas, e houve uma expansão
sem precedentes das escalas de propagação de informações e também do consumo.
Apesar disso, a globalização não se expandiu de maneira homogênea pelos territórios,
colocando uma parte da população mundial à margem desse processo. "A expansão do
capitalismo moderno pelo mundo deu início à globalização, mas esse fenômeno não ficou
restrito somente a essa esfera. Como foi mencionado, o aperfeiçoamento técnico da
comunicação e dos transportes propiciou novos vínculos territoriais, permitindo-nos
distinguir, para fins metodológicos, ao menos dois diferentes tipos de globalização.

→ Globalização econômica

A globalização econômica refere-se ao processo de internacionalização da


economia, que é marcado pela consolidação do capitalismo monopolista (ou financeiro)
como novo modelo de acumulação, com grande importância do mercado no âmbito da
tomadade decisões.A globalização econômica é caracterizada pela massiva presença das
empresas transnacionais pelo globo, pela padronização da produção e sobretudo pela
fragmentação das cadeias produtivas, derivada da modernização tecnológica das
comunicações.
Está inserida também no escopo da globalização econômica a reestruturação
produtiva dos territórios em escala global, que tem como resultado a instalação de uma
nova divisão internacional do trabalho (DIT).

→ Globalização cultural

A globalização cultural, chamada também de globalização social, corresponde à


difusão de elementos culturais em escala planetária, da mesma forma como pode ser
relacionada ao aumento da circulação de pessoas pelo espaço mundial e nas trocas
socioculturais e relações que são estabelecidas nesses deslocamentos. Está intimamente
ligada aos meiosde comunicação e ao desenvolvimento de novas tecnologias, como a
internet, que ampliam a escala das conexões e da difusão de informações."

A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável possui em sua


essência uma idéia simples com implicações complexas. Após vivermos durante séculos
sem nos preocupar com o esgotamento dos recursos naturais do planeta, temos que
aprender, agora, a viver de forma sustentável. E a maior parte deste desafio é estimular
mudanças de atitude e comportamento na sociedade mundial, uma vez que nossas
capacidades
intelectuais, morais e culturais impõem responsabilidades para com todos os seres vivos
e para com a natureza como um todo. As mudanças climáticas, a crise mundial de
alimentos e as crises financeiras e econômicas, são exemplos de questões de
sustentabilidade com os quais nossa sociedade tem que lidar num mundo globalizado. As
Escolas Associadas, ao desenvolverem projetos relacionados ao Desenvolvimento
Sustentável, têm como objetivo preparar os alunos para lidar com esses desafios hoje e
no futuro.
A Educação é um dos principais pilares do Desenvolvimento Sustentável e é um
instrumento chave para trazer mudanças significativas nas atitudes, comportamentos e
modos de vida em direção a uma postura mais consciente, pois tem a função de prover os
valores, atitudes, capacidades e condutas essenciais para que o ser humano possa
confrontar os desafios de sua existência.

CAPÍTULO 2 - SUSTENTABILIDADE E BEM VIVER

O campo dos debates e dos embates sobre concepções do socioambientalismo e dos


conflitos sociais oriundos de problemas de apropriação, uso e exploração dos recursos
naturais e dos impactos gerados no ambiente, natural e social, tem como pano de fundo
o confronto entre a ciência normal e os demais saberes e práticas sobre a natureza. Da
mesma forma, a produção discursiva sobre a sustentabilidade emerge desse quadro de
oposição e complementaridade entre os domínios da ciência – seus fundamentos
epistemológicos, suas escolas de pensamento, a partir das quais são criados os conceitos
e métodos – e os domínios dos demais saberes não científicos, religiosos, culturais,
estéticos, políticos, etnoconhecimentos.
Os conflitos sociais e a apropriação, uso e exploração dos recursos naturais
possibilitados pela ciência tradicional têm provocado disputa e acirramento entre os
diferentes saberes, práticas e costumes sobre a natureza. O progresso como
crescimento econômico e o sistema produtivo impactaram continuamente os ecossistemas
e biomas ao redor da Terra, mostrando-se um modelo predatório e em vias de
esgotamento. Não obstante, há uma sobreposição dos valores e padrões científicos
normais, chancelados pelo mercado e a hegemonia econômico-política, que produzem
discurso e engajam ferramentas para diminuir, invisibilizar, mascarar e apagar as
consequências inerentes desse modelo.

É neste sentido que se compreende a crise ambiental atual como uma crise de base
antropogênica e de raízes históricas. Significa dizer que o homem e as escolhas do modelo
de desenvolvimento que vem sendo implementado desde a modernidade, e esta, com seu
conjunto de paradigmas tendo como única resposta para o homem, o próprio homem e
está condicionada ao discurso científico.
Significa que as verdades, neste novo período da história nascem da ciência e
somente se sustentam à medida que desvelam sua base científica. O imaginário de
progresso, de sucesso e de crescimento se fazem, se justificam e se realizam na base
científica. Igualmente o antropocentrismo emerge como resposta e como justificação das
escolhas realizadas.

Neste sentido o presente trabalho reflete a crise da modernidade nos formatos das
externalidades do presente, buscando compreender num diagnóstico mais aprofundado,
as causas da crise e, por consequência, encontrar caminhos para o desenvolvimento com
processos mais resilientes e sustentáveis, para o homem e para a natureza com apresença
do homem. O modelo de desenvolvimento tem se mostrado um processo
contínuo e em aceleração, devastador implacável da natureza, destruindo e deteriorando
o habitat natural, sem se preocupar com as consequências nocivas de seus atos danosos
no presente e futuro.
A preservação ambiental e o cuidado com o entorno é uma necessidade, ainda que
o tema tenha passado a ter visibilidade global, resultando num certo esverdear de
Tratados, Acordos e Protocolos Internacionais e das Constituições da maioria dos países,
carecendo porém, de processos de produção que tenham como princípio fundamental a
Sustentabilidade e a garantia de um ambiente ecologicamente equilibrado, para presentes
e futuras gerações.

A participação da sociedade deve estar no debate de temas relacionados à crise


ambiental hoje existente, assim como a necessidade da busca contínua por alternativas e
soluções para o problema da grave degradação ambiental, alcançando o estilo de vida com
as mudanças fundamentais do paradigma do lucro para o bem viver.

CAPÍTULO 3 - EDUCAR PARA UMA VIDA SUSTENTÁVEL

Gadotti não opõe ecopedagogia à educação ambiental, mas amplia o seu campo de
reflexão e de ação. Ele explica que a ecopedagogia está mais para uma educação
sustentável , para uma ecoeducação, que não se preocupa apenas com uma relação
saudável com o meio ambiente, mas com o sentido mais profundo do que fazemos com
nossa existência, a partir da vida cotidiana, e que este sentido está intimamente ligado
ao futuro de toda Humanidade e da própria Terra.Gadotti trabalha com conceitos como
consciência planetária, cidadania planetária, defendendo uma verdadeira revolução
pedagógica e curricular tendo como centro a formação de indivíduos que sejam cidadãos
do mundo, no sentido de pertencerem não a uma nação ou a um grupo étnico, mas à
Humanidade.

A ecopedagogia seria, assim, uma educação para a cidadania planetária, o que


segundoo professor, implica uma reorientação de nossa visão de mundo, uma re-educação
para vivermos numa comunidade que é local e global ao mesmo tempo.Gadotti, fala,
ainda sobre a necessidade de resgatarmos as utopias de libertação dos anos 60, afirmando
que mais do que nunca precisamos lutar por um mundo mais justo e produtivo, num
ambiente sustentável.

Diante de desafios tão grandes, Gadotti fala sobre o papel da educação sustentável ou
ecológica nesse projeto utópico. Colocar em questão o modelo econômico capitalista,
poluidor e consumista que está levando ao esgotamento dos recursos naturais.

Procurando orientar educadores, Gadotti lista algumas referências dessa pedagogia,


reconhecendo que são ainda imprecisas e que bebem em diversas fontes, sendo uma delas
Paulo Freire, considerado um dos inspiradores da ecopedagogia, com seu método de
aprendizagem a partir do cotidiano. São princípios da ecopedagogia ou de uma Pedagogia
da Terra, segundo Moacir Gadotti:

 O planeta como uma única comunidade.


 A Terra como mãe, organismo vivo e em evolução.
 Uma nova consciência que sabe o que é sustentável, apropriado, e faz sentido
para a nossa existência
 A ternura para com essa casa. Nosso endereço é a Terra.
 A justiça sóciocósmica: a Terra é um grande pobre, o maior de todos os pobres.
 Uma pedagogia biófila (que promove a vida): envolver-se, comunicar-se,
compartilhar, problematizar, relacionar-se entusiasmar-se.
 Uma concepção do conhecimento que admite só ser integral quando
compartilhado.
 O caminhar com sentido (vida cotidiana).
 Uma racionalidade intuitiva e comunicativa: afetiva, não instrumental.
 Novas atitudes: reeducar o olhar, o coração.
 Cultura da sustentabilidade: ecoformação. Ampliar nosso ponto de vista.

CAPÍTULO 4 - SUSTENTABILDADE E MODELO ECONÔMICO

Neste capítulo o autor enfaztiza sobre o fato da degradação ambiental ser fruto do
modelo econômico das nações dominantes neste planeta, e sobre o sistema educacional
reproduzir os princípios e valores desse modelo. O autor, portanto, apresenta os desafios que
o DEDS enfrenta na introdução de mudanças no sistema educacional em todos os níveis e
no reposicionamento da ação dentro dos programas educacionais existentes, enfatizando que
o DEDS é “antes de tudo um apelo à ação para a mudança” (p. 104). é uma ferramenta para
Paul Friar College cumprir sua missão e objetivos.
Este livro apresenta a "Educação para o Desenvolvimento Sustentável" como um
tema que deve ser discutido e explorado, não apenas do ponto de vista ambiental, pois o
caminho para o desenvolvimento sustentável está intimamente ligado às mudanças nas
esferas social, política e econômica do planeta.
Em si, o capítulo e o livro apontam para a importância da maturidade da cidadania
global e dos conceitos de consumo responsável (no nível individual/local/regional), mas
ressalta a necessidade de mudança global no atual sistema político-econômico (economia
solidária) e, portanto, nos sistemas educacionais (pedagogia ecológica) para garantir a
qualidade de vida para as gerações futuras.

REFERÊNCIA

 GADOTTI, M. Educar para a Sustentabilidade: uma contribuição à Década da


Educação para o Desenvolvimento Sustentável. 2ª ed. São Paulo: Instituto Paulo
Freire, 2012.

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