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Sus.ten.ta.bi.li.da.

de

Sf. 1 Qualidade ou condição do que é sustentável.

2. Modelo de sistema que tem condições para se manter ou conservar.

Eco.lo.gia

Sf. 1 Ciência que se caracteriza pelo estudo das relações entre os seres vivos; estudo
das relações dos seres vivos com o meio orgânico ou inorgânico (em que vivem).

2 Ciência que se caracteriza pelo estudo das relações entre os seres vivos; estudo
das relações dos seres vivos com o meio orgânico ou inorgânico (em que vivem).

3 Reunião de ideias que defendem a preservação do meio ambiente de uma maneira


geral; ambientalismo.

Glo.ba.li.za.ção

Sf. 1 Processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre economias e
mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras entre eles.

2 Processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre economias e


mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras entre eles.

3 Ação ou efeito de globalizar.

Edu.ca.ção

Sf. 1 Ação ou efeito de educar, de aperfeiçoar as capacidades intelectuais e morais


de alguém: educação formal; educação infantil.

2 Processo em que uma habilidade se desenvolve através de seu exercício contínuo:


educação musical.

3 Capacitação ou formação das novas gerações de acordo com os ideais culturais de


cada povo.
Introdução
O artigo que pretendemos analisar a partir dessa leitura produtiva aborda a relação entre
sustentabilidade e bem viver, destacando a importância da educação para uma vida
sustentável e para a preservação do meio ambiente. O autor apresenta o amplo conceito de
sustentabilidade, não como mero desenvolvimento sustentável, mas como opção de vida a
partir da adoção de valores básicos, que serão abordados no decorrer do texto, e visam a
promoção sustentável nos aspectos ecológico, social e político, enfatizando a importância
da diversidade de identidades culturais para promover a participação de pessoas no
processo de desenvolvimento.

O artigo com o título “Educar para a sustentabilidade”, foi escrito em Brasília, em março de
2008 pelo Professor Dr. Moacir Gadotti, e possuí cinco sessões, como vemos abaixo:

• Seção 1 – Introdução
• Seção 2 –Sustentabilidade e bem viver
• Seção 3 –Educar para uma vida sustentável
• Seção 4 – Uma oportunidade para os Sistemas de educação
• Seção 5 – Considerações finais do autor

Sobre o autor
Moacir Gadotti é educador brasileiro, com vasta experiência em educação popular e
formação de professores. Nasceu em São Paulo, no ano de 1941 e iniciou sua carreira
acadêmica em 1962, tendo obtido graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo
(USP) e em pedagogia pela Faculdade Nossa Senhora Medianeira. Alguns temas nortearam a
carreira de Gadotti, como a educação popular, a formação de professores e pedagogia
crítica. Escreveu mais de 40 livros, e colaborou com a fundação do Instituto de pedagogia
crítica Paulo Freire.
Como dito, Moacir Gadotti também teve papel importante na formação de professores,
além de sua atuação na implementação de políticas públicas educacionais no Brasil, tendo
atuado como Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério
da Educação. Obteve o grau de mestrado em educação pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP), e doutorado pela Universidade de Genebra (UNIGE).

Resumo

O autor inicia o seu artigo expondo o assunto principal do texto: a preocupação global em
relação ao aquecimento global e mudanças climáticas, além de destacar a importância de
medidas tomadas no curso da história para combater tal fenômeno. Dentre as medidas
tomadas, destaca-se a Agenda 21, aprovada na Rio-92 por 173 chefes de Estado e de
governo, que visava colocar o mundo no caminho do "desenvolvimento sustentável". Além
disso, a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, lançada pelas Nações
Unidas em 2002, também é mencionada como uma mobilização global para enfrentar o
problema. O autor conclui sua introdução ao tema propondo um questionamento que
norteará seu artigo, para que respondido, sustente sua tese: O que a educação pode fazer
no contexto apresentado? Pergunta esta que foi tratado em seu livro “educar para a
sustentabilidade”, lançado pela Editora Paulo Freire.
Sessão 2: “Sustentabilidade e bem viver”.
Na segunda sessão de seu artigo, Gadotti inicia apresentando a sua tese principal: para ele a
sustentabilidade é o sonho de bem viver. Identificamos que ele defende que é mais
apropriado falar em "educação para a vida sustentável" ou "educação para a
sustentabilidade" do que em "educação para o desenvolvimento sustentável". Ele
argumenta que o último conceito é limitado e não tem a abrangência necessária para ser
uma concepção organizadora da educação. Por outro lado, educar para a vida sustentável
significa promover um modo de vida de bem-estar e bem viver em harmonia com o meio
ambiente, caracterizado por justiça, produtividade e sustentabilidade. Diante da degradação
das nossas vidas no planeta, é necessário escolher entre um caminho “tecnozóico”, que
coloca toda a fé na capacidade da tecnologia de nos tirar da crise ambiental sem mudar
nosso estilo poluidor e consumista de vida, e um caminho “ecozóico”, fundado numa nova
relação saudável com o planeta, reconhecendo que somos parte do mundo natural, vivendo
em harmonia com o universo.
O autor também menciona a importância da preservação do meio ambiente e da formação
de uma consciência ecológica através da educação. Ele defende que a pedagogia da terra ou
a “ecopedagogia” é uma pedagogia para a promoção da aprendizagem do sentido das coisas
a partir da vida cotidiana, uma pedagogia “biófila” que promove a vida e respeita todas as
formas de vida. Segundo ele, é possível encontrar o sentido ao caminhar e vivenciar o
contexto e o processo de abrir novos caminhos, o que torna a pedagogia democrática e
solidária. Embora o conceito de desenvolvimento sustentável seja visto de forma crítica por
Gadotti, ele reconhece que tem um componente educativo formidável e destaca a
importância da educação para a preservação do meio ambiente e para a formação de uma
consciência ecológica.

Sessão 3: “Educar para uma vida sustentável”


O conceito de sustentabilidade vai além do desenvolvimento sustentável e é uma força
mobilizadora importante para mudar a rota atual do modelo de desenvolvimento
insustentável do planeta. A sustentabilidade pode ser desdobrada em dois eixos: o primeiro
é a sustentabilidade ecológica, que se refere à base física do processo de desenvolvimento e
à capacidade da natureza de suportar a ação humana; o segundo é a sustentabilidade
cultural, social e política, que se refere à manutenção da diversidade e das identidades e à
qualidade de vida das pessoas. Educar para a sustentabilidade significa educar para uma
vida sustentável, guiada por novos valores, apresentados pelo autor, como simplicidade,
austeridade, paz, serenidade, saber escutar, saber viver juntos, compartilhar, descobrir e
fazer juntos. É preciso escolher um mundo mais responsável e praticar a sustentabilidade na
vida diária, na família, no trabalho, na escola e na rua.
A simplicidade voluntária é essencial para mudar nossos hábitos de consumo e reduzir
nossas demandas. A quietude é uma virtude conquistada com a paz interior, que tem a ver
com ouvir, escutar, conhecer e aprender com o outro. Educar para a sustentabilidade pode
ter um impacto positivo não só nos indivíduos, mas também nas necessárias mudanças do
sistema educacional, incluindo o nível legal, as reformas educacionais, o currículo e os
conteúdos. Isso implica um compromisso pessoal com uma vida mais sustentável, com
respeito à vida e cuidado diário com o planeta e com toda a comunidade da vida.
Compartilhar valores fundamentais, princípios éticos e conhecimentos é fundamental para
construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
A sustentabilidade é um conceito central de um sistema educacional voltado para o futuro.
Educar para a sustentabilidade significa educar para uma vida sustentável guiada por novos
valores, como simplicidade, paz, serenidade e compartilhamento. É necessário mudar
nossos hábitos de consumo e praticar a sustentabilidade na vida diária para alcançar uma
vida mais sustentável. Isso tem um impacto positivo não apenas nos indivíduos, mas
também nas mudanças necessárias do sistema educacional e na construção de sociedades
democráticas, justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

Seção 4: “Uma oportunidade para os Sistemas de educação”.

Como proposta de intervenção para o problema apresentado até aqui, Gadotti defende a
necessidade de introduzir uma cultura de sustentabilidade nos sistemas educacionais, como
forma de renovar os velhos sistemas, que para ele, podem fazer ao mesmo tempo parte do
problema e da solução. Em suas palavras, ele está convencido que a sustentabilidade é um
conceito poderoso que pode ser adaptado a diferentes realidades, levando em consideração
as particularidades locais. Não há um modelo universal de sustentabilidade e diferentes
abordagens pedagógicas podem ser adotadas para traduzir essa visão em nível local.
Aprender a viver com o risco é uma exigência da sustentabilidade, pois sabemos que não
podemos eliminar completamente os riscos.

Além da ação local, ele destaca a importância de uma ação global conjunta para promover
uma nova civilização baseada em outros princípios éticos, que não os que conduziram à
exploração econômica, a dominação política e a exclusão social. O modo pelo qual
produzimos nossa existência neste planeta decide sobre sua vida ou morte, as futuras
gerações.

Seção 5: “Considerações finais do autor”.


O autor conclui que os modelos educacionais baseados em valores predatórios e
competitivos estão ultrapassados e não são capazes de enfrentar as necessidades do
presente e do futuro. Para abordar a questão da sustentabilidade, é necessário adotar um
paradigma holístico e uma educação planetária que leve em conta a interconexão entre
todas as formas de vida na Terra e no cosmos. É preciso adaptar o conceito de
sustentabilidade às diferentes realidades locais e regionais e reconhecer que não existe um
modelo universal de sustentabilidade. A educação para a sustentabilidade é, portanto,
essencial para a criação de uma cultura de cooperação e paz nas comunidades escolares e
na sociedade em geral.
O autor destaca que a Terra deixou de ser vista apenas como um fenômeno geográfico e se
tornou um fenômeno histórico. Portanto, é essencial adotar um novo paradigma que leve
em conta a sustentabilidade do planeta e a interconexão entre todas as formas de vida.
Educar para a sustentabilidade significa educar para viver no cosmos, adotando uma
perspectiva cósmica e uma visão holística. Somente assim será possível enfrentar questões
como desertificação, desflorestamento, aquecimento global e a cruel diferença entre ricos e
pobres, e tirar o planeta da rota do extermínio.

Juízo Crítico

Ao longo da leitura produtiva identificamos que o artigo tem o objetivo de discutir a


importância da educação para a vida sustentável, e que o autor foi claro e objetivo em todos
os seus argumentos. Em tese, o mesmo sustentou a tese de um equilíbrio dinâmico com o
meio ambiente que educa para o desenvolvimento sustentável é que essa é a única solução
para os problemas que o planeta vem sofrendo. Logo na segunda sessão do texto ele
apresentou seu argumento basilar, de que a sustentabilidade é o sonho de bem viver e que
educar para a vida sustentável é educar para um modo de vida justo, produtivo e
sustentável, em harmonia com o meio ambiente. Concluímos que a tese do autor foi bem
fundamentada no desenrolar de seu artigo, e que de fato só venceremos os problemas
climáticos de nosso planeta a partir de uma tomada de consciência coletiva de que devemos
respeitar o meio ambiente e adotar uma consciência sustentável que gere, também,
atitudes sustentáveis, pois assim estaremos zelando pela nossa, e por todas as outras vidas.

https://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1624

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