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1.

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONCEPSÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Perante a problemática já instaurada hoje em relação aos problemas ambientais,


nasce a necessidade de se trabalhar a educação ambiental nas escolas, espaço
interdisciplinar de suma importância na inserção dos indivíduos nos espaços sociais, sendo
um instrumento importante na formação do indivíduo desenvolvendo mudanças nas
atitudes e comportamentos. Com isso tende a ter a necessidade de se trabalhar e
desenvolver a Educação Ambiental nos espaços escolares. De acordo com Villaverde (2012),
criando assim sociedades sustentáveis, socialmente justas e ecologicamente equilibradas.
Despertando atitudes reflexiva nos educandos em torno da problemática ambiental.
Segundo o artigo 1º da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a
educação ambiental, entende-se que Educação Ambiental são processos as quais os sujeitos
em relação de coletividade constroem valores sociais, conhecimentos e atitudes voltadas
para a conservação do meio ambiente, onde se deve atingir as comunidades para uma
participação mais ativa.
Ross e Becker (2012) conceituam Educação Ambiental de uma forma metodológica
onde cada pessoa pode assumir o papel de membro principal de ensino aprendizagem,
onde cada membro possa ser agente participativo na análise dos problemas ambientais.
Ab’Saber (1991), afirma que a Educação Ambiental consiste num processo
envolvendo um grande esforço de recuperação de realidade que muitas vezes não são nada
simples, envolvendo a mudança de comportamento e estimulando valores perdidos.
Levando a reflexão sobre o destino do homem e o futuro do planeta, uma filosofia de
Educação que passa garantir um compromisso com o futuro.
A Educação Ambiental trabalha seguindo a estratégias de mudança socioambiental
que preserve o meio ambiente, onde o homem sempre tomou como sendo uteis retiradas
da natureza, transformando-as de acordo com suas necessidades, pois considerava que a
natureza era permanente e inabalável, entretanto somente a ação antrópica poderiam
mudar (JONAS, 2006). Outrora o homem não tinha tantas condições de promover
transformações no meio ambiente em relação ao que vemos hoje, a realidade que vemos é
de um país fragilizado pela violência ambiental (GUATARRI, 2001).
Trevisol (2003, p.93) acredita que ao se propor a Educação Ambiental pode se
acreditar que ela é será capaz de levar o indivíduo a pensar suas práticas e atitudes,
esperando formar pessoas capazes de ver o meio ambiente de uma forma mais harmoniosa
mantendo uma relação sustentável com meio em que estão inseridas.
Leff (2012) aborda que a Educação Ambiental desenvolve por meio de processos
educativos, e que a mesma não corresponde a um saber acabado e já construído, trata de
uma construção de conceitos, o aluno se torna protagonista do saber ambiental ao
participar de práticas sustentáveis assumindo uma reflexão crítica com relação ao meio
ambiente.
Segundo a UNESCO (2005, p. 44), “Educação ambiental é uma disciplina bem
estabelecida que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de
conservá-lo, preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente”. Construindo nos
indivíduos conhecimentos para o seu melhor relacionamento com o meio ambiente,
fazendo com que a preservação ambiental seja algo de fato concreto para a melhor
perspectiva de vida.
Segundo Dias (2005) a Educação Ambiental caracteriza-se por incorporar uma forma
dimensional de política, cultura e socioeconômica, não podendo ser pautada de aplicações
universais, mas sim considerando as condições de cada lugar, sob uma perspectiva histórica.
Com isso deve-se levar em conta as necessidades de cada ambiente devendo se pensar qual
será a ação da Educação Ambiental para afim de atender as necessidades necessária da
sociedade.

1.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO AÇÃO EDUCATIVA

A Educação Ambiental deve ser uma ação educativa em que a comunidade possa ter
a tomada de consciência da própria realidade global, sabendo qual relação que se tem com
a natureza, e das problemáticas derivadas da dita relação do homem com a natureza. Todo
esse processo deve ser estabelecido por meio de práticas que possam possibilitar
comportamentos transformadores diante da realidade atual. Desenvolvendo assim
habilidades e atitudes para tais transformações. (SILVA, Junior, 2008, P. 104).
Sendo um processo em que se resgate e construa coletivamente ações que levem a
reflexão, sendo capaz de propiciar atitudes com relação a outros paradigmas de sociedade e
organização social, capaz de apontar para a importância do sentido de participação e
responsabilidade. Sorrentino (2000). Para Capra (1985) fazemos parte de uma teia imensa e
inseparável de relações, para ele a partir de nossas responsabilidades que iremos perceber
as possibilidades do futuro, apesar de tudo somos os únicos responsáveis por cada
descoberta e ações, e os reflexos das mesmas no planeta.
Neste sentido, Capra (1985) relata que somos todos uma parte da teia imensurável e
inseparável das relações. Para ele, é nossa responsabilidade perceber as possibilidades do
amanhã, pois antes de tudo somos únicos responsáveis por nossas descobertas, nossas
palavras, nossas ações, e os reflexos das mesmas no universo que estamos inseridos.
Meirelles e Santos (2005, pg.34) indicam que a Educação Ambiental nas escolas não
pode ser vista como meras brincadeiras, mas deve ser algo para construção de
conhecimento dos alunos em relação ao tema, sendo algo que promova situações de
aprendizagem. É importante ser trabalhado nas escolas pois elas não apenas ensinam o que
é a mesma, mas devem praticar a sustentabilidade. Baseando- se em Grun (1996) e Carvalho
(2006) toda Educação Ambiental deve ser inserida em todos os espaços de ensino, sendo
diretriz e orientação para professores e alunos em prol das questões ambientais.
Usando o pensamento de Narciso (2009, p.88) pode ser perceber que que no espaço
de ensino é de grande valia ser inserido a Educação Ambiental por ser a melhor maneira de
aprendermos e ensinarmos de forma cooperativa que nós seres humanos não somos
sozinhos e nem únicos habitantes desse planeta, e que não temos o direito de destruí-lo,
pois da mesma maneira que herdamos a terra de nossos pais, deveremos deixa-la para
nossos filhos.
A proposta de se trabalhar a Educação Ambiental parte do pressuposto de buscar em
conjunto com comunidade e sociedade uma solução conjunta em relação aos problemas
ambientais, harmonizando a ação humana. A inclusão da educação ambiental no sistema de
ensino é uma forma de reestruturação da Educação caminhando rumo a sustentabilidade,
criando e estimulando projetos na área da Educação Ambiental. (RUIZ et al., 2005).
Cassine (2009) ressalta que existem dificuldades no fazer pedagógico da Educação
Ambiental. Thomaz e Camargo (2007) ressaltam também que as academias muitas vezes
têm resistência em incorporar as questões ambientais em suas grades curriculares e
institucionais. Jacobi (2005) defende que a Educação Ambiental deve-se desenvolver através
dos Educadores Ambientais, gerando práticas ambientais, podendo assim ser capaz de
desenvolver hábitos sociais gerando a formação de cidadania ambiental.
Os desafios que muitas vezes afligem o fazer pedagógico na Educação Ambiental
segundo Sato (2001) são as metodologias ligada a Educação Ambiental, onde precisa de
objetivos claros, entretanto tem se na mente de muitos docentes de que a Educação
Ambiental reduz se somente a ecologia, afastando-os das outras áreas do conhecimento em
que a Educação Ambiental pode agregar por não se sentirem aptos ou competentes para
abordagem .
Com o objetivo de formar cidadãos consciente e preocupados com o meio ambiente
e com os problemas ambientais, resultando uma população que tenha motivações,
competências que possa lhe permita trabalhar coletivamente e individualmente pra que
possa resolver problemas atuais e impedir que futuramente os mesmos repitam-se. (SEARA
FILHO, G. 1987,p.20).
A relação entre a educação e o meio ambiente é cada dia mais desafiador, exigindo
cada vez mais novos saberes para de fato ocorrer a compreensão em relação aos processos
sociais que então mais complexos e os problemas e riscos ambientais que a cada dia se
intensificam mais. Sendo necessário a ação dos educadores para que possam reelaborar as
informações ambientais que lhe foram transmitidas para poderem demostrar para os alunos
a verdadeira expressão dos significados em torno do ambiente (Carvalho, 2004).
1.4 CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

Na Constituição Federal de 1988 seu artigo 225, relata que “Todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Sustentabilidade é o ato de crescimento de desenvolvimento de uma sociedade
levando em consideração os cuidados necessários para manter o meio ambiente
equilibrado. Segundo MORALES (2008) e SANGUINETTO (2011), a Sustentabilidade é “uma
situação futura desejável, enquanto desenvolvimento sustentável é o processo pelo qual
nos movemos do presente status quo para o futuro desejável”.
Para Cavalcanti (1997, p. 386/387) O tema sustentabilidade se implica com a
necessidade de mais pratica sociais aumentando a informação e o direito da educação
ambiental numa perspectiva integradora, tendo maior acesso a informações sobre a gestão
dos problemas ambientais, tendo mais transparência com os mesmos. Devendo ir além da
perspectiva da preservação dos recursos naturais e de um crescimento sem agressão ao
meio ambiente e sim a relação que temos com nos mesmo.Gadotti (2010, p.46).
A sustentabilidade não é algo que acontece mecanicamente, sendo resultado de um
processo de educação pela qual o ser humano passa concomitante com as relações que
contém com o universo, com a Terra, com a natureza, com a sociedade e consigo mesmo
dentro dos critérios assinalados de equilíbrio ecológico, de respeito e amor a Terra e à
comunidade de vida, de solidariedade para com as gerações futuras e da construção de uma
democracia socioecológica (BOFF, 2013, p.149).
Sustentabilidade é resultado de um complexo padrão de características básicas:
interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade e diversidade, segundo CAPRA (2006) e
ROSA (apud 2007) são essas as características que devem ser aplicadas a sociedade, para
que de fato possa alcançar a sustentabilidade. “Sustentabilidade significa sobrevivência,
perenidade dos empreendimentos humanos e do planeta” (Rodrigues, 2009)
FIORILLO (2009, p. 28) destaca que o princípio de um desenvolvimento sustentável
tem como base a mudança da produção e reprodução do homem e também suas
atividades, garantindo de forma igualitária uma relação de harmonia entre o homem com
seu ambiente, que as futuras gerações possam ter também a oportunidade de desfrutar os
mesmos recursos que hoje temos a disposição.
1.5 EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

Segundo Trajber e Sato (2010), os espaços educacionais para o conhecimento de


Sustentabilidade são aqueles que têm a intenção pedagógica de se constituir de exemplos
concretos de sustentabilidade, espaços que mantenham uma relação equilibrada com o
meio ambiente. Devendo agir de forma interdisciplinar valendo de diversas práticas e
empregabilidade de princípios transversais, resultando em espaços educadores
sustentáveis. Moreira (2011).
Projetos sobre educação ambiental e sustentabilidade deve fornecer aos alunos
experiências e vivencias não apenas na escola, mas em todos os meios vividos pelos
educandos, promovendo atitudes permanentes durante o projeto e principalmente em
todos os momentos da vida do educando, deixando de ser algo apenas focado no projeto,
mas sendo algo dimensional, estendendo-se futuramente na vida do mesmo, Segundo
Jacobi (2005) deve propiciar novas atitudes e comportamentos em relação ao consumo da
sociedade estimulando mudanças de valores coletivos e individuais.
Para Leff (2005, p.19). “O desenvolvimento sustentável foi definido como um
processo que permite satisfazer as necessidades da população atual sem comprometer a
capacidade de atender as gerações futuras”. A escola sustentável deve estimular e construir
nas crianças o espirito sustentável, para que possam levar todo aprendizado ambiental por
toda vida, possam praticar não só na escola mas também que possam aprender a viver de
forma um pouco mais sustentável, isso pode transformar o mundo, pois a ação de cada um
pode e gera a ação total, onde outras pessoas também seguindo esses mesmos exemplos,
podem mudar seus hábitos.
Para SILVA, (2014, p.7) “Enfrenta-se cotidianamente problemas ambientais de
origem antrópica buscando minimizar impactos, soluções alternativas, mudanças de
paradigmas. Cada indivíduo enquanto parte de uma sociedade, tem a responsabilidade de
promover atitudes e ações voltadas para a sustentabilidade. Esta emergência faz surgir
novas propostas no campo educacional, voltadas a qualidade de vida socioambiental. Essas
são ferramentas fundamentais para escolas incubadoras de mudanças. Considera-se que a
transição para a sustentabilidade nas escolas acontece a partir de três dimensões inter-
relacionadas, sendo o espaço físico, gestão e currículo.”
Concomitante, deve-se acolher com diversidade sendo uma meta que deve ser
proposta respeitando as individualidades e as características inerente a cada um, através de
práticas ecológicas que possibilitem e contribuía para o pleno desenvolvimento de um ser
mais reflexivo e solidário (CARNEIRO, 2011, p.28).
Para Jacobi (2005) os professores tem um papel fundamental para de fato
impulsionar as transformações de uma educação que precisa ser pautada na questão do
desenvolvimento sustentável, como cita Paulo Freire (1981) “ninguém educa ninguém.
Ninguém se educa a si mesmo. Os seres humanos se educam mediatizados pelo mundo”.
Através dos problemas ambientais vistos que os professores devem agir, sendo assim
educadores na perspectiva ambiental.
Nessa visão nasce a necessidade de o professor desenvolver uma postura reflexiva
para então numa perspectiva critica desenvolver práticas que possam articular a educação e
o meio ambiente de forma interdisciplinar, sendo preciso ter uma atuação ecológica
sustentada por princípios de criatividade, resultando assim a sensibilização de seus alunos e
sua crescente participação. (Jacobi, 2005).
O desenvolvimento da questão ambiental é uma visão de vida ou morte, não sendo
vista essas só de animais e plantas, mas sim do próprio homem e do planeta em vivemos e
que nos abriga (MILARÉ, 2005, p.50). Sendo como proposta da perspectiva sustentável
refletir e colocar em ação atitudes que não só irá suprir as necessidades da população atual,
mas atitudes que possam satisfazer as necessidades dessa geração, que possam ser
atingidas de uma forma que possa olhar para as futuras gerações que iram fazer uso dos
mesmo recursos que hoje temos que pode se perceber que está em escassez, segundo
Gadott (1999, p.53), “[...] desenvolvimento sustentável deve ser economicamente factível,
ecologicamente apropriado, socialmente justo e culturalmente equitativo, sem
discriminação”.
Pode se perceber que hoje os problemas ambientais são ocorridos de fato pelos
problemas de conhecimento, sendo que a política ambiental deve passar por uma política
do conhecimento, e também da educação. A questão de fato é aprendizagem, aprender a
complexidade ambiental não sendo de fato um problema de aprendizagem do meio, mas
sim a compreensão do conhecimento sobre o meio. (LEFF, 2002, p. 217).
Para finalizar cito uma grande ressalva explicita na “A carta da terra” que foi
retificada pela UNESCO e aprovada pela ONU em 2002, trazendo grandes princípios que são
fundamentais para a construção de uma sociedade global no século XXI, que seja justa,
sustentável e pacífica:
“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a
humanidade deve escolher seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais
interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes
promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica
diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade
terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade
sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na
justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que
nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a
grande comunidade da vida, e com as futuras gerações (A Carta da Terra, 2002)"

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