Cursos: GRH, Cont.G, Direito e LPC/ Períodos: Manhã/Tarde
Aula n. º 1, II ano Cadeira: Educação Ambiental. Prof. Lemos Francisco, Sociólogo
Capítulo I – Introdução à Educação Ambiental
Introdução à Educação Ambiental
Definição e importância da Educação Ambiental A educação ambiental é um processo educativo que busca conscientizar as pessoas sobre a importância da conservação e preservação do meio ambiente, promovendo uma mudança de atitude em relação ao uso dos recursos naturais. Essa área do conhecimento tem como objetivo principal estimular a reflexão crítica sobre a relação entre ser humano e natureza, a fim de fomentar práticas sustentáveis e responsáveis. A importância da Educação Ambiental reside na necessidade de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação ambiental, a fim de construir uma sociedade mais sustentável.
Histórico da Educação Ambiental em Angola e no mundo
Em Angola, a Educação Ambiental teve início em meados da década de 1990, com a criação de programas e projetos governamentais para a conscientização da população sobre a importância da preservação do meio ambiente. A Educação Ambiental em Angola é regida pela Lei nº 5/98, de 19 de junho, que estabelece a Política Nacional do Ambiente. Esta lei prevê a obrigatoriedade da Educação Ambiental como instrumento para a conscientização da população sobre a importância da proteção ambiental e a promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, em 2004, foi aprovado o Plano Nacional de Educação Ambiental, que estabeleceu as diretrizes e os objetivos para a implementação da Educação Ambiental em todo o país. Este plano tem como objetivo promover a sensibilização, a conscientização e a participação da população na gestão ambiental, visando à melhoria da qualidade de vida e à preservação dos recursos naturais. Em 2006, foi criado o Instituto Nacional de Educação Ambiental (INEA), que tem como objetivo coordenar, orientar e implementar as políticas e programas de Educação Ambiental em Angola. O INEA é responsável por promover a formação de educadores ambientais, elaborar materiais didáticos e pedagógicos, desenvolver projetos e programas de Educação Ambiental em todo o país, entre outras atividades. Outrossim, a Educação Ambiental também está prevista no Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022, que estabelece as diretrizes e as metas para o desenvolvimento sustentável em Angola. Este plano prevê a implementação de programas e projetos de Educação Ambiental em todo o país, visando à promoção da sustentabilidade e à proteção dos recursos natural.
A nível mundial, a Educação Ambiental teve início na década de 1960, quando as
preocupações com os impactos ambientais da atividade humana passaram a ganhar destaque. Na Conferência de Estocolmo, em 1972, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que tem como uma de suas principais funções promover a Educação Ambiental em todo o mundo. Nos anos seguintes, a Educação Ambiental foi sendo cada vez mais valorizada, tanto por governos quanto por organizações não governamentais. Em 1975, foi realizada a Conferência Internacional de Educação Ambiental em Belgrado, que estabeleceu os princípios básicos da Educação Ambiental. A partir daí a Educação Ambiental foi se expandindo e se tornando mais presente em diferentes países e em diferentes níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior. Hoje em dia, a Educação Ambiental é uma área de conhecimento transdisciplinar, que busca integrar diferentes áreas do conhecimento na busca por soluções para os problemas ambientais.
Relação entre a sociologia e a Educação Ambiental
A relação entre a sociologia e a educação ambiental é fundamental para a compreensão das questões socioambientais que afetam a sociedade contemporânea. A sociologia, como ciência social que estuda as relações sociais, é uma disciplina que fornece ferramentas teóricas e metodológicas para entender como as práticas sociais e culturais contribuem para a degradação ambiental. Por sua vez, a educação ambiental, como campo interdisciplinar que busca promover a consciência ecológica e a ação ambiental, pode se beneficiar da análise sociológica para entender os processos sociais que influenciam as atitudes e comportamentos em relação ao meio ambiente. De acordo com Santos (2012), a sociologia ambiental tem como objetivo "analisar as interações entre a sociedade e o ambiente natural, identificando as formas como os processos sociais afetam o ambiente e as consequências desses processos para as condições de vida humana e para a própria sobrevivência da biosfera". Segundo Layrargues (2004), a educação ambiental é um campo interdisciplinar que "deve articular diferentes áreas do conhecimento, como a biologia, a geografia, a sociologia, a filosofia, a história, a psicologia, a pedagogia e outras, para a construção de uma visão integrada do meio ambiente e da sustentabilidade". A relação entre a sociologia e a educação ambiental pode ser vista de diferentes formas. Por um lado, a sociologia pode ajudar a entender como as práticas sociais e culturais afetam o ambiente e como as questões ambientais afetam as relações sociais. Por outro lado, a educação ambiental pode se beneficiar da análise sociológica para entender os processos sociais que influenciam as atitudes e comportamentos em relação ao meio ambiente. De acordo com Guimarães (1995), a educação ambiental "precisa ser entendida como um processo de aprendizagem social, cultural e política, que envolve a compreensão das relações sociais e dos processos culturais que moldam a relação do homem com a natureza". A sociologia pode contribuir para a Educação Ambiental ao analisar as relações sociais que influenciam a forma como as pessoas interagem com o meio ambiente. Através de uma abordagem crítica, a sociologia pode ajudar a compreender as causas dos problemas ambientais e as relações de poder que os sustentam.
A educação ambiental para a sustentabilidade deve permitir que a educação se
converta em uma experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora de sentidos e significados, que estimule a criatividade e permita redirecionar a energia e a rebeldia da juventude para execução de projetos de atividades com a construção de uma sociedade mais justa, mais tolerante, mais equitativa, mais solidária democrática e mais participativa e na qual seja possível a vida com qualidade e dignidade. (Cúpula das Américas, 1998) Referência bibliográfica:
Leff, E. (2015). Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder
(12a ed.). Petró Silva, J. G. (2011). Problemas Ambientais Globais. Em J. L. Loures (Org.), Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania (pp. 29-38). São Paulo: Moderna. Sachs, I. (2009). Caminhos para o desenvolvimento sustentável (2a ed.). Rio de Janeiro: Garamond. Carvalho, I. C. M. (2012). Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico (7a ed.). São Paulo: Cortez. Ministério da Educação. (2012). Educação Ambiental: caderno do formador. Brasília: MEC.