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Fundamentos da educação ambiental

Prof. Arthur Rodrigues Lourenço

Descrição
A construção da educação ambiental ao longo da história e os elementos primordiais para o seu
exercício no Brasil.

Propósito
Analisar o desenvolvimento da educação ambiental no mundo e a atuação do Brasil para a implementação
e a disseminação das ideias do
desenvolvimento sustentável por meio da educação.

Objetivos
Módulo 1

Educação ambiental
Identificar as concepções da educação ambiental.

Módulo 2

Agenda 21
Comparar a Agenda 21 com a educação ambiental.

Módulo 3

Política Nacional
Listar as políticas públicas brasileiras para educação ambiental.

Introdução
Abordaremos neste conteúdo como se desenvolveram os fundamentos teóricos utilizados para a
atuação em educação ambiental, incluindo
aí seu histórico e a construção de conhecimentos
destinados ao alcance das premissas do desenvolvimento sustentável.

Conheceremos ainda as leis e os regulamentos direcionadores da prática da educação ambiental


dentro e fora das salas de aulas. Veremos
também como ela avançou na sociedade e de que
maneira ainda pode ser incrementada como promotora da sustentabilidade.

1 - Educação ambiental
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as concepções da educação ambiental.

Definição e contexto histórico


Assim como muitos dos campos científicos, o campo da educação ambiental, incluindo o próprio
conceito, se modificou ao longo do tempo
conforme surgiam novas informações, técnicas e
correntes de pensamento. Sua origem advém da percepção dos impactos negativos que nós,
humanos, provocamos no meio ambiente externo, ou seja, se refere aos danos que causamos a
uma natureza intocada/preservada.

No entanto, esse conceito foi ampliado, tendo em vista que o meio ambiente inclui não só o
meio natural, como também o artificial. Tal mudança
começou a acontecer no momento em que os
seres humanos começaram a se enxergar como parte integrante dos sistemas naturais, estando
juntos de todos os outros organismos. Essa modificação foi possibilitada graças ao
surgimento das teorias evolutivas e de todos os estudos que
surgiram nesse sentido.

Hoje em dia, a educação ambiental é definida como o conjunto de ações educativas cujo objetivo é
conscientizar as pessoas sobre os problemas
ambientais existentes no meio ambiente
intocado (natural) ou artificial (construído pelo homem). Ela também busca
soluções para esses
problemas ambientais.

Nos próximos tópicos, estudaremos como o conceito da educação ambiental foi desenvolvido ao
longo do tempo. Além disso, apontaremos sua
aplicabilidade nos diferentes setores da
sociedade.
Década de 1960 (início dos pensamentos e reflexões sobre a problemática
ambiental)
Em meados da década de 1960, após a Terceira
Revolução Industrial, na Inglaterra, diversos problemas ambientais começaram a ser
percebidos.
Esses problemas, que já vinham acontecendo em diferentes escalas em diversas
regiões do planeta, despertaram a atenção da opinião pública e
dos governantes.

Curiosidade

Um dos acontecimentos mais importantes nessa época, foi o lançamento do livro Primavera Silenciosa, da bióloga Rachel Carson, em 1962. No
livro, Carson apontou principalmente como o uso indiscriminado de pesticidas estava diretamente relacionado à diminuição de pássaros e ao
consequente envenenamento da população na região.

Sem os pássaros, o local ficou “silencioso”, e esse silêncio era um alerta claro sobre as intervenções humanas danosas ao meio ambiente. Além
disso, nesse livro, a autora fez duras críticas ao gerenciamento equivocado dos órgãos públicos em relação à indústria química, o que resultou na
oposição de muitos cientistas da época.

Carson ainda fez previsões e levantou hipóteses proféticas de como o uso exacerbado do DDT (pesticida) tornaria as pestes combatidas cada vez
mais resistentes, demandando o aumento gradativo do uso dessas substâncias com o tempo.

Depois das percepções de Carson sobre o uso incontrolado de pesticidas, se iniciou uma
conscientização sobre os
efeitos danosos da má gestão dos recursos ambientais.
Evidenciaram-se, assim, os efeitos irreversíveis que as
atividades humanas podem causar nos
ecossistemas naturais e nos seres humanos.

A partir disso, começou-se a perceber, por exemplo, que a poluição dos rios
poderia tornar sua água imprópria para consumo e ocasionar impactos
diretos em
toda a cadeia alimentar.

Essas atitudes indiscriminadas, principalmente da indústria, tinham o potencial de ocasionar


modificações nos microrganismos (algas e animais
microscópicos), os quais, na maioria das
vezes, são negligenciados. Essas modificações, por sua vez, podem afetar os seres
dependentes desses
microrganismos, como os peixes, animais com grande importância para as
populações humanas, já que eles são utilizados em nossa alimentação.

Resumindo

Os impactos ambientais, em algum momento, influenciarão a qualidade de vida dos


seres humanos. Assim que se entende esse fato, ocorre a
conscientização das
pessoas sobre o motivo de evitar ou minimizar tais impactos. Isso promove a
ideia de finitude, ou seja, de limite dos recursos
naturais.

Ainda na década de 1960, houve outros importantes acontecimentos. Vamos ver a seguir:

1965

O termo “educação ambiental” foi usado pela primeira vez durante a


conferência de educação da Universidade de Keele, no Reino
Unido. Nesse
momento, a educação ambiental estava associada à ideia de que a
conservação da natureza deveria fazer parte do
contexto escolar,
estando, assim, especialmente ligada às disciplinas de Ciências e
Biologia.
1968

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura


(Unesco) atualizou a definição de educação ambiental,
dando a essa
prática um caráter abrangente e interdisciplinar.

1969

No Reino Unido, foi fundada a Sociedade de Educação Ambiental, cujo


objetivo principal era incentivar a investigação de problemas
ambientais
e como deveriam ser feitas as abordagens educativas acerca desses
problemas. Teve início, naquele momento, um
movimento ambientalista
impulsionado por artistas, políticos e imprensa europeia. Dava-se cada
vez mais atenção ao tema, sendo
popularizado o termo “educação
ambiental” no mundo.

Década de 1970 (popularização da educação ambiental)


A partir da década de 1970, o termo “educação ambiental” começou a ser mais difundido pelo
mundo e, a partir daí, surgiriam as primeiras políticas
ambientais.

A seguir, vamos conhecer importantes marcos para a educação ambiental na década de 1970.

1970

O termo apareceu pela primeira vez em uma publicação intitulada Manifesto para a
sobrevivência, editada pela revista científica The
ecologist.

1972

Durante uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o


meio ambiente humano, em Estocolmo, na Suécia, a
educação ambiental foi
apresentada como uma proposta para a contenção da crise ambiental do
planeta. Dessa forma, ela entrou em
definitivo para a agenda política de
diversos governos.

1975

A Unesco foi responsável pela promoção do Encontro Internacional de


Educação Ambiental, em Belgrado, na Iugoslávia. Nesse
importante
encontro, foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental
(PIEA). O principal objetivo do PIEA era orientar
como a educação
ambiental deveria ser tratada: um processo multidisciplinar,
multilateral, continuado e em acordo com os interesses
regionais e
nacionais de cada país.

1977

Durante a Conferência Internacional de Educação Ambiental, em Tbilisi,


na Geórgia, foram estabelecidas a definição de educação
ambiental, assim
como sua finalidade e os princípios norteadores de atuação dela. Com
isso, a educação ambiental pôde ser definida

áti d d ã fi lid d d l ã d bl l i d i bi t i d f
como a prática da educação com a
finalidade de resolução de problemas relacionados ao meio ambiente
por meio de um enfoque
interdisciplinar e de uma participação ativa
e responsável de cada indivíduo ou da coletividade.

De acordo com o documento editado no evento da Conferência Internacional de Educação


Ambiental em 1977, os princípios norteadores da
educação ambiental são:

Visão de totalidade do ambiente


Ideia de que todos somos parte da natureza, estando interligados.

Processo contínuo e permanente


A educação ambiental deve ser tratada como uma prática constante e em
evolução.

Interdisciplinaridade
Significa que essa educação constitui um tema comum a duas ou mais
disciplinas, como as Ciências, a História ou a Geografia.

Metodologia participativa
Há espaço de fala e participação para todos.

Formação de cidadãos
Busca-se o sentimento de responsabilidade coletiva pelo planeta.

Saiba mais

No fim da década de 1970, no Brasil, a educação ambiental começou a fazer parte


do contexto escolar com o desenvolvimento de alguns projetos
em escolas públicas
do Distrito Federal, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para os
cursos de ensino superior, as disciplinas de
Ciências Ambientais começaram a
fazer parte da grade curricular dos cursos de Engenharia.

Década de 1980 (aumento da visibilidade da educação ambiental)


Na década de 1980, a educação ambiental passou a ter maior visibilidade com a criação da
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, em 1983, e
com a realização da Conferência
Internacional de Educação Ambiental, em 1987. Vamos conhecer mais detalhes a seguir.
1983
Foi criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, órgão
da ONU que trouxe mais clareza à ideia do desenvolvimento
sustentável e da
conscientização coletiva sobre o meio
ambiente.

1987
Na cidade de Moscou, na Rússia, ocorreu a Conferência
Internacional de Educação Ambiental. Foi lançado nessa
conferência o Relatório Brundtland,
cujo principal objetivo
era embasar e promover o desenvolvimento sustentável por
meio da apresentação de possíveis estratégias e métodos a
serem empregados em diversas situações.

Década de 1990 (evolução das políticas ambientais)


A partir dos anos 1990, um novo jeito de pensar as políticas ambientais foi
implementado: o agir local e o pensar global. Essa nova abordagem
sobre o
desenvolvimento sustentável e a educação ambiental se deu graças a dois grandes eventos principais:

1992
Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU no Rio de
Janeiro, também conhecida como Rio-92.

1997
Conferência Internacional de Educação Ambiental e Sociedade, em
Tessalônica, na Grécia.

Nos dois eventos, a educação ambiental foi citada como forma de disseminação das informações
sobre o meio
ambiente que contribuiriam para a conscientização daquela e das próximas
gerações. Além disso, planos de ações de
governos também foram apreciados e discutidos.

A seguir, o professor Arthur Rodrigues Lourenço falará sobre o contexto em que a Rio-92
ocorreu, quais foram seus objetivos, os países que
participaram do evento, quais foram as
deliberações feitas sobre a educação ambiental, além de suas consequências para sociedade
brasileira e
desdobramentos dos eventos seguintes, como a Rio +10 e Rio +20. Vamos ouvir!

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Podcast

Início do século XXI (disseminação da sustentabilidade e eventos sobre


educação ambiental no Brasil)
Diversos outros eventos relacionados à educação ambiental e a outros temas correlatos
continuaram a acontecer ao longo dos anos.

Exemplo

Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (Rio +10), em 2002, e


Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU
(Rio +20), dez anos
depois.

Com o passar dos anos, a educação ambiental foi sendo encarada como uma aliada no combate à
superexploração do meio ambiente e a
promotora de uma vida sustentável e digna a todos.
Assim, a principal concepção sobre ela passou a ser a de uma conscientizadora do indivíduo e
da sociedade em geral
sobre os problemas ambientais presentes e futuros nos quais os seres humanos, como parte
integral do planeta, são
colocados.

Hoje em dia, a educação ambiental também


está associada às mudanças no estilo de vida e aos padrões de consumo que
adotamos como
indivíduos. Tudo isso exige processos educativos que
indiquem os caminhos para uma relação mais harmoniosa entre humanidade e
natureza.

Concepções
A educação ambiental pode ser concebida em duas
vertentes principais:

Educação ambiental formal

A educação ambiental formal ou escolar consiste na apresentação de informações e


na conscientização de alunos no contexto da sala de aula.

Você se lembra de quando estudou na escola acerca dos problemas ambientais?


Sobre a destruição da camada de ozônio, o desmatamento ou as
chuvas ácidas, por
exemplo?

Todos esses problemas ambientais – e outros – são temas que fazem parte do currículo escolar
e representam a
educação ambiental formal.
Em geral, a educação ambiental formal está inserida nas disciplinas de Ciências (ensino
fundamental) e Biologia (ensino médio), mas ela tem
repercussão em diversas outras
disciplinas, podendo – e devendo – ser tratada de forma interdisciplinar pelos professores.

Saiba mais
A presença da educação ambiental formal nas salas de aula das escolas
brasileiras é definida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Educação ambiental não formal

Em algum momento da sua vida, você já:

Viu cartazes na rua com mensagens como “jogue o lixo no lixo”?

Observou indicações sobre como descartar seu lixo de forma correta, usando
cestos específicos para plástico, papel, vidro e metal?

Teve a oportunidade de participar e/ou observar o plantio de mudas ou a


coleta coletiva de lixo em praias?

Ouviu uma palestra ou teve uma conversa sobre a importância de se saber de


onde vem o alimento que você está consumindo?

Essas perguntas são exemplos de formas educativas de conscientização sobre suas ações e as
respectivas consequências delas em relação ao
meio ambiente. Elas exemplificam, portanto,
uma educação ambiental não formal.

A educação ambiental não formal pode se dar de múltiplas formas. Já sua promoção ocorre por
intermédio de diferentes órgãos, instituições ou
empresas, como os exemplos a seguir:

Museus

Centros de ciências
Parques

Praças

Espaços turísticos

Espaços culturais
Ela, portanto, precisa ser formulada especificamente para cada contexto, tema e público,
tendo o devido respeito aos valores e à cultura do coletivo-
alvo dessas ações. Suas
atividades preferencialmente devem envolver a participação ativa do público-alvo e o
incentivo para a continuidade de boas
práticas.

Desafios no Brasil e educação ambiental para a sustentabilidade


Desde seus primórdios, a educação ambiental surge como uma prática que tira o ser humano
de sua zona de conforto e o apresenta a uma
realidade nada agradável, a qual, aliás,
nada mais é do que o fruto de um desenvolvimento exploratório insustentável. Hoje, ela
possui, em sua
concepção, o objetivo de uma
conscientização coletiva por meio de diversas práticas de caráter formal ou
não formal.

Se desejamos conhecer alguns dos principais desafios relativos à educação ambiental de


determinado local, comecemos analisando quais são
seus principais problemas ambientais.
No caso do Brasil, podemos citar diversos casos.

Listaremos alguns deles a seguir:


O desmatamento criminoso na Amazônia

As queimadas no Pantanal

A poluição do ar na cidade de São Paulo

A poluição da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro

O descarte incorreto de lixo em mais de 50% dos municípios brasileiros

A falta de água potável e as frequentes enchentes causadas pelas chuvas


A falta ou a imprecisão das informações que chegam até os brasileiros também é um grande
problema. Caberia à educação ambiental traçar
planejamentos de ação de cunho educativo
voltados para a problematização dessas situações.

Entenda os desafios para a educação ambiental encontrados no contexto formal e não formal.

Contexto formal
Na escola, os desafios encontrados para a realização plena da educação
ambiental variam desde a esfera das políticas educacionais até o
cotidiano
das salas de aula. Nesse sentido, percebemos que ela se faz presente nos
parâmetros curriculares, embora muitas vezes as ações
propostas para cada
tema estejam defasadas da realidade local.

Por isso, existe um tratamento superficial dos temas abordados. Além da


falta de diálogo entre as matérias do currículo (já que a educação
ambiental
se trata de um tema interdisciplinar), ocorre até mesmo a ausência de
formação adequada do corpo docente e dirigente das escolas
em relação aos
temas ambientais.

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Contexto não formal

Nos espaços de educação não formal, os desafios são muito mais diversos, uma
vez que os agentes, os públicos-alvo e os contextos são
múltiplos. Desse
modo, um obstáculo importante é “falar a mesma língua”, ou seja, fazer com
que as ações educativas e políticas públicas
atinjam de forma democrática e
eficaz todos os públicos possíveis.

Se considerarmos a pandemia da covid-19 e as possíveis causas que levaram à contração e à


disseminação do vírus pelos humanos, existe uma
hipótese de que ele teria sido transmitido
para os humanos por meio do consumo de animais de origem silvestre.

Saiba mais

Entre 2019 e 2020, começou no mundo uma pandemia de proporções catastróficas, a


pandemia da COVID-19. As possíveis causas que levaram à
contração e disseminação
do vírus da COVID-19 pelos humanos não são totalmente conhecidas. Mas existe uma
hipótese de que o vírus teria sido
transmitido para os humanos por meio do
consumo de animais de origem silvestre.

Em muitos lugares do mundo, o consumo de animais silvestres é proibido, já que


essa prática envolve a caça e o abate dos animais. Isso causa o
desequilíbrio
dos ecossistemas em algum grau, além de outros problemas envolvidos, como o
próprio surgimento de novas doenças em humanos.
Portanto, este também constitui
um problema ambiental que poderia e deveria ser melhor abordado através de ações
em educação ambiental.

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A educação ambiental e a saúde pública
Neste vídeo, o professor Arthur Rodrigues Lourenço explica como a educação ambiental, tanto
formal como não-formal, pode ajudar na
conscientização sobre problemas ambientais e de saúde
pública, incluindo a prevenção e contenção da disseminação de doenças.

Nos tempos atuais, vem aumentando o acesso às novas tecnologias e às mídias digitais. Esse
fenômeno pode ser utilizado para aproximar
realidades distantes e promover a troca de
conhecimentos e experiências em locais anteriormente isolados e de difícil acesso.

A inclusão digital, cada vez mais presente e comum na sociedade moderna, é um importante
meio de divulgação das
notícias e do conhecimento. Entretanto, caberá aos promotores de
educação ambiental formal ou não formal o uso
desse recurso e a orientação relativa aos
passos e às atividades a serem realizados.
Dica
Esses promotores incluem desde os educadores formais, como os professores e os
cientistas, até os familiares e os cidadãos conscientes e
engajados nas causas
ambientais.

Entre os muitos desafios, talvez o maior deles seja a urgência para que decisões sejam
tomadas em relação à problemática ambiental. Vivemos um
momento em que o planeta já
apresenta sinais claros de exaustão de recursos naturais e de capacidade de suporte às
frequentes pressões
antrópicas. As consequências disso já estão sendo percebidas por todos.

A sustentabilidade é a ideia de usufruir


dos recursos naturais de forma respeitosa e responsável com o propósito de
que seu uso no presente não
comprometa as futuras gerações. Ela
incentiva, desse modo, as práticas que busquem minimizar os impactos ambientais
e até revertê-los.

A implantação de ações que promovam seus ideais constitui um dos princípios da educação
ambiental. A sustentabilidade gradativamente vem
fazendo parte do nosso dia a dia, já que
ela representa o caminho para um futuro mais harmonioso entre o homem e a natureza.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A educação ambiental é uma prática que objetiva a sensibilização e a conscientização das pessoas de que é possível e preciso estabelecer
uma relação saudável entre homem e natureza. Em que momento histórico foram definidos a concepção, a finalidade e os princípios
norteadores dela?

A Em 1965, na Conferência da Educação da Universidade de Keele, no Reino Unido.

B Em 1970, na publicação Manifesto para a sobrevivência da revista científica The ecologist.

C Em 1977, na Conferência Internacional de Educação Ambiental, em Tbilisi, na Geórgia.

D Em 1987, na Conferência Internacional de Educação Ambiental, em Moscou, na Rússia.

E Em 1992, na Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, no Rio de Janeiro, no Brasil.
Parabéns! A alternativa C está correta.
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Questão 2
A educação ambiental está presente em diversos momentos de nosso cotidiano e até ao longo de nossa vida. É um exemplo de educação
ambiental formal:

A Um ato de coleta de lixo em uma trilha promovido por uma organização não governamental (ONG).

B Um filme sobre as consequências do efeito estufa durante uma aula de Ciências.

C Uma palestra em um centro comunitário sobre como separar o lixo reciclável do não reciclável.

D A distribuição de panfletos que abordem os motivos para não se fazer queimadas.

E Um jogo educativo apresentado às crianças em uma praça pública.

Parabéns! A alternativa B está correta.


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2 - Agenda 21
Ao final deste módulo, você será capaz de comparar a Agenda 21 à educação ambiental.
Apresentação e panorama atual
A Agenda 21 é um documento que foi editado e assinado por 179 países durante a Conferência
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, no
Rio de Janeiro, no Brasil, em 14 de junho
de 1992. Tal documento trata dos planos e dos direcionamentos para a promoção do
desenvolvimento
sustentável por meio de estratégias que envolvem a conservação do meio
ambiente, o consumo consciente e a justiça social.

A Agenda 21 está organizada em 4 seções compostas por 40 capítulos. Em cada uma delas, são
abordados objetivos específicos e orientações
para sua implementação e atuação.

Todos esses objetivos estão comprometidos com a:

Melhoria da qualidade de vida de todos.

Gestão de recursos naturais para um desenvolvimento sustentável.


Veremos agora o que cada uma das suas seções aborda:

Seção I: dimensões sociais e econômicas expand_more

Seção II: conservação e gerenciamento dos recursos para o desenvolvimento expand_more

Seção III: fortalecimento do papel dos grupos principais expand_more

Seção IV: meios de implementação expand_more

Todo o conhecimento discutido na Agenda 21 é de suma importância para os profissionais


em formação,
especialmente para aqueles que desejam atuar no setor de serviços
ambientais.

Comentário
Neste módulo, falaremos particularmente sobre o capítulo 36, que, de forma
direta, aborda o tema da educação ambiental.

A Agenda 21 Brasileira
O Brasil ainda demorou três anos, desde a Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento de 1992, para dar início à construção da própria
Agenda 21.
Concluída em 1997, a versão brasileira tem como característica principal a
dependência mútua das esferas ambientais, econômicas,
sociais e institucionais.

A Agenda 21 Brasileira está organizada em seis eixos temáticos:

Gestão dos recursos naturais


Essa gestão fala sobre o uso dos recursos naturais renováveis, como
a água e os biocombustíveis, e dos não renováveis, como o petróleo e
os
minerais.

Exemplo: Ações nesse sentido incluem o incentivo à utilização do gás


natural veicular (GNV) e ao desenvolvimento de biocombustíveis.

Agricultura sustentável
Engloba o uso responsável do solo, da água e dos insumos necessários
à prática da agricultura.

Exemplo: Disseminação do consumo de alimentos orgânicos e utilização


das técnicas agrícolas minimizadoras dos impactos causados pela
agricultura, como a agroecologia e a aquaponia.

Cidades sustentáveis
Elas são cidades que praticam o devido cuidado de seus recursos
naturais, realizando o tratamento de detritos gerados, como lixo e
esgoto, e
pensando em alternativas para problemas ambientais.

Exemplo: O planejamento das áreas verdes e ciclovias.

Infraestrutura e integração regional


São previstos investimentos na infraestrutura pública de cidades,
como hospitais e escolas, que podem atender a demandas tanto locais
quanto
regionais.

Exemplo: Implementação de hortas comunitárias em escolas, gerando,


com isso, atividades educacionais e a produção de alimentos
saudáveis
incluídos na merenda escolar.

Redução das desigualdades sociais


Ela ocorre por meio de programas:

Assistencialistas, como os de combate à fome e à pobreza;


Capacitantes de pessoas para novas oportunidades de trabalho.

Exemplo: a Operação LimpaOca promovida pelo projeto Uçá. Ele garante


uma fonte de renda aos catadores de caranguejo durante o período do
defeso para que seja realizada a retirada de resíduos sólidos dos
manguezais.

Ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável


Estão previstos aqui os investimentos em instituições de ciência e
tecnologia cujo objetivo seja o aprimoramento e o desenvolvimento de
projetos
com a temática da sustentabilidade.

Exemplo: A implementação de ciclovias e o incentivo ao uso de


transportes que não usam combustíveis fósseis são práticas adotadas
por cidades
sustentáveis e constam na Agenda 21 Brasileira.

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O que é e como funciona uma aquaponia (em que está a sustentabilidade
desta prática) ?
Neste vídeo, o professor Arthur Rodrigues Lourenço ensina o que é e como funciona um sistema
de aquaponia. Ele também explica como a
aplicação dessa prática está ligada à utilização
responsável dos recursos naturais. Veremos os princípios e os métodos de aquaponia,
relacionando-
os ao desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis.

Apesar de ter sido desenvolvida a partir de 1997, a Agenda 21 Brasileira começou a ser
implementada no país somente seis anos depois. Diversos
investimentos passaram então a
ocorrer em vários setores.

Exemplo
A implementação de programas sociais, assim como a idealização e a construção de
universidades e institutos de ensino públicos.

A Agenda 21 Brasileira ainda tem seus objetivos e estratégias utilizados como referência
para eventos nacionais relacionados à sustentabilidade,
como a Conferência Nacional de Meio
Ambiente, a Conferência das Cidades e a Conferência da Saúde.

Agenda 21 e a educação ambiental

Dentro da Agenda 21, a educação ambiental é tratada de forma mais direta em seu capítulo 36. Intitulado “Promoção do ensino, da conscientização
e do treinamento”, ele está alocado na seção IV do documento denominada “Meios de implementação”.

Nesse capítulo, a educação ambiental, conforme definição acordada na Conferência Internacional de Educação Ambiental de 1977, serve como
base para o desenvolvimento de novas estratégias.

O capítulo 36 é dividido em três áreas principais. Falaremos sobre cada uma delas adiante:

Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável expand_more

Aumento da consciência pública expand_more


Promoção do treinamento expand_more

A seguir o professor Arthur Rodrigues Lourenço irá falar sobre cursos voltados para o meio
ambiente e sustentabilidade, mostrando quais são as
competências e habilidades desejáveis
para estes profissionais em formação. Trataremos também das diferentes carreiras possíveis,
no âmbito
dos serviços ambientais, considerando a atuação na educação ambiental dos
profissionais da educação e da indústria, por exemplo. Vamos ouvir!

headset
Podcast

Por fim, o texto do capítulo 36 da Agenda 21 traz a mensagem de que o ensino, a consciência
coletiva e o treinamento são ferramentas
indispensáveis para o desenvolvimento das pessoas e
da sociedade, pois, com elas, é possível buscar a sustentabilidade e um futuro melhor.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Agenda 21 Brasileira é um documento que busca orientar as práticas para o desenvolvimento sustentável do país por meio de um
planejamento participativo e integrado. Ela é dividida em quantos eixos temáticos? O que eles abordam?

A Dois eixos temáticos: educação ambiental formal e não formal.

Três eixos temáticos: reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável, aumento da consciência pública e
B
promoção do treinamento.

Quatro eixos temáticos: dimensões sociais e econômicas, conservação e gerenciamento dos recursos para o desenvolvimento,
C
fortalecimento do papel dos grupos principais e meios de implementação.

Cinco eixos temáticos: reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável, aumento da consciência pública,
D
promoção do treinamento, educação ambiental formal e não formal.

Seis eixos temáticos: gestão de recursos naturais, agricultura sustentável, cidades sustentáveis, infraestrutura e integração
E
regional, redução das desigualdades sociais e ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável.
Parabéns! A alternativa E está correta.
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Questão 2
A educação ambiental faz parte do conjunto de práticas para o desenvolvimento sustentável, estando, assim, contida na agenda política global
da Agenda 21. Em qual capítulo dela essa educação é tratada de forma direta?

A 9

B 16

C 26

D 30

E 36

Parabéns! A alternativa E está correta.


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3 - Política Nacional de Educação Ambiental


Ao final deste módulo, você será capaz de listar as políticas públicas brasileiras para educação ambiental.
Um breve histórico

Antes de ser promulgada de fato dentro da Constituição Federal, a Política Nacional de


Educação Ambiental (PNEA) foi sendo construída a partir de
alguns marcos legislativos no país.

Discorreremos brevemente sobre cada um deles:

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 expand_more

Lei de Diretrizes e Bases de 1996 expand_more

Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998 expand_more

Lei n° 9.795/1999: Política Nacional da Educação Ambiental expand_more

Decreto n° 4.281/2002 expand_more

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Como a educação ambiental chega à sala de aula?
Neste vídeo, o professor Arthur Rodrigues Lourenço explica os caminhos pelos quais as
propostas sobre educação ambiental e temas
correlacionados passam, antes de serem incluídos
nos PCNs.

Determinações: o que já foi implantado?


A promulgação da PNEA em 1999 acarretou diversas consequências relacionadas a um melhor
desenvolvimento da educação ambiental no Brasil.
Algumas delas podem ser medidas, entre
outros quesitos, por meio da criação de órgãos do governo federal ou de governos
estaduais e da
introdução dela nos PCNs de uma maneira mais efetiva.

Abordaremos agora algumas dessas consequências:

Em 1999
No mesmo ano da promulgação da Lei da PNEA, foi criada a diretoria do Programa Nacional de
Educação Ambiental, que é vinculada ao Ministério
do Meio Ambiente.

Sua criação permitiu o desenvolvimento de atividades. Eis algumas delas:

Implantação do Sistema Brasileiro de Informações sobre Educação


Ambiental (Sibea)
A função da Sibea é reunir as informações sobre o desenvolvimento da
educação ambiental por todo o país e torná-las disponíveis para a
população.

Implantação de polos de educação ambiental e difusão de práticas


sustentáveis nos estados
Isso faz parte do plano de capacitação de recursos humanos para a
educação ambiental.

Fomento à formação de comissões interinstitucionais de educação


ambiental nos estados
Trata-se de auxiliar de forma financeira e estratégica a elaboração de
agendas estaduais para a educação ambiental.

Implantação de curso de educação ambiental a distância


Seu objetivo é novamente a formação de recursos humanos para a atuação
na área.

Implantação do projeto Protetores da Vida


O propósito desse projeto é formar e capacitar jovens para eles poderem
lidar com questões ambientais.

Na década de 2000
A educação ambiental se tornou um programa vinculado ao Plano Plurianual (2000-2003) do
Ministério do Meio Ambiente. Desse modo, ela passou
a ser oferecida em parceria com
instituições governamentais, como por exemplo, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Ainda na década de 2000, houve alguns conhecimentos importantes, vamos conhecer a seguir:

2001

Ocorre o fortalecimento das instituições movidas pela educação ambiental.

Apontaremos cinco delas a seguir:

Rede Brasileira de Educação Ambiental (Rebea);

Rede Paulista de Educação Ambiental (Repea);

Rede de Educação Ambiental da Região Sul (REASul);

Rede Pantanal de Educação Ambiental (Rede Aguapé);

Rede Acreana de Educação Ambiental (Raea).

2002

Há o sancionamento do Decreto n° 4.281, conforme apontamos anteriormente. Tal


decreto tornou mais claros os objetivos da Lei da PNAE e
facilitou os passos a
serem tomados a partir dele.
2003

É criada a Comissão Intersetorial de Educação Ambiental (Cisea), que está


presente dentro de todas as secretarias e órgãos vinculados ao
Ministério do
Meio Ambiente. No mesmo ano, o Ministério da Educação (MEC) se mobilizou para
colocar em prática algumas das orientações da
PNEA voltadas para a educação
formal com a inclusão de conteúdos nos PCNs.

2010-2020

Nos anos seguintes, diversos outros marcos solidificaram a ideia da educação


ambiental no país. Graças às resoluções adotadas pelo MEC nos
PCNs posteriores,
ela passou então a atuar em todos os níveis do ensino formal, além de manter as
ações de formação continuada para
professores em exercício, como por exemplo, no
ensino formal, diversos programas nacionais e estaduais foram criados para
incentivar a prática da
educação ambiental, como o programa Vamos cuidar do Brasil, voltado
prioritariamente para alunos do ensino fundamental.

Em 2012, o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
a Rio +20, no Rio de Janeiro. A Rio +20 marcou a
renovação do compromisso político que o
país e todo o planeta têm com esse tema.

No entanto, esse evento também foi um momento de grande reflexão sobre os últimos vinte anos
e as conquistas alcançadas desde a Rio-92 e a
PNEA. Como resultado disso, foram produzidos
alguns documentos que vêm tendo um impacto crescente na agenda política e na sociedade como
um todo.

Exemplo
O futuro que queremos foi um texto importante gerado na Rio +20.

Ao final da década de 2010, a maior parte dos estados brasileiros já possuía ou estava
elaborando sua política estadual de educação ambiental com
objetivos próprios e demandas
locais mais ajustadas. Outros programas estaduais de educação ambiental ainda foram criados.
como por exemplo,
no Espírito Santo, em 2017, e no Mato Grosso do Sul, em 2018, além de
comissões especiais em cada estado.

Plano Nacional de Gestão da Educação Ambiental: histórico, determinações e


o que já foi implantado
Em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Já no ano seguinte, surgiu o grupo de
trabalho para a elaboração das
diretrizes da educação ambiental e a divulgação técnico-científica dentro do Ibama.

A partir daí, ao longo de trinta anos, houve uma série eventos, reuniões e cursos com o
objetivo de capacitar seus servidores para atuarem no
âmbito da educação ambiental.
Durante esse período, entidades governamentais e administrativas atuaram e contribuíram
para o desenvolvimento
da educação ambiental no Brasil.

Podemos destacar a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da


Biodiversidade (ICMBio) em 2007.

Cinco anos depois, foram estabelecidas as bases técnicas para que medidas compensatórias e mitigadoras obrigatórias para empreendimentos
geradores de impactos ambientais fossem destinadas para os programas de educação ambiental, gerando um incremento de recursos financeiros
para o desenvolvimento deles e de seus projetos derivados em todo o país.

Em 2019, houve um esforço do Ibama para criar um grupo de trabalho com a finalidade de
construir o Plano Nacional de Gestão da educação
ambiental (Pangea). O documento redigido
pelo órgão federal foi lançado dois anos depois.

O Pangea trabalha diversos aspectos da educação ambiental, trazendo um histórico do tema no


país e dentro do
Ibama, assim como sua missão e seus valores, além de outros aspectos
relacionados à sua aplicabilidade.

Os aspectos de aplicabilidade incluem:

Linhas de ação

Em relação às linhas de ação, destacam-se:

Formação de educadores ambientais

Importante elo da cadeia educacional, esses profissionais estão


habilitados para desempenhar os conceitos educacionais instituídos
por
essa corrente de pensamento.

Desenvolvimento de metodologias e divulgação de ações em educação


ambiental

Seria a parte prática dela, que é um tópico muito importante e carente


de aprimoramentos.

Desenvolvimento de ações educativas

Essas ações estão focadas, entre outras coisas, na gestão de recursos


pesqueiros, na proteção e no manejo da fauna e da flora,
assim como na
recuperação de recursos hídricos e áreas degradadas e na prevenção de
desmatamentos e incêndios.

Plano de metas e ações

Esse plano é um subtítulo do Pangea. As “metas” são os objetivos bem definidos e claros da
educação ambiental; as “ações”, as formas como
essas metas devem ser executadas.

O Pangea apresenta uma tabela em que cada meta e ação é pontuada, como veremos adiante,
segundo três variáveis: gravidade, urgência e
tendência.

Essas variáveis são muito importantes para a implementação de cada atividade educativa. Além
disso, os somatórios delas classificam a relevância
da ação a ser tomada para o alcance de
determinada meta. Já o sentido (GUT = G + U + T) é uma forma de mensurar a prioridade de
resolução dos
diferentes problemas ambientais.
Valor Gravidade Urgência Tendência

Quando é uma solução corporativa Exigência de prazo legal


5 Impede a prestação do serviço.
estratégica. inferior a três meses.

Quando impactar os processos do Exigência de prazo legal de 3 Interrompe sucessivamente a


4
Ibama. a 6 meses. prestação de serviço.

Necessidade de
Quando impactar o desenvolvimento Atrasa o cumprimento dos prazos
3 implementação de 6 a 8
de pessoas. de prestação dos serviços.
meses.

Necessidade de
Quando impactar os serviços de
2 implementação de 8 a 10 Prejudica a prestação dos serviços.
educação ambiental à população.
meses.

Necessidade de
Quando impactar as melhorias Não interfere na prestação do
1 implementação de 10 a 12
pontuais. serviço.
meses.

Quadro: Variáveis utilizadas para o reconhecimento das prioridades de ações


educativas.

Adaptado de: BRASIL, 2021, p. 27.

Previsões orçamentárias
As previsões orçamentárias dizem respeito ao planejamento de gastos que o Poder Executivo
faz, diante da previsão de receitas a serem recebidas
no período em questão e de despesas
que deverão ser realizadas. No que tange à educação ambiental, a previsão orçamentária irá
listar os gastos
previstos:

De acordo com as metas preestabelecidas e apresentadas no


Pangea.

Com a educação ambiental para cada unidade do Ibama no país.


Fatores críticos para sua implantação
Dos fatores críticos para a implantação de cada meta no país e para a educação ambiental
como um todo na realidade brasileira, destacam-se os
seguintes itens:

Disponibilidade orçamentária

Di ibilid d fi i t õ
Disponibilidade financeira para as metas e ações.

Disponibilidade de recursos humanos

Disponibilização das pessoas capacitadas para a realização das atividades, além daquelas disponíveis para o
acompanhamento/supervisão de todo o processo.

Divulgação e sensibilização de funcionários do Ibama e da população em geral

Quando ocorre a distribuição de informações importantes em educação ambiental.

A implantação de ações do Pangea está planejada para ocorrer a partir 2021.

A seguir, o professor Arthur Rodrigues Lourenço demonstrará quais são as principais


atribuições deste órgão governamental em relação à
conservação e ao manejo da biodiversidade
brasileira, juntamente com as práticas em Educação Ambiental realizadas pelo órgão. Vamos
ouvir!

headset
Podcast

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A educação ambiental no Brasil, assim como em todo o mundo, depende fundamentalmente de políticas públicas para sua execução de forma
efetiva. Por isso, diversos marcos importantes sobre o tema são encontrados na legislação brasileira. Entretanto, ela realmente ganhou corpo
com a promulgação da Política Nacional da Educação Ambiental (PNEA). Qual é a lei que constitui a PNEA?

A Lei n° 9.795, de 1999.

B Lei n° 9.000, de 1995.

C Lei n° 9.779, de 1999.


D Lei n° 9.099, de 1995.

E Lei n° 9.605, de 1998.

Parabéns! A alternativa A está correta.


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Questão 2
A primeira versão do Plano Nacional de Gestão da Educação Ambiental (Pangea), lançada em 2021, oferece diversos vieses para a prática da
educação ambiental, como, por exemplo, linhas de ação e previsões orçamentárias. Qual órgão do governo federal é responsável pelo Pangea?

A ICMBio.

B Governos estaduais.

C Ministério da Educação.

D Ministério de Minas e Energia.

E Ibama.

Parabéns! A alternativa E está correta.


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Considerações finais
A educação ambiental inclui o conjunto de práticas educacionais cujo principal objetivo é
conscientizar a população acerca dos problemas
ambientais existentes e promover sua
resolução. Neste conteúdo, vimos o contexto histórico por meio do qual ela pôde surgir e se
desenvolver.

Entendemos também a diferença entre educação ambiental formal e não formal, verificando como
ela chega às salas de aula do Brasil e de que
forma se relaciona com as ações de
sustentabilidade. Aprendemos ainda que a educação ambiental está presente de forma discreta
ou explícita na
legislação brasileira e em diversos acordos internacionais firmados.

Por isso, descrevemos os objetivos de diversas conferências internacionais e suas resoluções


mais importantes, como, por exemplo, a criação da
Agenda 21. Além disso, apresentamos
diversas leis, como a PNEA, assim como decretos e planos de metas e ações para a promoção da
educação
ambiental. Por fim, conhecemos um pouco da sua história e compreendemos, com isso,
quais são seus objetivos e principais desafios.
Referências
BRASIL. Agenda 21 Brasileira: resultado da consulta
nacional/Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional. 2.
ed.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004.

BRASIL. Decreto nº 4.281 de 25 de junho 2002.


Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação
Ambiental, e dá outras providências.

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe


sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências.

BRASIL. Pangea – Plano Nacional de Gestão da Educação


do Ibama. Brasília: Ibama, 2021.

CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia,


2010.

SÃO PAULO (Estado). Educação ambiental e


desenvolvimento: documentos oficiais. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 1994.

SILVA, C. E. M.; TEIXEIRA, S. F. Educação ambiental no


Brasil: reflexões a partir da década da educação para o desenvolvimento sustentável das
Nações Unidas (2005-2014). Educação. v. 44. 2019.

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Consulte os seguintes textos.

Para saber mais sobre educação ambiental, consulte o documento redigido ao fim da Rio +20:

BRASIL. O futuro que queremos. Rio+20. Consultado na


internet em: 30 jun. 2021.

Para entender melhor a pandemia do COVID-19 e sua relação com a educação ambiental, leia:

ROSTON, E. Want to stop the next pandemic? Start protecting


wildlife habitats. Time. Publicado em: 8
abr. 2020. Consultado na internet em: 30 jun.
2021.

Para despertar sua consciência, pesquise:

KRENAK, A. O amanhã não está à venda. 1. ed. Rio de


Janeiro: Companhia das Letras, 2020.

Para conhecer algumas das 39 maneiras de salvar o mundo (todas dizem respeito ao desenvolvimento
sustentável).

BBC NEWS BRASIL. Seis maneiras surpreendentes de salvar o


mundo das mudanças climáticas. Publicado
em: 4 jun. 2021. Consultado na internet
em: 30 jun. 2021.

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