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Pagina que se pretende publicar trabalhos sobre a andragogia produzidos pelo autor.
Introdução
A educação ambiental constitui uma das estratégias importantes para a prevenção dos
problemas ambientais no País e é definida pelo governo de Moçambique âmbito do
Programa de Educação Comunicação e Divulgação Ambiental, como a primeira acção a ter
em conta na Gestão Ambiental a todos níveis.
Pressupõe-se que enquanto o Homem, que é o “maior problema ambiental”, estiver
:
educado ambientalmente, estará apto a participar activamente na tomada de medidas
individuais, colectivas e ou sectoriais face aos problemas ambientais locais e globais “por si
provocados.
Percurso histórico da educação ambiental em Moçambique, pretende descrever os
principais marcos que nortearam a educação ambiental no Pais assim como as tendências
pedagógicas da mesma.
Para a produção do presente trabalho o autor baseou-se em consultas documentais e
bibliografias sobre o ambiente com destaque para a documentação produzida e em uso em
instituições públicas ligadas a Educação Ambiental (Ministério para Coordenação da Acção
Ambiental e Centros de Desenvolvimento Sustentável). Igualmente, foram tomados, relatos
de alguns funcionários do sector do ambiente na cidade de Nampula em que o autor
manteve encontros separados.
A presente comunicação foi apresentada na Conferência sobre o pensamento pedagógico
de Samora Machel, levada a cabo pela Universidade Pedagógica em Nampula. Abordar
sobre o tema nesta conferência, tornou-se importante uma vez que era preciso analisar,
discutir e trazer novas abordagens para a educação ambiental, com vista a dar um novo
rumo a esta modalidade educativa, tornando-a comprometida com os reais problemas
ambientais das populações.
Depois desta introdução, o trabalho apresenta em seguida uma conceituação dos termos
educação, meio ambiente e educação ambiental; o percurso histórico, as principais
tendências pedagógicas e as conclusões.
A educação ambiental em Moçambique, tem o seu início na década 1990, com a criação do
então Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental. Ela hoje, é realizada tomando
em conta as três modalidades de educação, nomeadamente: Não-formal, Informal e formal.
1.1 Conceituação
Na perspectiva de abordar a Educação ambiental, há que ter conta três conceitos que estão
interligados nomeadamente: Educação, Meio ambiente ou simplesmente Ambiente e
Educação ambiental.
Falar de Educação, importa lembrar que desde sempre, em qualquer sociedade ela é
organizada para permitir a transmissão das experiências, os conhecimentos ou cultura, às
novas gerações para permitir a sobrevivência e desenvolvimento dos indivíduos, pois se
não o fizer, estes desaparecem e ninguém ficará para recordá-la e identificar-se com ela.
O termo educação sempre preocupou os homens e as sociedades e tem merecido, ao
:
longo do tempo e da história, as mais definições diferentes, pelos diversos autores e a
seguir apresenta-se algumas (MAHOQUE:2008:15):
Enquanto para Johann Friedrich Herbert, a educação é a ciência que tem por fim
a formação do indivíduo por si mesmo, despertando nele a multiplicidade dos
interesses;
De acordo estes pensadores, percebe-se aqui que a educação é uma das necessidades
fundamentais do Homem, ela constitui um instrumento essencial do desenvolvimento da
personalidade e uma das condições indispensáveis ao exercício das actividades sociais.
BRANDÃO (1993) considera que “no sentido técnico, a educação é o processo contínuo de
desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de
melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo”.
Nestes termos, percebe-se que a educação constitui uma das primeiras preocupações de
qualquer sociedade, comunidade ou grupo social, com vista a sua manutenção.
A educação é a fonte básica, instrumento necessário para conhecer, compreender o mundo
e poder transformar a natureza assim como a sociedade em seu benefício. Por isso, que o
desenvolvimento de qualquer nação no planeta terra, incluindo Moçambique, depende da
educação.
No processo de educação, tomam-se em conta três tipos. A educação formal, aquela
altamente institucionalizada, sistemática, organizada, estruturado, intencional, planificada e
gerida de acordo com determinadas leis ou normas e tem como base o ensino, envolvendo
necessariamente o tripé professor ou educador/aluno ou educando/escola ou instituição
educadora. Por sua vez, a educação informal, compreende os processos didácticos,
:
destinados a informar e sensibilizar a sociedade. Finalmente a Educação Não-formal,
aquela que se realiza através da partilha de experiências em espaços e acções colectivas
do dia-a-dia, com vista a fortalecer a cidadania, e tem como base a instrução.
O segundo termo que se aborda em seguida tem a ver com o ambiente. Antes importa dizer
que comumente, ou seja, em sentido lato, meio ambiente é a natureza, ou seja, todas as
coisas vivas e não-vivas que ocorrem na Terra, ou em alguma região dela, que afectam os
ecossistemas e a vida dos humanos.
Na Conferência de Estocolmo[1], organizada pelas Nações Unidas em 1972, o Ambiente foi
definido como sendo "o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais
capazes de causar efeitos directos ou indirectos, em um prazo curto ou longo, sobre os
seres vivos e as actividades humanas.
Em Moçambique, a Lei do Ambiente, define- o tomando em conta os seus componentes,
tal como a visão de Estocolmo. De acordo esta lei, o ambiente é considerando como
sendo:
O meio em que o Homem e outros seres vivos vivem e interagem entre si e com o próprio meio e inclui: (i) O ar, a luz, a terra e a água;
(ii) Os ecossistemas, a biodiversidade e suas relações ecológicas; (iii) Toda a matéria orgânica e inorgânica; e (iv) Todas condições
sócio-culturais e económicas que afectam a vida das comunidades (Lei 20/97 de 2 de Outubro).
Nestes termos, percebe-se que o ambiente, deixou de ser apenas a natureza, tal como era
defendido pelos naturalistas até meados do Século XX e para integrar aspectos de natureza
social, económica, política, cultural, entre outros.
Em última abordagem, apresenta-se o conceito de educação ambiental. Os naturalistas
consideravam a educação ambiental, como sendo o gosto pela natureza, ou seja, educar as
pessoas a gostar e cuidar da natureza.
Nos dias de hoje, a educação sobre meio ambiente ou simplesmente educação Ambiental,
constitui uma forma abrangente de educação que se propõe a atingir todos os cidadãos,
inserindo a variável meio ambiente em suas dimensões física, química, biológica,
económica, política e cultural em todas as disciplinas e em todos os veículos de
transmissão de conhecimentos.
Em MEDINAL[2], ela é uma modalidade da educação que aproxima o fenómeno educativo
da realidade em que ocorre.
Educação Ambiental integra conteúdos que facilitam a visão integrada do ambiente para
que os indivíduos e a colectividade possam compreender a natureza complexa do ambiente
e adquirir os conhecimentos, os valores, os comportamentos e as habilidades práticas para
participar eficazmente da prevenção dos problemas ambientais.
:
De acordo DELEVATT, a educação ambiental é um sistema que integra dimensões como a
ética, a cidadania, a participação, com a interdisciplinaridade, com o conhecimento da
realidade local, desta forma a sua abrangência tende a uma modificação na maneira de se
conceber e fazer um processo educativo.
Em suma, a Educação Ambiental é processo de educar: (i) Sobre o ambiente (Partilha na
transmissão de conhecimentos, informações, experiências e valores); (ii) No ambiente
(Realização de actividades práticas em contacto com o ambiente); e (iii) Para o ambiente
(Acções para o alcance de um Desenvolvimento Sustentável).
A finalidade de educação ambiental é para que ela seja estendida a todos cidadão
(crianças, jovens e adultos), tanto no sistema escolar assim como o extra- escolar com vista
a:
Considerações finais.
:
A educação ambiental deve ser um processo, que se responsabiliza em formar/informar, de
forma holística, indivíduos desprovidos da visão antropocêntrica sobre o meio ambiente,
pois estes são parte daquele. Enquanto uma prática educativa, ela é hoje, uma componente
essencial e permanente da educação nacional, que está presente e de forma articulada em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em carácter formal (no sistema
formal de ensino) informal (para informar e consciencializar a sociedade) e não formal
(partilha de experiências em espaços e acções colectivas do dia-a-dia).
Descrever o percurso histórico da educação ambiental em Moçambique, enquanto desafio
pessoal, acalentou dificuldades imensas. Usando a pesquisa bibliográfica/documental como
base para a pesquisa, houve dificuldades de recolher dados e informações suficientes, uma
vez que pouco foi escrito a respeito ou, se foi, então pouco divulgado. Em contra partida, há
figuras destacadas no País que viveram e vivem as questões ambientais em geral e de
educação ambiental em particular que podem constituir uma fonte de informação
importante. Pesquisas futuras sobre esta matéria devem alargar a metodologia de recolha
de dados incluindo para além pesquisa bibliográfica e documental, as fontes orais em todo
País.
Os programas de educação ambiental levados a cabo no País, foram realizados sob a
forma de campanhas de consciencialização com enfoque teórico (palestra, panfletos,
debates, jornadas de limpeza, plantio de árvores, entre outras. Tais campanhas, foram
organizadas por instituições pública/privadas, ONG`s, Associações com interesse na área
ambiental nas comunidades. Esta metodologia precisa ser revertida privilegiando a teoria e
prática em programas de educação ambiental. Para tal, deve se incentivar que as
comunidades se organizem em: Associações, Núcleos, Fóruns, Oficinas ou Centros
ambientais para permitir que as iniciativas seja `a partir da base com envolvimento dos
grupos interessados
A educação ambiental inspirada no pensamento pedagógico de Samora Machel, deve ser
um processo que privilegia a ligação entre a teoria e a prática, direccionada a todos
cidadãos em todas modalidades educativas. Ela deve assentar em princípios como: o
ensino e a ajuda mútua, a cooperação entre educador e educandos, a gestão colectiva e
democrática do ambiente, a luta contra o autoritarismo e a burocracia ambiental.
Bibliografia
BRANDAO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. 33ª Ed. São Paulo. Brasiliense. 1995.
:
DELAVATTI, Dionei. Sociedade e Meio Ambiente. S/D. S/L
MACHILI, Tomas Benjamim. Contribuição da Geografia Escolar na Educação Ambiental:
Caso da 11ª classe na Escola Secundaria 12 de Outubro- Nampula. Dissertação de
Mestrado. Supervisores: Profªs Doutoras Rachael Thompson e Alice Freia. Universidade
Pedagógica. Maputo. 2013
MAHOQUE, Luís Alberto. A família e a escolar como parceiros fundamentais no sucesso do
educando no 1º grau do ensino básico. Monografia de Licenciatura. Universidade
Pedagógica. Maputo. 2008.
MEDINAL, N. N. A formação dos professores em Educação Ambiental. Panorama da
educação ambiental no ensino fundamental. Brasília, 2001.
Ministério para Coordenação da Acção Ambiental. Estratégia Nacional de Educação
Ambiental. MICOA. Maputo. 2002.
___________________________________________ Programa de Educação,
Comunicação e Divulgação Ambiental. MICOA. Maputo. 2009.
___________________________________________ Análise do PES e Políticas sectoriais
2005-2009. Iniciativa Pobreza e Meio Ambiente. Maputo.2009.
____________________________________________Programa de Educação,
Comunicação e Divulgação Ambiental. MICOA. Maputo. 2009.
RAMOS, Elisabeth Christmann. Educação Ambiental: Evolução histórica, Implicações
teóricas e sociais. Uma avaliação crítica. Dissertação para Mestrado. Orientadora: Prof.a
Dr.a Acácia Zeneida Kuenzer. UFPR. Curitiba.1996.
República de Moçambique. Constituição da República. Aprovada pela Assembleia da
República em 16 de Novembro. Maputo. 2004. Artigo 117
[1] Conferência de Estocolmo na Suécia, Discutiu sobre Desenvolvimento e Ambiente e considerou a Educaçao Ambiental como campo de acção
pedagógica, adquirindo relevância e vigência internacional (Meio para a resolução de crises ambientais do mundo).
[2] MEDINAL afirma que a Educaçao Ambiental como processo que consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do
ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adoptar uma posição consciente e participativa a respeito das questões
relacionadas com a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza
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