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A CONSCIENCIALIZAÇÃO AMBIENTAL COMO UM

INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO: CONHECIMENTOS LOCAIS E


AS SUAS INTERPRETAÇÕES.

Tubias Capaina

Graduado em Antropologia pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Universidade Eduardo Mondlane,
Moçambique.

Consultor Independence.

Correio eletrónico: capainatubias@gmail.com

Resumo

O presente artigo aborda sobre a consciencialização ambiental como um instrumento de


educação: conhecimentos locais e as suas interpretações. Com o objectivo de analisar os
aspectos que compõem os princípios da educação ambiental aos níveis locais com vista a
contribuir na formação de um futuro no qual todos possamos viver em um ambiente
equilibrado e em harmonia com o meio ambiente, uma vez que, este factor é visto no
sentido clássico e restrito, como apolítico e não económico e mostra que o conhecimento
local, como a própria biodiversidade, é parte do próprio conceito de recursos e é através
do conhecimento local que a indústria farmacêutica aparece, contudo com a vertente mais
visível da relação entre a biodiversidade e actividade económica. Algumas decisões
podem deixar as pessoas vulneráveis.

O conhecimento local surge como a chave para a descoberta das formas medicinais
através das plantas, assim para a ciência moderna, a profundidade do conhecimento local
as plantas é avaliada pela utilidade destas, com especial destaque para as plantas
medicinais, atribuindo este conhecimento local um estatuto de importância relativa, que
apenas pode ter significado se apropriar e transformado pelo saber científico, assim é
desenvolvido com base num inter-relacionamento directo e constante com o meio, assim,
a natureza, a diversidade ecológica existente num determinado local está contida num
contexto mais largo de experiencias vividas, onde as relações de poder legitimam ou não
este conhecimento.

Uma perspectiva nacional, em países de terceiro mundo procura negociar os


termos dos tratados e estratégia para biodiversidade em função do que define

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como interesse nacional fazendo a gestão dos recursos existentes nas suas
terras, e a perspectiva cultural procura abrir espaço de rede da biodiversidade
de maneira a permitir a construção de formas de desenvolvimento baseada na
cultura. Diferente das concepçoes defendidas pelas ONGs promovido por
modelos economicista, que propõe o controlo local dos recursos naturais com
a suspensão dos megaprojectos de desenvolvimento, Escobar (1999) cit.

Este factor deve estar intrinsecamente ligado a valorização de conhecimento e a


comunidade local no que concerne a contribuição de conhecimento local para ciência
moderna para combater a biopirataria e o imperialismo ecológico. Segundo Santos
(2016), a escola, como um ambiente de transmissão e recepção do saber, passa a
representar o espaço ideal para desenvolver o conhecimento, valores, atitudes e atributos
favoráveis ao meio.

Palavras-Chave: Consciencialização, prolemas e Percepção ambiental

Introdução

Os primeiros estudos sobre pecepção ambiental surgiram nos fins da década de 1950 e
início da década de 1960, advindos da intensa preocupação em se conhecer e tentar
explicar quais eram as atitudes e valores atribuídos por determinada população ao que se
referia sobre as questões ambientais (Mendes, 2006). As instituições de ensino superior
são espaços com papel importante no desenvolvimento e formação de novas ideias. As
universidades, contribuem na conciliação entre produção de bens e serviços, qualidade de
vida e preservação ambiental (Carniatto e Steding, 2015). Freitas e Ribeiro (2007) e Lopes
et al. (2013) afirmam ainda que estas instituições devem apresentar ensinamentos vitais
para a consolidação das formações sociais e de consciências (geralmente jovens), que vão
servir para permitir a compreensão das inter-relações das pessoas entre si e destas com o
ambiente, formando a opinião do amanhã.

Do ponto de vista empírico, é interessante compreender de que forma o conceito de


percepção ambiental tem estabelecido conexões entre teoria e prática, além de se fazer
uma reflexão sobre a relação do meio físico-biológico com a subjectividade, própria do
ser psicológico e social. Assim sendo, Frattolillo et al. (2004) afirma que a percepção
ambiental o instrumento de acção e a escola, o agente básico e legítimo nesse processo
de construção do elo entre o estudante e seu ambiente de vida. A educação ambiental
pode ser considerada como um processo educacional criado ao longo dos anos através de

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estudos, com visão das necessidades do homem e da natureza entrelaçadas em um
objectivo comum, que é a manutenção da qualidade de vida de todos os seres vivos
existentes no planeta (Dos Santos, 2007).

Consciencialização

A consciencialização pode ser definida como um conjunto de valores cognitivos,


afectivos, altitudinais e comportamentais construídos a partir de conhecimentos do
indivíduo sobre os fenómenos ecológicos (Schlegelmilen et al, 1996). Para Dias (2004),
o processo de consciencialização é obtido com a capacidade crítica permanente de
reflexão, diálogo e apropriação de diversos conhecimentos que levam o indivíduo a tomar
atitudes ecologicamente correctos e mais proactivos.

A consciencialização é importante na medida em que torna o indivíduo mais proactivo e


não reactivo, para o melhor planeamento e desenvolvimento de programas de
treinamento. Sendo assim, é preciso manter os indivíduos mais actualizados em matérias
e acontecimentos de educação ambiental. É uma tomada de consciência do ambiente pelo
homem, ou seja, o acto de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger
e a cuidar do mesmo. Entretanto, cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente
às acções sobre o ambiente em que vive e as respostas daí decorrentes, são resultado das
percepções (individuais e colectivas), dos processos cognitivos, julgamentos e
expectativas de cada pessoa (Fernandes, 2004).

A problemática ambiental encontra-se cada vez mais presente no quotidiano da sociedade


actual, seja através da divulgação pela média, ou devido às nítidas alterações da paisagem
e do clima já perceptíveis nos mais diversos ecossistemas (Jacobi et al., 2003). Entretanto,
percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do
ambiente pelo homem, ou seja, o acto de perceber o ambiente que se está inserido,
aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo (Ferrara, 1999). Segundo Dias (2006) deve-
se atentar que a educação ambiental está fortemente ligada ao indivíduo como um ser
social, portanto a sua percepção individual como elemento da prática ou disseminação da
educação ambiental sob o olhar de cada actor do espaço social deve ser analisado.

Neste contexto, considerando que percepção e educação são valores essências para a
preservação e conservação ambiental, a educação ambiental funciona como
potencializadora da percepção sobre o ambiente.

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Percepção ambiental

Faggionato (2009) define percepção ambiental como sendo uma tomada de consciência
do ambiente pelo homem, ou seja, o acto de perceber o ambiente que se está inserido,
aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Cada indivíduo percebe, reage e responde
diferentemente às acções sobre o ambiente em que vive. A percepção ambiental agrega-
se focando no sentido de como a sociedade relaciona-se com a natureza e com seu meio
natural e como atribui valores, identidades, interpretações sobre as relações com o
conhecimento acumulado (Ostrovski e Ostrovski, 2015).

Desta forma, o estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que se


possa compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas
expectativas, anseios, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas. Ostrovski e
Ostrovski (2015), afirma que a percepção ambiental e da educação ambiental, promovam
sensibilização ambiental em grupos inseridos no universo universitário. Como objectivo
identificar a percepção ambiental do académico e a necessidade da conexão entre
percepção ambiental com a educação ambiental.

Segundo Fortunato e Shigunov neto (2015), afirma que as instituições escolares devem,
portanto, proporcionar um ambiente educacional saudável e coerente com aquilo que ela
pretende que seus estudantes apreendam. Cabe a esses ambientes escolares, também,
garantir situações em que os estudantes possam colocar em prática sua capacidade de
actuação.

Educação ambiental

De acordo com Dias (2004) afirma que a educação ambiental é um processo permanente
no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e
adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiência e determinação que os tornem
aptos para agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros.

A Educação Ambiental é considerada também, segundo Dornelles (2010), como um


processo e um despertar de consciência política, enquanto instituição e comunidade
referentes à conjuntura ambiental actual. Pretende analisar também as relações ambientais
com o homem e a sociedade, a fim de avaliar, em parceria com a comunidade, as
alternativas e metodologias de protecção à natureza e melhoria socioeconómica da
sociedade em geral.

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De acordo com Effting (2007) defende que a EA é um processo que consiste em propiciar
às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, que visa elucidar valores e
desenvolver atitudes que permitam às pessoas adoptar uma posição consciente e
participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação dos recursos naturais
assim como a adequada utilização dos mesmos proporcionando a melhoria da qualidade
de vida e combatendo o consumismo desenfreado. Entretanto, para Dias (2004) e Effting
(2007) são unânimes ao afirmar que características como consciência, valores, atitudes e
participação são adquiridas neste processo contínuo de educação voltada para o ambiente.
E para Dornelles (2010) define como a educação ambiental como um processo e um
despertar de consciência política.

A percepção ambiental como instrumento de educação

O Homem ao longo de sua história, modifica o meio no intuito de suprir suas


necessidades. Algumas destas alterações comprometem a qualidade de vida de muitas
gerações. Desta forma, a preocupação com o meio ambiente tem sido ressaltada, já que o
homem ainda não percebeu que as agressões que comete à natureza, são reflectidas por
ele mesmo.

Na perspectiva da percepção ambiental, Mendes (2006) deixam claro que a relação entre
homem e meio ambiente enquanto espaço onde a vida acontece, pode ser estudada a partir
das contribuições que são produzidas pela filosofia do meio ambiente, entretanto, o
homem passa a perceber o meio, quando ele vive este meio, e quando se sente parte deste.
Sendo assim, torna-se necessário que a sociedade contemporânea reveja seus valores, para
que não continue vendo a natureza como recurso inesgotável. Para Faggionato (2009),
também afirma que a percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de
consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o acto de perceber o ambiente que se está
inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Ainda de acordo com autor, as
percepções, reacções e respostas de cada indivíduo acerca de suas acções no meio em que
vive são individuais onde as respostas ou manifestações oriundas dessa relação são a
síntese das percepções (individuais e colectivas).

Para Frattolillo et al. (2004) afirma que a percepção ambiental o instrumento de acção e
a escola, o agente básico e legítimo nesse processo de construção do elo entre o estudante
e seu ambiente de vida.

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Problemas ambientais no mundo

Aproximadamente 300 anos o homem já destruiu 50 % da área verde natural mundial. de


acordo com o autor, anualmente são devastadas cerca de 170.000 km2 de florestas,
principalmente na ásia, que destruiu 60 % de suas florestas, em função da extracção de
madeira (Freitas, 2007).

Para Dos Santos (2007) afirma que o desmatamento advindo do aumento acelerado da
densidade demográfica e dos meios de produção, traz sérios probabilidade de extinção de
animais e plantas locais; e, a emissão de gases de efeito estufa, que propiciam o
aquecimento global. Assim sendo, os problemas ambientais em Moçambique ocorrem
com maior frequência. Há provas claras de que as temperaturas têm aumentado e que o
carácter das chuvas mudou sensivelmente. As mudanças climáticas estão a trazer mais
secas frequentes, cheias e ciclones ao país (Dias, 2004). A mudança climática traz riscos,
mas também novas oportunidades para Moçambique. Portanto, não pode ser esquecido
que as oportunidades vêm juntas com o desenvolvimento de uma resposta às mudanças
climáticas (que envolvam tanto as medidas de mitigação e de adaptação). Por sua vez, a
implementação de estratégias de mudança do clima (Amaral, 2018).

Princípios da Educação Ambiental

Segundo Lopes et al (2013), as instituições devem apresentar ensinamentos vitais para a


consolidação das formações sociais e de consciências (geralmente jovens), que vão servir
para permitir a compreensão das inter-relações das pessoas entre si e destas com o
ambiente, formando a opinião do amanhã. A educação ambiental funciona como um
instrumento diagnóstico da uma comunidade como relação ao seu saber/agir ambiental.
O profissional visita regiões onde ocorre extracção de matéria-prima, emitindo laudos
sobre processos de licenciamento ambiental, caso a exploração de recursos naturais seja
feita ilegalmente, o engenheiro comunicará esse fato às autoridades ambientais.

Para Dias (2004), a educação ambiental pode ser aplicada de diversas formas, mas com
uma única finalidade: de construir valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas à conservação do meio ambiente. Segundo o mesmo autor; a EA
formal busca a formação do sujeito de forma continuada e insere-se dentro de todo e
qualquer sistema escolar, enquanto a Educação Ambiental não-formal utiliza políticas
educativas voltadas à sensibilização da colectividade sobre a questão ambiental. Ela

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abrange todo público. De acordo, Soato (1995), a educação ambiental tem como
princípios gerais os seguintes:

 Sensibilização: processo de alerta: é o primeiro passo para alcançar o


pensamento
sistémico;
 Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os
sistemas naturais;
 Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como protagonista;
 Competência: capacidade de avaliar e agir efectivamente no sistema;
 Cidadania: participar activamente e resgatar direitos e promover uma nova ética
capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.

Para Souza (2000), o processo de consciencialização da comunidade escolar pode


fomentar iniciativas que transcendam o ambiente escolar, atingindo tanto o bairro no qual
a escola está inserida como comunidades mais afastadas nas quais residam alunos,
professores e funcionários, visto que as relações fora e dentro do ambiente escolar são
bastante úteis na conservação do meio ambiente.
Categorias de percepção ambiental
É através da percepção ambiental que o individuo interage com o mundo, influencia seus
pares, intervém no ambiente, caminha na direcção do processo de conhecimento e do
exercício da cidadania ambiental (Soares, 2005). Deste modo, a percepção ambiental,
reflecte o modo como o individuo vê, compreende e se comunica com o ambiente,
considerando as influências ideológicas de cada sociedade.
Neste caso, as respostas ou manifestações daí decorrentes são resultados das percepções
individuais e colectivas, dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada
pessoa. A importância da percepção ambiental para o planeamento do ambiente foi
ressaltada na proposição da UNESCO (1973 citado por Soares, 2005), afirmando que uma
das dificuldades para a protecção dos ambientes naturais está na existência de diferenças
nas percepções dos valores e da importância dos mesmos entre os indivíduos de culturas
diferentes ou de grupos socioeconómicos que desempenham funções distintas, no plano
social, nesses ambientes.

Embora, a sociedade aparente perceber os problemas ambientais, a maior parte das


pessoas não conhece a origem, consequência e formas de enfrentamento desses
problemas, com isso, a sociedade não percebe os impactos ambientais e sociais a que está
submetida e reproduz ideias distorcidas dos mesmos. Para Castelnou, (s/d) a percepção
ambiental pode ser agrupada em três níveis os quais podem ser compreendidos como as
fases consecutivas de um mesmo processo. Que são:

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 Captação sensorial do meio: é a percepção física através dos sentidos, que é mais
ou menos idêntica entre as pessoas e é necessária para a sobrevivência do género
humano, embora existam evidências de uma variabilidade cultural que influencia
em termos de nível de discriminação entre estímulos.
Neste nível, o indivíduo apenas reflecte aquilo que vê e sente, não compreende a sua
essência, as causas e não consegue explicar o porquê dos eventos que acontecem no
seu exterior.
 Cognição ambiental: está relacionado à compreensão e ao Conhecimento.
Tratando da descrição de como as pessoas estruturam, apreendem e conhecem
seu meio, às quais são variáveis com a cultura.
Neste nível, o indivíduo consegue fazer a relação dos eventos que acontecem só pelo
simples facto da noção que tem sobre eles, porém, este nível está sujeito a indução, pois,
apenas é feita a ponte entre os eventos ambientais e as consequências, não sabendo
explicar como e o porquê de os eventos acontecerem.

 Avaliação ambiental: está ligado às preferências, baseando-se na definição de


valores em relação ao ambiente, às qualidades do meio, à selecção de meios óptimos
e à imaginação do meio ambiente. Cada grupo social tem sua imagem do que é um
meio ambiente de qualidade e como faze-lo para chegar a este nível de qualidade.
Este nível, caracteriza-se pela compreensão dos fenómenos exteriores da sua realidade,
ou seja, o indivíduo tem a capacidade de observar, compreender e explicar os fenómenos
que acontecem ao seu redor e dessa forma procurar meios de minimizar os efeitos do
mesmo.

Estratégias de educação para o meio ambiente

De acordo com (Leite e Silva, 2008), a educação ambiental é vista actualmente como um
dos principais instrumentos para reverter a exploração não planeada e insustentável dos
recursos naturais com base nas suas diversas estratégias. Para os mesmos autores,
constituem estratégias de educação ambiental, as seguintes:
 Aulas de campo: permitem o contacto directo com a natureza, proporcionando
vivenciar os conhecimentos de forma contextualizada, intensificando o processo
de sensibilização, porque não é apenas a audição que é motivada, mas todos os
sentidos, principalmente a visão.
 Alfabetização ecológica: processo no qual os indivíduos adquirem princípios
ecológicos básicos para extrair e seguir determinadas lições morais e transferir
essa moralidade presente na natureza para as formações sociais humanas, a fim
de ser e tomar o rumo civilizacional em padrões sustentáveis.
 Exploração do ambiente local: permite a utilização dos recursos locais para
estudo e observação.

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 Miniconferências da biodiversidade: consiste em um evento na qual são
discutidas determinadas temáticas ou problemáticas ambientais visando o
levantamento de soluções, prioridades e propostas para o bem comum.
 Palestras/seminários ferramenta participativa de exposição de ideias
concernentes diversos temas ambientais e sociais emergentes.
Segundo Tuan (1983), afirma que é importante o individuo obter conhecimento que
desenvolva a percepção ambiental, porque o conhecimento da totalidade seja capaz de
induzir novos conhecimentos promovendo mudanças de comportamento. Marczwski
(2006), afirma que a percepção ambiental se configura como uma ferramenta fundamental
para o entendimento dos comportamentos e acções, promovendo por consequência a
sensibilização e o desenvolvimento de posturas éticas e responsáveis.

De acordo com Fernandes et al (2004), afirma que a percepção do meio se dá de forma


individual ou colectiva, de processos cognitivas, julgamentos ou expectativas pessoais e
desta forma, a compreensão das inter-relações entre homem e o ambiente é importante
ferramenta para direccionar o estudo dos fenómenos comportamentais ambientais e
conduta dos seres humanos. Faggionato (2009), concorda que cada individuo percebe e
responde diferentemente frente a as acções do meio e o ambiente é percebido de acordo
com os valores e as experiências individuais dos seres humanos. Santos (2016), afirma
que os professores devem inserir a dimensão ambiental dentro do contexto local e assim
construir e reconstruir conhecimentos para valorizar o meio em que vive e desenvolver a
ética ambiental. Para Freitas (2007), anualmente são devastadas cerca de 170.000 km2 de
florestas, principalmente na Ásia, que destruiu 60 % de suas florestas, em função da
extracção de madeira e para Dias (2004) o desmatamento advindo do aumento acelerado
da densidade demográfica e dos meios de produção, traz sérios probabilidade de extinção
de animais e plantas locais; e, a emissão de gases de efeito estufa, que propiciam o
aquecimento global.
Os problemas ambientais que mais afeta Moçambicanos

Amaral (2018), afirma que os impactos das mudanças climáticas já estão a ocorrer em
Moçambique. Há provas claras de que as temperaturas têm aumentado e que o carácter
das chuvas mudou sensivelmente, as mudanças climáticas estão a trazer mais secas
frequentes, cheias e ciclones ao país. Como medidas alternativas para de preservação ou
mitigação de poluição do ar, água e solo devem evitar deitar lixo na rua e reutilizara
sempre que possível e a separação adequada do lixo, evitar deitar lixos na rua e reutilizo
as embalagens sempre que possível, Macuácua (2018) e Nhamtumbo (2020). Assim

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concordo com Dias (2006), ao afirmar que a educação ambiental é um processo
permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio
ambiente e adquiram conhecimento, valores, habilidades, experiências e determinação
que os tomam aptos para agir o resolver problemas ambientais do presente e futuros.

Tal que, para Dornelles (2010), a educação ambiental como um processo é um despertar
de consciência política. Uma vez que, a degradação ambiental decorre da forma como
percebemos o meio ambiente, a ausência, inadequação ou escassez do conhecimento
produz acções que em geral, prejudicam a natureza.

Educação ambiental como estratégias do desenvolvimento

Para Amaral (2018), o desenvolvimento sustentável visa à manutenção das bases vitais
da produção e da reprodução do homem, bem como de suas actividades, garantindo uma
relação satisfatória homens-ambiente, para que as futuras gerações também possam
desfrutar destes mesmos recursos naturais. Dias (2006), afirma que participação dos
debates sobre educação ambiental, visa contribuir para a formação de um cidadão
consciente e apto para a realidade meio ambiental. Para Macuácua (2018), A educação
ambiental está virada à formação de cidadãos com uma consciência de conservação do
meio ambiente. Nhamtumbo (2020), afirma que na medida em que os estudantes não têm
uma participação activa durante as aulas e acaba afectando nos seus resultados com
relação as avaliações e não só, estes acabam não tendo domínio das melhores atitudes a
ter em relação ao meio ambiente e os problemas neste envolvidos.

Segundo Dias (2004), a educação ambiental promove em simultâneo o desenvolvimento


do conhecimento de atitudes e de habilidades necessárias à preservação e conservação,
melhorando a qualidade ambiental. Para Filho (2014), a consciência ambiental está
relacionada à utilização racional dos recursos naturais, sendo indispensável para uma boa
relação homem e natureza e possa garantir as necessidades actuais sem desgastar as
necessidades das próximas gerações vindouras. Dias (2006), afirma que os indivíduos que
atingem uma consciência ambiental passam a utilizar os recursos ambientais de forma
sustentada, ou seja, consumir o que se pode produzir, sem prejudicar o ambiente para as
gerações futuras. Desde que o homem surgiu na terra ele vem alterando o ambiente, e
com a revolução industrial estas alterações se tornaram mais evidentes e potencialmente
mais devastadoras, causando graves efeitos ambientais como a destruição da camada de

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ozónio, o efeito de estufa e consequente aquecimento global, escassez de água e outros
problemas ambientais, Dias (2004).

Conclusão

Nas medidas de conservação do meio ambiente há necessidade de plantar as árvores em


área degradada, conservar as fontes das águas seperação de lixo, e utilizar os recursos
naturais de uma forma sustentável. Assim, Tuan (1983), afirma que a percepção do
mundo natural ajuda o Homem a envolver-se em actividades com vista à satisfação das
suas necessidades. Porém a satisfação das suas necessidades, devem ser feitas de forma
consciente ou sustentável para que haja um desenvolvimento sustentável. Enquanto
existir o mercado, existiram pessoas para atender.

A demanda pode ser atendida sem ameaçar a sobrevivência das espécies ao longo prazo,
consolidação, nos somos o que fazemos, em uma época péssima para consciencializações
temos de fazer tudo o que for preciso quando estamos comprometidos. Sempre inicia com
favores.

Segundo Marczwski (2006), tratar da educação ambiental também está relacionado a


protecção o meio ambiente, ao consumo, e para tal é necessário conhecer a percepção
ambiental para assim, poder direccionar acções para a sustentabilidade do meio ambiente
e o consumo.

Premio de consolidação, quando se esta vivo temos um nome. Todo o mundo tem um
plano até receber uma decepcao. Tem primeira vez para tudo. Nem sempre dá tempo para
pedir permissão ao engravatado para se fazer a coisa certa. Começar do zero e resolver
no caminho é sempre bom. Ninguém vive para sempre. Entretanto, a educação ambiental
é a ferramenta fundamental para interagir nesse processo. Por isso, Effting (2007), afirma
que educação ambiental é uma disciplina que visa capacitar as pessoas a uma
compreensão crítica e global do ambiente para conservar e usar adequadamente os
recursos naturais garantindo a melhoria da qualidade de vida.

A verdade não importa, a única coisa que importa neste mundo e o que se parece com a
verdade. Eu temo que esteja certo sobre isso. Ultimamente tenho visto que a verdade se
tornou tão ilusória com frequência imaginaria. Garantia vazia.

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Para Amaral (2018) e Soares (2005) os programas que desenvolvem a EA, por meio de
uma abordagem metodológica, contribuem para acções e decisões colectivas frente aos
problemas que devem ser solucionados.

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