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Tubias Capaina
Graduado em Antropologia pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Universidade Eduardo Mondlane,
Moçambique.
Consultor Independence.
Resumo
O conhecimento local surge como a chave para a descoberta das formas medicinais
através das plantas, assim para a ciência moderna, a profundidade do conhecimento local
as plantas é avaliada pela utilidade destas, com especial destaque para as plantas
medicinais, atribuindo este conhecimento local um estatuto de importância relativa, que
apenas pode ter significado se apropriar e transformado pelo saber científico, assim é
desenvolvido com base num inter-relacionamento directo e constante com o meio, assim,
a natureza, a diversidade ecológica existente num determinado local está contida num
contexto mais largo de experiencias vividas, onde as relações de poder legitimam ou não
este conhecimento.
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como interesse nacional fazendo a gestão dos recursos existentes nas suas
terras, e a perspectiva cultural procura abrir espaço de rede da biodiversidade
de maneira a permitir a construção de formas de desenvolvimento baseada na
cultura. Diferente das concepçoes defendidas pelas ONGs promovido por
modelos economicista, que propõe o controlo local dos recursos naturais com
a suspensão dos megaprojectos de desenvolvimento, Escobar (1999) cit.
Introdução
Os primeiros estudos sobre pecepção ambiental surgiram nos fins da década de 1950 e
início da década de 1960, advindos da intensa preocupação em se conhecer e tentar
explicar quais eram as atitudes e valores atribuídos por determinada população ao que se
referia sobre as questões ambientais (Mendes, 2006). As instituições de ensino superior
são espaços com papel importante no desenvolvimento e formação de novas ideias. As
universidades, contribuem na conciliação entre produção de bens e serviços, qualidade de
vida e preservação ambiental (Carniatto e Steding, 2015). Freitas e Ribeiro (2007) e Lopes
et al. (2013) afirmam ainda que estas instituições devem apresentar ensinamentos vitais
para a consolidação das formações sociais e de consciências (geralmente jovens), que vão
servir para permitir a compreensão das inter-relações das pessoas entre si e destas com o
ambiente, formando a opinião do amanhã.
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estudos, com visão das necessidades do homem e da natureza entrelaçadas em um
objectivo comum, que é a manutenção da qualidade de vida de todos os seres vivos
existentes no planeta (Dos Santos, 2007).
Consciencialização
Neste contexto, considerando que percepção e educação são valores essências para a
preservação e conservação ambiental, a educação ambiental funciona como
potencializadora da percepção sobre o ambiente.
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Percepção ambiental
Faggionato (2009) define percepção ambiental como sendo uma tomada de consciência
do ambiente pelo homem, ou seja, o acto de perceber o ambiente que se está inserido,
aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Cada indivíduo percebe, reage e responde
diferentemente às acções sobre o ambiente em que vive. A percepção ambiental agrega-
se focando no sentido de como a sociedade relaciona-se com a natureza e com seu meio
natural e como atribui valores, identidades, interpretações sobre as relações com o
conhecimento acumulado (Ostrovski e Ostrovski, 2015).
Segundo Fortunato e Shigunov neto (2015), afirma que as instituições escolares devem,
portanto, proporcionar um ambiente educacional saudável e coerente com aquilo que ela
pretende que seus estudantes apreendam. Cabe a esses ambientes escolares, também,
garantir situações em que os estudantes possam colocar em prática sua capacidade de
actuação.
Educação ambiental
De acordo com Dias (2004) afirma que a educação ambiental é um processo permanente
no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e
adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiência e determinação que os tornem
aptos para agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros.
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De acordo com Effting (2007) defende que a EA é um processo que consiste em propiciar
às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, que visa elucidar valores e
desenvolver atitudes que permitam às pessoas adoptar uma posição consciente e
participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação dos recursos naturais
assim como a adequada utilização dos mesmos proporcionando a melhoria da qualidade
de vida e combatendo o consumismo desenfreado. Entretanto, para Dias (2004) e Effting
(2007) são unânimes ao afirmar que características como consciência, valores, atitudes e
participação são adquiridas neste processo contínuo de educação voltada para o ambiente.
E para Dornelles (2010) define como a educação ambiental como um processo e um
despertar de consciência política.
Na perspectiva da percepção ambiental, Mendes (2006) deixam claro que a relação entre
homem e meio ambiente enquanto espaço onde a vida acontece, pode ser estudada a partir
das contribuições que são produzidas pela filosofia do meio ambiente, entretanto, o
homem passa a perceber o meio, quando ele vive este meio, e quando se sente parte deste.
Sendo assim, torna-se necessário que a sociedade contemporânea reveja seus valores, para
que não continue vendo a natureza como recurso inesgotável. Para Faggionato (2009),
também afirma que a percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de
consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o acto de perceber o ambiente que se está
inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Ainda de acordo com autor, as
percepções, reacções e respostas de cada indivíduo acerca de suas acções no meio em que
vive são individuais onde as respostas ou manifestações oriundas dessa relação são a
síntese das percepções (individuais e colectivas).
Para Frattolillo et al. (2004) afirma que a percepção ambiental o instrumento de acção e
a escola, o agente básico e legítimo nesse processo de construção do elo entre o estudante
e seu ambiente de vida.
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Problemas ambientais no mundo
Para Dos Santos (2007) afirma que o desmatamento advindo do aumento acelerado da
densidade demográfica e dos meios de produção, traz sérios probabilidade de extinção de
animais e plantas locais; e, a emissão de gases de efeito estufa, que propiciam o
aquecimento global. Assim sendo, os problemas ambientais em Moçambique ocorrem
com maior frequência. Há provas claras de que as temperaturas têm aumentado e que o
carácter das chuvas mudou sensivelmente. As mudanças climáticas estão a trazer mais
secas frequentes, cheias e ciclones ao país (Dias, 2004). A mudança climática traz riscos,
mas também novas oportunidades para Moçambique. Portanto, não pode ser esquecido
que as oportunidades vêm juntas com o desenvolvimento de uma resposta às mudanças
climáticas (que envolvam tanto as medidas de mitigação e de adaptação). Por sua vez, a
implementação de estratégias de mudança do clima (Amaral, 2018).
Para Dias (2004), a educação ambiental pode ser aplicada de diversas formas, mas com
uma única finalidade: de construir valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas à conservação do meio ambiente. Segundo o mesmo autor; a EA
formal busca a formação do sujeito de forma continuada e insere-se dentro de todo e
qualquer sistema escolar, enquanto a Educação Ambiental não-formal utiliza políticas
educativas voltadas à sensibilização da colectividade sobre a questão ambiental. Ela
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abrange todo público. De acordo, Soato (1995), a educação ambiental tem como
princípios gerais os seguintes:
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Captação sensorial do meio: é a percepção física através dos sentidos, que é mais
ou menos idêntica entre as pessoas e é necessária para a sobrevivência do género
humano, embora existam evidências de uma variabilidade cultural que influencia
em termos de nível de discriminação entre estímulos.
Neste nível, o indivíduo apenas reflecte aquilo que vê e sente, não compreende a sua
essência, as causas e não consegue explicar o porquê dos eventos que acontecem no
seu exterior.
Cognição ambiental: está relacionado à compreensão e ao Conhecimento.
Tratando da descrição de como as pessoas estruturam, apreendem e conhecem
seu meio, às quais são variáveis com a cultura.
Neste nível, o indivíduo consegue fazer a relação dos eventos que acontecem só pelo
simples facto da noção que tem sobre eles, porém, este nível está sujeito a indução, pois,
apenas é feita a ponte entre os eventos ambientais e as consequências, não sabendo
explicar como e o porquê de os eventos acontecerem.
De acordo com (Leite e Silva, 2008), a educação ambiental é vista actualmente como um
dos principais instrumentos para reverter a exploração não planeada e insustentável dos
recursos naturais com base nas suas diversas estratégias. Para os mesmos autores,
constituem estratégias de educação ambiental, as seguintes:
Aulas de campo: permitem o contacto directo com a natureza, proporcionando
vivenciar os conhecimentos de forma contextualizada, intensificando o processo
de sensibilização, porque não é apenas a audição que é motivada, mas todos os
sentidos, principalmente a visão.
Alfabetização ecológica: processo no qual os indivíduos adquirem princípios
ecológicos básicos para extrair e seguir determinadas lições morais e transferir
essa moralidade presente na natureza para as formações sociais humanas, a fim
de ser e tomar o rumo civilizacional em padrões sustentáveis.
Exploração do ambiente local: permite a utilização dos recursos locais para
estudo e observação.
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Miniconferências da biodiversidade: consiste em um evento na qual são
discutidas determinadas temáticas ou problemáticas ambientais visando o
levantamento de soluções, prioridades e propostas para o bem comum.
Palestras/seminários ferramenta participativa de exposição de ideias
concernentes diversos temas ambientais e sociais emergentes.
Segundo Tuan (1983), afirma que é importante o individuo obter conhecimento que
desenvolva a percepção ambiental, porque o conhecimento da totalidade seja capaz de
induzir novos conhecimentos promovendo mudanças de comportamento. Marczwski
(2006), afirma que a percepção ambiental se configura como uma ferramenta fundamental
para o entendimento dos comportamentos e acções, promovendo por consequência a
sensibilização e o desenvolvimento de posturas éticas e responsáveis.
Amaral (2018), afirma que os impactos das mudanças climáticas já estão a ocorrer em
Moçambique. Há provas claras de que as temperaturas têm aumentado e que o carácter
das chuvas mudou sensivelmente, as mudanças climáticas estão a trazer mais secas
frequentes, cheias e ciclones ao país. Como medidas alternativas para de preservação ou
mitigação de poluição do ar, água e solo devem evitar deitar lixo na rua e reutilizara
sempre que possível e a separação adequada do lixo, evitar deitar lixos na rua e reutilizo
as embalagens sempre que possível, Macuácua (2018) e Nhamtumbo (2020). Assim
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concordo com Dias (2006), ao afirmar que a educação ambiental é um processo
permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio
ambiente e adquiram conhecimento, valores, habilidades, experiências e determinação
que os tomam aptos para agir o resolver problemas ambientais do presente e futuros.
Tal que, para Dornelles (2010), a educação ambiental como um processo é um despertar
de consciência política. Uma vez que, a degradação ambiental decorre da forma como
percebemos o meio ambiente, a ausência, inadequação ou escassez do conhecimento
produz acções que em geral, prejudicam a natureza.
Para Amaral (2018), o desenvolvimento sustentável visa à manutenção das bases vitais
da produção e da reprodução do homem, bem como de suas actividades, garantindo uma
relação satisfatória homens-ambiente, para que as futuras gerações também possam
desfrutar destes mesmos recursos naturais. Dias (2006), afirma que participação dos
debates sobre educação ambiental, visa contribuir para a formação de um cidadão
consciente e apto para a realidade meio ambiental. Para Macuácua (2018), A educação
ambiental está virada à formação de cidadãos com uma consciência de conservação do
meio ambiente. Nhamtumbo (2020), afirma que na medida em que os estudantes não têm
uma participação activa durante as aulas e acaba afectando nos seus resultados com
relação as avaliações e não só, estes acabam não tendo domínio das melhores atitudes a
ter em relação ao meio ambiente e os problemas neste envolvidos.
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ozónio, o efeito de estufa e consequente aquecimento global, escassez de água e outros
problemas ambientais, Dias (2004).
Conclusão
A demanda pode ser atendida sem ameaçar a sobrevivência das espécies ao longo prazo,
consolidação, nos somos o que fazemos, em uma época péssima para consciencializações
temos de fazer tudo o que for preciso quando estamos comprometidos. Sempre inicia com
favores.
Premio de consolidação, quando se esta vivo temos um nome. Todo o mundo tem um
plano até receber uma decepcao. Tem primeira vez para tudo. Nem sempre dá tempo para
pedir permissão ao engravatado para se fazer a coisa certa. Começar do zero e resolver
no caminho é sempre bom. Ninguém vive para sempre. Entretanto, a educação ambiental
é a ferramenta fundamental para interagir nesse processo. Por isso, Effting (2007), afirma
que educação ambiental é uma disciplina que visa capacitar as pessoas a uma
compreensão crítica e global do ambiente para conservar e usar adequadamente os
recursos naturais garantindo a melhoria da qualidade de vida.
A verdade não importa, a única coisa que importa neste mundo e o que se parece com a
verdade. Eu temo que esteja certo sobre isso. Ultimamente tenho visto que a verdade se
tornou tão ilusória com frequência imaginaria. Garantia vazia.
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Para Amaral (2018) e Soares (2005) os programas que desenvolvem a EA, por meio de
uma abordagem metodológica, contribuem para acções e decisões colectivas frente aos
problemas que devem ser solucionados.
Referências Bibliográficas
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