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ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PELA PESQUISA

AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CENTRO MUNICIPAL DE


EDUCAÇÃO AMBIENTAL NESTOR WEILER - CEMEA – UM ESTUDO DE
CASO

Autor: Cláudio Ademir Fernandes Cunha


Orientadora: Professora Lilian Aires Schwanz
Coorientador: Professor Dr. Marcos Klausberger

RESUMO: Diante de toda preocupação relacionada ao uso desenfreado dos


recursos naturais, por parte do homem, e dos impactos negativos causados por este
fato, a Educação Ambiental surge como uma ferramenta indispensável para instruir e
capacitar as pessoas a fim de ajudá-los a mitigar os efeitos dessa exploração. Desta
forma, este trabalho tem como finalidade investigar, por meio de um estudo de caso, se
as práticas relacionadas à Educação Ambiental no município de Campo Bom, são
atendidas a contento pelas ações desenvolvidas pelo Centro Municipal de Educação
Ambiental Nestor Weiler (CEMEA). Igualmente este trabalho visa buscar na legislação
atual os instrumentos legais que garantem a Educação Ambiental no âmbito federal,
estadual e também no município de Campo Bom, RS. Foram realizadas, além da
pesquisa acerca das legislações federal, estadual e municipal sobre o tema, análise
documental a fim de se efetivar a caracterização tanto física como pedagógica do
CEMEA, bem como visitas técnicas ao local para conversas informais e observações,
proporcionando, assim, a exposição das atividades realizadas pelo centro e
disseminadas nas escolas das redes de ensino no município. Esta investigação
demonstra que as legislações pertinentes ao objeto deste estudo são implementadas por
este centro de educação de forma prática e objetiva, procurando inserir não somente os
alunos da rede municipal, mas também abre e amplia os espaços de ensino e
aprendizagem deste educandário para a comunidade do município.

Palavras-chave: Educação ambiental; meio ambiente; natureza; políticas públicas;


CEMEA; centro de educação ambiental.

1. INTRODUÇÃO
Como profissional da área ambiental, com formação acadêmica como Tecnólogo
em Gestão Ambiental e pós graduado na área de urbanismo, mais especificamente na
Gestão Estratégica do Território Urbano, entusiasta pela educação como meio de dotar
as pessoas com os atributos necessários para mudar sua consciência e desta forma
promover as mudanças que o mundo necessita, e ainda como servidor público na cidade
de Campo Bom, Rio Grande do Sul, que atua na área ambiental do município motivou-
me a investigar como um centro especializado em educação ambiental, com sua
estrutura física e pedagógica, implementa as políticas públicas municipais voltadas a
esse tema? Esta problemática norteou este trabalho que, por meio de um estudo de
caso, busca conhecer as políticas públicas e as práticas relacionadas à Educação
Ambiental adotadas no município, por meio do Centro Municipal de Educação Ambiental
Nestor Weiler (CEMEA).
Este estudo teve como objetivo geral analisar como legislações municipais,
estaduais e federais voltadas à educação ambiental são implementadas através das
práticas realizadas por um centro especializado para este tema. Faz ainda uma análise
das ações realizadas pelo centro.
Pretende-se, como objetivos específicos, apresentar: as legislações referentes ao
tema; a estrutura organizacional deste centro especializado; a infraestrutura física e seus
espaços pedagógicos; algumas das abordagens didáticas utilizadas pelos profissionais
da educação que atuam no CEMEA e as políticas públicas implementadas que balizam
o ensino da Educação Ambiental que objetivam a construção de uma consciência crítica
e construtiva no ensino da Educação Ambiental dos alunos da rede municipal de ensino
da cidade de Campo Bom.
Justifica-se este estudo pela relevância do tema, especialmente em um momento
da história em que o mundo passa por uma crise sanitária e social com reflexos diretos
na economia, no comportamento e na forma de viver das pessoas e na sua relação com
o meio ambiente. Espera-se, com esta pesquisa, despertar a atenção e deixar uma
contribuição sobre a importância da educação ambiental na vida das pessoas e sua
relação com as mudanças que se fazem necessárias a fim de que tenhamos um mundo
melhor para as futuras gerações.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ambiente, o meio ambiente e a natureza
As discussões acerca das temáticas ambientais e dos assuntos relacionados com
a natureza têm crescido consideravelmente nas últimas décadas, tanto nos meios de
comunicação quanto em revistas e periódicos especializados. Na maioria dos casos,
percebe-se uma manifestação de consenso de que o ambiente, o meio ambiente ou a
natureza é uma entidade com a qual o homem se conecta, no qual está introduzido e
que deve ser preservada para que as futuras gerações mantenham condições saudáveis
de sobrevivência, (RIBEIRO e CAVASSAN, 2013). Seus conceitos, embora não sendo
sinônimos, de forma generalizada e ampla são considerados, de forma equivocada,
como expressões com sentido semelhante.
No mesmo tempo em que a atenção e os cuidados ambientais se tornam mais
constantes e que as discussões atingem uma quantidade maior de pessoas, culturas e
opiniões, temos também propriedades diversas de conceitos e, ocasionalmente, de
forma equivocada, uma igualização de significados, (RIBEIRO e CAVASSAN, 2013). Os
autores citados salientam ainda que se os fóruns de debates relacionados aos temas
ambientais e ecológicos estão se tornando cada vez maiores e ampliados e que a
utilização adequada de vocábulos como ambiente, meio ambiente e natureza, não tem
sido discutido na mesma intensidade, desta forma, para os que se dedicam ao estudo
dos assuntos relacionados aos temas ambientais e ecológicos, bem como dos seus
conceitos, salienta-se a necessidade da utilização dos termos ambiente, meio ambiente
e natureza e defende-se a ideia do emprego correto dos seus significados.
Neste mesmo sentido, quando se trata de um estudo relacionado a Educação
Ambiental, é importante que se faça uma breve discussão acerca dos termos ambiente,
meio ambiente e natureza a fim de que haja uma compreensão daquilo a que se propõe
o referido trabalho.
De modo prático e objetivo, Ribeiro e Cavassan (2013) consideram que ambiente
é um ente verdadeiro e possível de ser percebido. Trata-se de uma realidade oferecida
ao conhecimento e sujeito de pensamento, mas que dele independe. Composta por
componentes que podem não estar de modo direto e imediato em atuação com um
organismo, ou seja, aquilo que está em nosso entorno independente da relação que
exerce ou que é exercido.

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Schoenberger (2015), citando Milaré, considera ambiente como sendo o espaço
ou lugar que rodeia todos os seres vivos e as coisas, ou seja, o local em que o homem
está introduzido, interagindo e recebendo as influências deste meio.
Na percepção compreendida por Ribeiro e Cavassan (2013), Meio Ambiente é a
natureza idealizada pela mente humana, ou seja, à realidade apreendida, àquilo a que
estamos cientes por meio da nossa própria cognição. Pode ser interpretado como o que
da natureza é conhecido pelo conjunto coletivo, o que se encontra na perspectiva
compreensiva do indivíduo. Faz referência ao agrupamento dos meios ambientes
considerados pelo homem e é concebido de ocorrências que podemos caracterizar e
que são possíveis de reagir com um organismo, mas que ainda não foram convidados a
fazer.
Já para Santos e Imbernon (2014), Meio Ambiente é o espaço, associando à vida
urbana à antroposfera, que é a parte da biosfera onde o homem vive e interage com a
natureza. Do ponto de vista socioambiental, o meio ambiente é compreendido pelo
relacionamento formado pelo homem e pela natureza, em contínua interatividade, ou
seja, o homem como ser participante e transformador de seu meio.
Para Lima e Oliveira (2011), a natureza pode ser compreendida como sendo tudo
aquilo que tem característica natural e que não apresenta intervenção antrópica, ou seja,
que não apresenta modificação pela ação humana. Dessa forma, entende-se que a
natureza é o ambiente orgânico, puro, tal qual organizado no princípio.
Castro (2019), considera difícil criar limites para um conceito único e objetivo
sobre natureza, por entender que a forma como uma pessoa ou grupo de pessoas
entende a natureza tem relação direta com seu comportamento no mundo em que vive.
Citando Merleau-Ponty, Castro (2019) justifica que “Para a maior parte de nós, a
[Natureza] é apenas um ser vago e distante, sufocado pelas cidades, pelas ruas, pelas
casas, e, sobretudo pela presença dos outros homens”. Neste pensamento o autor
considera a urbanização provocada pela necessidade do homem como sendo a causa
do distanciamento do próprio ser humano com aquela natureza primitiva.
Já no entendimento de Ribeiro e Cavassan (2013), a Natureza são os
componentes que abraçam ou rodeiam um gênero ou sujeito em particular, que são
significativos para ele e que entram em convivência verdadeira e positiva. Tem a
característica de ser um espaço definido pelas atividades do próprio sujeito, determinado
em função de propriedades morfológicas, fisiológicas e as funções dos seres, sendo
uma propriedade específica dos seres vivos. Trata-se dos fenômenos que entram
efetivamente em conexão e convívio com um organismo particular, que são imediatos,
operacionalmente diretos e pertinentes.
Com isso, relacionando o gênero humano não só por fazer parte, mas por ser
protagonista no contexto referente ao ambiente em que está inserido, ao meio ambiente
a que faz parte e atua de forma direta e à natureza da qual necessita para sua
sobrevivência, importante se faz a educação ambiental, que é um processo de
reconhecimento de valores e conceitos, que tem por finalidade básica a promoção das
capacidades e práticas, transformando os comportamentos humanos para melhor
compreender, respeitar e preservar a relação ao meio em que está inserido.

2.2 A Educação Ambiental: histórico e objetivos


A educação ambiental nasceu como um método educativo que direciona a um
entendimento ambiental constituído nos princípios éticos e nas normas de convívio
social e de mercado, que tensiona para um questionamento equitativo entre os prós e os
contras da nossa ocupação e do uso da natureza. A educação ambiental deve
proporcionar a cidadania ativa considerando sua percepção de pertencimento e
comprometimento compartilhado que, por intermédio da atuação coletiva e organizada,
propõe a consciência e a superação dos interesses estruturais e conjunturais das
problemáticas ambientais. A educação ambiental pode ser definida como sendo a

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formação de um entendimento ecológico que procura conhecer a natureza e a
coletividade como condição e fatores intimamente associados que não podem mais ser
pensadas de forma apartada, individual ou emancipada (SORRENTINO, 2005).
De acordo com Carta de Belgrado de 1975, os objetivos da Educação Ambiental
são: mudar atitudes, desenvolver a capacidade de avaliação, motivar para a
participação, formar a consciência ecológica, adquirir conhecimento científico e técnico
(eco-alfabetização, gestão ambiental, qualidade ambiental, responsabilidade
socioambiental, etc.) e adquirir e desenvolver aptidões. A Carta de Belgrado é um
documento elaborado ao final do encontro realizado em Belgrado, antiga Iugoslávia, no
ano de 1975, promovido pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura, conhecido como Encontro de Belgrado, este documento
continua sendo um marco conceitual no tratamento das questões ambientais, (MEC,
2021).
Ainda de acordo com a Carta de Belgrado, o principal destinatário da Educação
Ambiental é o público em geral. Neste contexto global, as principais categorias de
público são o setor da educação formal, que é constituída por alunos da educação
básica e superior, professores e demais profissionais da educação durante sua
formação e atualização e ainda o setor da educação não formal, composta por jovens e
adultos, tanto individual como coletivamente, de todos os segmentos da população, tais
como famílias, trabalhadores, administradores e todos aqueles que dispõem de poder
nas áreas ambientais ou não.
A ONU – Organização das Nações Unidas realizou em 1972, em Estocolmo, na
Suécia, a Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente. Uma das resoluções
importantes tiradas desta conferência foi a de que se deve educar o cidadão para a
solução dos problemas ambientais,

É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, dirigido, seja


às gerações jovens, seja aos adultos, o qual dê a devida atenção aos setores
menos privilegiados da população, a fim de favorecer a formação de uma opinião
pública bem informada e uma conduta dos indivíduos, das empresas e das
coletividades, inspiradas no sentido de sua responsabilidade com a proteção e
melhoria do meio, em toda a sua dimensão humana. (NAÇÕES UNIDAS SOBRE
O MEIO AMBIENTE, 1972)

Torna-se, de acordo com a Declaração de Estocolmo, indispensável um trabalho


voltado a educação ambiental abrangendo todas as faixas etárias e classes sociais, a
fim de disseminar este conhecimento e, de alguma forma, comprometer as pessoas com
os cuidados com o meio ambiente. Com isso, pode-se entender que neste evento surgiu
o que se convencionou chamar de Educação Ambiental, (REIGOTA, 1994, p. 15).
Em 1975, de acordo com Loureiro (2006), ocorreu o I Seminário Internacional de
Educação Ambiental, em Belgrado, na época, Iugoslávia. O grande mérito desse
seminário foi reforçar a necessidade de uma nova ética global e ecológica vinculada aos
processos de erradicação de problemas como a miséria, fome, analfabetismo, poluição,
degradação dos bens e fontes naturais e exploração humana. Esta nova ética global
proposta se baseava em um novo modelo de desenvolvimento e do entendimento de
que tais problemas estão estruturalmente relacionados.
De acordo com Jacobi (2003), a partir da Conferência intergovernamental sobre a
Educação Ambiental realizada em Tbilisi (Geórgia, ex União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas), em 1977, inicia-se um amplo processo em nível global orientado para criar
condições que formem uma nova consciência sobre o valor da natureza e para orientar a
produção de conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade.

Esse campo educativo tem sido fertilizado transversalmente, e isso tem


possibilitado a realização de experiências concretas de educação ambiental de
forma criativa e inovadora por diversos segmentos da população e em diversos
níveis de formação. (JACOBI, 2003, p. 02).

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Esse procedimento iniciado em Tbilisi tem ajudado a promover a Educação
Ambiental de forma a criar uma interação e um comprometimento amplo das pessoas
em todos os graus e classes.
Loureiro (2006) pontua que as diretrizes definidas foram consensualmente
adotadas pelos países participantes de tal conferência, inclusive o Brasil, e permanecem
válidas até hoje em defesa de uma abordagem emancipatória.
No entanto, o que mais chama a atenção foi um evento, ocorrido um ano antes de
Tbilisi, pouco mencionado por autores que retomam a história da Educação Ambiental.
Esse evento chamou-se de Taller Subregional de Educación Ambiental para Educación
Secundaria1, realizado em Chosica, Peru, em 1976. Esse evento apresentou uma das
mais complexas abordagens em Educação Ambiental, “evidenciando a necessidade de
transformação das sociedades tal como estão estruturadas e a associação entre o social
e o natural strictu sensu”. (LOUREIRO, 2006, p. 70). Além disso, este evento afirmou a
necessidade de a Educação Ambiental ser participativa, permanente, interdisciplinar,
construída a partir da realidade cotidiana, com implicações sobre o formato curricular no
ensino formal.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
também conhecida como Eco-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro em 1992, partiu
do documento feito em Tbilisi, para elaborar a Educação Ambiental na Agenda 21,
recontextualizando e ampliando as propostas expostas.
Em junho de 2012, também na cidade do Rio de Janeiro, foi re alizada a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, assim
conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a
agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. O objetivo desta
Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento
sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das
decisões adotadas pelos principais países participantes sobre o assunto e do tratamento
de temas novos e emergentes.
Brügger (1999) considera que a Educação Ambiental está associada ao modo
como a sociedade compreende a natureza, o que inclui também as relações dos
homens com seus pares, ou seja, numa sociedade meramente capitalista, a natureza é
vista como meio de exploração de suas fontes e enriquecimento, descartando-se a total
dependência do ser humano em relação ao meio ambiente, assunto este que se torna
extremamente urgente, uma vez que a degradação ambiental é exercida ao longo de
todos os tempos, porém, somente na época atual seus efeitos, resultados e impactos
negativos vêm tomando grandes proporções.

2.3 O Emparedamento da Educação Ambiental

Segundo o censo demográfico de 2010, mais de 80% dos brasileiros vivem em


áreas consideradas urbanas (IBGE, 2010, p. 43). Assim podemos afirmar que em maior
ou menor intensidade, a relação direta com a natureza encontra-se progressivamente
mais apartado dos indivíduos. Muitas crianças e adolescentes permanecem boa parte do
seu tempo em locais emparedados, de posse e manuseio de aparelhos eletrônicos,
buscando entretenimento, fazendo atividades escolares ou de lazer com as TICs,
equipamentos de Tecnologia de Informação e Comunicação.
Diante dessa acelerada urbanização o contato com a natureza, vai perdendo
lugar e relevância no dia a dia das pessoas, vai sendo ignorada e excluída ou mesmo
substituída por atividades que geram impactos e os seres, processos e elementos da
natureza são vistos como objetos para a produção industrial (TIRIBA, 2019). Dentre
estas atividades podemos citar passeios, caminhadas ou práticas esportivas
1
Oficina Sub-regional de Educação Ambiental para o Ensino Médio.

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desenvolvidas em grandes centros comerciais, de lazer ou em locais especialmente
construídos para este fim.
Somados a isso, vivemos nestes tempos de pandemia e isolamento social, onde
muitas atividades profissionais e principalmente escolares são desenvolvidas a partir de
casa e também com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs),
tornando, mais uma vez, as crianças afastadas das atividades e do contato direto com a
natureza e com o ambiente externo a sua volta.
Lev Vygotski (2010) afirma que o aprendizado significativo se estabelece como
um elemento de relacionamento entre a criança e o seu entorno e não como um
episódio de relação entre duas unidades já existentes e diferentes. Conforme o autor,

a vivência de uma situação qualquer, a vivência de um componente qualquer do


meio determina qual influência essa situação ou esse meio exercerá na criança.
Dessa forma, não é esse ou aquele elemento tomado independentemente da
criança, mas, sim, o elemento interpretado pela vivência da criança que pode
determinar sua influência no decorrer de seu desenvolvimento futuro,
(VYGOTSKI, 2010, p. 683-684).

O aprendizado significativo se dá no encontro, na experiência vivida e na maneira


de se importar por ela. Portanto, partimos da ideia de que as experiências dos alunos
diretamente na natureza fortalecem sua conexão com o mundo natural bem como
potencializam o entendimento pontual sobre os ambientes, os seres e os processos
naturais.

2.4 As políticas públicas que balizam o ensino da Educação Ambiental


No Brasil, podemos considerar que a partir da segunda metade da década de
1990 foram constituídas diversas políticas públicas com a finalidade de possibilitar e
estimular a Educação Ambiental para as crianças da faixa etária do ensino fundamental.
Ganhando força na agenda pública no início da década de 2000, uma prova disto foi o
lançamento do Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA, no ano de 2003,
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (VEIGA; AMORIM; BLANCO, 2005).
Antes disso, em abril de 1999 foi promulgada a lei 9.795, que, além de esclarecer
muitos pontos e dúvidas sobre o conceito de educação ambiental, institui a chamada
Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA.
Nos anos de 2001 e 2003, o censo escolar realizado pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) incluiu uma questão sobre a
existência da Educação Ambiental (EA) nas escolas brasileiras de ensino fundamental,
com o objetivo de constatar as três modalidades definidas de inclusão da EA nas
práticas pedagógica: projetos, forma transversal nas disciplinas ou disciplina especial.
A inserção da EA nas escolas do Brasil, de acordo com a pesquisa do censo
escolar, teve um crescimento acelerado entre os anos 2001 e 2004. O censo escolar
afirmou ainda que 61,2% das escolas afirmavam incluir a EA em seus trabalhos com os
alunos no ano de 2001. Em 2004, esse número se ampliou para 94%, (LIMA, 2007). A
análise básica e simples desses dados assegura que a prática da EA se generalizou no
sistema de ensino fundamental do país (TRAJBER; MENDONÇA, 2006).
O relatório “Um retrato da presença da educação ambiental no ensino
fundamental brasileiro: o percurso de um processo acelerado de expansão”, afirma:

Se fosse uma tarefa encontrar um fenômeno semelhante na história recente da


educação formal brasileira, esta expansão somente poderia ser comparada aos
significativos avanços obtidos na expansão do acesso ao ensino fundamental na
segunda metade dos anos 90. Mais ainda, analisando a evolução da presença
da EA, parece que esta reproduz a mesma evolução do ensino fundamental em
termos da sua – praticamente total – universalização. (VEIGA; AMORIM;
BLANCO, 2005, p. 10).

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O indicativo mostrado pelo relatório citado mostra uma evolução no ensino da
Educação Ambiental entre os anos de 2001 até 2004 entre as escolas de ensino
fundamental.
Informações sobre alguns aspectos da EA, presentes neste relatório, mostram
que o relacionamento com a comunidade era realizado em apenas 8% do total de
escolas; a queima de lixo era feita em 36% das escolas em 2001 e em 41% em 2004.
Neste relatório também foi elaborado um índice com a função de organizar uma escala
entre “os municípios mais providos de escolas em condições favoráveis para
trabalharem com Educação Ambiental” (TRAJBER; MENDONÇA, 2006, p. 13).
As informações obtidas nos censos escolares de 2001-2004 e a análise dos seus
resultados foram importantes pois representaram importante avanço na verificação das
políticas públicas no Ministério da Educação. A partir desses parâmetros quantitativos,
novas questões foram propostas: que EA é praticada nas escolas?; quais são as
práticas pedagógicas utilizadas pelas escolas para inserir a EA?; quais mudanças estão
ocorrendo no cotidiano escolar em decorrência dessa inserção?; há um impacto
significativo dessas práticas na comunidade?
Para responder a essas perguntas, foi criado o projeto “O que fazem as escolas
que dizem que fazem educação ambiental?” uma iniciativa da Coordenação-Geral de
Educação Ambiental do Ministério da Educação e Cultura (CGEA/MEC), em parceria
com o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedades (IETS) e com as Universidades
Federais do Mato Grosso do Sul (UFMS), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Rio Grande
(FURG), do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Pará (UFPA), com o objetivo de conhecer
como a escola praticava a EA, (TRAJBER; MENDONÇA, 2006).
Os resultados desta pesquisa foram conhecidos em 2006 na 29ª Reunião da
ANPEd - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Nesse
momento, o resultado obtido deveria ser essencial para a etapa seguinte do projeto. A
partir daí, ao projeto caberia:

Envolver de forma mais abrangente as universidades num trabalho mais


focalizado, aprofundado, diversificado e mais qualitativo – além de iniciarmos um
processo de construção de indicadores para a Educação Ambiental, envolvendo
também a Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, que,
com o MEC forma o Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental.
(TRAJBER; MENDONÇA, 2006, p. 14).

Embora fundamental, a continuidade da pesquisa não se deu e o Índice de


Desenvolvimento da Educação Ambiental (IDEA), não passou de uma proposta inicial,
fruto de desinteresse das dificuldades enfrentadas pela gestão de EA no MEC. D e
acordo com o ex-diretor do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente (DEA/MMA) e da coordenadora, à época, da Coordenação Geral de Educação
Ambiental (CGEA), afirmam que o MEC possui um programa nacional que congrega
diferentes setores que respondem pelo ensino fundamental no Brasil. A CGEA declara
que tal qualidade é essencial para a introdução da educação ambiental nas escolas.
Desta forma,
O programa do MEC propõe-se a construir um processo permanente de
educação ambiental na escola. Por meio de modalidades de ensino presenciais,
à distância e difusas, as ações envolvem secretarias de educação estaduais e
municipais, professores, alunos, comunidade escolar, sociedade civil e
universidade, (SORRENTINO et al., 2005, p. 292).

O plano do MEC atribui duas prioridades neste processo: a escola, como espaço
de construção permanente da EA, e a diversidade de agentes comprometidos nas ações
responsáveis pela implementação da EA nas escolas. Desta forma, os gestores da
PNEA admitem que esta deve introduzir-se nas políticas públicas formuladas pelo MEC
com base nas quatro ações apontadas problematicamente como estruturantes:

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Conferência Nacional de Meio Ambiente, Formação Continuada de Professores,
Coletivos Jovens e Rede de Educação para a Diversidade.
Em 2007, a CGEA anunciou, sem resultados, a chamada de uma consulta pública
para elaborar uma proposta de diretrizes curriculares para a EA, mas, até meados de
2010, nada havia sido manifestado. As manifestações da CGEA em fóruns deliberativos
da educação, como conselhos e conferências nacionais parece ser incipiente e não
possibilita que os membros da gestão escolar sejam ouvidos na perspectiva das
carências de inclusão e integração da EA nas escolas.
Desta forma, a fim de compreender as consequências deste plano adotado pelo
MEC, pode-se afirmar que a EA em relação à escola converte-se em um componente
que se move paralelamente à educação instituída. Não consegue, dessa forma, integrar-
se como alguma coisa que a produza e a qualifique de acordo com as exigências de
materialização de uma escola pública democrática e capaz de contribuir na promoção de
processos que superem os vínculos sociais destrutivos característicos à sociedade
capitalista (ROIZ, 2009).
No Rio Grande do Sul, a Lei nº 11.730, de 09 de janeiro de 2002, dispõe sobre a
Educação Ambiental, institui a Política Estadual de Educação Ambiental, cria o
Programa Estadual de Educação Ambiental, e complementa a Lei Federal n° 9.795, de
27 de abril de 1999, no âmbito do estado. Já a Lei nº 13.597, de 30 de dezembro de
2010 deu nova redação e traz uma atualização para a Lei 11.730/2002. Ainda no âmbito
estadual, instituído pelo Decreto n° 43.957, de 08 de agosto de 2005, o Órgão Gestor da
Política Estadual de Educação Ambiental, tem, entre suas competências, a coordenação
da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Rio Grande do Sul (CIEA/RS)
que visa a elaboração e implementação do Plano Estadual de Educação Ambiental
(PlanEA) e objetiva, entre outras coisas, acompanhar e avaliar a definição e
implementação das diretrizes da Política Estadual de Educação Ambiental e da Política
Nacional de Educação Ambiental.
Por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema),
foi instituída pelo Decreto n° 55.885 de 17 de maio de 2021 o Programa de Educação
Ambiental Colaborativo (PEAC), que tem como objetivo a formação de agentes
socioambientais que contribuam para a mudança de valores e de comportamento da
população quanto ao meio ambiente. Este programa é coordenado em parceria com a
Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e conta com um Comitê Gestor
Multidisciplinar composto por nove secretarias estaduais, e três federações, a saber:
Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS, Federação da
Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL e Federação do Comércio de
Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Fecomércio/RS. Este programa
busca incluir a Educação ambiental nos ensinos formal e não formal, trabalhando nos
eixos educação socioambiental, biodiversidade, recursos hídricos e saneamento.
Os objetivos específicos do PEAC visam implementar a educação ambiental
como uma prática contínua e permanente, e tem como uma de suas metas a inclusão
deste tema nos currículos escolares. Tem como públicos-alvo os professores, alunos e
funcionários da rede pública, bem como profissionais da área ambiental, das esferas
municipal e estadual, surge também como um instrumento para a efetiva implantação
das Políticas Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e do Plano Estadual de
Educação Ambiental (PEEA).
Ainda com relação a legislação, no recorte municipal de Campo Bom, a Rede de
Educação Ambiental é apresentada como uma Política Pública do Plano Municipal de
Educação (PME). Quanto às estratégias de educação relacionadas à Educação
Ambiental, a Lei Municipal nº 4.355 de 16 de junho de 2015, que aprovou o PME para os
próximos dez anos compreendidos entre 2015 e 2025, no seu Anexo I diz que as
estratégias para a implementação da META 21 são:

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● Manter e garantir Rede de Educação Ambiental no Município, com, no mínimo,
um representante por Unidade Escolar.
● Assegurar formação, em Educação Ambiental, para os profissionais da Educação
que atuem nesta área, através de capacitação certificada pelo Município.
● Garantir a manutenção do Centro Municipal de Educação Ambiental Nestor
Weiler, de acordo com a Lei Municipal nº 3.704/2011.
● Garantir a manutenção de espaços e equipamentos de Educação Ambiental, em
regime de colaboração com a União Federal, o Estado do Rio Grande do Sul.
● Manter e garantir a existência de profissionais da Educação que realizem projetos
de Educação Ambiental na Rede Municipal de Ensino.

2.5 Seção de Planejamento e Educação Ambiental na SEMA


A Secretaria do Meio Ambiente - SEMA, órgão do município de Campo Bom/RS,
prevê na sua estrutura de organização, por meio da Lei Municipal 4.801 de 31 de julho
de 2018, dentro da Divisão de Gestão Ambiental a Seção de Planejamento e Educação
Ambiental, que tem por objetivo fornecer apoio técnico para todas as ações relacionadas
à Educação Ambiental não somente da Secretaria do Meio Ambiente, mas também da
Secretaria de Educação e Cultura e suas estruturas. Esta divisão também é responsável
por coordenar as atividades do espaço denominado “Floração Hortas Urbanas - Centro
de Convivência e Boas Práticas Ambientais”, instituído pela Lei Municipal 3.414 de 19 de
junho de 2009 e que tem por objetivo dar

apoio e convergência de ações sócio ambientais, potencializando a convivência


da comunidade com as questões do meio ambiente, principalmente, às voltadas
para a gestão dos resíduos sólidos domésticos, com o foco em compostagem e
agricultura urbana. O espaço desenvolve atividades sócio ambientais,
articulando ações de Educação Ambiental com os mais diversos públicos, como
escolas, grupos organizados e a população em geral, (CAMPO BOM, 2018).

A estrutura física e técnica da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) serve de


apoio aos programas e ações da Secretaria da Educação no que tange a Educação
Ambiental, por meio da cedência de mudas de árvores, hortaliças, chás e flores que são
utilizadas nas atividades tanto do Centro Municipal de Educação Ambiental Nestor
Weiler (CEMEA), quanto nas escolas da rede municipal de ensino do município e
também com a orientação técnica dos profissionais que desenvolvem suas atividades na
SEMA.

2.6 O Centro Municipal de Educação Ambiental Nestor Weiler (CEMEA)

A Lei Municipal nº 3.704 de 26 de abril de 2011 instituiu o Centro Municipal de


Educação Ambiental Nestor Weiler, espaço público municipal de Campo Bom/RS, que
faz parte do organograma da Secretaria de Educação e Cultura deste município, onde
são

desenvolvidas atividades que despertam a preocupação individual e coletiva


para com as questões ambientais, fomentam o desenvolvimento de uma
consciência crítica sobre as mesmas, e, logrem transformações sociais e
culturais que levem a comunidade a participar da preservação do equilíbrio
ambiental, a utilizar os recursos naturais de maneira racional e sustentável, e, a
se tornar apta a resolver problemas ambientais presentes e futuros, (CAMPO
BOM, 2011).

O espaço, de aproximadamente 10.000 m², localizada na Rua Aimoré nº 513, no


Bairro Metzler, é composto, em sua área interna, por um laboratório para
aproximadamente 30 pessoas, uma ampla sala pedagógica com a capacidade para 45
pessoas, banheiros feminino e masculino e com acessibilidade, uma cozinha, um

9
depósito para materiais e uma sala administrativa. A área externa é composta por
diversos espaços construídos, em sua maioria, pelos próprios alunos das escolas
municipais da rede pública, que participam de atividades de contra turno, sob a
supervisão dos professores do centro e também de suas escolas. A área externa do
CEMEA pode ser utilizada como ferramenta pedagógica para a inserção de práticas
agrícolas urbanas e sustentáveis no âmbito social, cultural, econômico e ambiental
capacitando os alunos, pais e comunidade de forma prática a utilizarem tais ferramentas
em suas práticas diárias.
O CEMEA também desenvolve atividades diversas de Educação Ambiental
direcionadas à formação de professores da rede municipal de ensino, por meio de
oficinas e rodas de conversa, com o objetivo de auxiliar os professores designados das
escolas a adquirirem o conhecimento necessário para auxiliar a sua comunidade
escolar.
Outras ações desenvolvidas pelo CEMEA, com o objetivo de levar um pouco do
Centro para as escolas públicas do município são a Assessoria do Pátio e as
Intervenções nos Pátios, onde os profissionais do Centro vão até as escolas da rede, a
convite dessas instituições, assessorar a direção, a coordenação e os professores
responsáveis na concepção, execução e/ou adequação dos espaços externos das
escolas, como meio de levar a escola ao encontro da natureza e, desta forma,
proporcionar o desemparedamento dos alunos nas atividades relacionadas à Educação
Ambiental.
Estas ações do CEMEA vão ao encontro com o que pondera a educadora Léa
Tiriba, em artigo intitulado “Crianças da Natureza: vivências, saberes e pertencimento”,
onde afirma que:
é por meio de bons encontros com a natureza, seus seres e seus processos que
potencializamos a capacidade das pessoas, das crianças, de afetar e serem por
eles afetados, o que significa que a biofilia age por meio de vivências
significativas nos contextos socioecológicos, (TIRIBA, 2019, p. 9).

Desta forma, entende-se que a convivência dos alunos com a natureza e com o
ambiente ao seu redor é um meio eficiente de estimular e intensificar a relação do
ensino e aprendizagem no que se refere às práticas socioambientais, estimulado pela
Educação Ambiental.

2.7 As abordagens didáticas do CEMEA


Para atender as exigências impostas pela Lei Federal 13.005/2014 que
estabeleceu o Plano Nacional de Educação para cada município, Campo Bom elaborou
e publicou o seu Plano Municipal de Educação (PME) na Lei nº 4.355/2015. Com a
vigência de 10 anos o PME objetiva, além de contemplar as 20 metas estabelecidas pelo
PNE, alcançar uma 21ª meta, de “Manter e garantir a Educação Ambiental na Rede
Municipal de Ensino” apontando 5 estratégias para o seu cumprimento, permitindo com
que a Educação Ambiental faça parte das estratégias vinculadas à educação no
município.
Partindo da premissa de que a escola deve proporcionar atividades didáticas para
promover o ensino, a aprendizagem, bem como oportunizar o encontro das crianças
com a natureza, objetivo da EA, as ações e programas realizadas pelo CEMEA, a fim de
cumprir com estes propósitos e ainda atingir o que preconiza a meta 21 do PME, busca
amparo nas práticas pedagógicas que incentivam e estimulam a utilização do pátio como
sala de aula, o chamado desemparedamento da infância. Entende-se que, por exemplo,
por meio de ajudar a confeccionar uma horta, cultivar e ajudar a cuidar dela o
aprendizado explora outra potencialidade para além daquelas que são trabalhadas em
sala de aula, por meio de abordagens teóricas.
(...) a escola também precisa se organizar em seus tempos, espaços e relações.
(...) É preciso levar os espaços escolares para além das salas de aula e

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potencializar.(...) Faz-se necessário ampliar a concepção de que o aprendizado
só ocorre dentro dos espaços escolares, especialmente na sala de aula, e
valorizar todo e qualquer espaço da escola, interno ou ao ar livre, assim como os
espaços extramuros. Tudo é potencialmente educativo e, portanto, sujeito a
acolher a intencionalidade pedagógica, (BARROS, 2018, p.30)

Quer seja trazendo a natureza para dentro da sala de aula ou levando os alunos
para aulas práticas didáticas de educação ambiental, no pátio ou mesmo fora dos muros
escolares para que eles vivam experiências de relacionamento direto com o que está
sendo ensinado.
A escola precisa ser aquele local de aprendizado em que, desde a Educação
Infantil, a importância da Educação Ambiental como meio que reconecta homem e
natureza, deve ser considerada. Se faz necessário uma educação ambiental
estabelecida na ética do cuidado, atenta à diversidade de culturas e da biodiversidade,
(TIRIBA, 2010).
Dentre os programas e as ações desenvolvidas pelo CEMEA, podemos destacar
as atividades de contra turno escolar que objetiva a formação de monitores ecológicos,
que são aqueles alunos multiplicadores de conhecimentos, vivências e práticas
sustentáveis, relacionadas à separação correta dos resíduos sólidos urbanos, execução
de hortas, jardins, canteiros e pátios. Outra atividade que merece ser mencionada é a
formação e assessoria à Rede Municipal de Educação Ambiental, voltada à formação
continuada dos profissionais da educação para atuarem com projetos de EA nas escolas
e nos diferentes setores da comunidade e multiplicar os conhecimentos para as
comunidades do município.
Para exemplificar na prática, no CEMEA são realizadas ações que vão desde a
confecção de hortas e pomares, cultivo, cuidados, colheita, produção dos alimentos ali
cultivados, separação correta dos resíduos destes alimentos e compostagem da fração
orgânica, fechando assim um ciclo de ensino e aprendizagem acerca deste assunto
específico. Além das hortas convencionais, no centro há também o cultivo empregando
a técnica chamada agrofloresta, que é um sistema de cultivo que imita o que a natureza
realiza normalmente, com o solo sempre coberto pela vegetação, várias plantas juntas,
umas ajudando as outras e mais próximo a um cultivo sem intervenções.
No CEMEA é possível buscar saberes de forma prática sobre a vegetação ou
animais, por meio de trilhas na mata que se encontra na sua área, sobre a grande
importância das águas, pois no seu entorno se encontra o Arroio Schmidt e ainda sobre
os cuidados que devemos ter com o solo, a água e o ar. Estes conhecimentos são
compartilhados de acordo com cada faixa etária, seja para os alunos da Educação
Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e Médio e ainda para o público adulto que
também faz parte da população atendida pelo centro.
Estas atividades de formação ocorrem mensalmente e buscam fazer o
mapeamento de práticas de educação ambiental nas escolas da rede a partir do
assessoramento do Projeto Ecoeducação. Estas práticas de educação realizadas no
CEMEA busca ainda planejar e executar as atividades de assessoria aos pátios
escolares, bem como os projetos de Alfabetização Científica.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente investigação usará o método de estudo de caso que

“… pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como
um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma
unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando
descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não

11
pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o
percebe.”(FONSECA, apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009.)

O estudo de caso proposto deu-se no município de Campo Bom, especificamente


nos instrumentos e na metodologia utilizada pelos profissionais da Secretaria da
Educação e Cultura com auxílio técnico da Secretaria do Meio Ambiente, atuantes no
desenvolvimento da Educação Ambiental no município para a implementação de ações
educativas de educação ambiental num centro especializado para o tema.
Os procedimentos metodológicos adotados na concepção deste estudo foram: a
pesquisa na legislação federal e estadual que regulamentam a Educação Ambiental no
Brasil bem como no estado do Rio Grande do Sul. Esta pesquisa se deu por meio de um
estudo de diversas leis e artigos científicos que amparam e analisam estes instrumentos
legais.
Por meio da coleta das informações obtidas em conversas informais tanto com os
técnicos da Secretaria do Meio Ambiente como com os profissionais que atuam no
centro, foi possível identificar que dentro da estrutura municipal da cidade de Campo
Bom, a Secretaria da Educação e Cultura é a responsável pela Educação Ambiental no
município, embora conte com a contribuição dos técnicos e dos insumos da Secretaria
do Meio Ambiente para a realização das atividades práticas relacionadas à educação
ambiental.
Foi ainda realizada uma análise na legislação municipal e na documentação que
regulamenta as ações de educação ambiental no município, mais especificamente no
Centro Municipal de Educação Ambiental, documentação esta disponibilizada pela
direção do CEMEA. Por fim, foi realizada uma análise por meio de observações
realizadas no próprio centro e também em conversas informais com os profissionais
deste local para verificar se as ações educativas oferecidas pelo centro atendem a estas
legislações.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para descrever os resultados encontrados neste estudo faremos uma análise


para verificar se as ações educativas oferecidas pelo CEMEA atendem as legislações
relacionadas à Educação Ambiental e que foram discutidas ao longo deste estudo. Foi
realizada uma pesquisa acerca da legislação federal, estadual e municipal sobre o tema
relacionado a Educação Ambiental e da mesma forma um estudo documental sobre a
formação do centro de educação ambiental do município e suas atividades. Dentro da
mesma perspectiva, foi realizado uma conversa com a direção da Secretaria Municipal
de Educação e Cultura e do próprio centro, bem como com dois técnicos da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente para se conhecer as responsabilidades de cada órgão
público e fazer um comparativo com o que pontua a legislação.
Nosso objeto de estudo, o CEMEA, foi criado no ano de 2011 através da Lei
Municipal nº 3.704/2011. Seu propósito é produzir atividades que estimulem a
preocupação individual e coletiva para com os problemas relacionados ao meio
ambiente, que promovam o desenvolvimento de uma percepção crítica sobre estas
questões e promovam ainda as transformações socioambientais e culturais que levem a
comunidade escolar do município e a sociedade a participar da preservação ambiental, a
utilizar os recursos naturais de maneira consciente e sustentável e a se tornar capaz de
resolver ou mitigar os problemas ambientais recorrentes presentes e futuros. Sua função
é, por meio de atividades práticas, integrar e conectar seus públicos, quer sejam alunos,
professores ou comunidade em geral, com a natureza à sua volta.
O CEMEA é constituído como um espaço educador sustentável que integra a
proposta curricular, a gestão democrática, a edificação e demais espaços, o que o torna
referência de sustentabilidade socioambiental. No centro são abordadas atividades
didáticas que enfatiza a natureza como fonte de vida e relaciona a dimensão ambiental à

12
justiça social, aos direitos humanos, à saúde, ao trabalho, ao consumo, à pluralidade
étnica, racial, de gênero, de diversidade sexual e à superação do racismo e de todas as
formas de discriminação e injustiça social. É um espaço que incentiva a pesquisa e a
apropriação de instrumentos pedagógicos e metodológicos que aprimorem a prática
discente e docente e a cidadania ambiental.
Todas as áreas e espaços deste centro foram pensados e criados para
oportunizar o contato dos seus alunos, professores/alunos e comunidade/alunos com a
natureza, permitindo-lhes desenvolver uma consciência crítica acerca dos saberes e um
aprendizado significativo. As prioridades definidas pelo CEMEA são empenhar-se na
obtenção de um espaço educador sustentável que esteja de acordo com o marco legal e
com as legislações definidas para este tema, de acordo com a Resolução nº 2 de 15 de
junho de 2012 do Conselho Nacional de Educação, que estabelece as Diretrizes
Nacionais para a Educação Ambiental.
Uma das ações realizadas pelo CEMEA é a formação de disseminadores da
Educação Ambiental através das escolas da rede de ensino. Desta forma a Rede de
Educação Ambiental, do município de Campo Bom, se apresenta, aliada à necessidade
de formação de sujeitos críticos e atuantes. A Rede está presente no Plano Municipal de
Educação (PME), elaborado com vigência de 10 anos, conforme Lei Municipal nº
4.355/2015. Esta ação faz parte da Meta 21, “manter e garantir Rede de Educação
Ambiental no Município, com, no mínimo, um representante por Unidade Escolar”. Esta
proposta que abrange mais de 40 escolas, contempla todo o território municipal, em
suas mais diversas constituições sociais e culturais.
Esta Rede de Educação Ambiental é composta por um professor representante
de cada uma das redes, municipal, estadual e particular de ensino e tem como objetivo
principal a promoção da Educação Ambiental na sua escola e em linha geral de como
ela acontece. As reuniões desta rede acontecem sempre na primeira segunda-feira de
cada mês. Nestes encontros com os professores a pauta é sempre algum assunto
relacionado as questões ambientais. A ideia é que cada representante socialize com
seus colegas, em suas escolas, as informações obtidas nos encontros da Rede de
Educação Ambiental.
Nas ações propostas pelo CEMEA são cumpridas ainda as prioridades sugeridas
pela Lei Federal 9.795/1999, que instituiu o Plano Nacional de Educação Ambiental, pois
o próprio centro é uma escola formalizada pela Lei Municipal 3.704/2011. As atividades
por ele propostas tem o objetivo de fazer das escolas das redes um espaço de
construção permanente da Educação Ambiental e ainda promover a diversidade de
agentes comprometidos nas ações responsáveis pela implementação da Educação
Ambiental nas escolas e na comunidade.
No contexto da legislação estadual voltada para a educação ambiental, com a
publicação do Decreto Estadual nº 55.885/2021, que instituiu o Programa de Educação
Ambiental Colaborativa, percebe-se que as atividades propostas pelo CEMEA
convergem justamente para apoiar e cumprir com o objetivo deste programa estadual,
que é a formação de agentes socioambientais que contribuam para a mudança de
valores e de comportamento da população quanto ao meio ambiente. O CEMEA,
anualmente capacita e forma agentes ambientais com a missão de disseminar
conhecimentos e práticas.
Todas as ações praticadas pelo CEMEA remetem à busca por uma consciência
sustentável e de integração com a natureza, mesmo as mais corriqueiras, exemplo disso
são a própria merenda servida tanto para os alunos quanto para quem estiver em
visitação ao local por qualquer motivo. Em um dos dias que estive no centro para coleta
de informações me foi oferecido, pela servente responsável pela cozinha, chá de ervas
produzidas naquele espaço e como acompanhamento, biscoitos de laranja feitas a partir
das laranjas cultivadas e colhidas do pomar existente no local e assadas em fogão
ecológico, produzido por alunos.

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Da mesma forma, todos os espaços do centro, tanto os internos como os
externos estão preparados para ensinar e aproximar o público externo do contato direto
com a natureza e desta forma despertar a preocupação individual e coletiva para as
questões ambientais. Importante salientar também que todas as atividades ali praticadas
estão relacionados com a realidade vivida pelos alunos e pela comunidade.
Diante disso, percebemos que o CEMEA procura buscar na história o
cumprimento de suas responsabilidades, como sugere uma das principais resoluções
tiradas daquela longínqua 1ª Conferência Mundial do Meio Ambiente, promovido pela
ONU, em 1972, na cidade de Estocolmo, que é educar o cidadão para a solução dos
problemas ambientais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que os procedimentos adotados na metodologia para a realização


deste estudo foram aceitáveis na medida em que foi possível se conhecer as atividades
realizadas pelo CEMEA bem como a forte conexão existente entre estas atividades com
a Educação Ambiental. Por meio das observações realizadas in loco, da análise dos
documentos disponibilizados acerca do centro, bem como das conversas feitas com a
direção do CEMEA, verificou-se que as atividades pedagógicas realizadas, assim como
sua estrutura física, expostas no capítulo anterior, estão de acordo com as políticas
públicas promovidas pela legislação que norteiam a Educação Ambiental, tanto no
município, como no estado e no país.
Da mesma forma em que se observa que o centro cumpre seu papel educador e
disseminador das práticas relacionadas à preservação da natureza, entende-se que se
faz necessário potencializar e valorizar o espaço em si e as ações ali desenvolvidas, por
meio de aparelhar o centro com recursos, equipamentos e materiais necessários para o
desenvolvimento e ampliação de todas as suas ações. Da mesma forma, percebe-se a
conveniência de expandir suas ofertas para além dos limites municipais, com a
finalidade de levar para a região as experiências positivas ali desenvolvidas e ao mesmo
tempo realizar a troca de saberes.
Compreender o CEMEA como vetor da Educação Ambiental no município de
Campo Bom por meio da Rede de Educação Ambiental, proporcionou o entendimento
de que a participação efetiva dos agentes de multiplicação ali formados é importante e
necessária para a promoção dos conhecimentos no município acerca da natureza como
fonte de vida e o grande desafio de sua preservação para as gerações futuras, além de
incentivar à pesquisa e à apropriação de instrumentos pedagógicos e metodológicos que
aprimorem a prática discente e docente e a cidadania ambiental.
Compreender as práticas realizadas pelo CEMEA, que convergem para
desemparedamento do ensino e partir para os ambientes que estão para fora da sala de
aula ou ainda fora dos muros escolares, traz a compreensão de que não apenas as
salas de aula, mas todos os lugares são propícios às aprendizagens, todas as coisas
que fazem parte do seu entorno, o bairro, a praça, o parque, a cidade, o arroio, pontos
turísticos e históricos. Ainda que se considerem como espaços de lazer, esses lugares
podem também ser utilizados como espaços de ensino e aprendizado, em que se
trabalha além da educação ambiental uma diversidade de conhecimentos.
Com referência à legislação e a história da Educação Ambiental no mundo, no
Brasil, no Rio Grande do Sul, até chegar a Campo Bom, este estudo permitiu a
compreensão de que as conquistas que temos hoje, com relação a Educação Ambiental,
são frutos da trajetória de lutas e do envolvimento de muitas pessoas, influenciando em
documentos estabelecidos e assegurando direitos e proteção por meio das políticas
públicas estabelecidas pelas leis que regem as especificidades do tema exposto.

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Ao final dessa pesquisa, meu sentimento é que ela não se encerra por aqui, sinto
que há espaço para ampliar os estudos, especialmente no que se refere à percepção
dos professores e alunos quanto às práticas pedagógicas utilizadas pelo CEMEA.

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Acesso em: 07 de agosto de 2021.

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