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UERJ

Pedagogia
Anna Carolina Diaz Liberatori Darze
(201610217311)
Nayara Fatima Cordovil Ferreira (201620535411)
Rio de Janeiro, 21 de Maio de 2021
Educação para Gestão de Projetos Socioambientais
Avaliação Final

Tarefa 01 – Texto sobre a temática do Curso

Por meio do formato do curta, com diversos hiperlinks e explicações descentralizadas


do tema principal, é possível perceber como um tema relaciona-se com diversos assuntos, não
devendo restringir-se comente ao próprio campo. Da mesma forma isso acontece em um
projeto de Educação Ambiental. Ou seja, esta não pode ser desconexa com a realidade dos
sujeitos que participam da prática educativa, devendo considerar os valores e as experiências
dos indivíduos, de forma que esteja ligada a cultura local. Somente assim, a Educação
Ambiental pode ser significativa a ponto de promover mudanças sobre a forma dos sujeitos e
da comunidade se relacionarem com a natureza. Indo além, ao mesmo tempo que a Educação
Ambiental deve entender os sujeitos como parte da natureza, ela deve gerar essa consciência
nos próprios sujeitos.

Sob essa perspectiva, o território torna-se essencial, pois quando este é reduzido à sua
capacidade de produção, se afasta da humanidade. Ou seja, pensar que a natureza para ser
preservada deve ser intocada reforça essa distância, tonando-se então necessário humanizar
esse território, reconectando-o aos povos, a natureza. Pensando em Ilha das Flores, é
necessário entender a relação dos moradores com o território, entender a dinâmica da relação,
como é usado aquele espaço e como eles queriam que fosse usado. Assim, a cultura dos povos
deixa de ser renegada, ganhando papel fundamental para a preservação ecológica. Os sujeitos
são vistos como agentes ativos no processo de conscientização para a sustentabilidade.
Portanto o diálogo é instrumento fundamental para que seja atingida uma situação de
sustentabilidade. É dessa maneira que se entendem as verdadeiras demandas de um grupo de
pessoas, e sensibiliza-as para a causa. Logo, repensar e ressignificar os papeis e as estruturas
sociais interessa à Educação Ambiental. Para a reconstrução de uma relação de
sustentabilidade homem-natureza, o trabalho deve contribuir para um projeto de futuro e não
para a destruição do meio ambiente, que reflete no enriquecimento de poucos e na diminuição
da qualidade de vida de muitos.

O curta “Ilha das Flores”, além de abordar o tema da pobreza e desigualdade social,
também chama atenção para questões de urbanização e a problemática envolvendo a relação
da sociedade-natureza. O documentário e as temáticas propostas durante o curso se
complementam, assistindo-o podemos entender aspectos relevantes de mudanças na sociedade
quando tratamos da educação ambiental. Pensar em educação ambiental é estar preocupado
com a sensibilização ecológica do indivíduo, incentivando a participação do homem a
integrado à natureza; todavia é necessário considerar os fatores que estão em torno; como o
social , político, econômico e ético. Neste ponto, dispõe Pontes "Construir assim sujeitos que
tomem consciência e que abram caminhos para manifestações sociais." (2018, p. 2), sendo
necessário investir na Educação Ambiental como instrumento de engajamento social,
coletividade , construção de valores, atitudes e conservação do ambiente.

Os moradores da Ilha das Flores se encontram perante a injustiça social e precisam


"recuperar a sua humanidade " A Educação Ambiental promove uma transformação no meio à
mudança e conscientização do indivíduo que participa.

“Nesse sentido, nossa tarefa maior é forjar uma educação que nos ofereça as
bases para construirmos um projeto civilizatório baseado numa outra relação
dentro de cada sociedade, das sociedades entre si e da humanidade com o meio
ambiente e com os recursos naturais do planeta.” (LEROY e Pacheco, 2006, p.
36)

O fato de planejar as estratégias de ação e lidar com os problemas atuais podendo


mudar futuras atitudes que seriam negativas para todo o grupo fomentam um passo à tomada
de consciência e liberdade.

Enfim, Educação Ambiental vai além de uma disciplina no currículo escolar por
exemplo, vai além da “natureza” em seu sentido mais comum, fugindo da especificidade e
partindo para a complexidade. Trata de uma mudança de paradigmas na relação com a
natureza, trata da busca pela garantia de direitos, trata de possibilitar aos sujeitos que exerçam
sua cidadania. Uma prática educativa que não busca somente ensinar, mas causar reflexão
sobre a sociedade, com suas relações e paisagens. Por fim, a Educação Ambiental não busca
atingir somente a comunidades como em Ilha das Flores, mas a sociedade em geral, incluindo
a nós, acadêmicos e profissionais em contexto urbano nesse processo reflexivo, do professor
ao aluno, do padeiro ao geógrafo, do catador de lixo ao funcionário de TI, do executivo de
banco ao agricultor. Tem a ver com a reflexão sobre liberdade encontrada ao fim do curta, de
forma em que é a Educação Ambiental é pensada a fim de promover uma sociedade em que a
liberdade seja um conceito realmente presente na vida dos indivíduos, de forma sustentável ao
ecossistema. Através do conhecimento e da consciência adquiridos poderão participar na luta
pela sua liberdade.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, I. C. de M. Uma história social das relações com a natureza. In: ______.
Educação Ambiental: A Formação do Sujeito Ecológico. São Paulo, Cortez: 2004, (p. 91 –
107).

ENGEL, G. I. Pesquisa - Ação. Educar, Curitiba, n. 16, p. 181-191. 2000.

FERREIRAI, F. P. de M. Perspectivas da Educomunicação: estratégia para a formação de


uma mídia democrática. Revista Convergência Crítica, n° 14, 2018.

LEROY, J.P e PACHECO, T. Dilemas de uma educação em tempo de crise. In: Loureiro, C.
F. B. (org.), LAYRARGUES, P. P. (org.), CASTRO, R. S. De (org.). Pensamento complexo,
dialética e Educação Ambiental. São Paulo, Cortez: 2006. (p. 30-71)

ZANELLA, J. L. O trabalho como princípio educativo do ensino. Unioeste, Francisco


Beltrão.

Tarefa 2- Elaboração de um projeto

Projeto Vidas Florindo

 Objetivo

Promover a superação de estigmas quanto ao lixo, garantindo os direitos de cidadania em uma


sociedade democrática, de forma a promover a sustentabilidade no território.

 Justificativa
O projeto é pensado para o contexto que conhecemos através do curta “Ilha das Flores”.
Trabalhar a Educação Ambiental requer complexificar o contexto do problema. Assim, para
atingir os objetivos desejados, o projeto promove um movimento contrário a precarização da
qualidade de vida e da exploração do território e d trabalho. Por meio de atividades
pedagógicas pragmáticas e também de caráter simbólico, é possível reconstruir uma ligação
com a natureza, de forma a zelar pela sustentabilidade ecológica e social. A partir dessas
premissas que podemos “pensar podemos cansar a educação ambiental como uma educação
cidadã.” PACHECO

 Duração do Projeto

Nesta proposta, pensamos em uma previsão de que todas as fases irão se fazer presentes no
projeto em até cinco meses, podendo alguns cursos se estenderem por até um ano e meio. Os
resultados poderão começar a serem avaliados a partir de um ano, estendendo essa análise até
dois anos após o início do projeto.

 Público – Alvo

O projeto visa atender aos moradores de comunidades carentes, com pouca infraestrutura e
que muitas vezes tem seus direitos humanos e serviços básicos negados.

 Agenda de ações
1. A primeira ação consiste em conhecer a comunidade em que o trabalho de Educação
Ambiental será desenvolvido. É necessário entender a realidade dos sujeitos e ouvir
deles suas demandas. Realizar o diagnóstico da problemática fé fundamental para
traçar os planos. O problema que a priori busca-se resolver, nem sempre é o problema,
mas é a consequência do verdadeiro problema. Assim, para a etapa, propomos
diferentes ferramentas para conhecer a comunidade:
 Passeio pelo território para conhecer seu espaço e suas características físicas;
 Entrevista individual com moradores;
 Diálogo coletivo com moradores;
 Uso de mapa para identificação das características de cada área/região.
 Criação de comissão representativa com moradores da comunidade

2. A segunda ação se desmembra da primeira, de forma a esquematizar as informações


obtidas previamente. Dessa maneira, para propor o projeto, consideramos o contexto
que vimos através do curta; seguindo então nessa perspectiva, nossa segunda etapa
preconiza a compreende-se em criação de comissão representativa com moradores da
comunidade. Dessa forma, poderia ser definido um objetivo específico. Pensando no
lixo como tema central do projeto, este é um problema derivado da questão
econômica, pela necessidade de geração de renda dos moradores, que parte da criação
de porcos. Nessa etapa são feitos estudos, juntamente com a comissão, para pensar e
organizar as ações seguintes, bem como são acionados os órgãos públicos necessários.

3. Em seguida, em uma terceira etapa, propomos aulas formais para os moradores, sejam
crianças ou adultos. Aulas de educação básica para crianças em idade regular e aulas
de alfabetização para Jovens e Adultos. É importante ressaltar que a cobrança ao
Estado, é ação frequente e a comunicação com os órgãos públicos torna-se
fundamental.

4. Em um quarto momento, serão promovidas duas ações para reconexão ao território.


Inicia-se com uma oficina sobre a história da Ilha, na qual haverá espaço para a fala
dos moradores e a troca de histórias. Em um dia posterior, será realizada uma semana
de limpeza em conjunto com os moradores. Essa limpeza consiste em uma atividade
simbólica para promover a construção de uma relação de cuidado e humanização com
o território. Não seria uma ação tão grande, mas em conjunto, ocorrer uma limpeza
nos locais coletivos, nas calçadas de casa, nas ruas. Se possível, essa ação contaria
com ajuda da empresa pública de limpeza urbana, mas mantendo o objetivo simbólico
de preparação do território para novas experiências.

5. Nessa quinta etapa, em conjunto às aulas de educação formal relatadas no terceiro


momento, serão oferecidas aulas e oficinas profissionalizantes voltadas à geração de
renda, sendo a maioria partindo do objeto “lixo”. Oficinas de reciclagem, de
biossegurança, de educação financeira, de nutrição baseada na alimentação dos
moradores, compostagem, tratamento de lixo, limpeza urbana, profissões em geral
(costura, culinária etc). Esses cursos e oficinas serão desenvolvidos ao longo do
tempo, não se limitando a uma única aula, por exemplo e sempre se relacionando ao
contexto e às demandas da população, oferecendo sempre soluções sustentáveis para
evitar desperdícios e mal tratamento do lixo gerado no trabalho.

6. Nessa última etapa são avaliados os resultados, através dos feedbacks recebido dos
moradores. Estes podem acontecer de forma sistematizada, por meio de entrevista,
reunião ou questionário escrito, bem como pode acontecer de forma informal, através
da observação dos resultados. Sugerimos a criação de um site-portfólio para que o
projeto seja acessado e conhecido por diversas pessoas, afim de inspirar outras ações
de Educação Ambiental.

Referências Bibliográficas:

BARBOSA, L. C.. Políticas públicas de educação ambiental numa sociedade de risco:


tendências e desafios no Brasil. IV Encontro Nacional da Anppas, v. 4, n. 5, p. 1-21, 2008.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS PERIFERIAS. Disponível em:


<https://www.vozdascomunidades.com.br/colunas/artigo/educacao-ambiental-nas-periferias-
um-olhar-para-o-presente/> Acesso em 19 de maio de 2021.

ENGEL, G. I. Pesquisa - Ação. Educar, Curitiba, n. 16, p. 181-191. 2000.

FERREIRAI, F. P. de M. Perspectivas da Educomunicação: estratégia para a formação de


uma mídia democrática. Revista Convergência Crítica, n° 14, 2018.

LEROY, J.P e PACHECO, T. Dilemas de uma educação em tempo de crise. In: Loureiro, C.
F. B. (org.), LAYRARGUES, P. P. (org.), CASTRO, R. S. De (org.). Pensamento complexo,
dialética e Educação Ambiental. São Paulo, Cortez: 2006. (p. 30-71)

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