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1.

INTRODUÇAO À QUESTÃO AMBIENTAL CONTEMPORÂNEA

Quando Galileu – após o êxito do expansionismo da Europa Ocidental


com a descoberta do novo mundo - explicitou um novo modelo de
produção do conhecimento, submetendo a natureza à manipulação
da razão, originando a nova ciência, não imaginava que o processo
histórico desta manipulação colocaria o homem diante dos limites do
planeta. (SERPA, 1991, p. 1).

A ocupação da terra pelo homem, ampliada em larga escala no transcurso


deste século como decorrência inevitável da expansão demográfica descontrolada
e do rápido desenvolvimento tecnológico, baseado no modelo moderno de
produção do conhecimento por meio da manipulação permite antever que, em
futuro não distante, a continuar sob as aspirações deste ultrapassado paradigma
de valores da ciência, inviabilizaremos a vida no planeta. Pois, a ciência é o
alicerce de todo o conhecimento produzido pelo homem, conseqüentemente seus
tratados influenciam todos os segmentos da sociedade, interferindo no meio
ambiente, na economia, na saúde e nas relações entre os países e entre as
pessoas. Este modelo equivocado e arcaico de produção do conhecimento levou a
uma crise sem precedentes, com sintomas na economia, mostrados por meio das
crises do capitalismo e do socialismo. No meio ambiente temos como
conseqüência o efeito estufa, a inversão térmica,a chuva ácida, a diminuição da
biodiversidade, a poluição em todos os níveis (do ar, solo, visual, sonora e dos
alimentos); e na agricultura, a contaminação dos solos, a produção de alimentos
insuficiente para suprir a demanda do crescimento populacional alia-se às
constantes contaminações do solo e alimentos por agrotóxicos.
A crise se apresenta junto de um processo histórico, que até hoje predomina
em nossa civilização, modelado no absurdo engano de que a natureza pode ser
manipulada pela razão reforçado pelos aspectos culturais, sociais e históricos que
em cada época delineou a forma como o homem se relacionou com o ambiente. O
reducionismo cartesiano e a lógica aristotélica desprezaram a lógica da vida. Isto
tem levado a um nível limítrofe insuportável, com reflexos em várias dimensões e
com uma complexidade espantosa, influenciando globalmente as correntes
político-ideológicas, a forma de organização sócio-econômica entre os povos, os
valores morais, intelectuais e espirituais.
Vivenciamos uma situação caótica, que pode parecer isolada, mas não é,
pois demonstra claramente o seu perfil global, com conseqüências na qualidade de
vida e na qualidade do meio ambiente. Por isso, se faz necessário com urgência a
gestão ambiental, para inverter esta crise, buscando uma nova maneira de viver e
de conviver que vislumbre o equilíbrio, e que seja holística.
É preciso medidas simultâneas, ações de governo e povo para racionalização do
uso do solo, subsolo, água e do ar; planejamento e fiscalização do uso dos
recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com preservação de áreas
representativas; controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente
poluidoras; incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para uso
racional e à proteção dos recursos ambientais; acompanhamento do estado da
qualidade ambiental; recuperação de áreas degradadas e proteção de áreas
ameaçadas de degradação. Assim:
A humanidade precisa viver dentro da capacidade de suporte do planeta terra. Não
existe nenhuma outra opção a longo prazo. Se não utilizarmos as reservas
da terra de maneira sustentável e prudente, estaremos negando um futuro
à humanidade. Temos a obrigação de adotar modos de vida e
caminhos de desenvolvimento que respeitam e funcionam dentro
dos limites da natureza. Podemos realizar isso sem rejeitar os
muitos benefícios trazidos pela moderna tecnologia, desde
que a própria tecnologia funcione dentro desses
limites. (HOLDGATE, TOLBA e HAES, 1992, p. 9).

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É necessário estabelecer parâmetros para sairmos desta crise, criarmos um


conjunto de normas sócio-econômicas, cultural-ambientais, que sejam pautadas no
desenvolvimento sustentável, aquele que pretende ser ao mesmo tempo
economicamente viável, biologicamente prudente e socialmente justo. Mas que
ainda existem diversos entraves à sua implantação, não conseguimos atingir este
estágio de uma forma regional, quanto mais continental ou global.
Existem atualmente, projetos isolados com pequenas comunidades, mas
que ainda representam muito pouco diante da imensidão do nosso planeta. Estes
impasses contemporâneos poderão ser resolvidos através de novas concepções
tal qual a bioética, a ética que se constitui num conjunto de reflexões que visam
gerir com moralidade e de forma responsável a manipulação vida humana, que
passa por ciências tais quais a medicina, biologia, filosofia, cujos princípios básicos
são os valores intelectuais, espirituais e o respeito ao meio ambiente. Esta ética
fará com que o homem compreenda que é parte ativa e passiva deste sistema
planetário, utilizando como mecanismo de consecução a educação, que será o
veículo de sensibilização para formar e desenvolver a consciência ambiental.
Desta forma:
O número estimado das pessoas que vivem em estado de pobreza
absoluta em 1989 no mundo, era de um bilhão e duzentos milhões,
ou seja, 23% da população mundial. As maiores porcentagens se
localizam na África (região abaixo do Saara) com 62% da população
total, e na Ámérica Latina com 35%. (BROWN apud SERPA 1991,p.8).

As desigualdades sócio-econômicas na relação entre os países, acrescida


pelo desequilíbrio presente internamente em cada país tem sido mais um objeto
degradação ao meio ambiente, o que deve ser combatido (como prevê a Agenda
21). A devastação dos recursos naturais é conseqüência deste desequilíbrio,
exemplificado na grande quantidade de resíduos produzidos pelos países
desenvolvidos. É preciso compreender que as relações ambientais se dão de
forma global e multidisciplinar, o que nos permite entender que ações antrópicas
de um determinado local exercem influência em outros locais, o que atualmente
vem se tornando mais claro quando observamos os efeitos do aquecimento global.
Vale salientar que nesta balança desequilibrada, o peso maior recai sobre o
hemisfério sul, onde está a maioria dos países em desenvolvimento. O planeta não
tem suporte físico para permitir a todos os seus habitantes o alto padrão de
consumo do primeiro mundo, tampouco suporta as condições de miséria em que o
povo do terceiro mundo vive, em estado de pobreza absoluta, que por si só agride
e é agressor do meio ambiente.
Atualmente há um estímulo para se exportar cada vez mais produtos e
subprodutos naturais do terceiro mundo para o primeiro. Os bens de consumo são
produzidos nos países pobres a custo baixo, pois há mão-de-obra e recursos
naturais baratos e abundantes. Esta lógica exploradora é resultado do programa
do Fundo Monetário Internacional (FMI) que impõe políticas de controle dos
déficits públicos, por meio do arrocho salarial, para induzir os países a produzirem
cada vez mais, e consumirem cada vez menos, sobrando sempre para a
exportação, direcionada aos países ricos. Isto agrava o quadro da fome e da
devastação ambiental no hemisfério sul. Atualmente o Brasil alavanca um
processo de mobilização econômica através do Mercosul, o que vem contribuindo
muito mais para o crescimento das taxas de exportação. Há ainda um forte
estímulo à monocultura da cana e outras espécies, principalmente no que tange
aos presentes e futuros potenciais à produção de biodiesel.
Estas diferenças sócio-econômicas e o desenvolvimento sem critérios, têm
artificializado a vida humana, que a cada dia se distancia mais do contato com a
natureza. Respiramos ar poluído, ingerimos alimentos contaminados por
agrotóxicos, bebemos água suja e pisamos em solo envenenado. As

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conseqüências da manipulação da natureza pela razão, estão se agravando e são
preocupantes os problemas da oferta de alimentos na agricultura, a poluição
gerada pelos combustíveis fósseis e o ritmo acelerado de extinção de espécies,
conforme destaca:
A questão do combustível fóssil não se restringe ao fato de este ser
uma fonte não renovável. Pelo contrário, problemas gerados pelo seu
uso indicam a necessidade do uso de fontes alternativas de energia
como condição de sobrevivência da espécie humana no próximo
século. (SERPA, 1991, p.4-5).

O modelo energético baseado nos combustíveis fósseis, recursos naturais


não renováveis, deve ser repensado, mas até acabarem as reservas existentes, é
preciso controlar as emissões de carbono na atmosfera, para minimizar o efeito
estufa que vem de forma voraz influenciando diretamente no clima do planeta e
gerando fenômenos cada vez mais constantes. O Brasil tem sido um dos
precursores na luta pela substituição do petróleo pelo biodiesel, apesar da
divulgação (novembro/2007) da descoberta de uma reserva de petróleo e gás
natural no Campo de Tupi na Bacia de Santos, que ampliam as reservas
brasileiras de petróleo e gás em cerca de 60%. A agricultura tem se mostrado
insuficiente para resolver a questão da alimentação, a produção mundial é incapaz
de suprir as necessidades em quantidade e qualidade, Atualmente, se produz
menos a um custo econômico ambiental cada vez maior. Há um ritmo acelerado
de extinção de espécies animais e vegetais e de erosão genética, em razão do
manejo inadequado dos ecossistemas, provocado principalmente por queimadas e
desmatamentos, que reduzem os habitats e diminuem as chances de
sobrevivência.
A inversão de valores éticos, morais, culturais e espirituais, tem sido a
marca das sociedades contemporâneas, que aboliram a cooperação e adotaram a
competição - estimulado pelo capitalismo, cruel em algumas regiões do planeta.
Como os recursos são escassos e as necessidades são infinitas, implanta-se a
lógica do desequilíbrio, que pode inviabilizar a vida na terra. Exemplo que difere
deste é o das tribos silvícolas, ainda existentes em alguns países em
desenvolvimento, onde implicitamente há equilíbrio ambiental, pois cada só se
produz para consumo, não havendo busca sistemática pelo excedente como
gerador de lucro. Desta forma estas sociedades igualitárias exercem menor
pressão ambiental que as sociedades competitivas.
No Brasil, desde a chegada dos portugueses em 1500, a forma escolhida
para utilização dos recursos naturais foi a exploração sem equilíbrio, o que traz ao
país hoje um cenário reducionista do que apresentava-se originalmente. O país,
dotado das maiores reservas de água doce do mundo, do bioma mata atlântica
que é considerado Patrimônio da Humanidade e de outras riquezas naturais torna-
se um cada vez mais cobiçado pela comunidade internacional.
Entretanto, seria ingenuidade observar nossos problemas ambientais sob a
visão meramente ecológica, pois a razão maior é a superação da pobreza. O Brasil
e alguns países do terceiro mundo sustentaram e sustentam o altíssimo padrão de
vida dos países mais ricos. O modelo de desenvolvimento adotado pelos países do
primeiro mundo exauriu seus recursos naturais, restando as reservas dos países
pobres. Atualmente, de um lado do hemisfério, no norte, estão a tecnologia e o
dinheiro e no outro, no sul, estão os recursos naturais. Aparentemente, há uma
dependência recíproca, mas na realidade os países ricos ditam as regras do jogo
internacional e controlam tudo. Precisamos reverter este processo histórico de
exploração, nossa matéria-prima é levada a preços irrisórios e este custo
ambiental não retorna em qualidade de vida para nosso povo. Esta equação
perversa é resultado da dívida impagável, preparada pelos países ricos para
manter a dominação sobre os pobres, conforme ressalta:

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Apesar do Brasil ter se transformado na oitava economia industrial do
ocidente, o povo vai mal (nosso salário mínimo é o terceiro menor do
mundo). Nossos recursos naturais também vão mal, pois são levados
a qualquer preço. Será que isso é desenvolvimento? Há uma péssima
distribuição de renda e os trabalhadores só consomem 17% da
produção (menor média do mundo). (OLIVEIRA FILHO, 1994, p.1).

Desde o início da formação do Brasil, que sempre surgiu o Estado antes da


Nação. Ocorreram as mudanças de regimes e de formas de governo à revelia do
povo. Este processo histórico desestimulou a capacidade natural de mobilização
popular, o que dificulta as conquistas sociais, políticas e econômicas e obstrui a
busca da cidadania, do lugar merecido no contexto do país. Isto emperra o
crescimento e o fortalecimento das instituições e, conseqüentemente, os direitos e
garantias individuais e coletivos são desrespeitados, entre eles ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, como preceitua a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, no seu artigo 225. (BRASIL, 1988).
O Brasil se moderniza economicamente, mas não se moderniza
politicamente, que continua montado em base arcaica. Como poderemos chegar
bem ao próximo século sem realizar as reformas de base (planejamento familiar,
educação, saúde, reforma agrária e urbana)? Nosso Produto Interno Bruto (PIB)
cresceu, entretanto continua concentrado nas mãos de poucos. É preciso gerar
empregos e criar políticas de redistribuição de renda. Assim, deixaremos de
combater os efeitos, e resolveremos com realismo as causas dos nossos
problemas ambientais. Para que nosso povo possa viver bem e em harmonia com
o meio ambiente é preciso que nos mobilizemos e exerçamos a cidadania de
forma responsável, pois, cidadania é o exercício pleno destes direitos e deveres
através de um processo de conquista que ocorre lentamente, com organização
política, social, cultural e econômica.

Os rumos da Educação Ambiental


“O Brasil não tem uma política educacional definida, muito menos para a
chamada educação ambiental. Muitos países desenvolveram seus programas e
estão hoje em uma 4ª ou 5ª geração de recursos instrucionais para o
treinamento e prática da educação ambiental.” (DIAS, 1992, p. 11).

A partir da Conferência de Tbilisi, em 1977, na Geórgia, com a Comunidade


de Estados Independentes (CEI), foram discutidos e investigados modelos práticos
educação, além estabelecidos os objetivos, princípios, estratégias e
recomendações para o desenvolvimento da educação ambiental, no mundo. Os
objetivos da educação ambiental são os mesmos da educação, que visam
possibilitar a melhoria da qualidade de vida, através do desenvolvimento de
habilidades, conhecimentos e atitudes que possam contribuir para o equilíbrio das
inter-relações entre o homem e o seu meio.
No Brasil não há um modelo de educação ambiental definido e
estabelecido, estando esta presente de forma transversal nos processos
educacionais tradicionais. É importante que discussões epistemológicas
aconteçam, mas que elas não sejam apenas discussões. É preciso que o Brasil
adote metodologia para implantação da Educação Ambiental no sistema tradicional
já que a legislação não permite que a educação ambiental seja uma disciplina
isolada e componente do sistema formal.
Questões ambientais no mundo

Principais problemas que comprometem os recursos naturais do planeta:

1.1) O alto consumo dos países desenvolvidos corresponde a:

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a) 70% DA ENERGIA MUNDIAL;

b) 75% DOS METAIS;

c) 85% DA MADEIRA;

d) 60% NO CONSUMO DOS ALIMENTOS;

e) 80% DA POLUIÇÃO DA TERRA.

1.2) O aumento da fenda da camada de ozônio:

Fig. 001 Fig.002 - 2005

Fonte: Geografia (2007)

Fonte: http://blog.estadao.com.br/blog/index.php?blog=1&cat=165

A camada de ozônio é formada pela dissociação das moléculas de oxigênio


provocada por radiações do sol que recombina-se ao oxigênio molecular. Esta
camada dista da face terrestre, de 15 a 50 km de altitude, na estratosfera,
aproximadamente. Na superfície o ozônio contribui para a formação de chuva
ácida e aumento da poluição atmosférica.
Nos últimos 10 anos, os estudos apontaram o aparecimento de duas
grandes fendas nessa camada, uma maior localizada no Pólo Sul e outra
menor, situada no Pólo Norte. O CFC (clorofluorcarbono), mistura de átomos de
cloro e carbono, levam oito anos para chegarem na estratosfera e são
causadores dessa destruição, pois por serem leves, alcançam com facilidade
altas camadas da atmosfera, dificultando a formação do ozônio, uma vez que
em contato com os raios solares, ocorre a separação do carbono do cloro.
Desta forma o cloro reage com o ozônio e forma oxigênio, que não protege a
terra dos raios ultravioletas. Apenas uma molécula de CFC destrói 100 mil de
ozônio. Encontramos CFC nos sistemas de refrigeração de geladeiras,
aparelhos de ar condicionado, aerossóis, etc. As principais conseqüências
desse fenômeno são o aumento da incidência do câncer de pele em seres
humanos, derretimento das geleiras, redução da produção agrícola.

1.3) Desertificação:

Conceito: mudança dos aspectos físicos de um local ou região com o


esgotamento do solo e perda da cobertura vegetal através da ação antrópica.

A figura ao lado mostra o Extremo Sul do Piauí: um dos mais críticos núcleos de

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Desertificação no País. (verificar Agenda 21, cap. XII)

Fonte: RELATÓRIO DE PROGRESSO DO SEXTO


SEMESTRE do Programa de Combate à
desertificação e mitigação dos efeitos da Seca na
América do Sul.

1.4. Desmatamento:

Consiste entre outras colocações, na redução dos seres capazes de


naturalmente seqüestrar CO2 através da fotossíntese e com isso, equilibrar o
efeito estufa.

1.5. Extinção de Espécies:

1500-1850: UMA ESPÉCIE A CADA DEZ ANOS;

1850-1950: UMA ESPÉCIE POR ANO;

1990: DEZ ESPÉCIES POR DIA;

FUTURO PRÓXIMO: UMA ESPÉCIE POR HORA.

1.6. Mudanças Climáticas

A temperatura média na superfície terrestre vem se elevando devido ao


aumento de gases na atmosfera, principalmente o gás carbônico, proveniente da
queima de combustíveis fósseis na indústria, no funcionamento dos veículos
automotores, das queimadas, respiração dos animais e outros. O efeito estufa,
fenômeno natural e responsável pela manutenção temperatura ideal da terra,
absorve radiações do sol e faz com que parte desta radiação permaneça na terra
o que mantém o planeta aquecido com temperatura ideal à sobrevivência na
terra. Acontece que a concentração de CO 2 no ar se elevou, nos últimos 100
anos cerca de 40%, assim o efeito estufa até então benéfico à vida dos seres, se
tornou uma ameaça à biota.

Conferências e outros eventos têm ocorrido mundialmente no sentido de


reduzir a produção de CO 2 no mundo, a exemplo do Protocolo de Kyoto, que já
conta com o apóio do Japão, Rússia e Brasil. Os EUA se negam a assinar,
encabeçando a lista de países mais poluidores. Dentre as principais causas do
efeito estufa é o aquecimento global. Segundo dados de 2007 do IPCC – Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas há 90% de certeza que a ação
antrópica é a responsável pelo aquecimento global e que as emissões de CO 2
devem ser reduzidas entre 50% e 85% até a metade deste século.

Muitos paises já estão sofrendo com problemas relacionados às mudanças


climáticas, a exemplo da Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, que já
perdeu mais de 24 ilhas de seu arquipélago nos últimos anos (as quatro ultimas
desapareceram do mapa após o tsunami de 2004) e pode perder mais de 2000
até o ano de 2030.

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1.7. Problemas ambientais nas cidades: drama urbano

O drama urbano vivido pelas cidades está ligado a alguns fenômenos bastante
conhecidos. São eles: a Inversão Térmica, as Ilhas de Calor, as Chuvas Ácidas e a
Poluição que comprometem a qualidade de vida e ambiental.

2. BIOMAS DO BRASIL E DA BAHIA

a. CONCEITO DE BIOMA

A unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo várias


comunidades em diferentes estágios de evolução, porém denominada de acordo
com o tipo de vegetação dominante: mata tropical, campo etc. (FEEMA,1992).

É uma comunidade maior composta de todos os vegetais, animais e


comunidades, incluindo os estágios de sucessão da área. As comunidades de um
bioma possuem certa semelhança e análogas condições ambientais. É a unidade
ecológica imediatamente superior ao ecossistema. (CARVALHO apud FEEMA,
1992).

b. CONCEITO DE ECOSSISTEMA

É o conjunto de condições físicas e químicas de certo lugar, reunidos a um


conjunto de seres vivos que habitam esse lugar, assim, um ecossistema tem dois
componentes: o ambiente povoado pelos seres vivos, e o conjunto de seres que
povoam esse ambiente.

c. SITUAÇÃO ATUAL

O Brasil, com uma superfície de 8.511.996,3 Km², é o maior país da América


do Sul. Suas terras não são muito elevadas distribuindo-se em 41% de terras
baixas, de 0 a 200 m, 58,5% de terras altas, de 201 a 1.200m e 0,55% de áreas
culminantes, com mais de 1.200m. O país é banhado pelo Oceano Atlântico ao
longo de uma linha costeira de 7.408 Km, e faz limites com dez países ao longo de
uma linha divisória de 15.719 Km. (AB’SABER, 1991). Com essa extensão
continental, abrangendo desde regiões equatoriais ao norte até áreas
extratropicais ao sul, diferentes em clima e em solo, o País conta com uma
extraordinária diversidade ecológica e biológica.

2.1. BIOMAS BRASILEIROS


2.1.1. AMAZÔNIA

Abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,


Roraima e pequena parte dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, a
Amazônia é reconhecida como a maior floresta tropical existente, o equivalente a
1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e o maior banco genético do
planeta. Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e um patrimônio
mineral não mensurado.
A floresta Amazônica é um ecossistema auto-sustentável. Ou seja, é um
sistema que se mantém com seus próprios nutrientes num ciclo permanente. Os
ecossistemas amazônicos são sorvedouros de carbono, contribuindo para o
equilíbrio climático global. Existe um delicado equilíbrio nas relações das

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populações biológicas que são sensíveis a interferências antrópicas. A Amazônia
abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhão de espécies
vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda
insetos, répteis, anfíbios e mamíferos e outros.
A maior parte da degradação ambiental é produzida por: mineração,
agroindústrias, colonização, hidrelétricas, queimadas, garimpo e exploração
predatória da madeira. (DIAS, 1992). Tais atividades produzem altas taxas de
desmatamento ou destruição da vegetação nativa, queimadas, destruição de
hábitats e degradação do solo. Como conseqüência dessas ações, vêm ocorrendo
com freqüência: a conversão da floresta amazônica em savana; a extinção de
espécies, com perda de patrimônio genético; alterações na circulação e reserva de
nutrientes; erosão, compactação e “areificação” do solo; comprometimento dos
recursos hídricos por poluição (mercúrio e outros metais pesados);
comprometimento da biota aquática; alterações na química da atmosfera,
notadamente quanto aos teores de CO2; alterações no ciclo hidrológico; perda do
patrimônio cultural e estabelecimento de estresse ecossistêmico. (DIAS, 1992). A
Amazônia está sobre um dos solos mais pobres do planeta.
A exuberância da sua vegetação enganou e continua enganando muita
gente que acha que, retirando a “mata”, tem-se um solo de alta produtividade à
disposição. Segundo Dias, as folhas, troncos e galhos que caem ao chão sofrem
decomposição e são mineralizados por fungos e bactérias que devolvem os
nutrientes para o solo, no qual as raízes capilares das árvores absorvem-nos para
formar novas folhas, troncos e galhos.. Michael Garstang, da Universidade de
Virgínia, mais outros pesquisadores já haviam determinado que boa parte do solo
de Barbados e das Bermudas veio da África através do ar. O pó dos desertos
africanos, Saara e Sahel, transportado pelos ventos através do Oceano Atlântico,
vem, há milênios, fertilizando os solos da Amazônia, através da sua precipitação
pelas chuvas tropicais. (DIAS, 1992).
Para Dias (1992) a falácia da Amazônia ser o pulmão do mundo, felizmente,
já foi derrocada pelas evidências científica. O oxigênio que produz ela mesma
consome. Se as florestas produzissem mais oxigênio do que pudessem consumir,
haveria, fatalmente, um aumento desse gás na atmosfera. Isto seria trágico, pois
se passássemos dos atuais 21% para, digamos, 25% de O2, a vida na terra, como
a concebemos, desapareceria. A tais concentrações, uma floresta poderia arder
em chamas, em um dia de chuva. A maior parte do oxigênio atmosférico é oriunda
das algas (96%).

2.1.2. CERRADO

Abrange os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do


Sul, parte de Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, ocupando cerca de 25% de
todo território brasileiro. O Cerrado típico é constituído por árvores relativamente
baixas (até vinte metros), esparsas, disseminadas em meio a arbustos,
subarbustos e uma vegetação baixa constituída, em geral, por gramíneas. Assim,
o Cerrado contém basicamente dois estratos: um superior, formado por árvores e
arbustos dotados de raízes profundas que lhes permitem atingir o lençol freático,
situado entre 15 a 20 metros; e um inferior, composto por um tapete de gramíneas
de aspecto rasteiro, com raízes pouco profundas, no qual a intensidade luminosa
que as atinge é alta, em relação ao espaçamento. Na época seca, este tapete
rasteiro parece palha, favorecendo, sobremaneira, a propagação de incêndios.
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em
biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com
mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400 endêmicas (exclusivas) dessa
área.. A fauna apresenta 837 espécies de aves; 67 gêneros de mamíferos,
abrangendo 161 espécies e dezenove endêmicas; 150 espécies de anfíbios, das
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quais 45 endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no
Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500
espécies de abelhas e vespas. O cerrado vem sofrendo com a criação de gado,
extração da madeira para produção de carvão, a monocultura extensiva. Ao final
da década de 1980, restava apenas 20% de área em estado conservado e a partir
da década de 1990, governos e diversos setores organizados da sociedade
começaram a conservar o que restou do Cerrado, com a finalidade de buscar
tecnologias embasadas no uso sustentável dos recursos hídricos, na extração de
produtos vegetais nativos, nos criadouros de animais silvestres, no ecoturismo e
noutras iniciativas que possibilitem um modelo adequado de desenvolvimento.

A Constituição Federal não assegurou o uso sustentável deste bioma por


não tê-lo assegurado como Patrimônio Nacional, o que vem se tentando corrigir
atualmente. A preservação do cerrado é urgente e de suma importância, pois além
de ter cerca de 80% de área desmatada e com algum tipo de ocupação, possui
cerca de 19% de bioma intacto, menos de 3% de área protegida, ele é responsável
pela manutenção das três principais bacias da América Latina por possuir grande
parte de suas nascentes: a bacia amazônica (Araguaia-Tocantins) tem 78% de
suas nascentes no Cerrado, a bacia do Paraná-Paraguai tem 48% de suas
nascentes e a bacia do São Francisco quase 50% de seu volume de água
proveniente do Cerrado.

2.1.3. CAATINGA

Ocupa quase 10% do território brasileiro passando pelos estados da BA,


CE, PI, PE, RN, PB, SE, AL, MA e MG. O termo Caatinga é originário do tupi-
guarani e significa mata branca. É um bioma único, pois, apesar de estar
localizado em área de clima semi-árido, apresenta grande variedade de paisagens,
a vegetação possui raízes superficiais para captação de água, as chuvas são
escassas, o solo é rico em minerais e pobre em material orgânico, há relativa
riqueza biológica e endemismo. A ocorrência de secas estacionais e periódicas
estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas e a
temperatura do solo no verão pode chegar a 60º (WWF). A folhagem das plantas
volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuvas. O juazeiro, umbu, a
baraúna, aroeira são exemplos da flora deste bioma.
De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no
polígono das secas. A extração de madeira, a monocultura da cana-de-açúcar e a
pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem à exploração
econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a agricultura de sequeiro.
Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastante alterados,
cerca de 50% sofreu pressão antrópica, com a substituição de espécies vegetais
nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda
práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a
cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, como
a ararinha-azul (animal com o maior risco de extinção do país), a qualidade da
água, e o equilíbrio do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas
originais já foram antropizados. A caatinga é um dos biomas mais suscetíveis à
desertificação com o aquecimento global e é certamente um dos biomas com a
maior capacidade regenerativa.

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2.1.4. MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica, que é a segunda maior floresta tropical do Brasil,


distribuída em 17 estados e considerada um dos cinco principais hotspots em
biodiversidade mundial por possuir a maior riqueza em diversidade biológica
endêmica por hectare entre as florestas tropicais mundiais pode ser vista como um
mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando estruturas e composições
florísticas diferenciadas, em função de diferenças de solo, relevo e características
climáticas existentes na ampla área de ocorrência desse bioma no Brasil (IBAMA).
Ela é responsável pela estabilidade do solo, equilíbrio do microclima, controle de
pragas.
A sua área original que ocupava cerca de 15% do território nacional foi
reduzida em aproximadamente 93% encontrando-se atualmente reduzida e
fragmentada com seus remanescentes florestais localizados, principalmente, em
áreas de difícil acesso. A preservação desses remanescentes garante a contenção
de encostas, propiciando oportunidades para desfrute de exuberantes paisagens e
desenvolvimento de atividades voltadas ao ecoturismo, além de servir de abrigo
para várias populações tradicionais, incluindo nações indígenas, ao passo que sua
preservação coloca em Além disso, nela estão localizados mananciais hídricos
essenciais para abastecimento de cerca de 70% da população brasileira.
Atualmente, bioma declarado Reserva da Biosfera – Patrimônio da
Humanidade pela UNESCO, recebeu em 2006, após uma luta de 14 anos,
legislação específica – A Lei de Mata Atlântica. No bioma existem ainda 2.100
espécies de vertebrados 1.361 espécies da fauna brasileira, com 261 espécies de
mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280 de anfíbios, sendo que 567 espécies
só ocorrem nesse bioma. Possui, ainda, cerca de 20 mil espécies de plantas
vasculares, das quais 8 mil delas também só ocorrem na Mata Atlântica. Vale
lembrar que, no sul da Bahia, foi identificada, recentemente, a maior diversidade
botânica do mundo para plantas lenhosas, ou seja, foram registradas 454 espécies
em um único hectare.
A exploração da Mata Atlântica vem ocorrendo desde a chegada dos
portugueses ao Brasil, cujo interesse primordial era a exploração do pau-brasil. O
processo de desmatamento prosseguiu durante os ciclos da cana-de-açúcar, do
ouro, da produção de carvão vegetal, da extração de madeira, da plantação de
cafezais e pastagens, da produção de papel e celulose, do estabelecimento de
assentamentos de colonos, da construção de rodovias e barragens, e de um amplo
e intensivo processo de urbanização, com o surgimento das maiores capitais do
país, como São Paulo, Rio de Janeiro, e de diversas cidades menores e povoados.

2.1.5. PANTANAL

No Brasil, abrangendo os dois Estados do Mato Grosso, o Pantanal


representa uma das mais importantes áreas úmidas da América do Sul. Nesse
espaço podem ser reconhecidas planícies de baixa, média e alta inundação,
destacando-se os ambientes de inundação fluvial generalizada e prolongada.
Esses ambientes, periodicamente inundados (entre novembro e março no norte e
entre maio e agosto no sul), apresentam alta produtividade biológica, grande
densidade e diversidade de fauna. O Pantanal apresenta ainda riquíssimas faixas
de transição com diversos ecossistema, com a amazônia e com o cerrado.

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Uma série de atividades de impacto direto sobre o Pantanal pode ser
observada, como garimpo de ouro e diamantes, caça, pesca, turismo e
agropecuária predatória, construção de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a
importância das atividades extensivas nos planaltos circundantes como uma das
principais fontes de impactos ambientais negativos sobre o Pantanal
O processo de expansão da fronteira, ocorrido principalmente após 1970,
foi a causa fundamental do crescimento demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A
região da planície pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes propriedades
voltadas para a pecuária em suas áreas alagadiças, não se incorporou ao
processo de crescimento populacional. Não houve aumento significativo em
número ou população das cidades pantaneiras. No planalto, contudo, o padrão de
crescimento urbano foi acelerado. Como todas as cidades surgidas ou expandidas
nessa época, as de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não tinham e nem têm
infra-estrutura adequada para minimizar o impacto ambiental do crescimento
acelerado, causado, principalmente, pelo lançamento de esgotos domésticos ou
industriais nos cursos d’água da bacia. Esse tipo de poluição repercute
diretamente na planície pantaneira, que recebe os sedimentos e resíduos das
terras altas.

2.1.6. CAMPOS SULINOS

Abrangendo o sul do Rio Grande do Sul, à primeira vista, a vegetação


campestre mostra uma aparente uniformidade, porém existe uma variedade de
espécies arbóreas de interesse comercial, além abrigar 11 espécies de mamíferos
raros ou ameaçados de extinção e 22 espécies de aves, entre outros. As técnicas
de manejo adotadas não são adequadas para as condições desses campos, e a
prática artesanal do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas
conseqüências. As pastagens são, em sua maioria, utilizadas sem grandes
preocupações com a recuperação e a manutenção da vegetação.

Outras atividades econômicas importantes, baseadas na utilização dos


campos, são as culturas de arroz, milho, trigo e sojas, muitas vezes praticadas em
associação com a criação de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto
médio a expansão da soja e também do trigo levou ao desaparecimento dos
campos e à derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocupam
praticamente toda a área, provocando gradativa diminuição da fertilidade dos
solos. Disso também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria
orgânica.

2.1.7. ZONA COSTEIRA

Abrangendo o litoral brasileiro, a zona costeira corresponde aos


manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos,
falésias, estuários, recifes de corais e outros ambientes importantes do ponto de
vista ecológico, todos apresentando diferentes espécies animais e vegetais e
outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças climáticas e geológicas da costa
brasileira. Além do mais, é na zona costeira que se localizam as maiores
presenças residuais de Mata Atlântica. Ali a vegetação possui uma biodiversidade
superior no que diz respeito à variedade de espécies vegetais. Também os
manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira, cumprem funções
essenciais na reprodução biótica da vida marinha. Enfim, os espaços litorâneos
possuem riquezas significativas de recursos naturais e ambientais, mas a
intensidade de um processo de ocupação desordenado vem colocando em risco
todos os ecossistemas presentes na costa litorânea do Brasil.

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Litoral nordestino: é marcado por recifes, dunas, manguezais, restingas e
matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o peixe-boi marinho e as
tartarugas, ambos ameaçados de extinção;
Litoral sudeste é a área mais densamente povoada e industrializada do
país. Suas áreas características são as falésias, os recifes e as praias.
Dominado pela Serra do Mar, encontramos neste litoral, a preguiça-de-
coleira e o mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção);

Litoral sul é banhado por manguezais. Esta região é riquíssima em aves,


mas há também outras espécies: ratão-do-banhado, lontras (também
ameaçados de extinção), capivaras;

O litoral amazônico apresenta grande extensão de manguezais


exuberantes, dunas e praias, com uma rica biodiversidade em espécies
de crustáceos, peixes e aves.

A densidade demográfica média da zona costeira brasileira fica em


torno de 87 hab./km2, cinco vezes superior à média nacional que é de 17 hab./km 2.
Hoje, metade da população brasileira reside numa faixa de até duzentos
quilômetros do mar, o que equivale a um efetivo de mais de 70 milhões de
habitantes, cuja forma de vida impacta diretamente os ecossistemas litorâneos.
Dada a magnitude das carências de serviços urbanos básicos, tais áreas vão
constituir-se nos principais espaços críticos para o planejamento ambiental da
zona costeira do Brasil. Não há dúvida em defini-las como as maiores fontes de
contaminação do meio marinho no território brasileiro. Além do mais, as grandes
cidades litorâneas abrigam um grande número de complexos industriais dos
setores de maior impacto sobre o meio ambiente (química, petroquímica, celulose).

Existem ainda as chamadas áreas de transição (Áreas onde está


presente mais de um bioma). São elas Amazônia-Cerrado, Cerrado-Caatinga e
Amazônia-Caatinga. Na Bahia, encontramos 03 tipos de biomas: Mata Atlântica,
Caatinga e Zona Costeira. As áreas de cerrado aparecem como área de transição:
Cerrado-Caatinga.

2.2. ECOSSISTEMAS URBANOS

Segundo Marques (2005) meio ambiente urbano, ou artificial, é


representado pelas cidades, entendidas como aglomerações urbanas dotadas de
edificações e infra-estrutura consistente em áreas de lazer, serviços públicos,
saneamento, etc. e de acordo com Dias (1992) as cidades brasileiras, em sua
absoluta maioria, padecem dos males da falta de planejamento urbano, da
carência dos serviços essenciais de saneamento e da incompetência gerencial.
Mergulhadas em crises financeiras crônicas, as nossas cidades não têm oferecido
perspectivas de melhoria de qualidade de vida aos seus habitantes.

Problemas ligados à coleta e tratamento de lixo, destinação de resíduos


perigosos, poluição do ar, abastecimento de água, habitação, saúde e educação,
dentre outros, só tenderão a aumentar, caso permaneça o atual contexto de
sustentação do modo do desenvolvimento adotado e a forma de diálogo Norte-sul
dos nossos credores.

O nosso país foi apontado no Relatório 90 do Banco Mundial como o


terceiro país do mundo em má qualidade de vida, na frente apenas de Serra Leoa
e Honduras. A falta de saneamento e as condições de nutrição e moradia nos
levaram a um povo doente (65% das internações hospitalares foram provocadas

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por doenças decorrentes de saneamento básico inadequado). São dez milhões de
brasileiros com esquistossomose, seis milhões com doença de Chagas, cinco
milhões de doentes mentais e nesta mesma linha seguem os dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
ORIENTAÇÃO: Discutir os principais problemas relacionados com
o ecossistema urbano e sugestões para sua sustentabilidade.

3. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC


O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado pela Lei
Federal nº 9.985/2000 (BRASIL, 2000) define Unidade de Conservação (UC), como o
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevante, legalmente instituído pelo poder público, com
objetivo de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
As UC integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos com características
especificas:
I. Unidades de Proteção Integral – aquelas que têm o objetivo básico de preservar a
natureza, admitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. É composto
pelas seguintes categorias de UC: estação ecológica, reserva biológica, parque
nacional, monumento natural e refúgio da vida silvestre.

II. Unidades de Uso Sustentável – aquelas que têm o objetivo básico de


compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais. É composto pelas seguintes categorias de UC: área de proteção
ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista,
reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do
patrimônio natural.

ORIENTAÇÃO: Manusear o SNUC, desenvolvendo os conceitos e o


aprofundamento do tema.

3.1 COMPETÊNCIA DO ESTADO E DO MUNICÍPIO

A Lei Estadual nº 7.799, de 07/02/01 (BAHIA, 2001 a) e o Decreto Estadual nº


7.967, de 05/06/01 (BAHIA, 2001 b), estabelecem que ao “Estado e aos Municípios
compete instituir, implantar e administrar, na forma da legislação ambiental pertinente,
espaços territoriais e seus componentes representativos de todos os ecossistemas
originais a serem protegidos, com vistas a manter e utilizar racionalmente o
patrimônio biofísico e cultural de seu território, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”.

3.2 OBJETIVOS DA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO (BRASIL, 2000).
A criação de espaços territoriais especialmente protegidos, envolvendo o
ambiente natural e/ou o patrimônio histórico – cultural, tem por objetivo, dentre
outros:

I – a conservação de amostras de ecossistemas em estado natural;


II – a preservação do patrimônio genético;
III – a proteção de espécies raras em perigo ou ameaçadas de extinção;
IV – a proteção de mananciais para conservação da sua produção hídrica;

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V – a criação de espaços para atividades turísticas e recreativas;
VI – a proteção de locais de herança cultural, histórica, arqueológica,
espeleológica e paleontológica;
VII – a proteção de belezas cênicas;
VIII – os estudos e pesquisas científicas para divulgação do
conhecimento sobre a dinâmica dos ecossistemas e dos recursos naturais.

3.3 CRITÉRIOS PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO
Para criar Unidades de Conservação é preciso elaborar estudos técnicos
preliminares e consulta pública que permitam identificar a localização, a
dimensão e os limites mais adequados para a unidade, não sendo obrigatória
essa consulta no caso da criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica.
A implantação e gestão das Unidades de Conservação deverá ser
precedidas de recursos específicos destinados pelo Poder Executivo.
O município deverá incentivar e estimular a implantação de áreas
protegidas de domínio privado, a exemplo da Reserva Particular de Patrimônio
Natural (RPPN).

3.4 GESTÃO CO-PARTICIPATIVA


(BRASIL, 2000).
Os órgãos que administram as unidades de conservação
deverão estabelecer cooperação com a comunidade cientifica com o
objetivo de incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a biodiversidade,
bem como sobre formas de uso sustentável
de recursos naturais, valorizando e respeitando o saber
das populações tradicionais.
Órgãos colaboradores com objetivos afins, também poderão gerir as
Unidades de Conservação, mediante instrumento a ser firmado com o
órgão responsável por sua gestão.
Os municípios que criarem Unidades de Conservação poderão também
optar pela gestão ambiental participativa, cooperando com a União, o Estado e
com outros municípios inseridos na área de influência.

3.5 DIFICULDADES PARA A EFETIVAÇÃO DAS UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO (UC)
 Falta de plano de manejo na maioria;
 Regularização fundiária;
 Fiscalização insuficiente;
 Conflito de leis.

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QUADRO 1: CATEGORIAS DE MANEJO DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)

GRAU DE PROTEÇÃO CATEGORIA E DENOMINAÇÃO FINALIDADES PRECÍPUAS OCUPAÇÃO /VISITAÇÃO PROPRIEDADE


VISITAÇÃO NÃO
PERMITIDA,
RESERVA BIOLÓGICA E EXCETUADOS
A - RESERVA BIOLÓGICA PÚBLICA
PROTEÇAO PESQUISA CIENTÍFICA CASOS ESPECIAIS
INTEGRAL DOS
ATRIBUTOS
NATURAIS RESERVA BIOLÓGICA E VISITAÇÃO COM
B – PARQUE NACIONAL, PAISAGÍSTICA, PESQUISA ALTA
PÚBLICA
EST., OU MUNICIPAL CIENTÍFICA E RECREAÇÃO PRIORIDADE SOB
CONTROLE
PRESERVAÇÃO DE ÁREAS OCUPAÇÃO
C – RESERVA DE PÚBLICA E/OU
NATURAIS PARA USO FUTURO HUMANA
RECURSOS NATURAIS PRIVADA
CONTROLADA
D – ÁREA DE PROTEÇÃO USOS MÚLTIPLOS CONDICIO- OCUPAÇÃO PRIVADA,
AMBIENTAL NADOS Á PROTEÇÃO DE ATRI- HUMANA PRIVADA E
BUTOS ABIÓTICOS, ESTÉTICOS CONTROLADA PÚBLICA,
E CULTURAIS EVENTUALMENTE
USO SUSTENTÁVEL PÚBLICA
DOS RECURSOS
NATURAIS EXTRAÇÃO SUSTENTÁVEL DE VISITAÇÃO
E – FLORESTA NAC., EST. MADEIRA E OUTROS CONDICIONADA
PRODUTOS FLORESTAIS À FINALIDADE PÚBLICA
OU MUNICIPAL
PRINCIPAL
EXTRAÇÃO SUSTENTÁVEL DE
F – RESERVA PRODUTOS FLORESTAIS, OCUPAÇÃO POR
PÚBLICA
EXTRATIVISTA EXCETO MADEIRA GRUPOS SOCIAIS
TRADICIONAIS
FONTE: Dias (1992).

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4. CONCEPÇÃO DE ECOLOGIA E DE DIREITO AMBIENTAL


4.1 CONCEPÇÃO DE ECOLOGIA

O termo “Ecologia” foi criado por Hernst Haekel (1834 – 1919) em


1869, em seu livro “Generelle Morphologie des Organismen”, para designar “o
estudo das relações de um organismo com seu ambiente inorgânico ou
orgânico, em particular, o estudo das relações do tipo positivo ou amistoso e do tipo
negativo (inimigos) com as plantas e animais com que convive”. Em português,
aparece pela primeira vez em Pontes de Miranda, 1924, “Introdução
á Política Científica”. O conceito original evoluiu até o presente no sentido de
designar “uma ciência, parte da Biologia, e uma área
específica do conhecimento humano que tratam do estudo das relações
dos organismos uns com os outros e com todos os demais fatores naturais
e sociais que compreendem seu ambiente”. (FEEMA, 1992, p.83).
“Em sentido literal, a Ecologia é a ciência ou o estudo dos organismos em
“sua casa”, isto é em seu meio...”define-se como o estudo das relações dos
organismos, ou grupos de organismos com seu meio...Está em maior
consonância com a conceituação moderna definir Ecologia como estudo da
estrutura e da função da natureza, entendendo-se que o homem dela faz
parte”. (ODUM apud FEEMA, 1992, p. 83).
“Deriva-se do grego “oikos”, que significa lugar onde se vive ou habitat...
Ecologia é a ciência que estuda a dinâmica dos ecossistemas... é a disciplina
que estuda os processos, interações e a dinâmica de todos os seres vivos com os
aspectos químicos e físicos do meio ambiente e com cada um dos demais,
incluindo os aspectos econômicos, sociais, culturais e psicológicos peculiares ao
homem... é um estudo interdisciplinar e interativo que deve, por sua própria
natureza, sintetizar informação e conhecimento da maioria, senão de todos os
demais campos do saber... Ecologia não é meio ambiente. Ecologia não é lugar
onde se vive. Ecologia não é um descontentamento emocional com os
aspectos industriais e tecnológicos da sociedade moderna” (WICKERSHAM et
all apud FEEMA, 1992, p. 83).
“Ciência das relações dos seres vivos com o seu meio... Termo usado
freqüente e erradamente para designar o meio ou ambiente“ (DANSEREAU
apud FEEMA, 1992, p. 83).
“Parte da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ou
ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências. Ramo das ciências
humanas que estuda a estrutura e o desenvolvimento das
comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua
conseqüente adaptação a ele, assim como os novos aspectos que os
processos tecnológicos ou os sistemas de organização social possam acarretar para
as condições de vida do homem” (FERREIRA, apud FEEMA, 1992, p. 84).

Ecologia Humana:
“Estudo científico das relações entre os homens e seu meio ambiente, isto
é, as condições naturais, interações e variações, em todos os aspectos
quantitativos e qualitativos “ (SAHOP apud FEEMA, 1992, p. 84).
Ecologia Urbana:
“ Estudo científico das relações biológicas, culturais e econômica entre o
homem e o meio ambiente urbano, que se estabelecem em função das
características particulares dos mesmos e das transformações que o homem
exerce através da urbanização “ (SAHOP apud FEEMA, 1992, p. 84).
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4.2 CONCEPÇÃO DE DIREITO AMBIENTAL E DIREITO


ECOLÓGICO
O Direito Ambiental distingue-se de legislação ambiental, por considerar,
além do conjunto de textos dos diplomas e normas legais em vigor, as
jurisprudências e demais instrumentos da ciência jurídica aplicados ao meio
ambiente. Segundo Ballesteros (1982), a denominação Direito Ambiental é
mais adequada; a expressão Direito Ecológico pode levar a que se limite sua
aplicação ao Direito dos Ecossistemas. (Apud FEEMA, 1992, p. 79).
“ Direito Ecológico é o conjunto de técnicas, regras e instrumentos
jurídicos sistematizados e informados por princípios apropriados, que tenham
por fim a disciplina do comportamento relacionado ao meio ambiente “
(MOREIRA NETO apud FEEMA, 1992, p. 79).

4.2.1. OBJETO E CAMPO DE APLICACÃO

Proteção do meio ambiente e da vida em todas as suas formas (imediata) e do


próprio ser humano (mediata).

4.2.2. NATUREZA JURÍDICA E TITULARIDADE

Não deve ser concebido dentro da dicotomia (público e privado), mas como
um tipo de Direito Difuso: direito de todos (art. 225, Caput – Constituição Federal).

ORIENTAÇÃO: trabalhar em sala aspectos do direito difuso, relacionando-o


com direito público e o coletivo.

4.2.3. FONTES DO DIREITO AMBIENTAL

Lei (lato sensu), Jurisprudência e Doutrina.

4.2.4. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

1.8. Princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal

O Poder Público tem o dever de defender e preservar o meio ambiente,


assegurando sua efetividade. A ação governamental deverá ocorrer na manutenção
do equilíbrio ecológico.

b) Princípio da prevenção

Possui como finalidade impedir ou modificar a estrutura original de uma obra ou


atividade considerada prejudicial ao meio ambiente.
A constituição exige, na forma da lei, a realização de estudo prévio de impacto
ambiental (EIA), que será público, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente.
A lei determina a proteção de ecossistemas, com preservação de áreas
representativas e de áreas ameaçadas de degradação.

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Cap BM Ana Fausta de Assis Araújo – Ten BM Patrícia Lima Torreão
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c) Princípio da precaução

Visa proteger a sociedade contra riscos incertos. Não se questiona tão somente
a potencialidade do dano, mas a sua necessidade sob o ponto de vista da qualidade
de vida.

d) Princípio da educação ambiental ou princípio da informação e da


notificação ambiental

O Poder Público deverá promover a educação ambiental em todos os níveis de


ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (a
comunidade deve ser capacitada para participar da defesa do meio ambiente).

e) Princípio da participação ou da cooperação

O Estado e a coletividade têm o dever de defender o meio ambiente e preservá-


lo para as gerações presentes e futuras.
O Estado e a sociedade devem cooperar na formulação e execução da política
ambiental. Os diferentes grupos sociais devem participar dessas atividades
juntamente com a Administração Pública.
A comunidade deve ser educada com o intuito de estar capacitada para
participar ativa na defesa do meio ambiente.

f) Princípio da ubiqüidade

O meio ambiente deve ser levado em consideração antes e durante a


realização de qualquer atividade que venha a ser desenvolvida, de qualquer
natureza. Decorre da tutela constitucional da vida e da qualidade de vida.

g) Princípio do poluidor – pagador ou da responsabilidade

O poluidor é obrigado a restaurar ou a recuperar o ambiente, além de cessar


a atividade nociva. O responsável pelo dano ambiental deverá indenizar a
sociedade. Assim, as condutas consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas.

h) Princípio do desenvolvimento sustentável

Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer os


recursos naturais das futuras gerações. Significa assegurar condições favoráveis de
vida às novas gerações.

5. O AMBIENTE URBANO

5.1 APRESENTAÇÃO

Este capítulo trata de ambiente urbano e para tanto precisamos definir


alguns termos.
Mas o que é cidade? Para conceituá-la devemos considerar
aspectos demográficos, econômicos e de subsistemas. O conceito demográfico
baseia-se no quantitativo de habitantes e varia de acordo a localidade, a
concepção econômica da cidade apóia-se na doutrina de Marx Weber (apud,
Cap PM Deraldo A. Mores da Silva – Cap PM Dílson Antônio R. dos Santos 18
Cap BM Ana Fausta de Assis Araújo – Ten BM Patrícia Lima Torreão
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SILVA, 1997, p. 19), definindo a cidade como uma “localidade de mercado”; já a
concepção de subsistemas considera a cidade como um conjunto
de subsistemas administrativos, comerciais, industriais e sócio
culturais no sistema nacional geral. Estes diferentes sistemas em conjunto
constituem o fenômeno urbano global, onde a colisão entre eles possibilitam o
desenvolvimento da cidade. Logo, a cidade possui três elementos essenciais:
as pessoas, as edificações e os equipamentos públicos.
Outro termo a ser definido é a urbanização - processo pelo qual a
população urbana cresce em proporção superior à população rural. Uma sociedade
de um país é considerada urbanizada quando a sua população urbana ultrapassa
50% da população do campo, o que acontece facilmente em cidades industrializadas
(a Revolução Industrial exerceu papel importante no surgimento das cidades).
No Brasil, as estatísticas informam que a população urbana era de cerca de
32% em 1940, 45% em 1960, atingindo 70% na década de 80, revelando
urbanização crescente, em virtude do êxodo rural (SILVA, 1997).
A urbanização transforma a paisagem natural e traz consigo
desorganização social, carência de habitação, falta de higiene e de saneamento
básico. Nesse contexto surge uma alternativa: a reurbanização ou urbanificação
(SILVA, 1997) que consiste na renovação urbana ou na criação artificial de
núcleos urbanos. Com o advento do urbanismo, nasce um instrumento de
correção dos desequilíbrios urbanos, que vieram.
O Urbanismo era concebido inicialmente como a arte de embelezar a
cidade, conceito que evoluiu no sentido social, transformando-se em ciência
que tinha por objetivo organizar o espaço urbano visando o bem-estar coletivo
através da legislação, do planejamento e da execução de obras públicas
que possibilitem o desempenho harmônico, dinâmico e progressivo das
funções elementares urbanas: habitação, trabalho, recreação e circulação
(SILVA, 1997).
No Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM) de 1928,
onde foi redigida a Carta de Atenas, o urbanismo passou a ser definido como a
ordenação dos lugares que abrigam o desenvolvimento da vida material,
sentimental e espiritual em todas as suas manifestações, individuais ou
coletivas. Para tanto o urbanismo deve promover a realização de três funções
fundamentais: habitação, trabalho e recreio e tem como objetos: a ocupação do
solo, a organização da circulação e a legislação. Assim:
O urbanismo prescreve e impõe normas de desenvolvimento, de
funcionalidade, de conforto e de estética da cidade, e planifica suas
adjacências, racionalizando o uso do solo, ordenando o traçado
urbano, coordenando o sistema viário, e controlando as construções
que vão compor o agregado humano – a urbe (MEIRELES, 1994,
p.378).

5.2 O VEÍCULO COMO AGENTE POLUIDOR DO MEIO


AMBIENTE
Com a invenção do automóvel, as classes ricas passaram a tratá-lo
como um brinquedo irresistível. Mais tarde, transformando-se de artigo de luxo
para utilitário, passou a fazer parte da vida da classe média. Em 1896 foram
vendidos treze Duryea Motor Wagons em Detroit. Mas é a Ford que em 1908,
fabrica 10 mil veículos (Modelo T), e passa a transformar a paisagem urbana.
Em 1913, marcando o início da linha de montagem, foram fabricados 150 mil
veículos/ano, os Modelos TS. (AFFONSO, 2000).

Em 1960 o mundo tinha uma população de 2,6 bilhões de pessoas e 50


milhões de automóveis (AFFONSO, 2000). Com a industrialização dos países
Cap PM Deraldo A. Mores da Silva – Cap PM Dílson Antônio R. dos Santos 19
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em desenvolvimento a política do automóvel foi instituída, passando este a ser
sinônimo de status e de desenvolvimento econômico. No Brasil houve uma
rápida motorização e os efeitos podem ser sentidos tanto nos constantes
congestionamentos das grandes metrópoles quanto em cidades de menor
porte. Tudo isso por causa da opção equivocada de Juscelino Kubitschek pelo
automóvel, para atender a interesses recíprocos do capital internacional, que
exigia a construção de rodovias. Isto fez com que a nossa malha ferroviária,
uma das maiores do mundo, fosse sucateada e subutilizada, resultando no
modelo de transporte dominante (o rodoviário) que é muito mais impactante
para o ambiente e mais caro para todos, que o ferroviário.
Uma pesquisa feita em dez cidades brasileiras pela Associação Nacional dos
Transportes Públicos -- ANTP (apud AFFONSO, 2000), demonstra que não há
isonomia na apropriação do sistema viário principal, pois somente 10% a 20%
dessas vias é ocupada pelos veículos de transporte coletivo (por ônibus), que
representam 70% das viagens dos transportes motorizados. De onde se percebe
que o maior volume de transporte é o veículo particular. Assim:
“Uma vez mantido as estimativas de crescimento de 2,5% da
população urbana brasileira e 4% da frota de veículos, se
constata valores extremamente preocupantes, quando se parte do
ano de
1995 quando a frota era de 25 milhões, hoje de 31 milhões e estima-
se que no ano 2010 será de 47 milhões, portanto um crescimento de
88% contra o da população no mesmo período de 45%, passando de
120 para 174 milhões “ (ANTP, apud AFFONSO. 2000, p. 1)

Tomando por base esses dados e, sabendo-se que os


congestionamentos sobem geometricamente em relação ao crescimento da
frota, pode-se perceber um quadro crítico nas principais cidades brasileiras,
citando-se aqui como exemplo a cidade de São Paulo onde, na hora do rush, os
automóveis só atingem de 17 a 20 km/hora (AFFONSO. 2000).

Em 1990 havia no Brasil 15 milhões de veículos rodando, e no mundo, 400


milhões. Imaginem todos lançando no ar cerca de mil substâncias químicas
diferentes. Hoje, esses números 1 são bem maiores. Contribuindo assim para o
aumento da poluição e do consumo dos recursos naturais não renováveis.
1
A agenda 21 descreve que nos países em desenvolvimento, a rápida
motorização e a insuficiência de investimentos em planejamento de transportes
urbanos vêm criando problemas cada vez mais graves em termos de acidentes e
danos a saúde, ruído, congestionamento e perda de produtividade. Sugerindo assim,
como medida mitigadora, a promoção de sistemas de transporte eficientes
e ambientalmente saudáveis por meio do estímulo a modos não motorizados de
transporte, com a construção de ciclovias e vias seguras para pedestres nos
centros urbanos e suburbanos.

5.3. Conselho Nacional do Meio Ambiente -CONAMA (SILVA, 2000)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é um colegiado


normativo e deliberativo, representativo dos mais diversos setores do governo
e da sociedade civil que trabalham direta ou indiretamente com o meio
ambiente. É composto de plenário e câmaras técnicas, sendo presidido pelo
Ministro do Meio Ambiente.
O CONAMA tem como competência entre outras estabelecer normas e
1
Documento final da Conferência das Nações Unidas paro Meio Ambientes e Desenvolvimento, realizada no
Rio de Janeiro em 1992, dedica quarenta capítulos às diretrizes no campo das políticas gerais que incluem:
Planejamento Urbano, saúde, habitação, transporte entre outros.

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padrões nacionais de controle de poluição causada por veículos automotores
terrestres, aeronaves e embarcações. Essa competência é exercida por meio
de resoluções que começaram a ser editadas em 1984, quando da sua criação.

5.4. Poluição Atmosférica (SILVA, 2000)

Os veículos automotores que utilizam combustíveis fósseis expelem


monóxido de carbono, óxido de enxofre e hidrocarbonetos. Os veículos
movidos a álcool liberam esses mesmos gases, em menor quantidade, e mais
os aldeídos.
A poluição do ar causada pela emissão desses gases provoca sérios
prejuízos a saúde humana, danifica materiais e desequilibra a vegetação. O
monóxido de carbono inibe a ação dos glóbulos vermelhos, impedindo a
oxigenação dos tecidos. Os hidrocarbonetos podem causar mal estar, dores de
cabeça e até câncer. O óxido de nitrogênio, o oxido de enxofre e os
aldeídos irritam as vias respiratórias.
Os gases deterioram a paisagem urbana, pois mancham os edifícios,
além de danificarem vários tipos de materiais. Os gases interferem na
fotossíntese das plantas e contribuem para o aquecimento do planeta.

5.5. Poluição Sonora (SILVA, 2000)


Outro problema causado pelo aumento de veículos automotores nos
centros urbanos é a poluição sonora. Os ruídos perturbam a vida das pessoas,
desde que o homem criou os aglomerados urbanos, duzentas gerações atrás. O
problema é velho, já na Idade Antiga, os imperadores de Roma proibiam o
trânsito de veículos em áreas próximas de suas residências, em certas horas do
dia e da noite. (SILVA, 1999).
O crescimento populacional e industrial acelerado tornou os centros
urbanos cada vez mais barulhentos, e o aparelho auditivo humano, sem
grandes mudanças nos últimos cinqüenta mil anos, responde produzindo uma
série de distúrbios não-adaptativos. Os ruídos emitidos pelos veículos
contribuem com boa parte da poluição sonora gerada nas cidades.
(SILVA,1999).

Os veículos atuais ainda são máquinas muito barulhentas. Os pneus


utilizados nos carros brasileiros são de concepção ultrapassada, por isso
também produzem muito ruído. Os ruídos dos veículos, somados a outros
fatores que também provocam barulho, sobrecarregam o ecossistema urbano de
poluição sonora. (SILVA, 1999).
O ouvido humano tem uma capacidade limitada de suportar ruídos. Veja as
restrições – uma pessoa consegue dormir mesmo com barulho de 40 decibéis;
o nível médio de barulho chega a 55 decibéis num escritório; durante o trânsito
movimentado é aceitável um ruído de até 70 decibéis. Observe tabela abaixo,
contendo alguns níveis de ruídos produzidos pelos transportes (SILVA, 1999).

NÍVEIS DE RUÍDOS
SOM NÍVEL SONORO
CARRO BEM REGULADO 50 dB
AVANIDA DE TRÂNSITO RÁPIDO 80 dB
ESTAÇÃO DE TREM O METRÔ 100 dB

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MOTO COM ESCAPAMENTO “ABERTO” 120 dB
Fonte: DIAS, 1992

Calcula-se que o tráfego de veículos em horário de pico alcança além de


80 decibéis, este valor corresponde ao barulho de um motor de avião ao
decolar. (SILVA, 1999).
Acima de 80 decibéis as pessoas começam a sofrer distúrbios físicos e
psíquicos – irritação nervosa, prisão de ventre, úlcera, fadiga, aumento do
colesterol, podendo perder a sensibilidade auditiva e provocar até surdez.
Bebês e crianças de até sete anos, quando submetidas a excesso de barulho,
podem sofrer lesões profundas, pois seus órgãos as vezes ainda em formação,
são mais vulneráveis. (SILVA, 1999).
Os ruídos interferem nas atividades cotidianas do homem como:
descansar, comunicar-se, ler, dormir, concentrar-se e outros. Barulho
excessivo produz também contração dos músculos, espasmos estomacais,
redução da visão, vertigens, tensão emocional, alergias, estresse, dificuldades
respiratórias, taquicardia, dilatação das pupilas, constrição dos vasos
sangüíneos, etc. (SILVA, 1999).
O ruído das buzinas, somado ao dos escapamentos e dos motores, provoca
um barulho insuportável nas cidades. Por isso, a buzina só deve ser utilizada
em situações inevitáveis, respeitando inclusive as escolas e os hospitais. O uso
excessivo da buzina provoca sustos, choques, irritação e descontrole motor,
principalmente a recém-nascidos, idosos e pessoas com problemas nervosos
ou cardíacas. (SILVA, 1999).
A ciência tem se preocupado em estudar a relação barulho-saúde. Sabe-se
que se o ritmo de crescimento do ruído nas grandes cidades for mantido, nos
próximos 18 anos a humanidade perderá o uso dos ouvidos.(SILVA,1999).

5.6 RESÍDUO SÓLIDO


Outro problema que assola principalmente os grandes centros urbanos é

o destino do lixo. Os lixões continuam sendo o rumo da maior parte dos


resíduos urbanos produzidos no Brasil, causando sérios prejuízos ao meio
ambiente, à saúde e à qualidade de vida da população. Muitos municípios não
possuem recursos suficientes para investimento na coleta e no processamento
e destino final do lixo. Até as cidades que possuem aterros sanitários, em
virtude do curto tempo de sua vida útil, não conseguem esconder e controlar
o problema do destino do lixo urbano.
As soluções convencionais para o destino do lixo são:

Os aterros sanitários - grandes terrenos onde o lixo é depositado,


comprimido e depois espalhado por tratores em camadas separadas por terra.

Os incineradores - indicados para materiais de alto risco reduzindo seu


volume e o perigo de poluição do solo, mas podem liberar gases nocivos à saúde,
além de ter um alto custo.
As usinas de compostagem - transformam os resíduos orgânicos
presentes no lixo em adubo, reduzindo o volume destinado aos aterros. Porém, o
alto custo do processo não é coberto com a receita auferida pela venda do
Produto.

Esta situação exige uma solução urgente, principalmente no destino


final do lixo, ou seja, precisamos produzí-lo menos. Uma das soluções para
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diminuição da quantidade de lixo produzido na cidade é a implantação da
coleta seletiva e posteriormente a reciclagem deste material. Mas o
fundamental é questionarmos a matriz do lixo antes de produzí-lo. È necessário
perguntarmos a nós mesmos se precisamos realmente de tudo que estamos
utilizando atualmente. Por exemplo: será que o uso de descartáveis serve para
nosso País? Importamos muitas vezes culturas estrangeiras sem termos
estrutura para enfrentar os problemas advindos dessas “facilidades”.
O resultado disso é: mais lixo nas ruas e suas conseqüências;
encarecimento dos produtos e artificialização de nossos modos de vida.

5.7. Aplicação da Lei sob a ótica da Lei de Crimes Ambientais:

SEÇÃO IV
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II- arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo Único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de
detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente


protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor
paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida:

Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.


Observação: Ainda estão relacionados ao tema os artigos 64 e 65 da Lei 9.605, de
12/02/1998.
6. O MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(BRASIL, 1988)
As questões do ambiente sempre estiveram presentes nas constituições do
Brasil, do Império a atualidade. O ordenamento jurídico brasileiro sempre
contemplou as matérias ambientais, porém de maneira esparsa.
As constituições passadas tratavam do ordenamento do solo, água, de fauna e
flora e de espaços territoriais protegidos, entre outros. Mas, nunca houve um
capítulo específico destinado à matéria. Somente na Carta Magna de 1988
(BRASIL, 1988) é que as questões ambientais ganham status constitucional,
pois foi reservado o capítulo VI, para tratar do assunto.
Como a Constituição Federal (BRASIL,1988), o capítulo VI (do meio
ambiente) é progressista, adaptando-se aos princípios contemporâneos do
Direito Ambiental Internacional. Inova quando apresenta instrumentos de
gestão ambiental de vanguarda, entre eles: a previsão do Direito
Intergeracional; a proteção dos ecossistemas e da biodiversidade; o Estudo
Prévio de Impacto Ambiental (EPIA); controle da produção, comercialização e do

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emprego de atividades de riscos para a vida e o meio ambiente; promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino; proteger a fauna e a flora; a
obrigação de recuperar o ambiente degradado; a responsabilidade da pessoa
jurídica; o estabelecimento das áreas consideradas patrimônio nacional; e a
previsão de critérios para localização de usinas que operam com reator
nuclear.
ORIENTAÇÃO: Estudar em sala o capítulo relativo ao meio ambiente na CF de
1988.

7. O MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL


(BAHIA, 1989)
As Constituições do Estado da Bahia anteriores a de 1989, como a
ConstituiçãoFederal (BRASIL,1988), também não tratavam a questão
ambiental com a importância que ela merece. Existiam alguns artigos esparsos
sobre os aspectos ambientais.
A Constituição do Estado da Bahia promulgada em 5 de outubro
de 1989 (BAHIA, 1989) no seu capítulo do meio ambiente, segue a
Constituição Federal (BRASIL,1988) em alguns princípios básicos, mas
específica os aspectos regionais. Como por exemplo: avança no
estabelecimento de áreas consideradas patrimônio estadual; proibe atividades
que causam degradação ambiental; elenca as áreas de preservação
permanente; define a função do Estado em relação ao meio ambiente
(planejamento e administração dos recursos naturais); cria o sistema
estadual de administração da qualidade ambiental (SEARA); e prevê
obrigações do Estado e dos municípios em relação a matéria.

A Carta Magna do Estado da Bahia (BAHIA,1989), dedica também um


capítulo inteiro ao meio ambiente, e é considerada uma
Constituição progressista em relação aos outros Estados do Brasil, pois avança
em alguns princípios, como: o que estabelece “áreas de proteção visual” em
zona urbana e nas rodovias estaduais; quando prevê a “tributação das
atividades que utilizem recursos ambientais e que impliquem potencial ou
efetiva degradação ambiental”; e quando proíbe no Estado a fabricação,
comercialização e utilização de substâncias que emanem cloro-flúor -
carbono (CFC); a fabricação, comercialização, transporte e
utilização de equipamentos e artefatos bélicos nucleares; e o
depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora dele.

ORIENTAÇÃO: estudar em sala o Capítulo relativo ao Meio Ambiente na


Constituição Estadual de 1989.

8. Lei de Maus Tratos aos Animais – 1934

Promulgado no Governo Provisório, o Decreto Lei nº24.645 de 1934 tutela todos


os animais existentes no país e declara contravenção os maus tratos previsto nesta
legislação. A rigidez tanto buscada na legislação só foi atingida com a Lei de Crimes
Ambientais em seu art. 32.

ORIENTAÇÃO: estudar em sala o Art. 3º e seus 31 incisos da Lei de Maus


tratos aos animais e relaciona-la com o Art.32 da Lei de Crimes Ambientais.

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9. ESTUDO DO CÓDIGO FLORESTAL E SUAS ALTERAÇÕES


(BRASIL, 1965)

O Código Florestal (BRASIL, 1965) é uma Lei Federal anterior a


Constituição Federal (BRASIL, 1988), por isso possui alterações feitas por
outras leis, visando adaptá-la ao momento atual.
Na década de 60 do século passado, o Brasil viveu um momento em
que a visão de preservação ambiental do Estado e da sociedade era o
“desenvolvimento florestal”, por isso que surgiram leis específicas como o
Código Florestal (BRASIL, 1965) e órgãos criados para esse fim, como o
extinto Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal (IBDF) e as diversas
Policias Florestais dos Estados do país. Atualmente, o interesse transcende
questões como desenvolvimento florístico apenas, passando ao planejamento
estratégico das políticas ambientais e a criação de órgãos que gerencie os
recursos ambientais disponíveis, os renováveis e não renováveis, baseados em
conceitos de desenvolvimento sustentável.
Hoje pode ser verificada a mudança na estrutura funcional e na missão do
antigo IBDF, (que atualmente como IBAMA - Instituto do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) , a criação de órgãos estaduais, tais quais
Fundações ou Autarquias que, com a mesma motivação ambiental, podem ser
exemplificadas como: o Centro de Recursos Ambientais (CRA) do Estado da Bahia
e a SRH – Superintendência de Recursos Hídricos.
Apesar de antigo, o Código Florestal ainda cumpre o seu papel, embora
precise de algumas modificações. Atualmente é auxiliado pela lei de Crimes
Ambientais (BRASIL, 1998) na parte criminal.
Esta Lei (BRASIL, 1965) tem o objetivo de regulamentar a utilização
racional das florestas e demais formas de vegetação natural, bem como
estabelecer a política florestal do país. Estabelece as áreas de preservação
permanente; as condições para supressão total ou parcial de florestas; as
condições para emprego de combustíveis próximo de florestas; as
circunstâncias consideradas infrações; e a proibição de uso do fogo nas
florestas e demais formas de vegetação, entre outros.

ORIENTAÇÃO: Estudar o Código Florestal (BRASIL,1965):


LEI FEDERAL 4.771 DE 15 DE SETEMBRO DE 1965, relaciona-lo com os
artigos 38 à 53 da Lei de Crimes Ambientais.

10. ESTUDO DO CÓDIGO DE PESCA


DECRETO-LEI FEDERAL 221, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967

(BRASIL,1967A)
O Código de Pesca (BRASIL, 1967 a) é um Decreto-Lei anterior a
Constituição Federal (BRASIL, 1988), por isso também passou por algumas
atualizações, com o intuito de adaptá-lo às necessidades contemporâneas.
A função primordial deste Decreto-lei (BRASIL, 1967 a) é proteger e
estimular a pesca nas águas interiores do Brasil, no mar territorial
brasileiro, nas zonas de alto mar, na zona contígua e na plataforma submarina.
Este Decreto-lei (BRASIL, 1967 a) é também um diploma legal antigo,
da década de 1960, entretanto, ainda supre as necessidades de conservação
da fauna ictiológica e de estímulo à pesca em nosso país.Sua execução é
também auxiliada pela lei de Crimes Ambientais (BRASIL, 1998) na parte
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criminal.
O Código de Pesca (BRASIL, 1967a) tem o objetivo de regulamentar a
conservação da fauna aquática do país e os estímulos à pesca e para tanto:
define pesca e seus fins; estabelece os efeitos do Decreto-Lei; elenca as
condições para o exercício da pesca comercial; determina os critérios para a
fiscalização; e discrimina as infrações e as penas.

ORIENTAÇÃO: estudar em sala o Código de Pesca (BRASIL,1967a),


correlacionando-o com a Lei de Crimes Ambientais, artigos 34 a 36.

11. LEI DE MATA ATLÂNTICA

Anteriormente reconhecida, a mata atlântica é considerada Patrimônio


Nacional pela Constituição Federal de 1988. mesmo assim ela permaneceu
durante muito tempo sem legislação específica, tendo apenas o Decreto 750, de
10 de fevereiro de 1993, que trata sobre corte e supressão de vegetação e
algumas resoluções do CONAMA para apóia-la.
Lei 11.428/2006, a Lei de Mata Atlântica entra finalmente em vigor. A lei era
composta inicialmente por 12 artigos e foi proposta em 1992. Em 1994 é arquivada
sem ser votada, em 1995 foi desarquivada e acrescida algumas emendas, em
2000 o projeto original recebeu um novo projeto de lei, em 2003 foi aprovado pela
Câmara dos Deputados e em 2006 pelo Senado.
A Lei versa sobre a utilização e proteção da mata atlântica, especialmente os
remanescentes em estágio inicial, da proteção do bioma nas áreas urbanas e
metropolitanas, dos incentivos econômicos, do Fundo de Recuperação da Mata
Atlântica, etc. O CONAMA publicou a resolução 388 em fevereiro de 2007,
definindo as situações exigidas em Lei. E ainda traz vinculação das legislações
vigentes à ela, inclusive a Lei 4.771/65.
A legislação tem como princípios do seu regime jurídico, os princípios da
função sócio-ambiental da propriedade, da eqüidade intergeracional, da
prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações
e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos
serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às populações
tradicionais e do respeito ao direito de propriedade. 

ORIENTAÇÃO: estudar em sala a Lei de Mata Atlântica, relacionando-o


com a reslução nº388 do CONAMA e o Código Florestal.

12. ESTUDO DA LEI DE PROTEÇÃO À FAUNA


LEI FEDERAL 5.197 DE 3 DE JANEIRO DE 1967
(BRASIL, 1967B)

A Lei de Proteção à Fauna ou Código de Proteção à Fauna


(BRASIL,1967 b) é também uma Lei Federal anterior a Constituição Federal
(BRASIL, 1988). Desta forma tem passado por alterações, com o objetivo de
atualizá-la, adaptando as novas exigências e necessidades do nosso tempo.
Esta lei (BRASIL, 1967 b) tem como função principal, proteger
exclusivamente a fauna silvestre ou indígena brasileira (nativa do Brasil), com a
motivação de conservação dos animais tipicamente brasileiros. Portanto, não
alcança a fauna exótica (estrangeira) e a doméstica, neste caso, a lei que
protege estes dois últimos tipos de fauna é a 24.645 de 10/07/1934
(BRASIL,1934), conhecida como “Medidas de Proteção aos Animais” ou como
“Lei de Maus Tratos aos Animais”.
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A Lei de Proteção à Fauna (BRASIL, 1967 b) é também uma lei antiga,
da década de 1960, mas apesar disso ainda atende as necessidades de
conservação da fauna nativa do Brasil. É auxiliada pela lei de Crimes
Ambientais (BRASIL, 1998) na parte criminal.
O Código de Proteção à Fauna (BRASIL, 1967 b) tem o objetivo
de regulamentar a conservação da fauna nativa do Brasil, bem como
estabelecer a política faunística do país. Estabelece o conceito de fauna silvestre;
proíbe a utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécies
silvestres; proíbe o exercício da caça profissional; proíbe o comércio de
espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem
na sua caça, perseguição, destruição ou apanha; proíbe a introdução no
país de espécies sem parecer técnico oficial e licença expedida na forma
da lei; regula as espécies, a época e a quota diária de exemplares cuja
utilização, perseguição, caça ou apanha será permitida; elenca as circunstâncias
especiais em que a utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de
espécimes da fauna silvestre são proibidas; estabelece critérios para a
implantação de sociedades amadoristas de caça e de tiro ao vôo; discrimina as
condições para o exercício da caça; estabelece critérios para a caça com armas
de fogo; institui a licença especial para coleta de material destinado a fins
científicos; institui o registro de pessoas físicas ou jurídicas, que negociem
com animais silvestres e seus produtos; proíbe a exportação de peles e couros
de anfíbios e répteis em bruto; estabelece condições para o transporte
interestadual e para o exterior de animais silvestres; tipifica os crimes contra a
fauna silvestre e as circunstâncias que agravam a pena; estabelece a
competência para instaurar, presidir e
proceder a inquéritos policiais, entre outros.

CONTEXTUALIZAÇÃO

A dimensão do território brasileiro, 8.547.403,5 km 2, aliada à riqueza de


biodiversidade de espécies de fauna, faz com que o Brasil esteja entre os principais
países da rota internacional do tráfico de fauna. Assim, o país ocupa a 1ª colocação
em diversidade de mamíferos, em espécies de anfíbios e em número total de
espécies; a 3ª colocação em espécies de aves; e a 4ª colocação em espécies de
répteis.

12.1. TRÁFICO DE ANIMAIS

a) NASCIMENTO DO TRÁFICO

Os índios brasileiros foram os primeiros a retirar do nosso território espécimes


da fauna. Só que esta retirada tinha finalidades definidas: alimentação,
ornamentação das tribos, utilização dos produtos resultantes da fauna na fabricação
de instrumentos e ferramentas da fauna na fabricação, além da criação como bichos
de estimação ou incorporação destes em suas lendas e mitos.

Com a chegada dos europeus no século XVI, essa retirada passou a ser
seletiva e comercial. Alguns fatos foram observados: europeus se orgulhavam
quando chegavam em seu país de origem com um animal de nossa fauna (seria a
comprovação do contato com outro continente); em 27 de abril de 1500, vários
animais foram enviados para o rei de Portugal, entre eles, araras e papagaios,
ficando o Brasil durante 03 (três) anos conhecido como a “Terra dos Papagaios”,
devido a beleza e sons emitidos por esses espécimes encontrados em grandes

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quantidades nas ruas e residências européias e livremente comercializados,
representando para o detentor desses espécimes, símbolo de poder e status.

No final do século XIX, devido à seleção sistematizada dos traficantes


europeus, algumas espécies ficaram ameaçadas de extinção entre elas, os beija-
flores (suas penas serviam à moda e abasteciam a ornamentação de residências), as
garças, guarás (adornos de chapéus) e marrecas. No Brasil só passou a ser uma
atividade ilegal a partir de 1967, com a Lei de Proteção à Fauna e por conseqüência
a atividade ficou mais difícil de ser acompanhada por ser clandestina. No Rio de
Janeiro há pelo menos cem feiras livres comercializando animais indevidamente.

O relatório afirma ainda que os métodos utilizados para captura ainda são os
mesmos desde o começo das atividades ilegais e ao chegar na Europa os animais
seguem para mercados, zoológico, colecionadores, etc. É comum também a prática
de atos cruéis para permitir o tráfego indiscriminado de animais.

b) O QUE É O TRÁFICO DE ANIMAIS?

Como qualquer outra espécie de tráfico, este é um crime tão grave como os
outros. Atualmente considerado uma das atividades criminosas mais rentáveis
mundialmente, o trafico de animais ocupa a terceira posição dentre os demais,
perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas.

O tráfico movimenta cerca de 38 milhões de espécies e entre 10 e 20 bilhões


de dólares por ano (RENCTAS,2007). A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de
Animais Silvestres – RENCTAS, divulgou em 2001 o seu primeiro relatório, onde
divulgou dados surpreendentes como a relação de alguns traficantes de fauna com o
tráfico de drogas, a dificuldade e o preconceito enfrentado pelas Policias Ambientais
em desenvolver sua missão pois muitas pessoas ainda pensam que seu trabalho é
“fácil” e “romântico”, a descoberta que a ignorância não é um título dado apenas aos
analfabetos, mas a pessoas que tem poder político, financeiro, etc.

c) A LEI E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Em 1967, foi criado o Instituto Brasil do Desenvolvimento Florestais (IBDF),


paralelo ao nascimento da Lei de Fauna Silvestre (Lei 5.197, de 03 de janeiro de
1967).

Acontece que, com a criação desse dispositivo legal, as ações até então
expostas livremente passaram a ser feitas clandestinamente, iniciando com isso,
uma verdadeira crueldade e maus tratos aos nossos elementos da fauna.

A ineficiência dos órgãos de fiscalização em todo o país fortaleceu esse


comércio ilegal, levando à morte muitos animais numa proporção assustadora: a
cada 10 (dez) aves traficadas, apenas 01 (uma) chegava com vida ao consumidor
(RENCTAS, Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres).

O IBDF foi extinto em 1989, com a criação do IBAMA que passou a ser o órgão
federal responsável pelo controle e fiscalização dos elementos de fauna, flora entre
outras missões.

d) TIPOS DE TRÁFICO
Tráfico que visa animais para colecionadores particulares e zoológicos:
é o mais prejudicial, pois visa a retirada do meio natural dos animais raros, ou
seja, os ameaçados de extinção. Os principais colecionadores estão na
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Alemanha, Holanda, Portugal, Bélgica, Itália, Suíça, França, Reino Unido,
Espanha, Singapura, Hong Kong, Japão, Filipinas, EUA, Canadá;
Biopirataria: visa os animais que produzem substâncias químicas, ou seja,
aqueles utilizados para fins científicos na confecção de medicamentos para a
indústria biomédica;
Tráfico para PET SHOP: corresponde a maioria dos animais que são
traficados, desde que não estejam enquadrados na lista das espécies
ameaçadas de extinção;
Tráfico dos produtos de fauna: refere-se ao comércio apenas dos produtos
de fauna (pele, dentes, carro, penas, etc...)

e) ROTAS INTERNACIONAIS DO TRÁFICO


Países exportadores ou fornecedores: Brasil, Argentina, Paraguai, África
do Sul, Índia, Malásia, China, Rússia e outros;
Países de trânsito comercial e de legalização: Portugal, Grécia, Itália,
França, Bélgica, Arábia Saudita e outros;
Países consumidores: EUA, Bélgica, França, Grécia, Arábia Saudita, Japão
e outros.

f) ROTAS DO TRÁFICO NO BRASIL

Regiões fornecedoras: Norte, Nordeste e Centro-Oeste;


Regiões consumidoras: Sul e Sudeste, com destaque para Rio de
Janeiro e São Paulo.

g) ALGUNS MÉTODOS UTILIZADOS NO TRÁFICO

Utilização de atividades fraudulentas: através de malas, caixas para tentar


burlar a fiscalização;
Utilização de documentos legais para encobrir produtos legais : quando o
documento é legal, mas a espécie ou a quantidade, por exemplo, não
correspondem ao que está especificado no documento;
Uso de documentos falsos: quando o documento, por exemplo, é
adulterado na especificação da espécie ou da quantidade de animais.

h) CLASSES SOCIAIS

Fornecedores: geralmente pessoas pobres que vivem do tráfico como fonte


de renda ou como complementação de sua renda;
Intermediários: aqueles que transitam entre as zonas rurais e os centros
urbanos diariamente, como os caminhoneiros;
Consumidores: aqueles detentores dos animais e usam estes como animal
de estimação, circo, zoológico, criadouros e outros.
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i) PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO TRÁFICO

O Brasil participa, dentro do movimento mundial de cifras num ano (20 bilhões),
com 5% a 15%, referindo-se a saída do nosso território de 38 milhões de espécies.
As espécies mais envolvidas, segundo o IBAMA, são as aves.

j) CONSEQUÊNCIAS DO TRÁFICO
Sanitária: devido à falta de controle sanitário, a criação de animais da fauna
silvestre leva à transmissão de doenças não só para os animais domésticos
como também, para os homens; geralmente pessoas pobres que vivem do
tráfico como fonte de renda ou como complementação de sua renda;
Econômica: devido a ser um comércio ilegal, há uma perda de divisas para
os cofres públicos;
Social: o tráfico pode, por exemplo, com a retirada de aves que se alimentam
de insetos, reduzir um modo natural de combate às pragas, levando à
crescente utilização de agrotóxicos, que é um meio artificial e que afeta a
sociedade;
Ecológica: a redução da população de determinados espécimes ou mesmo a
extinção gera desequilíbrios ecológicos como resultado de ingerência na
cadeia alimentar, além da predação antrópica prejudicar a dispersão de
sementes de um determinado ecossistema.

13. POLICIAMENTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL


CONCEITO
Tipo específico de policiamento ostensivo que visa a proteção do meio
ambiente natural e artificial.

ÓRGÃO OFICIAL DA PMBA


COMPANHIA DE POLÍCIA PROTEÇÃO AMBIENTAL – COPPA

CRIAÇÃO
Através do decreto n.º 26.830, de 08/08/79, com o nome de Companhia de
Polícia Florestal.

MUDANÇA DA NOMENCLATURA
Através do Art. 2º do Decreto Estadual n.º 263 de 07/08/91,passou a se
chamar Companhia de Polícia de Proteção Ambiental.

MISSÃO
1) Geral:
Preservação da ordem pública: Constituição Federal e Estadual.
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2) Específica:
Exercer, com exclusividade, o policiamento ostensivo ambiental fardado,
preventivo e repressivo, visando a preservação da vida no meio ambiente e em
todo território do Estado da Bahia: Lei de Organização Básica.

COMPETÊNCIA
1) Inibir/coibir ação predatória que comprometa os recursos naturais;
2) Estabelecer cooperação técnica e científica com instituições afins;
3) Promover e colaborar com o desenvolvimento de atividade de
Educação Ambiental;
4) Manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais
objetivando o desenvolvimento sustentável;
5) Fiscalizar a observância das normas relativas à preservação da
fauna e flora, bem como do transporte de seus espécimes;
6) Manter arquivo atualizado em banco de dados ou processo similar,
com as informações essenciais ao cumprimento de sua missão;
7) Atuar em conjunto com os órgãos afins, sempre que as situações
exigirem.

AÇÕES DA COPPA
1) INVESTIGATIVAS
Todas as operações são precedidas de um levantamento feito pelo Núcleo de
Inteligência da Unidade.

2) PREVENTIVAS
- Fiscalização e combate à pesca com explosivos na baía de Todos os santos;
- Fiscalização em Áreas de Proteção Ambiental (APA) / Abaeté;
- Policiamento Ostensivo ambiental fardado e velado nos Parque
Urbanos;
- Fiscalização contra a poluição visual, atmosférica e sonora (em parceria
com a SUCOM).

3) EDUCATIVAS
- Público Interno: cursos / treinamentos de (re) capacitação/ qualificação
técnica;
- Público Externo: palestras em órgãos e escolas, bem como, através de
orientações, no momento das abordagens nas ações/operações.

4) ESPECIAIS
- Equipe especializada em captura de enxames;
- Manejo e contenção de animais silvestres;
- Combate ao comércio ilegal e aos maus tratos de animais silvestres em

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feiras livres;
- Combate à pesca com explosivos;
- Combate ao desmatamento ilegal, extração, transporte e comércio
ilegais de madeira;
- Combate ao garimpo ilegal.

CRIMES AMBIENTAIS MAIS COMUNS NO ESTADO DA BAHIA

- Destruição de florestas;
- Caça à espécies da fauna silvestre;
- Pesca com utilização de explosivos;
- Poluição das águas por empresas;
- Provocação de incêndios em matas;
- Extração mineral;
- Impedir regeneração natural de florestas;
- Danos ao patrimônio público;
- Poluição sonora.

PROBLEMAS MAIS COMUNS ENFRENTADOS PELA COPPA

1. Falta de interesse do Estado para as causas ambientais;


2. Quantidade reduzida de Delegacias de Polícia Civil especializada em Meio
Ambiente;
3. Ausência de um Centro de Triagem para animais silvestres e de
grande porte;
4. Falta de convênios que fortaleçam a atividade;
5. Efetivo reduzido;
6. Apesar de estudos, a não interiorização do Policiamento Ambiental no
Estado;
7. Falta de pessoal especializado;
8. Recursos financeiros limitados;
9. Carência de equipamentos e programas de informática mais
avançados;
10. Falta de articulação do Sistema Social para defesa do Meio
Ambiente.

14. MINI GLOSSÁRIO AMBIENTAL

ABIOTA: Conjunto dos seres não vivos de uma região.

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AGENTE POLUIDOR: Pessoa física ou jurídica responsável por fonte
poluidora.

AREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE: Aquela que disponha de


cobertura arbórea ou qualquer outra forma de vegetação que não possa ser
explorada pelo particular, em virtude de sua localização ou situação, admitindo-se a
supressão total ou parcial, quando autorizado pelo Poder Público, na conformidade
dos preceitos estabelecidos pelo Código Florestal.

ASSOREAMENTO: Fenômeno causado pela deposição de sedimentos


minerais (como areia e argila) ou de materiais orgânicos. Com isso, diminui a
profundidade do curso d'água e a força da correnteza. O desmatamento da mata
ciliar também causa o assoreamento dos rios.

BIODIVERSIDADE: Conjunto de plantas, animais, microrganismos e


ecossistemas que sobrevivem na natureza em processos evolutivos de mais de 4
bilhões de anos, que constituem uma variedade biológica de mais de 30 milhões de
organismos vivos.

BIOMA: Macroecossistema no qual predomina um tipo de vegetação.

BIOMASSA: Conjunto de substâncias orgânicas depositadas em determinado


lugar.

BIOTA: O Conjunto dos seres vivos de uma região.

CADEIA ALIMENTAR: sequência de relações nutritivas estabelecidas entre os


seres vivos para a garantia de sobrevivência. O conjunto de cadeias alimentares
recebe o nome de teia alimentar.

CATAÇÃO: Ação Humana, com finalidade de derrubar apenas determinados


espécimes florestais, em local com cobertura arbórea.

DESMATE: Ação humana, com vista a derrubar em determinado espaço, todo


ou parte da cobertura arbórea existente.

DESMATE ILEGAL: É aquele que se pratica sem prévia autorização escrita da


autoridade competente ou em desobediência às limitações contidas em lei.

ECOLOGIA: Ciência que estuda a “Casa” onde vivem os seres vivos.

ECOSSISTEMA: Interação entre os seres vivos e o meio físico.

EMBARGO: É a paralisação ou suspensão de uma atividade irregular em local


onde, presumivelmente, estejam ocorrendo irregularidades.

ESPÉCIME: Exemplar de uma espécie viva, ou pequena quantidade, que serve


para teste.

EXPLORAÇÃO FLORESTAL: Ação humana, que tenha como objetivo a


extração de produtos florestais, com fins comerciais ou não.

FAUNA/FLORA EXÓTICA: É a fauna ou flora estrangeira.

FAUNA/FLORA SILVESTRE: É a fauna ou flora própria ou natural do país;


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FLORESTAMENTO: Ação humana visando a formação de áreas florestais.

FONTE DE POLUIÇÃO: Atividade, sistema, processo, maquinaria,


equipamentos ou dispositivo, móvel ou não, que induza, produza ou possa produzir
poluição.

IMPACTO AMBIENTAL: Qualquer alteração das propriedades químicas,


físicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente, afete: a
saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas,
a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, e a qualidade dos
recursos ambientais.

LAVRA GARIMPEIRA: É o aproveitamento da jazida mineral.

LICENCIAMENTO: É a instalação, ampliação ou funcionamento de fonte de


poluição devidamente autorizada pelo órgão competente, mediante licença de
instalação e de funcionamento.

MATA CILIAR: Vegetação que ocorre ao longo dos rios, exercendo influência
direta no regime deles, e que se desenvolve na área de inundação, e que tem altura
média entre 8 e 15m. Mata costeira.

MEIO AMBIENTE: Sistema pelo qual o homem estabelece relações sociais,


econômicas, éticas, estéticas e políticas com os demais seres da biota e com o meio
físico. (Dilson Rosário).

PERÍODO DEFESO: Época em que caca ou pesca não é permitida,


considerando o acasalamento e a reprodução que acontecem nessas ocasiões.

PRODUTO FLORESTAL: É todo aquele oriundo de área florestal.

QUEIMADA: Ação humana com vistas a limpar, com uso do fogo determinada
porção do terreno. Caracteriza-se pelo controle exercido pelo homem.

REFLORESTAMENTO: É a ação humana objetivando a renovação da


vegetação.

REGENERAÇÃO NATURAL: É a renovação da vegetação em local explorado,


feita pela natureza, independente da ação do homem.

REPOSIÇÃO FLORESTAL: Plantio de árvores que é feito para cumprir


dispositivos legais, que exigem reflorestamento proporcional ao consumo ou ao
comércio.

RESERVA FLORESTAL OBRIGATÓRIA: Cobertura arbórea sujeita a regime


especial, dentro das propriedades particulares, assim determinado na legislação
especifica.

SUBPRODUTO FLORESTAL: É aquele, cuja forma pela qual se apresenta,


decorrente da transformação sofrida no produto original pela ação do homem ou da
natureza.

VEGETAÇÃO HIDRÓFILA: É aquela encontrada em terrenos úmidos.

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16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Cap BM Ana Fausta de Assis Araújo – Ten BM Patrícia Lima Torreão
Curso de Formação de Soldados – Fundamentos da Proteção Ambiental
AB´SABER, Aziz Nacib. (RE) Conceituando Educação ambiental. Rio de
Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, CNPQ, 1991.
AFFONSO, Nazareno Stanislau, Por uma Política Nacional de Mobilidade
Sustentável Urbanista, site do Instituto da Mobilidade Sustentável - Ruaviva,
2000.
BAHIA. Constituição do Estado da , 1989, Diário Oficial do Estado da Bahia,
Salvador, 5 de out. 1989.
BAHIA. lei nº 7.799 de 7 de fevereiro de 2001. Institui a política Estadual
de Administração dos Recursos Ambientais, e dá outras providências.
Diário
Oficial do Estado da Bahia, Salvador, 8 de fev.2000 a.
BAHIA. Decreto nº 7.767 de 5 de junho de 2001. Aprova o regulamento da lei
nº 7.799 de 7 de fevereiro de 2001, que institui a Política Estadual de
Administração dos Recursos Ambientais e dá outras providências. Diário
Oficial do Estado da Bahia, Salvador, 6 de jun. 2001 b.
BRASIL. Constituição da República Federativa do, 1988. Capítulo VI,
art.225. Dispõe sobre o meio ambiente.Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, 5 out.1988.
BRASIL. EMBRAPA. Atlas do Meio Ambiente do Brasil. Ministério
da Agricultura, do abastecimento e da Reforma Agrária- MAARA/
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. 2 ed. Rev. e
ampl. Brasília: Terra viva, 1996.
BRASIL. lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal). Dispõe
sobre a proteção das florestas e demais formas de vegetação. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil.
BRASIL. lei nº 11.428 de 2006 (Lei de Mata Atlântica). Dispõe sobre a proteção
do bioma Mata Atlântica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
BRASIL. Decreto – Lei 221 de 28 de fevereiro de 1967 (Código de
Pesca). Dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca e dá outras
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 28
fev. 1967a.
BRASIL. Lei nº 5.197 de 3 de janeiro de 1967 (Lei de Proteção a
Fauna). Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 3 de jan. 1967b.
BRASIL. lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes
Ambientais). Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.
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Cap BM Ana Fausta de Assis Araújo – Ten BM Patrícia Lima Torreão
Curso de Formação de Soldados – Fundamentos da Proteção Ambiental
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,13 fev. 1998.
BRASIL. lei n.º 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional
de unidades de Conservação – SNUC e dá outras providência. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, Brasília,18 de jul. 2000.
BRASIL. lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal). Dispõe
sobre a proteção das florestas e demais formas de vegetação. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, Brasília, 15 set. 1995.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental – princípios e práticas. 2ª
ed.Ver. e ampl. São Paulo: Gaia, 1992.
FEEMA, Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Rio de
Janeiro, RJ). Vocabulário Básico de Meio Ambiente. 4 ed. Rio de janeiro:
Petrobrás, serviço de comunicação social, 1992.
HOLDGATE, Martin W.; TOLBA, Mostafa K. e HAES, Charles de.
Estratégias para a Sustentabilidade. Londres: PNUMA (Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente), 1992.
MEIRELES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro, 7 ed., São Paulo, 1994.
OLIVEIRA FILHO, João Damásio de. Estudo Teórico Orientado. Módulo
– economia dos recursos ambientais.
Salvador: 1994. Curso de Pós-
graduação em gestão ambiental. Escola de Serviço Público – FUNDESP, 1994.
SERPA, Luís Felipe Perret. A crise da modernidade – para onde
vamos?
Salvador: FACED/UFBA, 1991.
SILVA, Deraldo Antônio Moraes da. Proteção ao Meio Ambiente e Cidadania
para Condutores de Veículos. Programa de capacitação de
recursos Humanos para Centros de Formação de Condutores (CFC).
Salvador: UNEB/ PROEX, 2000.
SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. São Paulo, 1995.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. 5ªed., ref., atual. E ampl. – São Paulo,
2007.
RELATÓRIO DE PROGRESSO DO SEXTO SEMESTRE do Programa de Combate
à desertificação e mitigação dos efeitos da Seca na América do Sul.

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ANEXO I

Figura 3 – Distribuição do bioma


Figura 2 – Área original e remanescente CAATINGA
da mata atlântica Fonte: WWF.org.br ( dezembro 2007).

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ANEXO II

Figura 3 – Distribuição do bioma


CERRADO
Fonte: WWF.org.br ( dezembro 2007).

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ANEXO III
Ano Número de animais
apreendidos
1993 37.132 Região Animais apreendidos un.
1994 14.053 Sul 11527
1995 30.110 Sudeste 99097
1996 58.698
Centro Oeste 11556
1997 51.161
1998 23.100
Nordeste 94323
1999 46.484 Norte 12333
2000 61.182 Tabela 002
2001 69.284 Fonte: CGFIS/DIPRO/IBAMA

2002 28.786
Tabela 001
Fonte: CGFIS/DIPRO/IBAMA

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