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Conservação do meio ambiente

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS – 8°ano

Tainá Martins de Carvalho


Joely Priscila Souza de Lima

TEMA

Eixo temático: Ambiente

Subtema: O futuro da Terra

PROBLEMATIZAÇÃO

A Biodiversidade é a variedade de seres vivos e ambientes em conjunto, cada


ambiente é ocupado por uma infinidade de seres que se adaptam. A humanidade retira
da Biodiversidade para se manter, remédios, alimentos e vários produtos são
consumidos diariamente. No Brasil há a maior cobertura de floresta tropical do mundo e
está concentrada na Região Amazônica onde contém a mais rica Biodiversidade.
Entretanto, é necessário preserva-la pois, a conservação e o uso sustentável representam
as melhores formas de valorizar e proteger nosso patrimônio ambiental.

JUSTIFICATIVA

Conscientizar os alunos sobre a importância da preservação dos recursos


naturais e do cuidado com o meio ambiente, desenvolver neles uma postura responsável
em relação ao meio ambiente, estimulando o pensamento crítico e a reflexão sobre as
questões ambientais, além de promover ações práticas de conservação e
sustentabilidade. É fundamental que as futuras gerações entendam os impactos das
ações humanas no ecossistema e se tornem agentes ativos na promoção da
sustentabilidade, contribuindo para um mundo mais equilibrado e saudável. Além disso,
o tema também está presente nos currículos escolares e é relevante para a formação
cidadã dos estudantes.

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COMPONENTE CURRICULAR

Nessa sequência didática sobre conservação e meio ambiente no ensino


fundamental pode envolver diversas componentes curriculares, tais como: Ciências
Naturais (explorando os conceitos científicos relacionados à conservação ambiental,
como ecossistemas, biodiversidade, poluição, entre outros); Geografia (estudando os
aspectos geográficos do meio ambiente, relação com o clima, distribuição dos recursos
naturais, impactos das atividades antrópicas no espaço geográfico); Língua Portuguesa
(estimulando a leitura e a produção de textos relacionados ao tema, poemas e redações);
Matemática (aplicando os conceitos matemáticos nas atividades relacionadas ao tema,
como cálculos de consumo de energia, dados sobre poluição e gráficos representativos).
Essas são algumas das possíveis componentes curriculares que podem ser integradas
nesta sequência didática.

OBJETIVOS

 Compreender a importância da biodiversidade para o meio ambiente e para a


humanidade;
 Entender e conservar a variedade de formas de vida na Terra;
 Compreender os impactos negativos causados ao meio ambiente pela ação
humana;
 Desenvolver nos alunos habilidades de análise e reflexão sobre questões
ambientais.

PERÍODO DE EXECUÇÃO

De uma a duas semanas

SEGUIMENTO ESCOLAR

Ensino Fundamental II – 8° ano

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METODOLOGIA

A metodologia usada será através de aulas expositivas, pesquisas e atividades


práticas, uso de recursos audiovisuais e tecnológicos, visando promover a participação
ativa dos alunos, a reflexão crítica e a conexão entre teoria e prática.
A primeira atividade: ‘O Painel de expectativas’ é uma metodologia
participativa, que estabelece uma relação direta com o público alvo. Dentro do processo
de construção do conhecimento, esse tipo de ferramenta pode ser utilizado para
trabalhar a Educação Ambiental, pois agrega a vivência e troca de ideias. Assim a
utilização do Painel de Expectativas carrega consigo diálogos, reflexões, participações
dos agentes envolvidos e, desenvolve o sentimento de pertencimento ao tema proposto.
Essa atividade prática será utilizada no primeiro dia no início da aula, permitindo a
participação dos alunos desde o início das atividades. Assim os alunos interagem entre
si. A segunda atividade será um trabalho em
grupo, cuja metodologia de ensino promove a aprendizagem colaborativa e
significativa, possibilitando troca de saberes e a construção de novos conhecimentos. Na
atividade 3 os alunos irão expor seus sentimentos de forma mais participativa. Irão
expor sobre os problemas ambientais referentes ao tema, as causas desses problemas e
as medidas para solucioná-los.

CONTÉUDO

Conservação do Meio Ambiente

Recentemente ouvimos falar com frequência sobre assuntos relacionados ao


meio ambiente, principalmente quando estes são decorrentes de impactos antrópicos.
Em todo o Brasil e no mundo fala-se sobre mudanças climáticas e aquecimento global.
O indivíduo tem sido chamado, cada vez mais, para repensar sua responsabilidade social
nesse contexto de alterações ambientais, através de reflexões sobre seus hábitos de
consumo. Cabe aqui lembrarmos/aprendermos alguns dos conceitos como:

 Meio ambiente: Conjunto de fatores físicos, químicos e bióticos que


interagem e compõem o entorno em que vivemos.

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 Sustentabilidade: Desenvolvimento que busca atender às necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir
suas próprias necessidades.
 Recursos naturais: São elementos presentes na natureza que são
utilizados pelo ser humano para satisfazer suas necessidades, como água,
ar, minerais, energia e biodiversidade.
 Biodiversidade: Refere-se à variedade de vida existente em nosso
planeta, incluindo todas as espécies e plantas, animais, micro-organismos
e os ecossistemas em que vivem. É um componente essencial para a
saúde e equilíbrio dos ecossistemas.
 Degradação ambiental: Refere-se ao processo de deterioração ou perda
da qualidade dos recursos naturais e dos ecossistemas devido a atividades
humanas, como poluição, desmatamento, contaminação do solo e da
água, entre outros. Isso pode ter impactos negativos na biodiversidade, na
saúde humana e no equilíbrio dos ecossistemas.

Até que ponto podemos compreender o significado desses conceitos? Será que
temos a noção exata do quanto impactamos individualmente o ambiente ao nosso redor,
e o que podemos melhorar no futuro?

O Brasil, é o segundo país com maior extensão de florestas e o país com a maior
extensão de florestas tropicais do planeta, tem uma importância muito grande no
desenvolvimento de atividades econômicas baseadas na utilização sustentável dos
recursos florestais. A indústria de base florestal por exemplo, movimenta 4% do valor
do Produto Interno Bruto do país e gera dois milhões de empregos. Da madeira
produzida anualmente na Amazônia brasileira, mais de 30 milhões de metros cúbicos de
madeira em tora, acima de 85% é consumida no mercado interno, que hoje é o maior
consumidor de produtos florestais tropicais do planeta.
Mas a economia florestal do Brasil vai muito além da produção
madeireira. A coleta de frutos e sementes, como a castanha-do-pará, a extração da
borracha natural, as essências e óleos usados na fabricação de perfumes e outros
cosméticos e para a produção de medicamentos, crescentemente procurados pela nova
indústria de produtos derivados da biodiversidade, a bioindústria, representa uma nova
possibilidade da utilização e manejo racional das florestas, ampliando os benefícios
sociais e econômicos e melhorando a qualidade de vida da população, pelo uso

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sustentável do meio ambiente. No entanto, a destruição das reservas florestais prejudica
a circulação natural de energia, vento, chuva, sedimentos e nutrientes, interrompendo o
ciclo da vida e diminuindo a disponibilidade de água. Isso contribui para o crescente
fenômeno de desertificação, que, segundo a ONU, já atinge 41% das terras do planeta.
O avanço é de 60 mil km2 por ano, uma área equivalente a 20% do estado de Goiás.
Diante de tantos benefícios oferecidos pelas
florestas, é espantoso que o desmatamento tenha se tornado um dos problemas
ambientais mais graves do planeta. As florestas e a vegetação nativa vêm diminuindo
drasticamente, provocando sérias alterações nas condições climáticas. Durante os
últimos 80 anos, metade das florestas tropicais desapareceu, a maior parte depois de
1960. A destruição dos ecossistemas é a causa principal da perda da biodiversidade,
seguida pela ocorrência de incêndios e pelo avanço das espécies exóticas invasoras.
Diariamente os noticiários têm mostrado grandes
enchentes, nevascas, incêndios, furacões e outros fenômenos climáticos de natureza
dramática, que provocam grandes perdas de vidas humanas e de patrimônio natural.
Sinais de alarme da natureza, cujas causas, em grande parte, podem ser atribuídas à
veloz retirada da cobertura vegetal nativa promovida nos últimos 100 anos da história
humana. A principal causa do desmatamento no Brasil é conversão das áreas florestais
para cultivo de pastagens e para a expansão das áreas agrícolas para produção de grãos
como a soja. Mal manejadas, estas áreas muitas vezes são abandonadas depois de
esgotada sua fertilidade inicial, o que permitiu ao Brasil acumular, somente na
Amazônia brasileira, mais de 16 milhões de hectares de áreas degradadas.
Conservar a
biodiversidade é um desafio que deve envolver todos os setores da sociedade –
governos, empresas, universidades, instituições não–governamentais e a população em
geral. Depende de planejamento adequado e de ações efetivas que conduzam ao uso
sustentável, de forma que as riquezas sejam utilizadas, mas que seja garantida a
preservação dos biomas e a recuperação de áreas já devastadas.

ATIVIDADES

Atividade 1: Painel das expectativas

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No início da aula cada aluno pode expor sua expectativa referente a aula
proposta, já que se trata de um assunto tão amplo e abordado em pouco tempo. Será
entregue aos alunos fichas em branco (folha de rascunho) pedindo para que anotassem a
expectativa em relação a semana de aula e o tema abordado, formando no final o painel
de expectativas, reutilizando uma cartolina para afixar as fichas de cada aluno.
Posteriormente avaliar cada ficha podendo assim conduzir a aula de acordo com a
demanda dos alunos e todos participam construindo um debate em conjunto. É
importante reutilizar papeis e cartolinas para essa atividade.

Atividade 2: Pesquisa

Ao final da aula propor que os alunos se dividam em grupos para que façam uma
lista dos produtos confeccionados a partir de recursos florestais existentes em suas
residências e na escola. Usando como base a música Matança, de autoria de Augusto
Jatobá e cantada por Xangai.

Matança (música de Augusto Jatobá, gravada pelo cantor Xangai)

Cipó caboclo tá subindo na virola


Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata Atlântica e a próxima Amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve o cedro nosso primo
Desde menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Mora no dicionário vida eterna milenar
Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra o ar
Que se respira e a clorofila
Das matas virgens destruídas vão lembrar

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Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chame Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar é
Caviúna, cerejeira, baraúna Imbuia, pau-d´arco, solva
Juazeiro e jatobá Gonçalo-alves, paraíba, itaúba
Louro, ipê, paracaúba
Peroba, maçaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro
Catuaba, janaúba, aroeira, araribá
Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá

Abordar com os alunos: Quais os produtos encontrados? Qual o recurso florestal


utilizado na confecção desses produtos? É possível identificar a origem da madeira
utilizada nos produtos, ou seja, se ela foi extraída de florestas nativas ou plantadas?

Atividade 3: Dinâmica em grupo “Árvore da vida”

Etapa 1: Muro das Lamentações


Nesta primeira etapa, será abordado o tema “Meio Ambiente” cada aluno irá
descrever em uma ficha (papel, papelão, post it) os problemas relacionados ao tema
escolhido e expressar as suas percepções e emoções em relação a ele: as lamentações.
Sugere-se reutilizar papel/papelão para elaborar o “muro” como forma de
reaproveitamento de material reciclável.
Etapa 2: Caminho das Pedras
Nesta etapa, após as discussões sobre os problemas, cada aluno escreverá nas
fichas e fixará no caminho das pedras (outro mural feito de cartolina usada), os
obstáculos relacionados ao tema proposto, respondendo o porquê desses problemas
ocorrerem. As pedras representam os impasses que impedem com que soluções sejam
aplicadas as problemáticas.
Etapa 3: Árvore dos Sonhos
Nesta última etapa, no mural, os alunos colocarão as fichas demonstrando as
soluções e alternativas para os problemas em questão, e dessa forma cada aluno irá
expor suas ideias que conectadas com outras, podem potencializar as alternativas,
solucionando ou mitigando os problemas

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REFERÊNCIAS

Fonte: www.ibama.gov.br, MMA/SBF, 2002

Livro: Reflexões e práticas sobre educação ambiental. Ronald Assis Fonseca, Kíssila
França Lima - organizadores. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020. 132p.

CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/


MMA/ MEC/ IDEC, 2005. 160 p

Material de apoio da disciplina introdutória. Eixo temático: Ambiente.

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