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Os problemas ambientais estão presentes em nosso planeta deste os primórdios de sua

existência, todavia, seus efeitos foram fortemente intensificados após a revolução


industrial, período no qual a sociedade passou por, além de grande evolução e
desenvolvimento econômico, uma transformação no modo de vida. Este movimento
costuma ser visto como um fator contribuinte para situação em que vivemos, afinal, o
que mais polui, são as grandes indústrias, seja na emissão de gases tóxicos, que estimula
a poluição do ar, ou, até mesmo, no descarte incorreto e irresponsável dos resíduos
produzidos por si, visando somente obter capital, sequer cogitando os impactos de suas
ações sobre o meio em que se vive.
Apesar de sua presença antiga, esses efeitos ambientais ganharam notoriedade somente
nas últimas décadas do século XX, pois, anteriormente, a produção, que nada mais é do
que transformar os recursos naturais, de modo que atendam as necessidades de consumo
humano, era menor e havia maior facilidade em encontrar novas áreas para extrai-los,
além disso, a poluição gerada pelos seres humanos localizava-se pontualmente e era de
decomposição mais simples, por sua origem orgânica. Após este movimento industrial,
substâncias químicas não provenientes da natureza foram criadas, sendo assim, este
processo passou a consumir mais tempo.
Nossa existência é permeada pelos mais diversos recursos ambientais, ou seja,
podemos notar sua presença em todos os lugares: Desde o material que foi utilizado
para construir nossa casa, até o alimento que consumimos, com o objetivo de nutrir o
corpo e garantir o bem estar e qualidade de vida, sendo assim, o meio ambiente é
composto por tudo aquilo que nos cerca. Esses recursos podem ser classificados em
renováveis, que podem ser gerados várias vezes, de forma natural, independente do
tempo necessário para isso, pelas mesmas fontes, como a água, energia proveniente da
luz solar, plantas e animais; e em não renováveis, que tem sua quantidade limitada, ou
seja, finita, que, em algum momento, serão esgotados, sendo assim, argila, petróleo,
carvão mineral. A crença de que o objetivo de tais é atender as necessidades de
consumo humana contribuem para a desvalorização e despreocupação ambiental.
O nível de produção que o meio ambiente pode sustentar é extremamente variado,
sendo assim, não pode ser calculado sem uma análise nas condições socioeconômicas,
industriais e ecossistêmicas do país em questão. Não se pode comparar, neste caso,
países desenvolvidos com países em desenvolvimento, tendo em vista que a pobreza
extrema é um fator contribuinte para a situação em que a Terra se encontra atualmente,
onde a permanência e subsistência das gerações atuais e futuras serão prejudicadas. A
escassez dos recursos naturais não é uma preocupação recente, mas, após a obra de
Malthus Ensaio sobre a população, tornou-se um pensamento mais recorrente. Ele
defendia que a população cresceria muito, em um ritmo acelerado, enquanto os
alimentos não seguiriam este ritmo, então, não dariam conta de abastecer toda a
população. Este descontrole, segundo Malthus, seria controlado após os óbitos causados
por guerras, pestes ou outras catástrofes. Além disso, não acreditava na natureza
humana de reprimir seus impulsos biológicos e, assim, controlar os nascimentos, então,
condenava as políticas públicas que visassem auxiliar os pobres, pois os influenciaria a
aumentar ainda mais a população.
Com embasamento na teoria de Malthus, surge o neomalthusianismo, acreditava que
o homem era capaz de controlar seus instintos, e assim, controlar as taxas de natalidade,
também pregava que os pobres eram o motivo principal das crises ambientais, pois, a
partir deles, surgiriam pessoas muito jovens, que consumiriam, mas não eram capazes
de produzir, resultando na carência de alimentos e elevação da prole. No entanto,
mesmo a teoria de Malthus ser tão reconhecida, há uma linha de pensamento contrário:
os cornucopianos. Sua tese era que a carência de quaisquer recursos nas gerações atuais
ou futuras seria solucionado. Adam Smith defendia esta tese. Em sua obra A riqueza
das nações, consta que o homem, bem como os animais, se reproduzia de acordo com
os recursos, então, por mais que houvesse mais pessoas para consumir, haveria mais
pessoas interessadas em produzir, então, a quantia seria suficiente tanto para alimentar a
sociedade e obter lucro para aquela nação.
Todavia, apesar das teorias apresentadas por estes grandes nomes, José Carlos
Barbieri, autor do livro Gestão ambiental empresarial, crê que ambos os pensamentos
estão equivocados e que a elevada taxa de natalidade em algumas regiões do mundo é
resultado a miséria em que a população vive, enquanto sociedades melhor
desenvolvidas economicamente apresentam um número baixíssimo de nascimentos. O
problema desta questão populacional seria resultado das desigualdades sociais, e que a
melhor forma de acabar com a bomba populacional, é acabar com a pobreza, mas só
isso não seria suficiente para solucionar os problemas ambientais, afinal, quanto mais
desenvolvidos os países são, mais poluem o planeta.
A gestão ambiental nada mais é do que atividades administrativas, cujo objetivo é
trazer benefícios ao meio ambiente, podendo reduzir, eliminar ou compensar os danos
causados por suas empresas, no entanto, foi criada pelo receio de que os elementos
naturais fossem esgotados, e, assim, tornasse impossível a geração de lucro.
Após a segunda guerra mundial, uma parcela da população desenvolve certa
consciência em relação aos recursos ambientais, então, surgem os primeiros
movimentos ambientalistas, de fato. O cuidado com o meio ambiente, anteriormente
restrito a uma pequena parte da população, passa a ser uma ideologia ampla, podendo
ser vista nas mais diversas esferas da sociedade. Algumas catástrofes ambientais
contribuíram isso, como Chernobil, um acidente nuclear, ocorrido na antiga União
Soviética, onde, atualmente, pertence à Ucrânia; e Seveso, que foi a liberação de uma
nuvem de gases tóxicos, em uma pequena cidade chamada Meda e se alastrou para
algumas cidades vizinhas, como Desio, Cesano Maderno e Seveso, que foi a mais
afetada, ambas localizadas na Itália.
Uma das consequências da visibilidade dos problemas ambientais, foram as
iniciativas globais, que geraram os acordos entre países. Atualmente, existem mais de 4
mil deles, formando, de fato, uma ordem internacional ambiental. Essa ordem foi
construída aos poucos, sua primeira fase iniciou-se nos últimos anos do século XIX
estendeu-se até a Conferência das Nações Unidas (Cnumah) sobre o meio Ambiente
Humano, popularmente conhecida como Conferência de Estocolmo, realizada em 1972,
onde os assuntos tratados foram bem pontuais e foram criados acordos para proteção de
alguns animais, tanto terrestres quanto aquáticos, com pouca preocupação com questões
como desenvolvimento econômico e social. O acordo para proteção das focas do mar de
Behring de 1883 foi criado nesta convenção, além de vários outros.
Já a segunda fase, iniciou-se em 1972 e estendeu-se até 1992, ano em que foi
realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
na cidade Rio de Janeiro. Ao contrário da anterior, que teve pouco foco com as questões
econômicas e sociais, esta foi marcada por um forte dualismo entre os países
desenvolvidos, que demostravam preocupação com recursos naturais específicos, como
o petróleo e os países em desenvolvimento, que desejavam utilizar seu recursos para
crescer economicamente e alcançar, para sua população, o padrão de vida que ansiava.
Nela, foi aprovada a Declaração Sobre o Meio Ambiente Humano, um plano de ação
com 110 recomendações, entre outras iniciativas. Com este plano de ação, pode-se notar
que havia uma infraestrutura viável para a gestão ambiental global, afinal, surgiram
observatórios, para que fosse possível observar melhor a situação do meio ambiente, e o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Além disso, esta conferência deu
pauta para a possibilidade de um novo meio de desenvolvimento, denominado
desenvolvimento sustentável, este que defendia que o crescimento econômico e social,
mas, mantendo o cuidado com o meio ambiente.
A terceira fase foi marcada pela divulgação do termo “Desenvolvimento sustentável”,
defendendo que é possível utilizar os recursos, para que supram a demanda atual da
sociedade, mas sem prejudicar as próximas gerações. Tendo isso em vista, surgem dois
pactos geracionais: intergeracional, com foco na preservação dos recursos para as
sociedades futuras, e o intrageracional, que defende que todas as necessidades básicas
dos seres humanos sejam atendidas.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável no Rio de
Janeiro (Rio+20), realizada em 2012, manteve seu foco em duas pautas: Economia
Verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza e estrutura
para o desenvolvimento sustentável. Para alguns, ela traz consigo uma regressão em
relação ao desenvolvimento sustentável, pois, seu documento oficial, denominado “O
futuro que queremos”, não apresentou novos objetivos e continha apenas temas citados
anteriormente, como a Agenda 21 e a economia verde. No entanto, apesar do ceticismo,
o desenvolvimento sustentável não retrocedeu após esta conferência,

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