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capitalista
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Fabiana Mendonça Ferreira
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Graduanda. Universidade Federal de Alagoas. E-mail: fabi_assistente@hotmail.com
INTRODUÇÃO
OBJETIVO E METODOLOGIA
CONCLUSÃO
Diante das idéias expostas ao logo deste trabalho, constatamos que a poluição e a
degradação da qualidade do meio ambiente constituem alguns dos efeitos negativos
decorrentes da expansão do modo de produção capitalista. Considerando que as
tecnologias que sustentam o poder capitalista são justamente aquelas que causam enorme
impacto ambiental e social, esse modo de produção essencialmente destrutivo e
contraditório2 busca formas de conciliar desenvolvimento com proteção ambiental.
Atualmente as atividades econômicas e seus efeitos sobre o meio ambiente são
temas mundialmente discutidos. Legislações específicas, disciplinadoras de atividades
econômicas potencialmente poluidoras, são criadas para evitar, compensar ou minimizar
seus impactos ambientais negativos. É nesse contexto de crise ambiental que a
responsabilidade social empresarial se apresenta como uma das estratégias do capital para
manter seu nível de desenvolvimento.
Vale frisar que, quando a empresa se “preocupa” com as questões ambientais e de
bem-estar social – preocupações evidentemente éticas – aumentam suas chances de
sobrevivência, pois a sociedade desenvolve uma imagem positiva em relação a esse tipo de
organização. Quando passam a atuar de forma menos predatória e selvagem, “todos saem
ganhando”, embora muitas vezes as intenções que estão por trás desta atitude não possam
ser consideradas genuinamente altruístas. Na verdade, ao investirem em ações dessa
natureza as empresas estão cumprindo determinações previstas em lei e quem infringir
essas determinações possivelmente serão penalizadas, sob forma de multa ou até mesmo,
a suspensão parcial ou total das atividades, bem como a interdição temporária do
estabelecimento, obra ou atividade.
Perante esse fato, vale reforçar que a qualidade do ambiente em que vivemos, influi
consideravelmente na qualidade de vida, e as normas jurídicas tendem a tutelar este direito
fundamental do ser humano. Portanto, a qualidade do meio ambiente passa a ser um bem
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De um lado observamos muita riqueza e fartura no mundo, mas por outro lado a miséria, a degradação ambiental e a
poluição crescem aceleradamente.
ou patrimônio que deve ser preservado. Desta forma, entende-se que o meio ambiente é
onde se expande a vida humana e o mínimo que o ser humano pode fazer, é preservá-lo.
Por isto, todo o desenvolvimento econômico-social deve ser compatibilizado com a
presunção da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Deste modo, o desafio
que se impõe, é que deve-se encontrar meios de desenvolvimento sem agressão ao meio
ambiente, visando com isto, não violar também os direitos fundamentais da vida.
A elevação do direito ambiental à categoria de direito internacionalmente e
nacionalmente resguardado, coloca para os profissionais de Serviço Social o desafio de
mediar as relações contraditórias da sociedade burguesa que segue na busca desenfreada
por lucro a qualquer custo, comprometendo a garantia da qualidade de vida e colocando em
risco a própria sobrevivência humana. Neste sentido, a atuação do Serviço Social consiste
em promover uma melhor qualidade de vida aos cidadãos que sofrem com as
conseqüências advindas da poluição ambiental, tendo como requisito fundamental a
concretização do direito ao meio ambiente sadio, contribuindo assim para que os direitos
fundamentais saiam do campo da retórica e passem ao campo da prática.
Nos termos de Trindade (1993, p.20), “a aplicação efetiva dos direitos humanos e a
instauração de um meio ambiente sadio constituem um dos mais fantásticos desafios de
século XXI a fim de tornar a terra ao mesmo tempo habitável e co-habitável”.
Desse modo, entendemos que as pessoas e o meio ambiente são inseparáveis e
interdependentes, sendo assim, não se pode preservá-lo e defendê-lo sem preservar e
defender a vida dos seres humanos, não se pode recuperar o equilíbrio do meio degradado
sem o restabelecimento do equilíbrio das relações sociais, não se pode respeitar as leis da
natureza sem o respeito à dignidade da pessoa humana, sem que seja buscada a tolerância
e a convivência harmoniosa dos seres humanos com seu semelhante e com o meio
ambiente.
REFERÊNCIAS
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