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A NECESSIDADE DE MUDANÇA EM NOSSO

SISTEMA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Elimar Russi Filho


Prof. Wellington Amaral
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Engenharia Elétrica (EEL14) – Introdução à Gestão Ambiental
10/09/15

RESUMO

Para cada ato há uma consequência, e a natureza é impiedosa nas consequências. Por isso é cada
vez mais importante a consciência de que deve-se tratá-la bem, que deve-se defendê-la, de que
deve-se adotar uma postura ecologicamente correta para preservar e inclusive recuperar o meio
ambiente. Mas como fazê-lo, diante de mundo globalmente capitalista que visa o lucro
independente das consequências que pode trazer? Este artigo visa, de forma sucinta, levantar
problemas, histórico e sugerir mudanças para a defesa do meio ambiente.

Palavras-chave: Meio ambiente, responsabilidade ambiental, gestão ambiental e sustentabilidade.

1 INTRODUÇÃO

Tendo em vista o alto grau de poluição e degradação do meio ambiente causado pelo
homem, se faz necessária uma grande mudança em nosso sistema de preservação ambiental, e a
mudança tem de ser de dentro para fora, do pensar ao literalmente agir.

Conforme Virtuoso (2004):

Ainda é muito cedo para ambientalistas e cidadãos comuns, preocupadas com os problemas
ambientais em nível global, terem a convicção de que definitivamente a humanidade está
começando um período de maior consciência no tocante ao uso dos recursos naturais. A
idéia de que o homem é o senhor da natureza e para com ela tudo pode, calçado no
antropocentrismo, está levando o planeta ao caos. Nossa casa (...) é um sistema de sistemas
e superorganismo de complexo equilíbrio, constituído ao longo de milhões e milhões de
anos. Por conta de um processo industrialista predador, em desenvolvimento a partir dos
dois últimos séculos, tal equilíbrio está sendo colocado em xeque, de modo que a complexa
cadeia está prestes a romper-se. Desde o início do processo de industrialização, no século
XVIII, a população mundial cresceu oito vezes, ampliando de forma significativa o
consumo dos recursos naturais. Somente o processo produtivo, com base na exploração da
natureza, cresceu mais de cem vezes, num salto que fez agravar a situação de ameaça
planetária, trazendo à tona a emergência da necessidade de uma forma alternativa de
relação do homem com a sua casa, a terra.
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O consumismo exacerbado imposto por um mundo capitalista selvagem sedento por ganhos
a todo custo, cego, ou não quer ver, as consequências desse predatorismo ao meio ambiente. E os
maiores poluidores, que são o que detém o maior capital, se negam a assinar acordos de
despoluição, ou melhor, de metas para diminuição da poluição, justamente por ganância, pois
temem a redução de produção para atingir os objetivos estabelecidos, e consecutivamente
diminuição de capital. Mas por outro lado, pressionam os países em desenvolvimento para que os
mesmos cumpram estas mesmas metas que eles não querem obedecer.

Diante deste cenário se faz necessária uma grande reavaliação de comportamento, processos
e procedimentos que temos e que recaem sobre o meio ambiente.

2 PROBLEMAS

Conforme analisa Virtuoso (2004) os problemas ambientais devem ser os mais sérios vividos
pela humanidade, haja isto que neles estão incluídos a fome e situação de miserabilidade de milhões
de indivíduos do mundo.

No começo, é evidente, que o descaso com o meio ambiente era por ignorância, por pura
falta de conhecimento, contudo, com os problemas trazidos como consequência deste desleixo, e
com o aprofundamento dos estudos, não tem mais como se “tapar o sol com a paneira”. Não que
não haja mais ingenuidade de muitos ainda sobre o fato, é certo que há, sobretudo nas camadas
populacionais mais à base da pirâmide econômica, no entanto, as pessoas com mais acesso à
informação, com mais poder aquisitivo, e principalmente o Estado, sabem bem os problemas e suas
origens no destrato com o meio ambiente.

E além das pessoas e do Estado, Virtuoso (2004) avalia:

A cultura reinante no mundo empresarial não contemplava valores sociais e políticos na


tomada de decisões dos administradores, da mesma forma que se buscava nas leis e
regulamentações originadas pelo poder público apenas dar suporte para que as empresas
garantissem suas metas econômicas ou, então, que os dispositivos legais não se
constituíssem em barreiras para que estas fossem alcançadas.

Observando mais provincialmente, focando nos problemas do Brasil, Fonseca (20--) lembra
que “Os problemas ambientais de âmbito nacional (no território brasileiro), relacionados à
degradação da diversidade biológica ocorrem desde a época da colonização, estendendo-se aos
subsequentes ciclos econômicos (pau-brasil, cana, café, ouro).”.
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Fonseca (20--) aponta ainda que atualmente “os principais problemas estão relacionados
com as práticas agropecuárias predatórias, o extrativismo vegetal (atividade madeireira) e a má
gestão dos resíduos urbanos.”.

Para Fonseca (20--) os principais agravantes são:

- perda da biodiversidade em razão do desmatamento e das queimadas;


- degradação e esgotamento dos solos decorrente das técnicas de produção;
- escassez da água pelo mau uso e gerenciamento das bacias hidrográficas;
- contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário;
- poluição do ar nos grandes centros urbanos.

Os problemas são vários e evidentes, então tem-se a necessidade de mudanças.

3 NECESSIDADE DE MUDANÇAS

Mudanças portanto, se fazem necessárias, e a consciência do coletivo aos pouco brota, cada
vez mais forte, individualmente, é verdade, mas que vai somando em um processo lento que tende a
aumentar, e a medida que vai nascendo isoladamente em cada cidadão do mundo, vai se
interligando num pensamento global, surgindo como uma corrente indicadora de uma nova
consciência.

Virtuoso (2004) acredita que:

Há maior preocupação com as questões ambientais, sobretudo a partir de focos


significativos de cidadania, tendo como importantes atores as ONGs (Organizações Não
Governamentais) ligadas ao ambientalismo e demais segmentos sociais, que fazem pressão
pela criação de mecanismos legais com o objetivo de promover efetivamente a proteção
ambiental. Já é de conhecimento de muitas pessoas que, à medida que se reduz a
capacidade de renovação dos recursos naturais, em que se polui o ar, em que se contamina a
água dos rios, em que se destrói florestas e a biodiversidade, caminha-se para a exaustão da
vida.

É necessário, e porque não dizer essencial, portanto, a conscientização do indivíduo:

“Se os cidadãos, individualmente, forem confrontados com a necessidade da manutenção


da biodiversidade para a manutenção da qualidade de vida de seus descendentes, sem
pensar exclusivamente em seus benefícios pessoais imediatos, os benefícios de longo prazo
começarão a ser visualizadas, percebidos enfim, pelos humanos, e a conservação deixará de
ser uma luta real de uma minoria e retórica da maioria para ser integrada às atividades
sociais de todos como um fato normal e necessário à vida”. (BUENO, 1998, p.31 apud
VIRTUOSO, 2004).
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A mudança passa por adoção de ferramentas que venham a somar, como a Gestão
Ambiental:

Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que dá ênfase na


sustentabilidade. Desta forma, a gestão ambiental visa o uso de práticas e métodos
administrativos que reduzir ao máximo o impacto ambiental das atividades econômicas nos
recursos da natureza. (SUAPESQUISA.COM, 20--).

Para Fonseca (20--):

Diante dessa situação degradante, é necessário que cada cidadão assuma uma postura
ambientalista, reivindicando de nossos representantes (do poder público) a intensificação de
ações e programas preventivos que realmente combinem o desenvolvimento econômico do
país com os princípios de sustentabilidade ecológica.

Outra ferramenta importante é o ISO 14000 é que um conjunto de normas técnicas e


administrativas, criadas pela International Organization for Standardization - ISO (Organização
Internacional para Padronização), que estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental
para as empresas dos setores privado e público. A iniciativa da ISO 14000 iniciou no Brasil, na
Eco-92, para atender a uma demanda por uma norma internacional, capaz de padronizar os
procedimentos em nível mundial.

Com a ISO-14000 as organizações empresariais têm parâmetros para criar sua sistemática
de gestão voltada aos aspectos ambientais. Uma das principais diretrizes aponta à alta
direção de cada empresa para que estabeleça uma política de compromisso com objetivos e
metas ambientais – da otimização de aproveitamento de matérias, com redução de
desperdícios, à redução de poluição gerada e a difusão de informações sobre preservação
ambiental junto ao corpo funcional e comunidade local, entre outras. (VIRTUOSO, 2004).

4 DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS PARA A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

A utilização racional dos recursos naturais, a partir da consciência comprometida com a


responsabilidade ambiental é um dos maiores desafios da humanidade na atualidade. Neste
contexto, um novo paradigma está posto, o de buscar alternativas de produção que
minimizem os danos ao ambiente e permitam a renovação de seus recursos. (VIRTUOSO,
2004).

Dentre tantos desafios, talvez o maior, para a efetiva preservação do meio ambiente, é a
atitude das grandes nações, as mais fortes economicamente, e consecutivamente as mais poluidoras,
em admitir a sua culpa e passar a trabalhar efetivamente por soluções para a redução do impacto
negativo ambiental, para então estudar alternativas de produção equivalentes as atuais mas menos
maléficas ao sistema ambiental.
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5 MODERNIDADE / SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam
suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas
gerações. Ou seja, assustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento
econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma
inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a
humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável. (SUAPESQUISA.COM 2011).

Modernizar é perceber que para ocorrer a verdadeira mudança é preciso o desprendimento


de muitos processos e produtos, que se mostram evidentemente obsoletos e detentores da maior
culpa da poluição e degradação, como por exemplo o petróleo.

Precisa-se buscar fontes alternativas, desmantelar cartéis, buscar energias renováveis,


limpas, e com o menor índice de prejuízo possível ao meio ambiente.

Deve-se aproveitar o acelerado processo de descoberta de novas tecnologias e estabelecer


metas cronológicas que sejam efetivamente cumpridas, e para as Nações que não às atingirem,
deve-se aplicar alguma multa, punição, sansão, até que se atinja.

Mas nesse processo também, é importante o auxílio dos “maiores” aos “menores”, pensando
no global, lembrando que o planeta Terra é de todos, que quanto mais nações alcançarem as metas,
vai ser melhor para todos.

6 CONCLUSÃO

A partir do momento em que o mundo deixar de ser tão capitalista e começar a pensar um
pouco no futuro, num breve futuro, na coletividade, e começar a adotar políticas que: faça o uso
racional e sustentável dos recursos naturais, aplique métodos que visem a manutenção da
biodiversidade, desmate menos, plante mais, adote sistemas de reciclagem de resíduos sólidos, trate
e reutilize a água e outros recursos naturais, crie produtos que provoquem o mínimo possível de
impacto ambiental, use sistemas que garantam a não poluição ambiental, instrua as pessoas para que
conheçam o sistema de sustentabilidade, sua importância e formas de colaboração, crie programas
de pós-consumo para retirar do meio ambiente os produtos, ou partes deles, que possam contaminar
o solo, rios, etc. Desta forma finalmente teremos um mundo melhor e uma expectativa mais longa
do planeta Terra, evitando o seu colapso.
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REFERÊNCIAS

FONSECA, Krukemberghe. Problemas Ambientais Brasileiros. [20--]. Disponível em:


<http://www.brasilescola.com/biologia/problemas-ambientais-brasileiros.htm>. Acesso em: 08 set.
2015.

SUAPESQUISA.COM (Brasil). Gestão Ambiental. [20--]. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/ec


ologiasaude/gestao_ambiental.htm>. Acesso em: 06 set. 2015.

SUAPESQUISA.COM (Brasil). Sustentabilidade. [20--]. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/


ecologiasaude/sustentabilidade.htm>. Acesso em: 10 set. 2015.

VIRTUOSO, José Carlos. Desenvolvimento, Gestão Ambiental e Sustentabilidade:


Compreendendo o Novo Paradigma. 2004. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br
/038/38cvirtuoso.htm>. Acesso em: 06 set. 2015.

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