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A sociedade de consumo e o desmatamento

PRIMEIRA PARTE (INTRODUÇÃO AO TEMA)

Nos dias de hoje, o mundo é regido a partir do espirito capitalista, este que
incentiva o consumo, trazendo ideias que vangloriam o consumismo como “a arte
de consumir é o padrão”, além da errônea ideia de que a estabilidade econômica e
o desenvolvimento estão completamente ligados ao consumo humano, porque
apesar de estarem ligados ao consumo, isso não significa que os produtos e
serviços podem ser consumidos sem limitações ou sem preocupações com o meio.

A sociedade moderna atualmente se encontra em um ciclo vicioso, no qual,


deve-se consumir para produzir e, cada vez mais, produzir para consumir. Uma
consequência disso é a maneira como os produtos são fabricados com menores
tempo de vida úteis, tendo uma manutenção complicada, o que acaba, ainda mais,
impulsionando o consumo exagerado e a produção – é possível notar que é
necessário um orçamento muito menor para comprar um produto novo que
realizar a manutenção ou, simplesmente, pequenos reparos a um produto antigo.
Esse é o objetivo do mercado, que as pessoas consumam mais.

Um dos grandes problemas desse modelo de vida altamente capitalista é a


geração de um grande colapso ambiental. Para garantir que toda essa produção
seja feita, acaba sendo uma necessidade que sejam retirados recursos e matérias-
primas do meio ambiente, a fim de conseguir suprir a grande demanda que é
gerada pelo consumismo. O efeito disso é devastador para o ambiente, pois para
suprir este consumo, é realizada a destruição de florestas imensas – como a mata
atlântica, por exemplo –, oceanos e também a extinção de várias espécies de
animais – seja pela destruição de seu habitat ou pela caça predatória (furtiva).
Além disso, também é um efeito desse modelo de vida consumista, a extrema
poluição do solo, do ar e das águas, seja por conta do mal despejo do lixo ou ainda
por produtos tóxicos que não são despejados de modo correto.

Primeiramente, é interessante trazer à tona o significado das palavras


“desmatamento” e “sociedade de consumo”. O termo desmatamento, deflorestação,
desflorestamento ou ainda desmate se trata do processo do “corte raso”, o que se
trata da remoção completa e permanente da vegetação de florestas, causado em
sua maior parte por atividades humanas, com o objetivo de conversão dessas
regiões para áreas destinadas a pecuárias ou ainda pela madeira. O termo
sociedade de consumo, por sua vez, se refere a atual sociedade, que se encontra em
uma etapa avançada de desenvolvimento industrial capitalista e consumista,
criando uma relação entre o crescimento econômico e a geração de capital e lucro,
sendo esta sustentada pelo consumismo dessa mesma sociedade.

Ambos estes termos – o desmatamento e a sociedade de consumo – estão


completamente ligados, tendo em vista que a relação de consumo (o consumismo)
está diretamente interligada ao constante desenvolvimento da sociedade. O maior
problema dessa relação são as consequências, devido ao consumo exagerado de
produtos e bens – sendo este consumo incentivado pelo consumismo e sua relação
com o sistema capitalista –, são gerados impactos ambientais irreversíveis, como
este que estamos lidando nas últimas décadas. A extinção de diversas espécies de
aninais e plantas, o derretimento das geleiras, o aumento do nível do mar e de
enchentes ou ainda a escassez de água potável e a grande insegurança alimentar
são consequências das mudanças climáticas que vêm ocorrendo nos últimos anos.

SEGUNDA PARTE (DESMATAMENTO X SOCIEDADE DE CONSUMO)

O desenvolvimento da sociedade se encontra em uma crise, visto que esta


age de uma forma irracional, com um consumo desenfreado sem a preocupação
com o meio ambiente e seus recursos, estes que não são ilimitados.

O consumo extremo, com o passar das últimas décadas, acabou se


tornando um hábito humano quase que insaciável, a fim de satisfazer suas
necessidades que não verdade, são desnecessárias. Como um bom exemplo, três
televisões ligadas ao mesmo tempo em uma casa ou ainda armários e prateleiras
abarrotados de roupas e sapatos. O consumismo, além de prejudicar a natureza
com a emissão de gases poluentes e agravadores do efeito estuda, com a
devastação e degradação ambiental, a poluição e a destruição de ecossistemas,
ainda traz outro grande problema: o lixo.
A grande demanda de produção, ocasionada pelo consumismo exagerado e
desenfreado de grande parte da população mundial, traz como um de seus grandes
problemas o mal despejo de resíduos e dejetos em locais não adequados, como é o
caso de grandes lixões a céu aberto, como a Ilha das Flores (um local na cidade de
Porto Alegre destinado exclusivamente ao depósito de lixo, de uma forma
totalmente precária e sem nenhuma preocupação com as pessoas e o ambiente
presente ao seu redor). Como consequência disso, está a desigualdade social,
mulheres e crianças se alimentam de comidas que os porcos não podem comer,
enquanto outras pessoas estão realizando um extremo e desenfreado desperdício.

O lixo mal despejado também afeta o Oceano, ultimamente têm se formado


uma gigantesca ilha de lixo no Pacífico (esta mede em torno de 1,6 milhões de
quilômetros quadrados e é composta por cerca de 80 mil toneladas de lixo plástico
– dados de 2018), ainda existem outras diversas ilhas de lixo, como outra do
Pacífico, duas no Atlântico e uma no oceano Índico, fora outras ilhas de mares
como Mediterrâneo ou Caribe, estas duas últimas mencionadas sendo muito
menores e mais dispersas que as demais ilhas já citadas anteriormente. Essas
gigantescas concentrações de lixo são formadas, em sua maioria, por micros
plásticos – estes medindo menos que cinco milímetros – que flutuam no interior
das correntes rotativas e acabam se prendendo nesses imensos redemoinhos, por
fim, estes micros plásticos acabam agrupados pelas correntes internas.

O problema com o lixo ainda não para por aí, com a vasta quantidade de
opções e alta tecnologia, os produtos têm, cada vez mais, um menor tempo de vida
útil e uma maior dificuldade de manutenção (por ser muito cara, as vezes mais
cara que um produto novo ou ainda pela dificuldade), isto acaba por aumentar
ainda mais o número de resíduos produzidos, mas com o caso da tecnologia,
resíduo eletrônico. Resíduos eletrônicos ou ainda eletroeletrônicos, consistem em
equipamentos eletrônicos ou elétricos que são descartados, por possuírem metais
perigosos em sua composição – estes de difícil degradação –, caso descartados de
modo incorreto, podem causar graves problemas ambientais. Produtos como
chumbo são utilizados em computadores, celulares e televisões (estes sendo
responsáveis por danos ao sistema nervoso e sanguíneo), mercúrio sendo utilizado
em monitores, computadores e televisões de tela plana (causa danos ao fígado e ao
cérebro), arsênio utilizado em celulares (causa doenças de pele, prejudica o
sistema nervoso, e, quando em grande concentração, pode levar ainda a câncer no
pulmão) e berílio, utilizado em computadores e celulares (pode causar, em grande
concentração, a câncer no pulmão).

Um outro problema muito grave que é trazido com o consumismo


exagerado e desenfreado, é o trabalho escravo ou análogo a escravidão. Diante da
cultura capitalista de extremo consumo e acumulação de capital, o trabalho
escravo ou análogo a escravidão se define como apenas mais um dos elementos na
longa cadeia que visa a obtenção de maiores lucros. Colocando pessoas em
situações deploráveis para conseguir um lucro ainda maior, esta é uma das
consequências geradas pelo consumismo.

A sociedade deve então buscar maneiras de conciliar o progresso


econômico com a preservação dos recursos naturais, tendo em vista que, estes não
são infinitos. É necessário que o desenvolvimento ocorra de forma sustentável, a
fim de garantir o progresso econômico, social e natural – sem transtornos ao meio
ambiente e o comprometimento de seu futuro –, tendo em vista que o equilíbrio
entre a natureza, o homem e a economia só pode acontecer com o
desenvolvimento sustentável, para que se torne possível usufruir do meio
ambiente sem o comprometimento das futuras gerações.

TERCEIRA PARTE (CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS)

Como conclusão é interessante ressaltar uma solução para esse problema:


o consumo sustentável. Este se trata do consumo de produtos que não utilizem
tantos recursos naturais durante a sua produção / fabricação – como produtos que
utilizam menos água –, além de serem produtos que podem ser facilmente
reciclados ou reutilizados, envolve também a garantia de empregos descentes para
aqueles que fabricam ou trabalham na fabricação deste produto. Se trata do
consumo responsável e consciente. Como um exemplo de produto sustentável
estão as lâmpadas de LED ou ainda sacolas reutilizáveis (ecobag), estes produtos
não causam tantos impactos ao ambiente como as sacolas de plástico comum ou as
lâmpadas fluorescentes e ainda são mais duráveis.

Nesse sentido, grandes empresas e organizações passaram a se unir na


busca por soluções sustentáveis, com o objetivo de garantir o seu crescimento e
progresso sem o comprometimento do futuro.

Além disso, a sociedade precisa mudar a sua ideia de que a relação entre o
consumo e o desenvolvimento econômico e social andam lado a lado. Tendo em
vista que, essa grande demanda de produção ocasionada pelo consumo extremo e
desnecessário, afetam diretamente o meio ambiente – seja com o seu
desmatamento ou ainda a sua poluição –. Para isso, é interessante que sejam
buscadas estratégias e instituídas políticas que provoquem e possibilitem
mudanças nos padrões de consumo, incentivando a preservação do meio ambiente
com o uso de produtos sustentáveis, recicláveis e biodegradáveis. Pois, o
desenvolvimento não está ligado ao consumo exagerado, mas sim, ao consumo
sustentável, este que não gera danos à natureza e nem a vida, seja ela humana ou
animal. Para que o mundo realmente evolua e consiga superar essa crise ambiental
que o planeta atualmente está enfrentando, é considerada a busca pelo equilíbrio
entre sociedade, natureza e economia, procurando agir em prol ao ambiente e não
só ao dinheiro.

Referências Bibliográficas

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%20isso%2C%20gera%20emiss%C3%A3o%20de,consequentemente%2C%20a%20destrui%C3%A7%C3%A3o%20de%20ecossistemas.>

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ARQUIVO PDF <https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/17621/1/EntreTramasIndustria.pdf>

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