Capítulo 27 - Desenvolvimento Econômico e Ecologia Global
Os seres humanos são os grandes responsáveis pelas transformações na superfície
terrestre e suas ações antrópicas vêm causando inúmeras mudanças nos ecossistemas em uma bárbara intensidade. É notável, por meio das vias e meios de comunicação, bem como pela literatura científica, que os discursos sobre as emissões de dióxido e monóxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões mundiais, pois o aumento de particulados na atmosfera vem gerando diversas alterações nas condições ambientais de vida terrestre. Outro problema enfrentado é a queimada de florestas devido à expansão antropológica, onde coloca suas justificativas na esfera do desenvolvimento da humanidade. Com a crescente expansão das sociedades e seus desenvolvimento, a busca pelo gerenciamento sustentável dos recursos tornou-se a grande responsabilidade da humanidade nas últimas décadas, já que a “Terra não oferece novas regiões a serem colonizadas e a biosfera sustentável é improvável enquanto a população humana continua a crescer”. (RICKLEFS, 2016). Diante de tanto pessimismo e em busca de uma conscientização ambiental vinculada ao desenvolvimento sustentável, muitos programas ambientais de esfera mundial surgiram para defender o gerenciamento dos recursos naturais atrelados ao desenvolvimento sustentável da sociedade. Para assim, construir um compromisso real e responsável que deve ser tomado por todos os líderes mundiais.
Os processos ecológicos guardam a chave da política ambiental:
Considera-se que os ecossistemas, sejam manejados ou naturais, suprem as necessidades da humanidade. Entender isso contribui para a conservação do ecossistema como um todo e para a preservação da biodiversidade. Dentro do conceito de ecossistema, deve-se levar em consideração o processo para canalizar energia e a perene reciclagem dos materiais. No ecossistema natural, a luz do Sol é fonte primária. Se houver desequilíbrio no ecossistema, pode haver acúmulo ou extinção de algum componente, e isso normalmente é corrigido por processos auto sustentáveis. Essa restauração pode ser física ou biológica. Se um processo ecológico natural é rompido, o ecossistema se desequilibra, demonstrando que manter uma biosfera sustentável necessita conservar os processos ecológicos responsáveis por sua produtividade.
As atividades humanas ameaçam os processos ecológicos locais:
A forma como o homem utiliza os recursos naturais tem consequências no ambiente, que podem ser catastróficas, rompendo o conceito de equilíbrio natural. Como exemplo temos as interações consumidor-recurso, como pesca e caça. É esperado que essas interações atinjam um estado de equilíbrio estacionário, pois quando o recurso se torna raro, a capacidade de exploração permanente declina, e os consumidores declinam ou buscam outras alternativas até que os consumidores do primeiro recurso alcancem o equilíbrio. A demanda do consumidor e a oferta dos recursos em resistir à exploração são essenciais para avaliar a permanência desse recurso a longo prazo. Estudos mostram que a agricultura itinerante pode ser uma prática sustentável, caracterizando-se por pequenas fazendas de subsistência que suprem grande parte de suas necessidades familiares sem agredir o ambiente. Contudo, nem todas as regiões oferecem os recursos necessários para essa produção autossustentável, e muitas regiões são desmatadas para cultivar agricultura comercial para outras partes do mundo. Quando essa produção em larga escala ultrapassa a capacidade do ecossistema, há degradação e até mesmo perda da produtividade a longo prazo. Para tentar reduzir os danos dessa produção em larga escala danosa ao ecossistema, uma alternativa é estabelecer um limite para a exportação do bem em questão, desenvolvendo o uso sustentável da terra. Quando o transporte comercial é de plantas e animais, o resultado é uma flora e fauna amplamente distribuídas em espécies diferentes do original, o que pode gerar casos alterados das biotas locais. Essas espécies diferentes não necessariamente rompem o ecossistema, mas assumem funções das espécies nativas que substituem. O resultado disso é difícil de prever. Um bem globalmente necessário é a água, e se não houver um uso consciente desse recurso, a tendência é que nas próximas décadas falte água para muitos países do mundo. A fim de economizar água, é importante diminuir a pressão sobre os suprimentos de água, otimizar o uso de água para gerar energia hidroelétrica, etc. O uso industrial da água tende a aumentar seu preço e diminuir sua qualidade devido a poluição com rejeitos industriais. As toxinas impõem riscos ambientais locais e globais: As toxinas são ácidos, metais pesados, compostos orgânicos e substâncias radioativas que podem matar a fauna e a flora onde são depositados, interferindo no ecossistema. O grande problema não é o depósito natural de toxinas de forma natural, mas as atividades humanas que causam acúmulo maior do que a capacidade de dispersão. Por isso, é preciso diminuir o acúmulo dessas toxinas no ambiente com recuperação e reciclagem eficientes. Sobre os fortes ácidos, as fontes de acúmulo humano são compostos do enxofre e chuva ácida. Sobre o primeiro problema, as bactérias de enxofre oxidam essa substância em sulfato que é convertido em ácido sulfúrico nos córregos que drenam das áreas de mina. Essa água pode ficar tão ácida que até mesmo mata o ecossistema aquático. Já sobre as consequências da chuva ácida, rios e lagos podem ficar muito ácidos sem bases dissolvidas para balançar, e o pH ácido o bastante para bloquear o crescimento ou até extinguir os animais. A chuva ácida pode também acidificar o solo, e os nutrientes são inativados em taxa alta. Sabe-se que, mesmo buscando soluções para amenizar isso, os ecossistemas podem não voltar ao normal a longo prazo. Entende-se que os metais pesados são tóxicos para a maioria das formas de vida, geralmente entrando no ambiente como escória de minas, pelo derretimento de minerais ou através da queima de combustíveis. Podem interferir na função neurológica de animais. Assim como os metais pesados, os pesticidas da agricultura também se acumulam no ecossistema, onde prejudicam a fauna e flora locais. A biorremediação tem como objetivo o uso de agentes biológicos para limpar o ambiente e ajudar a restaurar os habitats, e esses agentes podem ser geneticamente modificados para tolerar certos danos. Isso aumenta a produtividade com menos esforço e uso de outros compostos orgânicos. Contudo essas plantações geneticamente modificadas causam controvérsias devido ao alto custo e ausência de disponibilidade geral. Outro tipo de agente tóxico é o derramamento de óleo, seja acidental ou proposital. O petróleo cobre a superfície dos organismos e rompe as membranas biológicas, matando os organismos.
A poluição atmosférica ameaça o ambiente numa escala global:
Há dois fatores principais contribuindo para o aumento na temperatura global, que são a destruição das camadas de ozônio e o aumento das concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e outros gases de estufa. O ozônio, forma molecular do oxigênio, tem alta capacidade de oxidar e destruir moléculas orgânicas. Segundo o estudo, define-se buracos de ozônio como diminuições nas concentrações de ozônio estratosférico de 50% ou mais. Associa-se a elevação dos níveis de UV com o aumento da incidência de câncer de pele e o dano a dispositivos fotossintéticos das plantas, que pode causar reduções na produção primária, a base da cadeia alimentar do ecossistema inteiro. Estima-se que terminar com a produção e o uso de CFCs e outros gases com cloro reverterá o dano que já foi feito e possibilitará que o ozônio atmosférico volte gradualmente ao seu nível de equilíbrio natural, talvez dentro de um século. O dióxido de carbono (C02) ocorre naturalmente na atmosfera, forma um cobertor de isolamento sobre a Terra que deixa as ondas de curto comprimento da luz ultravioleta e da luz visível do Sol passarem, mas retarda a perda de calor como radiação infravermelha de ondas longas. O vidro numa casa de estufa trabalha com o mesmo princípio, e assim o fenômeno ficou conhecido como efeito estufa. À medida que as concentrações de CO2 atmosférico aumentam e o clima está mudando tão rápido, os sistemas ecológicos não conseguirão acompanhar as mudanças e sofrerão perdas na biodiversidade e na produtividade. Outros gases, como o metano, os óxidos de nitrogênio e os hidrocarbonetos clorados, produzidos como rejeitos industriais e da agricultura, somam-se ao efeito estufa. Como consequência às temperaturas mais quentes,do lado positivo, temperaturas maiores estenderão a estação de crescimento e aceleram o metabolismo, e dessa forma tenderão a intensificar a produção nos ambientes úmidos. Contrabalançando este benefício, é provável aumento de estresse de seca nos ambientes áridos, que pode reduzir a produção agrícola e acelerar a conversão de terras de pasto sobre usadas e plantações em desertos. Outros problemas potenciais incluem a inundação dos assentamentos humanos costeiros pela elevação do nível do mar alimentada pelo derretimento das calotas polares.
A ecologia humana é o último desafio:
A atual população humana está consumindo recursos mais rápido do que novos recursos são regenerados pela biosfera, ao mesmo tempo despejando tantos rejeitos que a qualidade do ambiente na maioria das regiões da Terra está se deteriorando aceleradamente. Os serviços ecossistêmicos são definidos como os benefícios proporcionados pelos ecossistemas que sustentam a vida humana, como o provisionamento de água limpa e doce, produção de alimento, polinização de plantações, controle de inundação, assimilação do COz atmosférico e recreação fora de casa. Define-se pegada ecológica como a quantidade de terra destinada para a produção de etanol exigida para sustentar um único indivíduo humano em seu padrão material de vida. Por fim, para otimizar os problemas atuais, o consumo de energia deve ser reduzido, e a produção deve ser baseada crescentemente em fontes de energia renováveis. Atingir estas metas exigirá um consenso entre as instituições sociais, econômicas e políticas.
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