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RESUMO DO DOCUMENTÁRIO SOLO FÉRTIL

A obra lançada em 2020 destaca a importância do solo para o equilíbrio do


planeta. Ela enfatiza a recuperação do solo como uma medida crucial no combate às
mudanças climáticas, por meio da agricultura regenerativa, por exemplo. Explica o
processo de erosão do solo, que ocorre quando ele se transforma em poeira, e detalha
também como o solo nos Estados Unidos está se deteriorando cada vez mais,
principalmente devido às práticas degradantes da agricultura química convencional.
Essa degradação tem ocorrido ao longo de muitos anos, desde o momento em que
as planícies começaram a ser aradas para o plantio, deixando o solo exposto. Hoje,
essa situação é agravada pelo uso excessivo de insumos químicos.
Embora seja retratada a realidade norte-americana, ele mostra, por meio de
imagens da NASA, que essa situação é global. O solo do planeta está se
desertificando, afetando cerca de dois terços do mundo. O termo "desertificar" é
autoexplicativo: transformar um solo fértil em poeira, tornando-o um deserto.
O documentário explica um pouco sobre o carbono, um elemento químico
importante, mas frequentemente mal compreendido. O carbono está presente em
todos os lugares e constituímos 16% dele. As plantas necessitam desse elemento
para sobreviver. No entanto, o problema reside no excesso de carbono, que é
agravado pela queima de combustíveis fósseis, pelo desmatamento e pela
degradação do solo. Essa degradação impede que as plantas capturem o carbono e
o armazenem no solo. O acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera causa diversos
problemas, como poluição do ar, aumento da temperatura da Terra (o chamado efeito
estufa), acidificação dos oceanos e aumento de doenças cardiovasculares e
respiratórias.
Também abordada a questão da saúde, explicando que a quantidade de
insumos químicos usados no solo está causando a morte dos microrganismos
presentes nele. Esses microrganismos são responsáveis por capturar o carbono da
atmosfera e são essenciais para a manutenção da saúde, pois temos mais células
bacterianas do que células humanas em nosso organismo. É amplamente conhecida
a importância do nosso sistema digestivo para a saúde, inclusive sendo chamado de
"segundo cérebro". Ao consumir alimentos cultivados em solos com agrotóxicos,

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esses produtos também afetam nossa microbiota intestinal, resultando em uma série
de doenças.
É importante destacar que o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)
lançou recentemente um estudo inédito que mostra a presença de resíduos de
agrotóxicos até mesmo em alimentos ultraprocessados, como salgadinhos e
bolachas. O documentário também menciona a presença de resíduos de agrotóxicos
na água que bebemos e até mesmo no leite materno. Ou seja, os agrotóxicos estão
presentes em todos os lugares.
Quanto mais o solo é degradado, mais ele depende de agrotóxicos e
fertilizantes. Por sua vez, quanto mais insumos são utilizados, mais fraco o solo se
torna, criando um ciclo vicioso. Atualmente, precisamos de mais do que o dobro da
quantidade de fertilizantes de nitrogênio para produzir a mesma quantidade de trigo
em comparação ao início da segunda metade do século 20. Os fertilizantes acabam
mascarando o verdadeiro problema do solo. Esse ciclo vicioso teve início durante as
guerras, quando os pesticidas foram inventados e utilizados como armas químicas. O
que antes era usado para combater inimigos agora é utilizado para matar
microrganismos nas fazendas.
O documentário apresenta algumas soluções, como a agricultura regenerativa,
que é um conjunto de princípios e práticas agrícolas que tem como objetivo aumentar
a biodiversidade, melhorar a saúde dos solos, promover a conservação das bacias
hidrográficas e aprimorar o ecossistema como um todo. Além disso, esse sistema
permite a captura de carbono da atmosfera pelo solo, revertendo as tendências atuais
de acumulação atmosférica e mudanças climáticas em nível global.
A agroecologia que é um enfoque agrícola sustentável que busca integrar
princípios e práticas da ecologia com métodos de produção agrícola. Ela promove a
agricultura como um sistema complexo, considerando as interações entre plantas,
animais, seres humanos e o ambiente. A agroecologia busca respeitar os ciclos
naturais, promover a biodiversidade, preservar os recursos naturais e garantir a
sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Ela valoriza a utilização de técnicas
orgânicas, como rotação de culturas, diversificação de espécies, controle biológico de
pragas e o uso de adubos naturais.
A compostagem é um processo natural de decomposição de resíduos
orgânicos, como restos de alimentos, folhas, grama, entre outros materiais

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biodegradáveis. Esses resíduos são coletados e dispostos em um local adequado,
onde são decompostos por organismos, como bactérias, fungos e minhocas, em
condições aeróbicas. Durante o processo de compostagem, os resíduos são
transformados em composto orgânico rico em nutrientes, conhecido como
"composto". Esse composto pode ser utilizado como adubo para enriquecer o solo,
melhorar a fertilidade, reter a umidade e promover o crescimento saudável das
plantas. A compostagem é uma prática sustentável que contribui para a redução de
resíduos, evitando o desperdício e promovendo a reciclagem dos nutrientes presentes
nos materiais orgânicos.
É importante ressaltar que mudanças em larga escala exigem ações políticas.
No Brasil, assim como nos Estados Unidos, o governo subsidia a agricultura
convencional, repleta de insumos químicos, enquanto não estimula a agroecologia e
a agricultura orgânica.

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