A adubação orgânica é uma prática ecológica que faz o uso de materiais orgânicos para serem utilizados na fertilização de solos e plantas, promovendo uma produção satisfatória e racional. Através desta prática há uma manutenção e equilíbrio da vida do solo devido a reposição dos nutrientes e energia, promovendo a ciclagem natural destes, seria uma reprodução da própria natureza, pois a prática de adubação orgânica tem essas premissas, ele promove através dos seus agentes esse resgate de entendimento, conhecimento e harmonia do homem com a natureza. O adubo orgânico é um fertilizante orgânico produzido pela decomposição aeróbica de resíduos orgânicos de origem vegetal e animal, realizada por diferentes populações de microrganismos presentes nestes materiais. Esta prática é muito utilizada pelos pequenos e médios produtores, principalmente na fase de produção de mudas, uma vez que os adubos industriais ou sintéticos como são chamados possuem preços onerosos, elevando os custos de produção, acarretando em grande parte ao êxodo rural de produtores que não têm alto poder aquisitivo. Os adubos orgânicos são ricos em macro e micro-nutrientes, se tornando essenciais as plantas, pois elevam sua produtividade e protegem as mesmas contra o ataque de pragas e doenças, além de fornecerem nutrientes, melhoram também a estrutura física, química e biológica, aumentando a CTC e a matéria orgânica do solo. Sua decomposição é lenta e os nutrientes são liberados em menor quantidade para as plantas além de contribuírem para o acúmulo de matéria orgânica no solo (BRAGA, 2010). A compostagem, vermicompostagem, adubação verde e biofertilizantes são os principais exemplos de adubos orgânicos, cada qual com suas características e especificidades. A compostagem é o processo de decomposição biológica da matéria orgânica sob condições controladas de aerobiose, temperatura e umidade, gerando um produto estável (DE BERTOLDI; VALLINI; PERA, 1983), denominado composto ou adubo orgânico. Já a vermicompostagem é a decomposição da matéria orgânica por minhocas vermelhas da Califórnia e minhocas Africanas. De outro modo a adubação verde é uma técnica que consiste no cultivo de diferentes tipos de plantas aptas a serem mantidas em cobertura ou incorporadas ao solo com a finalidade de preservar a fertilidade e umidade das terras. Já biofertilizantes são definidos como produtos líquidos que contêm componentes ativos ou agentes biológicos capazes de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou sobre partes das plantas e os solos, melhorando os atributos químicos e físicos e elevando a produção das espécies vegetais. Além disto, é importante salientar também os principais materiais utilizados para a produção dos adubos orgânicos citados anteriormente, tais como o esterco de gado que aumenta a capacidade de troca catiônica, a capacidade de retenção da água, a porosidade do solo e a agregação do substrato. A eficiência do esterco depende do grau de decomposição, da origem do material, os teores de elementos essenciais às plantas e da dosagem empregada (PRESTES, 2007). De acordo com AGNOL (2013) outro importante esterco, é o de galinha, rico em nitrogênio, nutriente essencial para o desenvolvimento e produção das plantas. Os resíduos de agroindústrias são importantíssimos também para a fabricação e produção dos adubos orgânicos, um grande exemplo a ser citado é o caroço de açaí, que tem como a região norte uma das maiores produtoras deste fruto, e por ser uma das maiores produtoras, logo se tem uma maior quantidade de caroços produzidos, e grande parte destes caroços são descartados de forma errônea ao meio ambiente após o seu processamento, e a maior parte deste descarte são em córregos e rios, levando a contaminação destes mananciais. Outro resíduo de alto potencial para ser utilizado na produção de adubo orgânico é a casca de arroz. Isso também depende de região para região, mas na maioria, observa-se manejo de descarte irracional. Por isso a importância de buscar alternativas que diminuam esses impactos futuros. É verdade dizer que a adubação orgânica não possui a mesma eficiência quando comparada com a adubação química. A adubação química promove uma resposta rápida e eficiente para o produtor, decorrente a isto, originou-se um paradigma baseado em que só se tem uma alta produção se for feito o uso de produtos químicos, em partes pode-se afirmar que isso é verdade, mas o contrário também é verdadeiro, a importância da adubação orgânica vai além de promover altas produções, ela parte do princípio de preservar o meio ambiente, que é o essencial para a manutenção da vida. Além do mais tem sua importância na vida fértil dos solos e plantas, na fauna e flora, principalmente na fase de plântulas, contribui com aquele pequeno produtor que não tem o poder aquisitivo de adquirir insumos químicos, que possuem preços exorbitantes, mas que conseguem produzir de forma satisfatória utilizando a adubação orgânica, promovendo bem-estar para si próprio e o meio ambiente, e nos dias atuais, isso é o que mais interessa, a manutenção da vida na terra. Desta forma, a adubação orgânica, além de oferecer produtos saudáveis e totalmente livres de pesticidas, também preserva a diversidade biológica, recicla resíduos orgânicos, promove o correto uso do solo e ainda desenvolve a sustentabilidade. REFERÊNCIAS DESTE TÓPICO
AGNOL, S. Esterco de Galinha e Seus benefícios. Disponível em;
BRAGA, G. N. M. A importância e o manejo da Adubação Orgânica. Disponível
em: Acesso 14 de abril de 2023.
DE BERTOLDI, M; VALLINI, G.; PERA, A. The biology of composting: a review.
Wast Management and Resoure, vol. 1, n. 2, p. 157-176, 1983.
PRESTES, M. T. Efeitos de Diferentes Doses de Esterco de Gado no
Desenvolvimento e no Balanço Nutricional de Mudas de Angico. Acesso em: 12 abril de 2023.
2. IMPORTANCIA DA AUBAÇÃO ORGÂNICA PARA A AGRICULTURA E
MEIO AMBIENTE Atualmente, existe uma grande e contínua demanda por produtos de origem naturais, e esta demanda não é saciada pois há um aumento gigantesco da população mundial, atrelada ao interesse de grandes capitalistas que visam sempre usufruir de forma irracional os recursos da natureza, tonando a mesma como o principal alvo para a oferta/retirada destes produtos tais como madeira, minérios, óleos e outras atividades exploratórias como a pesca predatória. Salientando também que quando não é isso, acontece inúmeras e desordenadas derrubadas da floresta para a abertura de novas áreas de produção vegetal e animal, as chamadas grandes lavouras e fazendas de pecuária, isso é bastante observado na região Amazônica. O modelo de agricultura convencional é uma das descobertas mais importantes da terceira revolução agrícola (revolução verde), com muitas técnicas inovadoras, mas esse manejo acarreta inúmeros danos ambientais (PRIMAVESI, 2019). De acordo com FAO (2017), a agricultura convencional participa de 70% do consumo da água do planeta, sem contar o uso descontrolado de inseticidas e fertilizantes que contribuem para a contaminação da água de lençóis freáticos e mananciais subterrâneos. A mesma baseia-se no adicionamento de diversos tipos de agrotóxicos e pacotes químicos com o destino de aumentar a vegetação que está sendo cultivada, e isso acarreta na degradação do solo e vários outros tipos de contaminação (PRIMAVESI, 2019). A adubação sintética aduba as plantas e não a terra (PRIMAVESI, 1992, pág. 53), perante a isto, existe um grande desafio em buscar alternativas eficientes para o aumento de produção de alimentos e energias renováveis sem causar grandes impactos ao meio ambiente. Portanto, o estabelecimento de práticas sustentáveis, que preservem o meio ambiente e possam proporcionar segurança alimentar futura, é um fator primordial para o desenvolvimento da humanidade perante as mudanças climáticas e o declínio das reservas energéticas não renováveis. Os impactos causados ao meio ambientes funcionam como um efeito dominó, onde os mais prejudicados além da natureza somos nós, os próprios seres humanos, e mesmo após essa percepção, não há um grande movimento em tentar brecar essas ações de destruir o meio ambiente. Quando se falou em efeito dominó é no sentido de por exemplo: têm-se a atividade de pecuária, que é movida pelas práticas convencionais, onde se tem o uso gigantesco de adubos químicos, sem contar na produção de esterco, que grande parte não pode ser usado para a produção de adubo orgânico, pois há presença de substâncias não orgânicas, sendo assim observa-se a contaminação de rios e lagos, onde que essa água era utilizada para consumo, quanto para os fazeres domésticos, e devido a contaminação, não pode ser mais utilizada, tornando-se um risco para a saúde dos moradores desta região, principalmente os menos favorecidos. Ou seja, o que era um problema ambiental, se torna também um problema de saúde e assim sucessivamente. Neste contexto a importância da adubação orgânica se dá pelo uso de materiais de origem animal e vegetal que seriam descartados de formas erradas ao meio ambiente, causando impactos futuros, como desastres ambientais tais como desmoronamento de barrancos, entupimento de esgotos, poluição de rios e lagos, poluição e acidificação dos solos e o surgimento de novas doenças; mas são utilizados para um segmento de produção racional e ecológico, principalmente pelos agricultores familiares. É uma forma de devolver para a natureza os nutrientes que foram retirados dela. Contudo, é indispensável a busca por alternativas que amenizem os impactos causados ao meio ambiente, oriundos do agronegócio, grande vilão da natureza. Para tanto, a adubação orgânica é uma atividade importante para mitigar grande partes destes impactos ao ambiente, pois de fato tem a sua importância para a natureza. Segundo MALAQUIAS (2016) é indiscutível a importância e a necessidade dos adubos orgânicos tanto para a produtividade das culturas como para a qualidade dos produtos obtidos, especialmente em solos com baixo potencial de fertilidade, e de matéria orgânica. De acordo com FINATTO (2013) a disposição inadequada de resíduos orgânicos produzidos por atividades agrícolas pode gerar graves impactos ao meio ambiente, como, por exemplo, a eutrofização dos corpos d’água. Por isso, torna-se importante a disposição desses resíduos de maneira ambientalmente adequada. Nesse contexto a disposição agrícola consiste em uma maneira de recuperar o solo por meio da adubação, que é um processo economicamente viável e sustentável, auxiliando no sequestro de carbono pelo solo e sendo um meio de aliviar o aumento de CO2 na atmosfera, que tem como possíveis fontes a queima de combustíveis fósseis e as práticas agrícolas. Contudo, é indispensável a busca por alternativas que amenizem os impactos causados ao meio ambiente, oriundos do agronegócio, grande vilão da natureza. Para tanto, a adubação orgânica é uma atividade importante para mitigar grande partes destes impactos ao ambiente, pois de fato tem a sua importância para a natureza.
REFERÊNCIAS DESTE TÓPICO
FINATTO, JORDANA.; ALTMAYER, T.; MARTINI, M. C. RODRIGUES, M.;
BASSO, V.; HOEHNE, L. A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA AGRICULTURA. REVISTA DESTAQUES ACADÊMICOS, VOL. 5, N. 4, CETEC/UNIVATES – 2013.
MALAQUIAS, J. P. ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA FERTILIDADE DO SOLO,
TROCAS GASOSAS E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE MELOEIRO EM NEOSSOLO REGOLÍTICO. Areia-PB, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Abril de 2016, 105 p. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo). Programa de Pós-graduação em Ciência do Solo: Orientador: Prof. Dr. Walter Esfrain Pereira.
PRIMAVESI, A. M. Agroecologia e manejo do solo. Aspta, 2019. Disponível em;.
Acesso em: 28 de abr de 2023.
PRIMAVESI, A. M. Agricultura sustentável: Manual do produtor rural. São Paulo.
Ed: Livraria Nobel S.A. 1992.
PRIMAVESI, A. M. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. 9.