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Os problemas ambientais no mundo afetam todas as esferas do meio

ambiente: solo, ar, água e seres vivos. As poluições atmosféricas, do solo e


da água são exemplos disso! Embora sejam problemas diferentes, um
acaba agravando o outro e todos são influenciados pela ação humana. É
urgente entendermos esses problemas e praticarmos as soluções!

Neste artigo sobre problemas ambientais no mundo, você encontrará:


1. O que são Problemas ambientais?
2. Como eles surgem?
3. Quais são os Problemas ambientais no mundo?
4. Problema, Consequência e Solução!
 Estudando para as provas? Conheça nosso Simulado gratuito, que pode ser
personalizado com as matérias que você mais precisa!

O que são os Problemas


ambientais no mundo?
Os problemas ambientais são fenômenos que prejudicam o ritmo de
desenvolvimento do Meio Ambiente. Eles podem agir tanto acelerando
processos naturais ou destruindo e atrasando outros. Fato é que modificar o ritmo
natural das coisas causa muitas consequências desastrosas!
Algumas eras geológicas conturbadas podem causá-los, como as glaciais
em que o mundo foi todo congelado! Contudo, a maior parte dos problemas
ambientais que enfrentamos nos últimos séculos são causados pela ação antrópica, ou
seja, pelo ser humano.

Como eles surgem?


Você já entendeu que algumas ações do Homem são as principais
causadoras dos problemas ambientais. Mas você sabe quais ações são
essas?
Bom, é natural do ser humano evoluir e desenvolver técnicas
aprimoradas para auxiliar no seu sustento. Exemplo disso são a criação
das ferramentas, desde os homens primitivos, para facilitar a caça, a
extração e o plantio.

Com o tempo, as tecnologias foram surgindo e deixamos de usar ferramentas


manuais para usar máquinas! Assim, passamos pelas fases
da Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial.
Essas máquinas são movidas pela energia e, em um primeiro momento, não se
percebia muito bem os impactos que as energias não renováveis causava
no meio ambiente. Porém, ao passar dos anos, os cientistas foram
identificando que os resíduos finais desse processo são nocivos e danosos à natureza. 
Mas o maior problema não é esse, porque alguns resíduos em poucas
quantidades conseguem se desintegrar. O problema é que estamos
produzindo em uma quantidade excessiva, então o ritmo de degradação natural não
supera o do acúmulo que fazemos. 
Além disso, algumas tecnologias mais modernas criaram compostos que não se
degradam naturalmente.

Quais são os Problemas


ambientais no mundo e suas
soluções?
Os problemas ambientais podem ser de diferentes categorias, pois o meio ambiente
é amplo e composto por várias esferas: atmosfera (ar), hidrosfera (água), litosfera
(solo) e biosfera (plantas e animais).
Assim, para cada esfera que nos referimos há determinados tipos de problemas. Como o
mundo é muito amplo e composto por vários ecossistemas, vamos entender,
detalhar e investigar os 6 principais problemas ambientais no mundo!
 Mas se você quiser saber quais são os principais problemas ambientais no Brasil,
nós também temos para estudo!

1. Desmatamento
As florestas são muito importantes para o planeta em vários sentidos: elas regulam
a umidade do ar, contribuem para a formação de chuvas, suas raízes
firmam a superfície do solo, servem de abrigo para animais e plantas, com
a sua sombra contribuem para o resfriamento do ar, realizam fotossíntese,
dão frutos, são fontes de madeira, etc.
Desde o período da caverna o homem sempre utilizou dos recursos que
as árvores oferecem, mas essa relação era harmônica. Isso significa que o
homem o fazia somente quando era necessário e em um ritmo que
favorecia o reflorestamento. Porém… 

 Problema:
Devido ao consumismo e à despreocupação com a natureza, as florestas
estão sendo destruídas em um ritmo que não conseguem se recuperar, especialmente
nas áreas tropicais. A principal causa para esse desmatamento é expansão
de terras para criação de gado e plantio de monoculturas (soja, milho…).
 Consequência:
O desflorestamento influencia e agrava outros problemas ambientais: o
aquecimento global, a extinção de animais e perda de biodiversidade,
além de afetar os recursos hídricos.
 Soluções:
Conservação das florestas restantes, reflorestamento de áreas
degradadas com o plantio de espécies nativas e a redução do consumo de
produtos não necessários.
2. Poluição do Ar e Mudanças climáticas
– Aquecimento Global

As Indústrias, Usinas e motores de automóveis são, em sua maioria,


máquinas térmicas. Isso significa que elas precisam de uma fonte de
energia que sofra transformações físicas e químicas para funcionar. 

As fontes mais baratas e as primeiras a serem descobertas são as não-


renováveis. Isso significa que, uma vez extraídas, elas geram produtos que
não são recuperáveis a curto prazo. Além disso, boa parte delas são de
origens fósseis (carvão e petróleo).
Os combustíveis fósseis são feitos à base do carbono (C), bem como a atmosfera.
Porém, a atmosfera é um conjunto de gases que têm concentrações específicas.
Funciona como uma receita: se um deles está em excesso ou em falta, o resultado
final dá errado!
 Problema: 
Ao retirar o C sólido que estava enterrado e utilizá-lo na máquina térmica,
ele se transforma em gás e aumenta a concentração de CO2 na atmosfera. Além
disso, essa transformação gera outros resíduos que “sujam” o ar, por isso
falamos em poluição.
 Consequências: 
O ritmo acelerado com que isto está sendo feito, movido pelo alto
consumo da atividade industrial, causa alterações climáticas. O CO2
atmosférico absorve e reflete radiação infravermelha, a responsável por
reter calor. Esse processo é conhecido como Efeito Estufa e é muito
importante para que o planeta não congele, mas quando isso ocorre em
excesso, gera o Aquecimento Global.
O excesso de carbono também gera problemas respiratórios, porque nosso
corpo depende de uma concentração adequada de C e oxigênio. Além
disso, o desmatamento também aumenta as concentrações de CO2 e a temperatura, pois
sem árvores não se faz a fotossíntese e não se tem sombra!
 Soluções:
Substituir os combustíveis fósseis por energia renovável, reflorestamento,
reduzir as emissões dos motores e processos industriais com filtros.

3. Poluição da águas, Escassez,


Assoreamento e Eutrofização

Como foi dito anteriormente, a palavra “poluição” remete à “sujeira”. Portanto,


estamos falando dos fatores da ação humana que contribuem para sujar os
recursos hídricos: lagos, rios, mares e oceanos.
Nós sabemos que estes recursos são fundamentais, pois não há vida sem
água! Só com a presença de água é que as florestas e os animais vivem, o
ar que respiramos é umidificado, nós nos alimentamos e construímos
coisas, etc. Além disso, são nos biomas marinhos que se encontram
os pulmões do mundo: os fitoplânctons fotossintetizantes! 
 Problema: 
Hoje, enfrentamos uma escassez de água muito forte ou a contaminação desses
recursos. A primeira ocorre pelas mudanças climáticas e desflorestamento, que
alteram o ciclo da água. A segunda ocorre pelos resíduos industriais, uso
de agrotóxicos e acúmulo de lixo nos lixões que penetram as camadas mais
profundas até atingir os lençóis subterrâneos de água, ou o descarte
inadequado de plásticos no oceano.

 Consequências: 
Todas essas formas de agredir os recursos hídricos alteram sua composição
natural, a água deixa de ser pura. Com isso, muitas vezes ela se torna imprópria
para consumo, afetando a vida e alimentação dos seres humanos e
dos animais marinhos, levando-os até ao risco de extinção. 
Também a produção de oxigênio pelos fitoplâncton ficam
prejudicadas, contribuindo indiretamente para as mudanças climáticas e os problemas
respiratórios.
Outra consequência é o fenômeno do Assoreamento. O acúmulo de sedimentos
sólidos “enterra” os biomas marinhos, prejudica a vida e obstrui passagens
em rios e fluxos d’água.
A eutrofização também é uma realidade, e ocorre quando há um acúmulo
muito grande de material orgânico em cursos de água parados (lagos e lagoas).
Assim, as bactérias anaeróbicas se multiplicam e o lago fica sem
oxigenação, apodrecendo.
 Soluções: 
Descarte adequado de quaisquer resíduos, sejam domésticos ou
industriais, para não atingirem fluxos d’água; redução do consumo e
emissão de resíduos, monitoramento dos ecossistemas para preservação
e recuperação.

4.Superpopulação e problemas
derivados dos Resíduos (Lixo)

É interessante notar como a reprodução dos seres vivos está sempre


presente e isso nunca causou dano: alguns animais só tem 1 filho por vez,
outros tem 8, alguns tem a cada ano e outros tem a cada semestre… 

Mas a quantidade de descendentes de qualquer espécie nunca ameaçou


o planeta. Os próprios seres humano antigamente tinham em média 10
filhos, mas hoje não chega à metade! Por que a superpopulação ameaça agora? 
A questão é que os descendentes humanos estão constantemente
crescendo e sendo criados para consumir mais e mais. Uma criança hoje,
gasta muito mais recursos que um adulto do século passado. 
Além disso, os seres humanos não estão bem distribuídos espacialmente. Há uma
grande concentração urbana que dificulta mais ainda o monitoramento dos
resíduos.
Quando somamos a quantidade populacional crescente com o crescimento
exponencial do consumo e a concentração espacial em centros urbanos, aí sim temos
um agravante!
 Problema:
A quantidade populacional crescente somada à cultura consumista gera
uma demanda gigantesca de matéria-prima e processos industriais que gastam
mais energia e geram mais resíduos. A quantidade de lixos produzidos é tanta,
que não se tem controle sobre seu descarte e os danos que causa à natureza.
 Consequências:
Esse ritmo acelerado impulsiona todos os problemas ambientais, desde o
desflorestamento até a poluição hídrica ou atmosférica. Além disso,
soma-se os problemas causados pelo excesso de lixo físico e as
consequências diretas que eles trazem, como doenças!
 Soluções: 
Descarte adequado de quaisquer resíduos, sejam domésticos ou
industriais, em aterros planejados e monitorados; incentivo de reciclagem
e coleta seletiva, redução do consumo e produção de resíduos,
monitoramento dos ecossistemas para preservação e recuperação.
Investimento nos ambientes rurais para evitar o êxodo rural, investimento
nas periferias urbanas para melhores condições de vida, conscientização
sobre a quantidade populacional e consumo de recursos naturais.

5. Poluição, Degradação do Solo e


Desertificação
Por mais que não falemos muito sobre ele, o solo também é um componente
fundamental para o desenvolvimento da vida. Você já notou que nas montanhas
exclusivamente rochosas ou em solos arenosos a quantidade de
vegetação, animais e água é escassa? Pois é!
Um bom solo, com camadas aeradas e nutridas em sais são a base que dá abrigo às
vegetações e animais! Embora seja um fator abiótico, o solo também precisa de um
tempo para se recuperar…
 Problema:
A exploração excessiva do solo tem ocorrido por estarmos forçamos pastagens,
plantando sucessivas monoculturas em um mesmo local, despejando
elementos tóxicos, desviando cursos d’água, construindo em locais
inapropriados, etc.
 Consequência:
Essas ações acabam gerando erosão, compactação do solo, exposição excessiva
a poluentes, e até mesmo a arenização. Esse processo é aquele em que um
solo fértil vai sendo desgastado até perder todos os seus componentes
orgânicos e os inorgânicos nutritivos. Assim, a terra vira areia e já não
mais capaz de ser recuperada para nada!
 Soluções:
Restauração do solo por meio de diferentes técnicas: como plantio
direto, rotação de culturas e a construção de “terraços” evitar erosão pluvial.
A redução do consumo também reflete na exploração do solo.
6. Extinção de Espécies e
Contaminações Biológicas

Nós sabemos bem como os bichos e plantas são importantes! Eles ajudam


na manutenção dos ciclos biogeoquímicos, na produção de alimentos, nas técnicas de
saúde e recuperação do meio ambiente, enfim, em todos os setores!
Apesar de sua importância e de sempre termos nos relacionados com
eles, nos últimos séculos essa relação homem-biosfera se tornou excessivamente
prejudicial.
 Problema:
Os animais selvagens têm sido caçados em um ritmo que não permite a sua
recuperação populacional. Antes, as caças ocorriam por necessidade e hoje
é por ganância e valor econômico, como a busca pelo Marfim dos
elefantes, o couro para vestimentas de luxo, etc. Além disso, os resíduos
despejados irresponsavelmente também afetam a vida e os ecossistemas.
 Consequências:
Essa destruição em massa acaba levando à extinção precoce de
espécies, diminuindo a biodiversidade do planeta. Com essas perdas, todo o meio
ambiente é afetado, pois os animais desempenham papéis importantes: as
abelhas com a polinização são essenciais para reprodução das plantas, que
são essenciais para produção de oxigênio e a regulação da temperatura.
 Soluções: 
Proteger e recuperar habitats, combater a caça e a pesca ilegais, proibir o
comércio de animais selvagens, buscar outros materiais sintéticos para
substituição de couro e marfim são medidas que auxiliam na preservação
da biosfera!

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Principais problemas ambientais

Carolina Batista

Professora de Química

Os problemas ambientais são decorrentes principalmente do crescimento e


desenvolvimento da sociedade.

As questões ambientais devem ser alvo de atenção, principalmente pelos impactos


socioambientais gerados.

Os principais problemas ambientais que afetam o Brasil e o mundo são:

 Desmatamento
 Mudanças climáticas
 Poluição do ar
 Poluição da água
 Degradação do solo
 Geração de resíduos
 Superpopulação
 Extinção de espécies
 Modificação genética

Desmatamento
Problema: eliminação total ou parcial da cobertura vegetal ocasionando um
desequilíbrio ao ambiente.

Causas: a atividade humana é a principal causa do desmatamento para, por exemplo,


explorar a madeira e outros produtos da floresta, criar pasto para pecuária e expandir
cidades.

Consequências: a retirada da vegetação de um local facilita a erosão do solo, diminui a


reciclagem de gás carbônico e afeta diretamente o clima, ocasionando mudanças
climáticas.

A floresta tropical é uma das mais devastadas do mundo. Segundo dados do Global
Forest Watch (GFW), só em 2018 12 milhões de hectares desse tipo de vegetação foram
perdidos.

Possíveis soluções: desenvolvimento sustentável, leis ambientais, cumprimento do


código florestal, aumento da fiscalização para conter o desmatamento ilegal e
monitoramento do desmatamento.

Saiba mais sobre o desmatamento e o desmatamento no Brasil.

Mudanças climáticas
Problema: significativas alterações no clima do planeta Terra por causas naturais ou em
decorrência das ações humanas.

Causas: as mudanças na órbita da Terra e glaciações são exemplos de causas naturais.


Já a queima de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural, é uma das principais
fontes de lançamento de gases nocivos ao ambiente.
O acúmulo de gases na atmosfera intensifica o efeito estufa por reter na superfície o
calor proveniente da radiação solar. O agravamento dessa situação faz com que a
temperatura média da Terra aumente.

Consequências: acidificação dos oceanos, desequilíbrio dos ecossistemas, desastres


naturais, redução de produtividade na agricultura e extinção de espécies.

Possíveis soluções: investimento em energias renováveis, acordos para diminuição da


emissão de gases poluentes, preservação das florestas, entre outros.

Saiba mais sobre as mudanças climáticas.

Poluição do ar
Problema: elevação dos níveis de substâncias consideradas poluentes e que acarretam
um desequilíbrio ao meio ambiente.

Causas: a poluição do ar é causada principalmente por gases poluentes de fontes


naturais, como atividades vulcânicas, e atividades humanas, como industrialização e
queima de combustíveis fósseis nos veículos.

Consequências: o aumento de gases poluentes no ar compromete a sua qualidade e


pode gerar diversos problemas de saúde, principalmente respiratórios.

Diversos países, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, apresentam a


poluição do ar acima do aceitável. Segundo relatório da entidade, só em 2016 a causa
da morte de 4,2 milhões de pessoas está relacionada com a poluição do ar.

Possíveis soluções: estabelecimento de limites para os níveis de emissão, utilização de


transportes alternativos, monitoramento da qualidade do ar e criação de tecnologias
com menor poder de poluição.

Saiba mais sobre a poluição do ar.

Poluição da água
Problema: alteração da qualidade da água tornando-a prejudicial para o ambiente e
imprópria para consumo, o que afeta diretamente a manutenção da vida no planeta.

Causas: descarte de produtos e dejetos em corpos d’água, resíduos de atividades


agrícolas, domésticas e industriais lançados na água sem o tratamento adequado.
Consequências: desequilíbrio dos ecossistemas, morte de espécies aquáticas,
proliferação de microrganismos nocivos e surgimento de doenças, eutrofização e efeito
acumulativo de metais pesados nos organismos.

Possíveis soluções: conscientização da população, tratamento de esgoto, leis que


delimitem os parâmetros para descarte dos resíduos, fiscalização e punições severas.

Saiba mais sobre poluição da água.

Degradação do solo
Problema: destruição do solo seja por causas naturais ou decorrente das atividades
humanas, inviabilizando a sua capacidade de produzir.

Causas: exploração em excesso sem rotatividade de culturas, contato com poluentes,


perda de nutrientes, salinização, acidificação, lixiviação e diminuição de matéria
orgânica.

Consequências: perda de produtividade na agricultura, infertilidade, impactos


socioambientais, entre outros.

Possíveis soluções: rotação de plantio, controle da erosão, reflorestamento e manejo


adequado, com utilização de adubo e planejamento correto da cultura.

Leia também sobre poluição do solo.

Geração de resíduos
Problema: aumento do número de materiais descartados na natureza. Seguindo no
ritmo atual, segundo a ONU, a geração de resíduos urbanos chegará a 4 bilhões de
toneladas por ano em 2050.

Causas: crescimento populacional, industrialização, aumento do consumo, utilização de


materiais que demoram a se decompor na natureza, descarte indevido pela população e
destinação final inadequada.

Consequências: acúmulo de lixo e geração de doenças, desequilíbrio ambiental,


poluição visual, alagamentos pelo entupimento de bueiros, contaminação do solo, da
água e do ar.
Possíveis soluções: reduzir a produção de lixo, coleta seletiva para destinação correta,
estimular a reutilização e a reciclagem são ações para diminuir a quantidade de resíduos
no ambiente.

Leia também sobre tipos de lixo.

Superpopulação
Problema: o número de pessoas do mundo aumenta a cada dia e os recursos
disponíveis podem não ser suficientes para todos e um desequilíbrio leve ao
esgotamento dos recursos naturais.

Causas: o fenômeno pode estar relacionado com o aumento da expectativa de vida,


diminuição da mortalidade infantil e desencorajamento do uso de métodos
contraceptivos.

Consequências: a superpopulação está relacionada diretamente com o aumento do


consumo e, consequentemente, a produção de resíduos. Quanto mais pessoas no
mundo, maior a demanda por água, comida, energia, entre outros.

Além disso, poluição, pobreza, destruição de florestas para construção de cidades,


aumento da desertificação pela degradação do solo e surgimento de epidemias são
acontecimentos mais propensos.

Possíveis soluções: conscientização da população, planejamento familiar e diminuição


da taxa de crescimento populacional.

Leia também sobre crescimento populacional.

Extinção de espécies
Problema: ameaça de desaparecimento de espécies no planeta.

Causas: embora a extinção seja algo que aconteceu em vários momentos no planeta,
outros fatores, como poluição, mudanças climáticas, destruição do habitat, caçadas e
desastres ambientais têm intensificado a ocorrência do fenômeno.

Consequências: alteração das cadeias alimentares, perda da biodiversidade, redução de


recursos alimentares, interferência na autorregulação do ambiente, entre outros.
Possíveis soluções: educação ambiental, preservação dos habitats, proteção das
espécies ameaçadas de extinção, combate ao tráfico principalmente de animais, entre
outros.

Conheça os animais em extinção no mundo.

Modificação genética
Problema: os organismos geneticamente modificados, frutos da introdução de genes
de outras espécies, podem acarretar uma poluição genética no ambiente.

Causas: a busca para desenvolver espécies com características desejáveis, que de forma
natural não aconteceria, levou a criação das plantas transgênicas, cujos efeitos ainda são
difíceis de estimar com a liberação no ambiente.

Consequências: ameaça à biodiversidade, contaminação por transgenes, eliminação de


espécies, exposição à agentes tóxicos, surgimento de pragas.

Possíveis soluções: conscientização sobre os riscos, legislação atualizada, estudo do


impacto causado.

Leia também sobre:

 Impactos ambientais
 Problemas ambientais no Brasil
 Exercícios sobre problemas ambientais

Conceitos de Educação
Ambiental
"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade."
Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º.
“A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional
da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um
caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres
humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de
torná-la plena de prática social e de ética ambiental.”
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°.

“A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a


comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global,
do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza,
dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela
desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a
comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a
transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais
como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes
necessárias para dita transformação.”
Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação
Secundária – Chosica/Peru (1976).

“A educação ambiental é um processo de reconhecimento de valores e


clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e
modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as
inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos.
A educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas
de decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida”.
Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977).

“A Educação Ambiental deve proporcionar as condições para o


desenvolvimento das capacidades necessárias; para que grupos sociais, em
diferentes contextos socioambientais do país, intervenham, de modo
qualificado tanto na gestão do uso dos recursos ambientais quanto na
concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do ambiente, seja
físico-natural ou construído, ou seja, educação ambiental como instrumento
de participação e controle social na gestão ambiental pública.”
QUINTAS, J. S., Salto para o Futuro, 2008.

“A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um


saber ambiental materializado nos valore séticos e nas regras políticas de
convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre
benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve,
portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de
pertencimento e co-responsabilidade que, por meio da ação coletiva e
organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e
conjunturais dos problemas ambientais.”
SORRENTINO et all, Educação ambiental como política pública, 2005.

“A Educação Ambiental, apoiada em uma teoria crítica que exponha com


vigor as contradições que estão na raiz do modo de produção capitalista,
deve incentivar a participação social na forma de uma ação política. Como
tal, ela deve ser aberta ao diálogo e ao embate, visando à explicitação das
contradições teórico-práticas subjacentes a projetos societários que estão
permanentemente em disputa.”
TREIN, E., Salto para o Futuro, 2008.

“A EA deve se configurar como uma luta política, compreendida em seu nível


mais poderoso de transformação: aquela que se revela em uma disputa de
posições e proposições sobre o destino das sociedades, dos territórios e das
desterritorializações; que acredita que mais do que conhecimento técnico-
científico, o saber popular igualmente consegue proporcionar caminhos de
participação para a sustentabilidade através da transição democrática”.
SATO, M. et all, Insurgência do grupo-pesquisador na educação ambiental
sociopoiética, 2005.

“Um processo educativo eminentemente político, que visa ao


desenvolvimento nos educandos de uma consciência crítica acerca das
instituições, atores e fatores sociais geradores de riscos e respectivos
conflitos socioambientais. Busca uma estratégia pedagógica do
enfrentamento de tais conflitos a partir de meios coletivos de exercício da
cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas
participativas conforme requer a gestão ambiental democrática.”
LAYRARGUES; P.P. Crise ambiental e suas implicações na educação, 2002.

"Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva


para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem
adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e
estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais.
Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não
apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo
a crise ambiental como uma questão ética e política."
MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século
21.Rio de Janeiro: Sextante. 2003.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.


Educação Ambiental

Daniela Diana

Professora licenciada em Letras

A Educação Ambiental representa um conjunto de ações sustentáveis voltadas para a


conservação do meio ambiente.

Dada sua importância, no dia 3 de junho é comemorado o Dia Nacional da Educação


Ambiental.

Objetivos da educação ambiental


A educação ambiental objetiva a compreensão dos conceitos relacionados com o meio
ambiente, sustentabilidade, preservação e conservação.

Sendo assim, ela busca a formação de cidadãos conscientes e críticos, fortalecendo


práticas cidadãs.

Aliado a isso, trabalha com a inter-relação entre o ser humano e o meio ambiente,
desenvolvendo um espírito cooperativo e comprometido com o futuro do planeta.

A importância da educação ambiental


Ao lado de seus princípios e objetivos, a grande importância da educação ambiental
reside na atuação consciente dos cidadãos. Ela visa, portanto, o aumento de práticas
sustentáveis bem como a redução de danos ambientais.

Sendo assim, ela promove a mudança de comportamentos tidos como nocivos tanto
para o ambiente, como para a sociedade.

No ambiente escolar, ela possui grande importância visto que desde cedo as crianças
aprendem a lidar com o desenvolvimento sustentável.

Com o crescimento e aprofundamento desses temas na atualidade, diversos cursos de


graduação e pós-graduação foram criados nessa área de conhecimento.

A legislação sobre educação ambiental


A Política Nacional de Educação Ambiental é regida pela lei n.º 9795, de 27 de abril de
1999. Os conteúdos englobam: conceito, objetivos, princípios, atuação e sua relação
com a educação.

“Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes
e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”

“Art. 7 º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além
dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama,
instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-
governamentais com atuação em educação ambiental.”

Leia o documento na íntegra: Política Nacional de Educação Ambiental.

A educação ambiental nas escolas


Articulada com as disciplinas obrigatórias do currículo escolar, a educação ambiental
tem sido cada vez mais abordada no espaço escolar.

A disciplina transversal meio ambiente está intimamente relacionada com o conceito de


educação ambiental.
Nessa perspectiva, o aluno é preparado para conhecer temas relacionados com a área
ambiental, com o intuito de tornar-se um cidadão consciente de suas práticas.

Com isso, ela objetiva a formação de valores e atitudes criadas sob o enfoque da
sustentabilidade.

Destacam-se temas como o consumo, recursos naturais, crise ambiental, efeito estufa,
tipos de lixo, coleta seletiva, reciclagem, dentre outros.

Todos são trabalhados com os alunos para que eles se familiarizem com as práticas
sustentáveis e possam vislumbrar os problemas relacionados com a degradação do
meio ambiente e suas implicações futuras.

Segundo a lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999.

Art. 10 º. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática


educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades
do ensino formal.

Atividades sobre educação ambiental


Diversas atividades extracurriculares são desenvolvidas com os temas relacionados à
educação ambiental.

No ambiente escolar, debates, apresentações e algumas palestras podem clarificar


diversas ideias sobre o tema. Se a escola tiver algum espaço verde, algumas atividades
podem ser desenvolvidas no local.
Além disso, e num viés mais prático, os alunos podem visitar locais onde são
desenvolvidas práticas sustentáveis.

Diversas comunidades hoje em dia já trabalham independentemente esse conceito. Um


exemplo são as hortas comunitárias, criadas pelos próprios residentes e que envolvem a
consciência ambiental, a interação e ainda, a melhoria da qualidade de vida.

Fazer mutirões para recolher lixos e resíduos em ambientes que sofrem com esse
problema pode ser uma boa alternativa de despertar nos estudantes o problema da
poluição.

Visitas a espaços naturais, como parques, hortos, podem ajudar os alunos a refletirem
sobre a importância dos bens naturais e ainda, sua conservação.

Outra ideia de atividade envolve as datas comemorativas: Dia Mundial da Água, Dia da
Terra, Dia da Árvore, Dia Mundial do Meio Ambiente, dentre outros.

Próximo a essas datas, os professores podem criar atividades com seus alunos. Um
exemplo é uma semana voltada para o meio-ambiente.

A educação ambiental para a sustentabilidade deve permitir que a educação se


converta em uma experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora de sentidos
e significados, que estimule a criatividade e permita redirecionar a energia e a
rebeldia da juventude para execução de projetos de atividades com a construção
de uma sociedade mais justa, mais tolerante, mais eqüitativa, mais solidária
democrática e mais participativa e na qual seja possível a vida com qualidade e
dignidade. (Cúpula das Américas, 1998)

Saiba mais sobre os temas:

 Meio Ambiente
 Sustentabilidade
 Coleta Seletiva
 Reciclagem
 Desenvolvimento Sustentável
 Impactos Ambientais
CONCEITOS BÁSICOS EM
ECOLOGIA
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2. ECOLOGIA 
3. CONCEITOS BÁSICOS EM ECOLOGIA
A ecologia, assim como outras áreas da biologia, apresenta alguns conceitos básicos extremamente
importantes para a sua compreensão.

A ecologia é a ciência que estuda a relação entre


os seres vivos entre si e com o meio ambiente

Como qualquer área da Biologia, a Ecologia é repleta de termos que são


fundamentais para a compreensão de diversos temas. Sem o conhecimento
correto do que se trata cada expressão, a interpretação do conteúdo pode ser
incorreta. Diante disso, listamos a seguir alguns conceitos básicos em
ecologia que são essenciais para a compreensão dessa área.
Biomassa = Matéria orgânica que compõe o corpo dos organismos vivos.
Biosfera = Regiões do planeta onde existem seres vivos.
Biótopo = Área geográfica onde se encontra uma comunidade.
Cadeia alimentar = Representa a transferência de matéria e energia que se
inicia sempre por um organismo produtor e termina em um decompositor. O
fluxo é sempre unidirecional.
Ciclo biogeoquímico = Conjunto de processos físicos, químicos e biológicos
que permite aos elementos circularem entre os seres vivos e a atmosfera,
hidrosfera e litosfera.
Comunidade = Conjunto de populações de espécies diferentes que vive em
uma mesma área geográfica.
Consumidores = Seres que não são capazes de produzir seu próprio alimento e
precisam alimentar-se de outro ser vivo para obter sua energia (heterotrófico).
Decompositores = Seres que obtêm nutrientes e energia a partir da
decomposição da matéria orgânica.
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Ecologia = Ciência que estuda as relações entre os seres vivos entre si e destes
com o meio ambiente.
Ecossistema = Local de interação entre seres vivos (fatores bióticos) e fatores
físicos e químicos (fatores abióticos).
Espécie = Organismos semelhantes capazes de reproduzir-se e produzir
descendentes férteis.
Habitat = Local em que determinada espécie vive.
Nicho ecológico = Papel ecológico de uma espécie em uma comunidade.
Envolve seus hábitos alimentares, sua reprodução, suas relações ecológicas e
outras atividades.
Nível trófico = Posição que uma espécie ocupa em uma cadeia alimentar.
Pirâmide ecológica = Representação gráfica do fluxo de energia e matéria em
um ecossistema.
População = Conjunto de seres vivos da mesma espécie que vive em
determinado local.
Produtores = Seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento
(autotróficos).
Relações ecológicas = São as relações que os seres vivos possuem uns com os
outros. Essas relações podem ser entre indivíduos da mesma espécie ou espécies
diferentes.
Teia alimentar = Conjunto de cadeias alimentares interligadas.

E NT E N DA O Q U E É
E C O L O G I A, S E US
C O N CE IT O S ,
C AT E G O R IA S E
IM P O RT ÂN C I A!
Redação Beduka09/09/20Comentar580 Views

Ente
nda o que é Ecologia!
A Ecologia é área da Biologia que estuda como os seres vivos se
relacionam entre si e com o meio ambiente em que vivem. Essa temática
é bastante ampla e costuma ser cobrada com frequência no Enem e
demais vestibulares. Leia este artigo e aprenda o que é Ecologia, seus
principais conceitos e categorias!
Neste resumo sobre o que é ecologia há muitas coisas para aprender. Clique em um
dos tópicos abaixo para ir ao conteúdo de seu interesse:
 O que é Ecologia?
 Classificações, ramos e objetos de estudo da Ecologia
 Principais conceitos da Ecologia
 Qual é a importância da Ecologia?
 Nós conectamos você à faculdade!
A prática constante é o caminho para o sucesso. Treine questões de Biologia e
outras matérias com o Simulado Enem do Beduka e aumente seus resultados na
prova. Ele é 100% gratuito!

O que é Ecologia?
A palavra “ecologia” é formada por dois termos gregos “oikos” e “logos” que
significam, respectivamente, “casa” e “estudo”.

Dessa forma, a Ecologia é a área da Biologia que estuda e analisa as relações entre os
seres vivos e o meio ambiente ao seu redor.
Este termo foi usado pela primeira vez por um zoólogo em 1866, em uma obra das
obras de  Ernst Haeckel. Ele próprio definiu como “ o estudo
científico das interações entre os organismos e seu ambiente”.
Como se trata de estudo científico, é uma ciência ampla e complexa. Para
compreender o funcionamento da natureza, conceitos de outros campos são
utilizados.
Assim, dentro da Ecologia, toca-se em pontos da Evolução, Genética, Fisiologia e
Anatomia, Geografia, Física, História e até mesmo da Matemática!

Classificações, ramos e objetos de


estudo da Ecologia

Já ficou claro que o objeto de estudo é composto por dois elementos: organismo e
ambiente. Contudo, a Ecologia pode ser dividida em grupos de análise, de acordo com
a abrangência temática do estudo:

 Autoecologia: é o estudo voltado para um organismo ou espécie, analisando de


forma clássica e experimental o comportamento e as características biológicas. 
Exemplo: estudar uma planta de uma região.

 Sinecologia: é o estudo de grandes grupos de organismos e suas associações


com outros, feito de forma mais filosófica e descritiva. Muitas vezes é dividida e
subdividida. 
Exemplo: ecologia aquática, que abrange a limnologia (cursos d’água não marinhos) e
pode ser estudada enquanto Ecologia Animal ou Vegetal.

 Demoecologia: é o estudo da dinâmica das populações, analisando como varia a


riqueza das espécies, como e por que isso ocorre, etc.
 Ecologia Humana: estuda as relações entre os organismos e os diferentes
grupos humanos. Também analisa doenças, epidemias, problemas de saúde
pública e qualidade ambiental.
Uma vez que estabelecemos o ramo a ser estudado, podemos analisá-los em 4 níveis
de estudo:

 População: delimitação do conjunto de organismos de uma mesma espécie que


vivem em uma mesma região e, portanto, tem mais chance de reproduzir entre si.
Ex: as relações ecológicas de um cupinzeiro.
 Comunidades: Conjunto de populações que vivem em uma determinada área e
compartilham de relações. Ex: estudar as relações entre os cupinzeiros de um
pasto.
 Ecossistemas: Conjunto de comunidades de uma determinada área em
associação com os fatores abióticos (elementos não vivos: solo, água, etc.) Ex:
estudo dos cupinzeiros do cerrado brasileiro.
 Biosfera: É o nível mais amplo e engloba todos os seres vivos do planeta, todos
os ecossistemas.

Principais conceitos da Ecologia


À medida em que se foi incrementando o estudo, novos conceitos foram surgindo.
Hoje utilizamos e temos muito contato, até imaginamos os significados de forma
intuitiva ou pelo contexto. 

Contudo, no estudo da Ecologia é preciso saber a definição certinha, pois são


fundamentais!

Fatores bióticos e abióticos


 Fatores bióticos são os elementos vivos que compõe a biosfera.
Exemplos: plantas, as bactérias, os protozoários, fungos e os animais.
 Fatores abióticos são os elementos sem vida que compõe a biosfera. 
Exemplos: minerais, o solo, as rochas, a água, o vento, o clima, a luminosidade, a
umidade, etc.
Embora esses elementos sejam bem categorizados, todos os fatores bióticos e
abióticos têm uma relação de dependência, direta ou indiretamente. Isso fica
claro quando entendemos o funcionamento dos Ciclos Biogeoquímicos, conceito que
veremos adiante.
Habitat
O habitat é o ambiente físico, o local em que vivem as espécies. Cada espécie possui
seu habitat natural e as condições do ambiente dependem dos fatores abióticos que
afetam diretamente os seres vivos presentes.
Exemplo: o Habitat do Leão é a savana e o da Jibóia é a floresta.
Nicho ecológico
O Nicho Ecológico é conjunto de hábitos, ou seja, o modo de vida dos animais
daquela espécie ou região.
Exemplo: uma das características do nicho dos leões é que os machos têm o papel de
defesa e vigilância, enquanto as fêmeas cuidam dos filhotes e vão à caça.
Teia e Cadeia alimentar
A cadeia alimentar explicita as relações alimentares entre os organismos da
biosfera. Ela avalia cada tipo de alimentação (herbívoro, carnívoro, etc), nomeia
os níveis tróficos e analise os fluxos de energia em forma de alimento.
Para entender os detalhes da Teia e da Cadeia Alimentar, confira os nossos
artigos exclusivos!
Ciclos biogeoquímicos
Como a Ecologia é uma ciência que pega a totalidade das relações, e há a presença
dos fatores bióticos e abióticos, também estudamos o ponto de vista químico e
físico.

Assim, os ciclos biogeoquímicos são os processos que os elementos químicos


passam, se transformando em energia e matéria, e se movimentando de forma
cíclica enquanto sofre transformações.
Eles são essenciais para a manutenção da vida na biosfera e cada elemento tem
seu próprio ciclo.
Exemplos: ciclo do nitrogênio, ciclo do oxigênio, ciclo do carbono, etc.
Relações ecológicas
As relações ecológicas são os tipos de interações que ocorrem entre os seres vivos.
De modo geral, elas podem ser:
 Intraespecíficas: dentro de uma mesma espécie
 Interespecífica: relaciona indivíduos de diferentes espécies
 Harmônicas: benéficas, positivas
 Desarmônicas: negativas, causam prejuízo
 Neutras: não causam bem nem mau
Exemplo: Mutualismo, Predação, Herbivorismo, Comensalismo, Parasitismo,
Colônia, etc. Confira nossa artigo completo sobre as relações ecológicas para
aprender muito mais!
Biodiversidade, Abundância e Riqueza
A biodiversidade pode ser definida como a variedade dos seres viventes de uma
região. Contudo, ela engloba outros conceitos:
Abundância: é dada pelo número de organismos de determinada espécie em uma
área específica. 
Riqueza: está ligada à quantidade de espécies distintas em uma região.

Qual é a importância da Ecologia?

A Ecologia é um assunto que sempre está em alta, e isso se deve ao tamanho da sua


importância, pois é por meio dessa ciência que podemos compreender como os
organismos vivem e como se relacionam. 
Com isso, é possível criar medidas de preservação e conservação, prever os
impactos que a ação humana pode gerar ou que a população humana pode
sofrer, torná-los positivos ou negativos e assim por diante.
Ela também é necessária para delimitar um ritmo saudável de produção/consumo e
fazer boa administração dos recursos naturais, para hoje e para as gerações
futuras. Também é por meio dela que descobrimos técnicas de biorremediação e
tantas outras!
 Agora que você já sabe a matéria, que tal treinar exercícios do Enem sobre
Ecologia?
Gostou do nosso artigo sobre o que é Ecologia? Resumo completo! Confira outros
artigos do nosso blog e se prepare para o Enem da melhor maneira! Você também
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Conceito de Índices de qualidade ambiental:


Índices de qualidade ambiental são ferramentas usadas para a avaliação da qualidade do
meio ambiente. Trata-se portanto de classificações qualitativas numéricas ou descritivas de
um grande volume de informação, isto é, a união dos resultados dos diversos indicadores de
qualidade ambiental resulta num índice de qualidade ambiental, que permite uniformizar a
informação obtida.
Estão normalmente associados a equações matemáticas com duas ou mais variáveis, que são
manipuladas com base em indicadores específicos para um determinado padrão. Estes
índices são subjectivos pois variam consoante as características seleccionadas para integrar
o índice.
A construção de um índice de qualidade ambiental engloba diversos componentes,
normalmente indicadores ou outros índices, para que possa prever deforma valida e exacta
o comportamento que o meio ambiente apresenta em determinadas situações, como no caso
de uma inundação. Nele podem ser integradas variáveis em relação aos elementos ar, solo e
água entre outros factores que alteram o ambiente.
Principais objectivos destes índices:

 Sintetizar os dados ambientais,


 Avaliar a vulnerabilidade e susceptibilidade do meio,
 Avaliar e fornecer informação aos países, para que possam criar melhores medidas
de protecção ambiental,
 Facilitar a tomada de decisões por parte dos decisores e gestores de fundos, sobre
quais as prioridades em termos de gestão ambientais,
 Facilita a comparação de uma dada situação em diferentes locais,
 Fornecer dados para análise de forma a detectar tendências,
 Alertar para a necessidade de investigação.

Características dos índices:

 Uso fácil,
 Representativo das informações fornecidas pelos indicadores,
 Não pode ser ambíguo,
 Revelar mudanças nos indicadores,
 Determinar tendências.

O índice de desempenho ambiental (EPI) é um exemplo de um índice de qualidade


ambiental. Este índice permite classificar e quantificar o desempenho das políticas
ambientais praticadas por um país. O EPI foi criado em Yale, com o objectivo de criar uma
forma de quantificar as medidas usadas para a protecção ambiental de forma a desenvolver
metas mais adequadas à sustentabilidade a longo prazo.
Outros índices de qualidade ambiental são: o índice de qualidade urbana, o índice de
cobertura vegetal e o índice de vulnerabilidade ambiental. Estes índices quando analisados
em separado dão informação sobre diversos componentes do ambiente, no entanto, é
quando se encontram em conjunto que a informação é verdadeiramente significativa.
Um índice de qualidade ambiental consiste na soma de todos os indicadores multiplicados
pelo valor do peso que cada indicador tem sobre o ambiente. Índices como o índice de
poluição do ar e índice de qualidade da água são exemplos de índices que podem integrar,
em conjunto com muitos outros índices e indicadores com características físico-químicas ou
características biológicas, um índice de qualidade ambiental.
Fontes:
Dias, Felipe de Almeida; Gomes, Luiz Airton; Alkmim, Jacqueline Kayser (2011)Avaliação
da qualidade ambiental urbana da bacia do ribeirão do Lipa através de indicadores,
Cuiabá/MT. Sociedade & Natureza, Uberlândia, 23 (1): 127-147. Consultado em: Junho 16,
2015, em http://www.scielo.br/pdf/sn/v23n1/11.pdf
Esty, Daniel C., M.A. Levy, C.H. Kim, A. de Sherbinin, T. Srebotnjak, and V. Mara. (2008).
2008 Environmental Performance Index. New Haven: Yale Center for Environmental Law
and Policy. Consultado em: Junho 16, 2015,
em http://www.yale.edu/epi/files/2008EPI_Text.pdf
French, Nancy H.F.; Erickson, Tyler; Thelen, Brian; Shuchman, Robert (2008). The
Environmental Quality Index Approach Concepts, Methods, and Demonstration of the EQI
Approach for NRCS Conservation Program Assessment. Michigan Tech Research Institute
(MTRI). Consultado em: Junho 16, 2015,
em http://www.mtri.org/assets/EQI_Concepts_Final.pdf
Gomes, Maria Leonor; Marcelino, Maria Margarida; Espada, Maria da Graça ().Proposta
Para um Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Direcção Geral do
Ambiente, Portugal. Consultado em: Junho 16, 2015, em
file:///C:/Users/user/Downloads/sids_pdf_2000.pdf
Messer, Lynne C.; Jagai, Jyotsna S.; Rappazzo, Kristen M.; Lobdell, Danelle T. (2014).
Construction of an environmental quality index for public health research. Environmental
Health , 13:39. Consultado em; Junho 16, 2015,
em http://www.ehjournal.net/content/13/1/39
Toledo, Luís Gonzaga; Nicolella, Gilberto (2002). Índice de Qualidade de Água em
Microbacia Sob Uso Agrícola e Urbano. Scientia Agricola, v.59, n.1, p.181-186. Consultado
em: Junhos 16, 2015, em http://www.scielo.br/pdf/sa/v59n1/8092.pdf
Palavras-chave:
Perturbação
Indicadores ambientais
Vulnerabilidade
Ambiente
 

Indicadores Ambientais:
Quais São E A Importância
Deles
 Teodoro
 06/09/2021
 ISO 45001, SST e sustentabilidade
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O crescimento dos impactos ambientais vem provocando uma corrida


científica para encontrar e divulgar soluções na sociedade. Observa-se
também que existe uma preocupação social e econômica e algumas
empresas buscam harmonizar o crescimento com a sustentabilidade,
esforços que são monitorados a partir de indicadores ambientais.

A gestão baseada em indicadores ambientais permite uma tomada de


decisão dos gestores baseada em fatos, a avaliação das estratégias
adotadas para controlar os impactos ambientais e a implantação de
ações que otimizam os recursos. Com os indicadores ambientais é
possível demostrar para os clientes, fornecedores e investidores a
eficiência dos processos e os níveis dos impactos provocados ao meio
ambiente.
O centro de pesquisa Yale Center for Environmental e o Center for
International Earth Science Information desenvolveram um indicador
ambiental denominado de Environmental Performance Index 2020 (EPI)
com o objetivo de sumarizar a situação atual da sustentabilidade em
180 países do mundo. O EPI é um indicador ambiental que determina a
lacuna do desempenho ambiental do país e oferece uma referência
sobre práticas que podem ser adotadas.

Uma análise global demonstra que o Brasil ocupa a 55° posição no


ranking com um EPI Score de 51,2 e está atrás de países da América
Latina como Chile, Colômbia, México, Costa Rica e Argentina. O
relatório de indicadores ambientais demonstra que a qualidade do ar, os
níveis de saneamento e tratamento de água potável reduziram nos
últimos dez anos. Além disso, deixamos de proteger as áreas marítimas,
aumento da taxa de metano (CH4) e Óxido Nitroso (N2O), situação que
acelera as mudanças climáticas.
Ranking do Brasil de Indicadores Ambientais (Scorecard EPI)

Os indicadores ambientais têm o objetivo de monitorar se as medidas


ou ações de melhoria dos processos, de uso eficiente de energia e
recurso estão sendo efetivas. Além disso, a implantação dos
indicadores de desempenho ambiental podem ser inseridos nas
empresas de uma forma integrada com outras dimensões como, por
exemplo, a Segurança e Saúde do Trabalho e Sistema de Gestão da
Qualidade.

Pesquisas demonstram inclusive que existe uma correlação entre


os impactos das mudanças climáticas e a saúde ocupacional como, por
exemplo, a exposição direta ao sol pode provocar dermatoses
ocupacionais. Neste caso, é fundamental que os profissionais da área
de Segurança e Saúde Ocupacional adotem medidas preventivas para
evitar um acidente de trabalho e garantir a saúde do trabalhador.

Levando em conta a preocupação que vivemos sobre as mudanças


climáticas, o impacto que esse tipo de evento causa nas empresas e a
necessidade de buscar alternativas para controlar e medir os resultados
das ações, preparamos um blog que aborda a construção de
indicadores ambientais e explica mais sobre esse tema, acompanhe a
seguir.

O que são os indicadores ambientais?


Na gestão ambiental é necessário que os dados dos processos
industriais, o consumo de água e energia, a geração de resíduos
industriais, entre outras variáveis sejam monitoradas e controladas com
o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável da empresa. É
uma prática que permite inserir uma cultura de gestão a vista entre as
áreas da empresa e seus colaboradores.

Um método que resume a complexidade de visualizar os indicadores


ambientais e a necessidade de medir a performance ambiental é
o Balanced Scorecard (BSC). O BSC propõe o desenvolvimento e
implantação de um sistema de indicadores de desempenho como, por
exemplo, os indicadores ambientais construídos a partir de quatro
perspectivas: financeira, processos internos, clientes e aprendizado e
crescimento.
Quatro Perspectivas do Balanced Scorecard – Fonte: Prieto et
al. (2005).

Os indicadores ambientais assumem o papel de métricas de


desempenho, permitindo que a empresa mensure o resultados dos
processos industriais e gerenciais em relação as metas ambientais
predefinidas. E, entre os principais atributos de um indicador ambiental
podemos destacar a definição de um objetivo, uma fórmula, unidade,
meta (referência), frequência de coleta de dados, responsável e plano
de melhoria ou ação corretiva.

Os indicadores ambientais são práticas que podem indicar como a


gestão ambiental está sendo conduzida pela empresa e quais são os
resultados alcançados com a implantação de ações de melhoria. Além
disso, os indicadores ambientais organizam informações sobre os
impactos ambientais e fornecem aos tomadores de decisão uma análise
temporal e frequente sobre perspectivas de gestão ambiental.

Os resultados monitorados pelos indicadores ambientais devem ser


associados com outros indicadores de desempenho como, por exemplo,
com os relacionados com o Sistema de Gestão da Qualidade (ISO
9001:2015) e Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do
Trabalho (ISO 45001:2018).

Fique atento porque quando um indicador vai mal, isso significa que a
empresa precisa repensar alguma atividade ou procedimento. Lembre-
se que os indicadores ambientais devem sempre estar em conformidade
com a legislação e normas técnicas e objetivos organizacionais.

Como definir estes indicadores?


Os indicadores ambientais devem existir para controlar e melhorar os
processos voltados ao meio ambiente e para alcançar esses resultados
é necessário que o projeto seja discutido com a diretoria da empresa,
gestores e colaboradores. A seguir, reunimos alguns princípios para
definir e implantar os indicadores ambientais.

Crie uma hierarquia de indicadores

Antes de começar a medir e controlar processos, é preciso criar uma


hierarquia de prioridade de indicadores. Por exemplo, se a sua empresa
não depende majoritariamente da água para produzir produtos, não há
sentido em criar indicadores de redução no consumo de água.

Além disso, os líderes devem ter indicadores sobre os fins e os


colaboradores devem ser responsáveis por metas que validem os meios
do processo.

Identifique e meça as características dos processos


Outro ponto para definir os indicadores ideais é medir as características
dos processos para conhecer e melhorar sua performance de
desempenho. Essa medição funciona como uma autoanálise da
empresa, coletando todos os dados e verificando quais atividades estão
adequadas e quais precisam ser modificadas para se enquadrar nos
requisitos da ISO 14001:2015.

Reflita os fatores controláveis

Ao tratar de meio ambiente e sustentabilidade, é preciso não só


começar, mas também manter e melhorar continuamente os processos,
criando fatores que possam ser controláveis e otimizados. De nada
adianta ter um indicador com uma meta que não agrega valor ou ter
muitos indicadores que não auxiliam em nada.

A gestão organizacional apoiada nos indicadores ambientais deve ser


construída avaliando as características da organização, os processos
industriais, perfil cultural e educacional dos gestores e definição da
legislação ambiental. Uma forma prática de criar indicadores ambientais
eficientes é a partir dos requisitos propostos pela ISO 14001. Alguns
exemplos de indicadores ambientais são destacados, a seguir.

Indicador Ambiental Unidade Qual é o objetivo do indicador

Total de infrações e multas R$ Avaliar os impactos financeiros causados pela não-confo


ambientais relacionados com o amb

Uso da água m3 Quantidade de água consumida no processo de extração, be


uso do produto.

Uso do solo (Terra) m2 Área de terreno necessária (não disponível para outras nece
fabricação, uso e descarte do

Potencial de Toxidade Humana 1,4-DCB- Impacto em humanos de substâncias tóxicas emitidas para
eq câncer / não cancerígen

Consumo total de energia no Ciclo J Soma de toda a energia gasta para produzir o produto, extra
de Vida produto e descartar os res

Número de Acidentes Registrados U Monitorar a frequência de eventos que poderiam ser evitado
no Período industriais.

Indicadores Ambientais – Fonte: DEME – PENNSTATE (EME 807).

Outros atributos que os indicadores ambientais devem possuir são: a


capacidade de traduzir a visão estratégica da organização, fornecer
um feedback para os usuários e gestores da informação, apoiar o
planejamento estratégico e operacional e promover a comunicação e
integração entre os processos e áreas de gestão da organização.

Qual a importância dos indicadores ambientais?


Como podemos notar acima, os indicadores ambientais servem para dar
um norte para as empresas na sua gestão ambiental, ajudando a
melhorar a relação entre indústria e meio ambiente e reduzindo os
impactos dessa relação.

Se todas as empresas que possuem impactos ambientais aderissem e


seguissem de forma correta estes indicadores ambientais, seus
impactos seriam diminuídos e por consequência a poluição e
devastação do meio ambiente seriam reduzidos.
Levando em conta que estamos passando por diversos eventos
climáticos extremos, quanto mais empresas adotarem a prática de
indicadores para melhorar a gestão e monitorar o meio ambiente, mais
estamos contribuindo com o planeta e com o desenvolvimento
sustentável da indústria aliada ao meio ambiente.

O QUE SÃO INDICADORES


AMBIENTAIS E POR QUE ELES
SÃO FUNDAMENTAIS?
 Welerson Barros  dezembro 6, 2019  Sem comentários
Como os indicadores ambientais podem auxiliar a sua empresa? No cenário atual, o mercado está
cada vez mais competitivo, tornando-se um desafio se destacar em meio a sistemas complexos e
imprevisíveis. Assim, as indústrias precisam lançar mão de inovações e implementações para se
manterem competitivas.

Uma das maneiras de se consolidar no mercado é alcançando níveis elevados de excelência de


gestão, principalmente nas ações de sustentabilidade. Dessa forma, utilizar indicadores ambientais
baseados na ISO 14001 é uma alternativa para criar operações rentáveis e ambientalmente corretas.
Se você se interessou pelo assunto e que saber mais sobre a importância de desenvolver esses
indicadores, continue lendo o texto!

O que são os indicadores ambientais


segundo a ISO 14001?
O conceito de indicadores surgiu no período pós-guerra, quando os japoneses definiram itens de
gerenciamento atrelados às estratégias das organizações. Eles servem para conhecer lacunas nos
processos e criar ações de melhoria, aplicando a metodologia do ciclo PDCA — Plan, Do, Check,
Act.

Especificamente, os indicadores de desempenho ambiental são ferramentas que auxiliam a gestão da


empresa subsidiando informações sobre os impactos ambientais que a empresa causa para
desenvolver suas atividades, que podem ser a diminuição da redução de emissão atmosférica, a
redução no consumo de água ou materiais como papel e plástico, por exemplo.
Segundo a ISO 14001, no capítulo em que é tratado os objetivos ambientais e planejamento para
alcançá-los, os objetivos ambientais devem ser coerentes com a política ambiental, devendo ser
monitorados, mensurados, comunicados e atualizados.

Como definir os indicadores baseado


nessa ISO?
A medição deve existir para controlar e melhorar processos. Portanto, a cadeia deve ser estruturada
em medição, compreensão e, finalmente, controle e otimização. Veja abaixo algumas dicas para
definir esses indicadores.

Crie uma hierarquia de indicadores


Antes de começar a medir e controlar processos, é preciso criar uma hierarquia de prioridades de
indicadores. Por exemplo, se a sua empresa não depende majoritariamente da água para produzir
produtos, não há sentido em criar indicadores de redução no consumo de água.
Além disso, os líderes devem ter indicadores sobre os fins e os colaboradores devem ser responsáveis
por metas que validem os meios do processo.

Meça as características
Outro ponto para definir os indicadores ideais é medir as características dos processos para conhecer
e melhorar sua performance de desempenho. Essa medição funciona como uma autoanálise da
empresa, coletando todos os dados e verificando quais atividades estão adequadas e quais precisam
ser modificadas para se enquadrar nos requisitos da ISO 14001:2015.

Reflita os fatores controláveis


Ao tratar de meio ambiente e sustentabilidade, é preciso não só começar, mas também manter e
melhorar continuamente os processos, criando fatores que possam ser controláveis e otimizados. De
nada adianta ter um indicador com uma meta que não agrega valor ou ter muitos indicadores que não
auxiliam em nada.

Portanto, criar indicadores ambientais eficientes são a chave para se enquadrar nos requisitos
propostos pela ISO 14001.

Porém, ao focar na gestão da qualidade visando os indicadores ambientais é preciso olhar para as


necessidades únicas da sua empresa, bem como a legislação ambiental para se adequar da melhor
maneira. Assim, será possível assegurar a organização segundo as leis e exigências normativas.
Gostou do nosso conteúdo? Quer receber outros textos como esse sobre normas e sistemas de gestão?
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Como preservar o meio ambiente? Você está consciente que suas ações, por menores
que pareçam, podem ter um grande impacto para o planeta?
 
No Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado no dia 5 de Junho, debates e palestras espalham-
se nos cinco continentes para discutir como está a nossa relação com os recursos naturais. 
 
Fóruns também buscam conscientizar as pessoas que o cuidado com o meio ambiente não
requer medidas drásticas, mas pode iniciar com ações individuais, pequenas e rotineiras.
 
Reaproveitar a casca de banana ao transformá-la em adubo; não estacionar o carro nas dunas;
utilizar os dois lados de uma folha de papel; entrar em contato com as organizações
competentes ao encontrar um animal silvestre machucado; não jogar o lixo no chão. Esses são
apenas alguns exemplos de atitudes que podem passar despercebidas por quem pratica, mas
que fazem muita diferença no processo de preservação do planeta.
 
Reveja seus hábitos e adote uma postura consciente para minimizar o impacto no meio
ambiente. Para saber como fazer isso, confira nossas sugestões. 
 
Neste artigo, vamos trazer:
 
 Como preservar o meio ambiente: 9 hábitos para adotar no dia a dia
 Por que é importante preservar o meio ambiente?
 
Boa leitura!

Como preservar o meio ambiente: 9 hábitos para adotar no


dia a dia

Preservar o meio ambiente é, também, uma forma de preservar a vida


 
Atitudes simples e rotineiras podem fazer a diferença não só para preservar o planeta,
mas recuperá-lo.
 
Vamos apresentar, abaixo, 9 hábitos para você contribuir com o meio ambiente. Dentro de
cada hábito, estão diversas atitudes e mudanças de comportamento que podem parecer
simples, mas com certeza farão a diferença a longo prazo. 
#1 - Economizar água para preservar o meio ambiente
Economizar água é, com certeza, uma das primeiras atitudes a serem reforçadas quando se
fala em proteger o meio ambiente. 
 
A água, como sabemos, é vital para a vida de praticamente todo ser vivo. Porém, ela é finita.
Um dia a água do planeta pode acabar, se não forem tomadas medidas necessárias para
preservá-la. 
 
Seja em casa ou no trabalho, confira algumas dicas de como economizar água no seu dia a
dia:
 
 A mangueira desperdiça muita água, então, evite usar para lavar o carro, o quintal ou a
calçada
 Regue as plantas à noite ou de manhã bem cedo. Além de evitar choques térmicos para as
plantas, isso também ajuda-as a aproveitar melhor a água, já que a evaporação é menor
 Tome banhos curtos e aproveite quando está se enxaguando para escovar os dentes
 Uma descarga mal regulada pode desperdiçar muita água. Por isso instale uma válvula e
faça manutenção regularmente
 Na hora de lavar louça, não deixe a torneira aberta - só ligue na hora de enxaguar.
 A água clorada pode ser reutilizada. Por exemplo, você pode usar a água que serviu para
desinfetar frutas e verduras ou na limpeza da caixa, para lavar o quintal e limpar banheiros
 Inspecione e conserte vazamentos. Realizar a manutenção preventiva do sistema
hidráulico da sua casa pode ajudar - e muito - a reduzir desperdícios

#2 - Proteger o meio ambiente economizando energia


Ainda que novos meios de geração de energia estejam sendo buscados, as que existem
atualmente necessitam de cuidado e preservação. 
 
O descaso, além de agredir o meio ambiente agride, também, o bolso, pois é alto o custo que
pagamos pelos excessos.
 
Algumas alterações na rotina e uma melhor seleção na hora de comprar seus eletrodomésticos
e eletrônicos, são fundamentais para proteger o meio ambiente. Confira:
 
 Nos horários de pico (entre 18h e 21h), procure evitar o uso de eletrodomésticos, em
especial os que consomem muita energia
 Procure veículos movidos a álcool ou biocombustíveis. Além disso, é uma boa ideia
oferecer carona para seus amigos e colegas
 Não sobrecarregue as tomadas, conectando vários aparelhos ao mesmo tempo. Os fios
esquentam, o consumo – e sua conta de luz – aumentam consideravelmente
 Substitua as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes ou, ainda melhor, use
lâmpadas de LED: gastam 75% menos energia, além de durar muito mais
 Use o ar-condicionado com moderação. Também é uma boa prática desligá-lo pelo menos
uma hora antes de sair do escritório
 Ao fechar a geladeira, verifique se a borracha está vedando o eletrodoméstico
corretamente. Além disso, não encha muito as prateleiras. Isso aumenta o consumo de
energia, já que a geladeira precisa trabalhar mais para manter a temperatura
 Para lavar e secar roupas, procure esperar para ter a quantidade máxima de roupa
indicada pelo fabricante da máquina
 Evite passar poucas roupas. Acumule uma quantidade razoável de peças e passe tudo
uma única vez

#3 - Reciclagem e redução do lixo para ajudar o planeta

A criatividade pode ser uma grande aliada na hora de preservar o meio ambiente
 
Você recicla? A reutilização de materiais para novos fins e a redução do lixo seco é
fundamental para evitar a sobrecarga de resíduos lançados ao planeta.
 
Isso porque os materiais secos têm, geralmente, uma baixa taxa de decomposição. Ou seja:
demoram muito para se decompor, e durante todos os anos em que passam pelo processo
lançam líquidos e gases que são prejudiciais ao meio ambiente. 
 
Fora o fato de ocuparem muito espaço, já que a produção de lixo seco do ser humano só tem
aumentado com o passar dos anos. Isso tudo tira dos animais uma área do seu habitat, além
de representar um verdadeiro perigo para esses seres vivos.
 
 Evite comprar mercadorias com muitas embalagens
 Separe o lixo úmido do seco
 Recicle: reutilize embalagens e outros materiais recicláveis, oferecendo-os novas funções
 Prefira sacolas reutilizáveis para fazer compras
 Você sabia que a média mundial de consumo de papel é de 58 kg por ano? Isso quer dizer
que cada pessoa consome, em média, 0,6 árvore por ano. Então, reduza o uso de papel o
máximo possível. Você pode começar utilizando sempre os dois lados da folha
 Outra dica para economizar papel é pagar suas contas online e só imprimir o que for
realmente necessário
 Tenha uma caneca para usar no trabalho. Os copos de plástico nem sempre são
separados e encaminhados para a reciclagem. E, mesmo quando são, é muito melhor
evitar o uso do plástico

#4 - Descarte responsável para proteger a natureza


Materiais químicos ou eletrônicos não podem ser jogados na natureza. O descarte correto é
fundamental para evitar uma contaminação do solo e do ar, o que prejudica a saúde de todos
os seres vivos. 
 
Inúmeras empresas já se comprometem com uma política de logística reversa, funcionando
como postos de coleta desses materiais.
 
Para contribuir, algumas outras dicas:
 
 Não jogue as pilhas no lixo comum. Se mal descartadas, elas podem contaminar o solo e
lençóis freáticos. O mesmo serve para lâmpadas e baterias
 Não descarte o óleo de cozinha na pia ou no lixo comum. Além de entupir tubulações,
atrapalhando processos de tratamento de água e esgotos, pode contaminar os lençóis
freáticos. Guarde o óleo usado em garrafas de vidro ou garrafas pet, e descarte-o em
postos de coleta
 Não jogue pneus velhos em qualquer lugar. Além de auxiliar na proliferação de doenças,
como a dengue, é prejudicial ao meio ambiente, pois polui o solo e a atmosfera. Procure
postos de coleta para o descarte adequado
 Os medicamentos também precisam de um descarte correto, evitando problemas de
contaminação. Informe-se se a sua farmácia tem posto de coleta para recebimento de
medicamentos vencidos
 Equipamentos eletrônicos têm sido um problema para o meio ambiente. Isso porque as
pessoas trocam de celular, por exemplo, com frequência - e nem sempre sabem como
descartar os produtos que estão fora de funcionamento. Procure pontos de coleta para
levar seus aparelhos antigos. Lojas como Apple e Samsung já oferecem esse serviço,
contribuindo para o descarte responsável

#5 - Como preservar o meio ambiente ajustando sua alimentação


Seja no processo de criação, seja para a logística de alimentos, animais ou vegetais, o
ambiente sofre um impacto maior em função dos grandes produtores. Para ajudar, você pode
repensar o seu consumo, valorizando, por exemplo, pequenos produtores da sua região. 
 
 Aproveite os ingredientes regionais e alimentos da estação
 Use o máximo dos alimentos. Talos, folhas, sementes e cascas possuem alto valor
nutritivo. Eles podem ser utilizados em diferentes receitas, o que ajuda a reduzir o lixo e o
desperdício
 Falando em desperdício, procure se servir com consciência. Muitas vezes, colocamos no
prato mais do que conseguimos comer
 A panela de pressão é sua aliada. Feijão, arroz, macarrão, carne, peixe, além de legumes
e verduras cozinham mais rápido. Você pode economizar até 70% de gás assim
 Planeje o cardápio da semana. Assim você evita comer por impulso
#6 - Consumo consciente para preservar o planeta
Você realmente precisa ter o mais novo lançamento de celular? Ou o carro do ano? Repensar
as atitudes como consumidor pode ajudar na construção de uma relação mais saudável, tanto
com os produtos comercializados, quanto com o dinheiro.
 
Além de economizar e aproveitar melhor os recursos financeiros, contribuímos para uma
redução significativa de lixos, sejam de embalagens ou de equipamentos e produtos obsoletos. 
 
 Utilize materiais escolares ou de escritório até o seu fim antes de comprar novos materiais
 Aproveite materiais recicláveis para fazer outros produtos, ao invés de comprá-los.
Garrafas PET podem, por exemplo, ser transformadas em potes para plantas 
 Não compre mais do que o necessário, sejam roupas, sapatos ou, até mesmo, alimentos
 Opte por marcas com consciência ambiental, que desenvolvam algum trabalho ou
ofereçam uma política de logística reversa, facilitando o descarte dos materiais
 Escolha produtos com menos embalagens e, se possível, dispense as sacolas plásticas

#7 - Produtos orgânicos e agricultura familiar

Consumir os alimentos em sua forma mais natural é uma maneira de respeitar e preservar o
meio ambiente
 
Como já mencionamos anteriormente, tanto a alimentação quando o comportamento de
consumo podem ser altamente prejudiciais ao meio ambiente. Uma forma de contribuir para a
preservação do planeta é repensar sua relação com o alimento, avaliando o cenário como um
todo. 
 
O produto que você está comprando é de produtores responsáveis e conscientes? Quais foram
as etapas de produção? Foram utilizados agrotóxicos e outros produtos prejudiciais ao meio
ambiente?
 
Ainda que você possa estar pagando um pouco mais caro pelo produto, ao consumir
alimentos em sua forma mais natural possível é ter a certeza de estar fazendo a sua
parte para cuidar da natureza. Além, é claro, de ser a melhor forma de manter a sua saúde
em dia.
 
 Dê preferência por alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos
 Compre de pequenos produtores da sua região
 Construa seu cardápio com base nos alimentos típicos de sua região
 Tenha uma horta em casa. Mesmo quem mora em apartamento pode plantar temperos,
frutas e salada em uma quantidade suficiente para o seu próprio consumo
 Utilize os restos de alimentos como adubo para sua horta ou plantas

#8 - Transporte coletivo, compartilhado ou ecológico


Atualmente existem empresas que oferecem serviços de carona ou transporte privado,
auxiliando na mobilidade urbana e na redução de emissão de gases. 
 
Mas, ainda que você opte por andar em seu próprio veículo, algumas mudanças podem ser
efetuadas no seu dia a dia para contribuir:
 
 Ofereça carona aos seus colegas de trabalho, ou façam rodízio de motorista: cada dia o
grupo vai com o carro de um, auxiliando o meio ambiente e desafogando o trânsito das
ruas;
 Opte por outros meios de transporte quando possível, como bicicleta ou caminhadas
 Escolha veículos com menos emissão de gases ou, se puder, opte pelas versões mais
modernas no quesito ecológico, como os carros elétricos 

#9 - Ensine seus filhos a cuidar do meio ambiente


É durante o desenvolvimento infantil que as crianças acumulam valores e ideais que vão
nortear toda a sua vida. Por isso, é nesse momento que os pais devem começar a compartilhar
com os seus filhos a importância de cuidar do meio ambiente, sendo exemplos de ações de
preservação e respeito com o nosso planeta.
 
 Seja o exemplo do seu filho: lembre-se que as crianças aprendem muito mais com o que
você faz, do que com o que você fala
 Ensine de onde vem a água e como é ruim para o planeta quando a desperdiçamos 
 Mostre que toda comida que sobra acaba virando lixo, e conte que os aterros são áreas de
grande contaminação. Assim, você resolve dois problemas com um ensinamento só:
preserva o meio ambiente e incentiva a criança a comer tudo
 Crie momentos do desapego, para que a criança selecione roupas e brinquedos para
doação. Você ensina a forma certa de descartar esses itens: fazendo outra criança feliz
 Ensine sobre consumo. A criança não precisa (nem deve) ter tudo o que ela quiser, mas
somente o que lhe é necessário
Por que é importante preservar o meio ambiente?
É no meio ambiente que temos todos os recursos naturais necessários para a vida, tanto dos
seres humanos quanto de outros animais. 
 
Sem os recursos naturais, como sol, água e alimentos, não sobreviveríamos. Não existe
tecnologia ou inovação que possam substituir estes itens básicos de subsistência.
 
Com o uso inconsequente dos recursos oferecidos pelo meio ambiente, a natureza respondeu
com reações que assustam e interferem na vida de inúmeros seres. Aquecimento global,
alterações no ciclo natural de plantas e animais, além da falta de água potável, são alguns
exemplos.
 
Desde 1986, o dia de sobrecarga da Terra é calculado. Esse dia representa o momento do ano
em que a humanidade esgota os recursos naturais, antes de sua regeneração.
 
Em 1993, o dia de sobrecarga aconteceu em 21 de outubro. Em 2017, foi em 2 de agosto.
Este ano, 2019, o dia aconteceu em 29 de Julho. 
 
A cada ano, a data se antecipa, e o custo dessa sobrecarga está cada vez mais evidente.
Segundo a WWF, associada à Global Footprint Network: 
 
“Se todo mundo vivesse como os franceses, precisaria de 2,7 planetas e se todo mundo
adotasse o modo de consumo dos americanos, seriam necessárias cinco Terras.”

Conclusão
Você deve entender como preservar o meio ambiente para poder contribuir na construção de
um futuro mais seguro
 
A frase “o futuro está em nossas mãos”, apesar de clichê, nunca foi tão verdadeira. Mas não é
somente do nosso futuro individual que ela se refere. É compromisso e responsabilidade de
todos contribuir para a reversão de tantos prejuízos à natureza. O consumo desenfreado dos
recursos naturais já traz, nos dias de hoje, resultados alarmantes. 
 
Se não tivermos consciência de que nossos atos refletem diretamente ao ambiente em
que vivemos, em breve não teremos mais um planeta para chamar de lar. 
 
Alguns hábitos diários podem ser repensados, sem prejudicar ou dificultar a sua vida. O pouco
de cada um, quando somado, pode ser a solução para salvar a natureza. 
 
Lembre-se que preservar o meio ambiente é tarefa, também, para as gerações futuras. Por
isso, eduque seus filhos para que cresçam e se relacionem com os recursos naturais de forma
mais saudável do que fizemos até então.
 
Para saber outras dicas de como contribuir para a preservação do meio ambiente, confira os
artigos sugeridos:
 
 Ensinando meu filho a cuidar do meio ambiente
 Você está separando o lixo corretamente?
 Economize água nas tarefas de casa
 Evitando o desperdício de alimentos
 Como congelar legumes e verduras corretamente
Meio Ambiente
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações.
 Meio Ambiente
 Sustentabilidade
 Água e Mudanças Climáticas
 Ciência e tecnologia
domingo, 4 de fevereiro de 2018

A Contaminação Humana e Ambiental por


Agrotóxicos

O pimentão e o pepino estão entre os alimentos com o maior número 

de amostras contaminadas por agrotóxico

 Os agrotóxicos são agentes constituídos por uma grande variedade de compostos


químicos (principalmente) ou biológicos, desenvolvidos para matar, exterminar, combater,
repelir a vida (além de controlarem processos específicos, como os reguladores do
crescimento). 
Normalmente, têm ação sobre a constituição física e a saúde do ser humano, além de se
apresentarem como importantes contaminantes ambientais e das populações de animais a
estes ambientes relacionadas (Anvisa, 2002).
 Os agrotóxicos aparecem no Brasil, na década de 1960-1970, como a solução
científica para o controle das pragas que atingiam lavouras e rebanhos (Peres et al.,
2003). 
Tal visão, reforçada pela forte e crescente atuação da indústria química no país, passou a
legitimar o uso indiscriminado de agrotóxicos no meio rural e, ao mesmo tempo em que
este saber se fazia dominante e dominador, não eram oferecidas alternativas à grande
massa de trabalhadores que, ano a ano, se expunha cada vez mais aos efeitos nocivos
destas substâncias. 
 O Ministério da Saúde estima que mais de 400.000 pessoas são contaminadas
anualmente por agrotóxicos, somente no país. 
Tais estimativas levam em conta o número de casos notificados no país (aproximadamente
8.000 em 2002 – Sinitox, 2003) multiplicados por 50, fator de correção usado pelo
Ministério da Saúde para dimensionar o número de casos não-notificados. Em todo o
planeta, o número de pessoas expostas a estes agentes chega a casa dos milhões (25
milhões somente nos países em desenvolvimento – Jeyaratnam, 1990; Levien & Doull,
1993).
 A saúde humana pode ser afetada pelos agrotóxicos diretamente, através do
contato com estas substâncias ou através do contato com produtos e/ou ambientes por
estes contaminados – e, indiretamente, através da contaminação da biota de áreas
próximas a plantações agrícolas, que acaba por desequilibrar os ecossistemas locais,
trazendo uma série de injúrias aos habitantes dessas regiões. 
As formas de exposição responsáveis pelos impactos destes agentes sobre o homem são
razoavelmente conhecidas. Os processos através dos quais as populações humanas estão
expostas, entretanto, constituem-se, ainda hoje, verdadeiros mistérios, dada a
multiplicidade de fatores que estão envolvidos.
 Os riscos da contaminação, mais que entidades físicas independentes, estão
intimamente relacionados às formas através das quais estas populações se relacionam
com os perigos existentes, processos estes fortemente enviesados por determinantes de
ordens social, cultural e econômica. O conhecimento destes determinantes é essencial ao
entendimento do problema, responsável pela morte de milhares de pessoas – e o
adoecimento de milhões – em todo o mundo, razão pela qual o objeto do estudo da
contaminação humana e ambiental por agrotóxicos é extremamente complexo.
Existe uma série de complicadores, de ordem metodológica, analítica e estrutural, que
contribuem para a imprecisão dos dados disponíveis sobre intoxicações, em todo o mundo,
acarretando na consolidação de verdadeiras barreiras às iniciativas de intervenção e ao
processo de formulação e implementação de políticas públicas específicas.
 No presente trabalho serão discutidos alguns dos principais determinantes da
contaminação humana e ambiental por agrotóxicos e os principais desafios a serem
superados pelos profissionais que atuam na avaliação e controle dos problemas
associados a esta contaminação/exposição. Serão apresentados alguns dos
complicadores, de ordem estrutural e prática, e de que forma esses fatores podem
influenciar o entendimento dos processos através dos quais as populações humanas
tornam-se, a cada ano, cada vez mais vulneráveis a estes agentes. 
As informações apresentadas serão contextualizadas com dados de trabalhos anteriores –
já publicados – realizados por uma equipe de pesquisadores do Centro de Estudos da
Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp – Fiocruz) em regiões rurais do
Estado do Rio de Janeiro (Moreira et al., 2002; Oliveira-Silva, 1994; Oliveira-Silva et al.,
2000; 2001; 2003; Peres, 1999; 2003a; Peres et al., 2001; 2004)
.

A Exposição Humana a Agrotóxicos: 


Uma breve discussão

 O monitoramento da exposição humana é um processo que demanda significativos


recursos – humanos e materiais – e tem por objetivo primordial identificar precocemente o
potencial de agravo à saúde de determinado agente. 
Assim, através de diversos processos analíticos e de diagnóstico, é possível identificar
situações, indivíduos ou grupos com maior probabilidade de desenvolver processos
patológicos derivados da exposição a um determinado agente; ademais, através destes
mesmos processos diagnósticos, é possível identificar determinadas alterações patológicas
em estágio inicial de desenvolvimento.
 O monitoramento da exposição humana a agentes tóxicos contribui
significativamente para a redução do número de pessoas a serem avaliadas clinicamente,
impede o estabelecimento de quadros individuais de intoxicação – através do afastamento
do trabalhador da fonte de contaminação – e atenua a gravidade deste quadro, nos casos
em que os indivíduos já se encontram intoxicados. Adicionalmente, facilita o processo de
tratamento dos indivíduos intoxicados, através da indicação terapêutica mais adequada ao
agente (químico ou biológico) encontrado.
Os agrotóxicos representam um grupo heterogêneo de compostos que podem variar tanto
na sua estrutura química quanto nos seus diferentes mecanismos tóxicos de ação (Larini,
1999). Por essa razão, torna-se muito difícil o desenvolvimento de um método único e
universal capaz de indicar a dose interna, ou mesmo o efeito biológico da exposição, a todo
e qualquer agente utilizado com o propósito de controlar e/ou eliminar pragas.
 Assim, diversos métodos vêm sendo utilizados, ao longo dos últimos 50 anos, para
avaliar a exposição humana a agentes químicos como os agrotóxicos. Os principais são os
métodos de diagnóstico através de indicadores de dose interna e de indicadores de efeito.
Os métodos diagnósticos que se baseiam na utilização de indicadores de dose interna
determinam a concentração da substância química e/ou metabólito(s) presentes em
matrizes biológicas, tais como, sangue, urina ou tecidos. 
 As técnicas mais difundidas de quantificação destes indicadores são a
cromatografia em fase gasosa ou em fase líquida de alta performance com o auxílio de
vários detectores (Mukherjee & Gopal, 1996; Biziuk et al., 1996). 
Estas técnicas apresentam alta sensibilidade, produzem resultados exatos e possibilitam a
avaliação da relação entre o agrotóxico em sua forma original e seus (sub)produtos – fato
este que possibilita estudar o processo metabólico que esta substância sofre no organismo.
 As análises cromatográficas geralmente requerem o uso de equipamentos caros,
etapas preliminares de extração, mas têm a vantagem de poderem ser utilizadas na
determinação de todos os tipos de agrotóxicos e na determinação quali e quantitativa de
diversas substâncias, simultaneamente em uma mesma amostra.
Outras técnicas analíticas tais como a espectrofotometria de absorção atômica, a
voltametria e os imunoensaios podem também ser utilizadas com o objetivo de determinar
a concentração de um agente tóxico no organismo Garrido et al., 2003; Turdean et al.,
2002; Sampedro et al., 1998). 
 Todas elas possuem características e limitações próprias, mas a principal limitação
relacionada ao uso destas metodologias em um país como o Brasil é de ordem econômica.
Já os indicadores de efeito são ferramentas analíticas utilizadas na determinação de
alterações bioquímicas transitórias que, ao serem produzidas, geralmente: 
 a) não resultam em transtornos funcionais; 
 b) não provocam a ruptura da homeostase; 
 c) não aumentam a susceptibilidade a outros agentes; 
 d) e não incapacitam o organismo a compensar novas sobrecargas do elemento
original.
Por princípio, os indicadores de efeito servem para avaliar as conseqüências e,
indiretamente, a intensidade da exposição, ou seja, no momento em que os valores destas
análises se distanciam dos valores estabelecidos como normais representam o desfecho
de um processo de exposição.
 Na maioria das vezes, quando analisados isoladamente, os indicadores de efeito
fornecem poucas informações sobre o agente tóxico. Contudo, em determinadas situações
em que o histórico de exposição e o processo de trabalho são conhecidos – e em que o
indicador apresenta um alto grau de especificidade –, os resultados permitem aferir a
exposição a um ou mais agentes, desde que possuam mecanismos semelhantes de
interação com o meio biológico. Dentre todos os métodos diagnósticos acima
apresentados, os indicadores de efeitos são os menos sensíveis.
Entretanto, devido ao baixo custo (em relação aos demais métodos), estes métodos são
amplamente utilizados, em particular nos países em desenvolvimento e, sobretudo, como
indicadores de diagnóstico rápido da situação de saúde de uma determinada população,
facilitando as estratégias de intervenção local e terapêutica individual.
 Diversos indicadores de efeito, tais como a atividade da enzima Na++/K+ ATPase e
o tempo de coagulação sanguínea, têm sido utilizados sistematicamente para a avaliação
da exposição a determinados tipos de agrotóxicos. Entretanto nenhum indicador de efeito,
relacionado à exposição a agrotóxicos, tem sido mais utilizado que as colinesterases
sanguíneas (Oliveira-Silva et al., 2000).
As colinesterases sangüíneas são enzimas que atuam no organismo humano como
mediadores químicos. Estas enzimas são inibidas na presença de agrotóxicos das classes
dos organofosforados e dos carbamatos (por esta razão também conhecidos como
"anticolinesterásicos"). Um indivíduo, uma vez exposto a agrotóxicos destas classes, tem
sua atividade colinesterásica diminuída quantitativa e proporcionalmente à intensidade da
exposição, uma das razões pelas quais estes indicadores de efeito são amplamente
utilizados no monitoramento humano a estes agentes agrotóxicos.
 Embora apresentem sérias limitações quanto à exatidão de seus resultados –
comparativamente aos indicadores de dose interna –, as colinesterases sangüíneas ainda
se constituem importantes indicadores da exposição humana a agrotóxicos, sobretudo nos
países em desenvolvimento como o Brasil, onde a extensão territorial e a carência de
laboratórios de referência – distribuídos pelo país –, capazes de atender as áreas rurais e
remotas, constituem sérios limitantes ao uso de metodologias baseadas em
instrumentação analítica mais elaborada.
Além disso, observa-se também uma grave deficiência na formação dos agentes de saúde
e médicos que atuam nestas populações – principalmente no que diz respeito à
identificação clínica de sintomas relacionados com a intoxicação por agrotóxicos. Assim,
apesar da imprecisão inerente a esta metodologia, o uso destes indicadores não deve ser
sistematicamente abandonado como estratégia de monitoramento de populações expostas
a agrotóxicos anticolinesterásicos – principalmente na identificação de situações
emergenciais – mas sim criteriosamente utilizado, dentro de seus limites.
 Alguns dos pontos críticos da utilização das colinesterases sangüíneas como
indicadores da exposição aos anticolinesterásicos se referem aos valores de referência
utilizados e ao desconhecimento do comportamento destes indicadores quando inibidos. A
correção destes pontos críticos, por parte do profissional avaliador, pode representar uma
melhoria da exatidão dos resultados obtidos, diminuindo o peso dos fatores de
interferência.
Os valores de referência usualmente utilizados são construídos através da determinação
das atividades médias destas enzimas em populações não expostas. Deste valor médio
deve-se subtrair de 25% a 30% da atividade média e então estabelecido o valor de
referência limite (ponto de corte). Abaixo deste limite o indivíduo deve ser considerado
exposto a uma concentração elevada destes agentes.
 Ocorre que o ponto de corte tem duas origens distintas: uma clínica e outra
estatística. A origem clínica reside no fato de não se observar qualquer sintomatologia até
uma redução de cerca de 25% da atividade anterior à exposição. 
Do ponto de vista estatístico, considerando-se a atividade colinesterásica como tendo uma
distribuição gaussiana normal, o valor de subtração corresponde ao desvio padrão de
1,645 da média que, de um modo geral, representa 30% da atividade média. É importante
reforçar que este recurso só é válido quando as atividades enzimáticas destes indicadores
seguem uma distribuição normal. Em populações com menor e maior heterogeneidade,
este valor de subtração varia.
 Em estudo realizado pelo Laboratório de Toxicologia do Cesteh/Fiocruz com um
grupo de 102 trabalhadores rurais (Oliveira-Silva et al., 2003), foi possível demonstrar que
a adoção de um valor médio de uma população não exposta, subtraído de 30% (VR30),
produziu aproximadamente 28% de resultados falsos negativos e 17% de falso positivos,
totalizando 45% de resultados incorretos.
Quando se adotou, na mesma amostra, um valor médio subtraído do desvio padrão de
1,6425 (VR1,6) como valor de referência, aproximadamente 9% dos resultados foram
falsos positivos e 18% de falsos negativos, totalizando 27% de resultados sem
consonância com a realidade. Este estudo só foi possível com a obtenção dos valores de
referência do próprio indivíduo, que foi utilizado como padrão-ouro (Oliveira-Silva et al.,
2003). 
 A adoção deste critério analítico indica que aproximadamente 34% da população
estudada estava exposta a anticolinesterásicos e não 20% como constatado inicialmente.
Outro fator de interferência identificado na realização deste monitoramento é o chamado
"efeito rebote" da colinesterase plasmática, a BChE (butirilcolinesterase). Em estudos
anteriores (Oliveira-Silva et al., 2000; 2001), nos quais aproximadamente 300
trabalhadores tiveram sua atividade colinesterásica monitorada durante um ano, observou-
se que BChE, no intervalo de 11 a 20 dias, apresentava um comportamento atípico,
caracterizado por um aumento médio de suas atividades em torno de 14%, sendo que em
alguns casos atingia 42% da atividade basal, efeito este não observado na colinesterase
das hemácias, a AChE (acetilcolinesterase).
 Tal efeito, relacionado ao processo de renovação sanguínea desta enzima
plasmática, se apresenta como determinante de falsos resultados (tanto positivos quanto
negativos), contribuindo para um diagnóstico impreciso da exposição humana a
agrotóxicos.
Como forma de corrigir tais distorções, para o monitoramento ocupacional realizado
naquela amostra de 102 trabalhadores (Oliveira-Silva et al., 2003), utilizou-se apenas a
AChE. Tal fato não inviabiliza o uso da BChE, ou mesmo das colinesterases totais, como
nos kits de diagnóstico rápido – fundamentais ao atendimento de emergências, mas alerta
para a possibilidade de os resultados produzidos a partir destes métodos estarem sub ou
sobre-mensurados.

A Contaminação Humana e Ambiental por Agrotóxicos 


Determinantes das intoxicações:
Sociais, Culturais e Econômicos 

 A utilização dos agrotóxicos no meio rural brasileiro tem trazido uma série de
conseqüências tanto para o ambiente como para a saúde do trabalhador rural. Em geral,
essas conseqüências são condicionadas por fatores intrinsecamente relacionados, tais
como o uso inadequado dessas substâncias, a pressão exercida pela indústria e o
comércio para esta utilização, a alta toxicidade de certos produtos, a ausência de
informações sobre saúde e segurança de fácil apropriação por parte deste grupo de
trabalhadores e a precariedade dos mecanismos de vigilância. Esse quadro é agravado por
uma série de determinantes de ordens cultural, social e econômica.
Um trabalho realizado no município de Magé (RJ) avaliou a relação entre a exposição de
300 agricultores a agrotóxicos e suas relações com uma série de determinantes
socioeconômicos (Oliveira-Silva et al., 2001).
 Estes trabalhadores tiveram seu sangue analisado, para a determinação do grau de
exposição/intoxicação, através da dosagem da atividade colinesterásica. Dados
socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos, para cada trabalhador, foram obtidos em
entrevista estruturada.
O possível papel dos indicadores socioeconômicos e de uso de agrotóxicos sobre o nível
de contaminação dos trabalhadores foi estimado por análise de regressão linear múltipla,
utilizando-se a atividade enzimática como variável dependente e os indicadores
socioeconômicos e de uso de agrotóxicos como variáveis independentes.
 Os resultados daquele estudo mostraram um perfil da exposição a estes compostos
na região, onde aproximadamente 44% da amostra apresentava redução significativa da
atividade colinesterásica. Estes dados foram confrontados com os indicadores
socioeconômicos e de utilização de agrotóxicos, tendo se destacado a importância do nível
de escolaridade sobre a prevalência das intoxicações.
Aproximadamente 70% da amostra apresentava mínima ou nenhuma habilidade de leitura
e escrita. Esta variável era fortemente correlacionada com a atividade colinesterásica (r =
0,646 e r2 = 0,418), indicando a influência destes fatores no processo que determina a
exposição/contaminação dos trabalhadores aos agrotóxicos. Para os demais determinantes
estudados (idade, uso de EPI, etc.), nenhuma correlação significativa foi tão evidente.
 A interpretação destes resultados fica mais clara quando levados em consideração
dois outros fatores que atuam de forma determinante no processo que resulta na exposição
dos trabalhadores rurais a agrotóxicos: o processo de comunicação que tem como objetos
os saberes relacionados ao manejo de agrotóxicos; e a percepção de riscos daqueles que
utilizam estes agentes químicos em seu processo de trabalho.
No meio rural brasileiro, como um todo, observa-se um elevado índice de analfabetismo e
baixa escolaridade (IBGE, 2000; Oliveira-Silva, 1994), fato este que determina uma série
de políticas de comunicação visual (como o uso de ilustrações, figuras, pictogramas, faixas
coloridas, etc.) em produtos e informes direcionados a esta audiência. 
 Essas figuras, em especial os pictogramas (representações gráficas de rápida
visualização, como a "caveirinha" que indica perigo, ou o "par de luvas" que indica a
obrigatoriedade do uso de luvas no manuseio de tal produto), são encontradas em rótulos
de produtos agrotóxicos, em teoria para informar àquelas pessoas que não dispõem de
habilidade de leitura/escrita.
Os resultados de um estudo de recepção de informações realizado em uma região agrícola
do Estado do Rio de Janeiro (Peres, 1999; Peres et al., 2001), entretanto, mostraram que
os trabalhadores não conseguem identificar as informações presentes nos pictogramas e
em figuras, de uma forma geral, devido à falta de clareza ("poluição visual") dessas
figuras/pictogramas. Outro dado do estudo de recepção está diretamente relacionado ao
uso de linguagem rebuscada (portanto de difícil apropriação por parte desta audiência
específica) em materiais informativos e rótulos/bulas de agrotóxicos.
 Durante a pesquisa, foi apresentada aos trabalhadores entrevistados a seguinte
frase, retirada do rótulo do herbicida Gramoxone®, o produto mais utilizado na região – e
um dos mais utilizados em toda a área rural do país: Esta formulação contém um agente
emético, portanto não controle vômito em pacientes recém intoxicados por via oral, até que
pela ação do esvaziamento gástrico do herbicida, o líquido estomacal venha a ser claro.
Tal informação é de fundamental importância, visto que o produto apresenta coloração
amarronzada, semelhante a dos refrigerantes tipo cola, o que faz com que tal produto seja
freqüentemente confundido com estes refrigerantes por crianças que, inadvertidamente,
acabam ingerindo este produto altamente tóxico.
 Aproximadamente 40% dos trabalhadores entrevistados (n = 23) entenderam que
não se deveria deixar a pessoa intoxicada vomitar para que o veneno saísse do organismo
(no caso, a dupla negativa "não controle" era identificada como "não provoque", invertendo
o sentido da frase), outros 40% não faziam a menor idéia do que tal frase informava e 20%
interpretaram que era um veneno "brabo", e que se a pessoa bebesse, morreria (Peres,
1999). 
Um trabalhador perguntou ao entrevistador qual seria o significado daquela frase. Ao
receber a devida explicação, em uma linguagem apropriada, sobre significado da frase,
este trabalhador sugeriu uma interessante construção: 
Em vez disso aí, o sujeito não podia escrever "se o caboclo beber o veneno, deixe ele
vomitar até as tripa"! (Agricultor, 35 anos)

Outro aspecto levantado pelo estudo tinha relação com a percepção das cores dos rótulos
de embalagens de agrotóxicos (faixas que indicam a classe toxicológica dos produtos). O
trabalhador rural, de uma maneira geral, tende a construir suas percepções e pensamento
a partir de elementos concretos (fatos vividos e experimentados) de seu dia-a-dia,
apresentando dificuldades na interpretação de situações abstratas (como exemplos
hipotéticos, correlações mais amplas, etc. – Rozemberg & Peres, 2003).

 Baseado nessas percepções, alguns trabalhadores rurais entrevistados


correlacionaram as faixas coloridas dos rótulos de agrotóxicos com os sinais de trânsito. 
Para eles, o produto com faixa vermelha é muito perigoso, logo a pessoa tem de "parar"
antes de usá-lo (analogia com o sinal vermelho); o produto com faixa amarela é merecedor
de "atenção" (analogia com o sinal amarelo); e o produto com faixa verde é "liberado para
ser usado à vontade" (analogia com o sinal verde), o que pode representar um sério risco à
saúde desses trabalhadores, pois embora os produtos de tarja verde – classe toxicológica
IV – sejam pouco tóxicos, eles podem, em quantidades demasiadas, provocar uma série de
efeitos nocivos à saúde do trabalhador, inclusive levá-lo à morte (Peres, 1999).
 A experiência dos trabalhos aqui apresentados mostrou que os trabalhadores rurais
são, como amplamente difundido, carentes de informações. Entretanto, não são, e jamais
devem ser vistos como carentes de cultura.
Muito pelo contrário; na realidade, a cultura do homem do campo é riquíssima, embora seja
construída em uma sintaxe estranha à "cultura técnica/acadêmica", o que, muitas vezes,
acaba por promover a manutenção de um distanciamento e hierarquização na relação
entre técnicos e trabalhadores rurais, facilitando, assim, a imposição da visão de mundo
desses profissionais "sobre" sua "clientela" (Peres, 1999; Ugalde, 1985).
 O grande desafio que se configura é, portanto, incorporar essa cultura nas
informações direcionadas a este grupo populacional.Ou seja, construir a informação em
uma sintaxe comum aos dois grupos (técnicos e trabalhadores rurais).
O discurso determinista da indústria e a legitimação do uso de agrotóxicos Olhando para o
atual panorama do consumo de agrotóxicos no país e no mundo, algumas perguntas ainda
permanecem sem respostas conclusivas: 
 Será que não existem mesmo alternativas a estes produtos? 
 Será que a população se tornou, para sempre, refém dos agrotóxicos? 
 Será que centenas de anos gastos com o aprimoramento de técnicas orgânicas de
controle de pragas devem ser, simplesmente, jogados ao acaso de suas existências?
A questão central não parece estar relacionada à existência ou não de técnicas alternativas
ao uso de agrotóxicos, e sim ao caráter determinista do discurso industrial, que permeia
diversos setores da sociedade e acaba por ser consolidado (por impregnação) nas falas de
trabalhadores rurais, os interlocutores mais distantes e distanciados neste processo de
comunicação. E tal fato fica bastante explícito quando se analisam alguns dados, como os
que serão apresentados a seguir.
 Segundo dados da FAO (2003), o mercado mundial de agrotóxicos movimentou,
somente no ano de 2000, cerca de 22 bilhões de dólares em todo o mundo. No Brasil, o
comércio destes produtos é estimado pelo Sindag (2001) em cerca de 2,5 bilhões de
dólares, o que coloca o país no sétimo lugar do ranking dos países consumidores de
agrotóxicos (Anvisa, 2002).
Visualizando estes dados, torna-se claro o discurso ora vigente no país da impossibilidade
da produção agrícola sem o uso de agrotóxicos. Os defensores deste discurso, grupo que
inclui não apenas técnicos ligados às indústrias e ao comércio destes produtos, como
também profissionais do poder público, desconsideram as técnicas alternativas ao uso de
agrotóxicos, por acreditar no modelo agrícola da monocultura exportadora, sustentado pelo
uso abusivo de agrotóxicos e outros insumos químicos, e que vem sendo o fiel da balança
comercial brasileira nos últimos anos. 
 A uniformidade e as semelhanças entre o discurso destes profissionais e o das
grandes indústrias são assustadoras: poucos produzem alimentos para muitos e, caso não
se garanta uma alta produtividade, com o (ab)uso de agrotóxicos na lavoura, não haverá
alimento para saciar a fome de uma população que cresce incessantemente.
Entretanto, a realidade é outra: de acordo com a própria FAO (2003), foram produzidas em
2001 aproximadamente nove trilhões de toneladas de produtos agrícolas, provenientes de
lavouras primárias (sem beneficiamento). Pode-se considerar, minimamente, que apenas
5% deste montante é destinado ao consumo direto (contabilizando as perdas com
estocagem e o montante que vai para o beneficiamento e para a engorda animal); sobram
aproximadamente 450 milhões de toneladas/ano para alimentar uma população de pouco
mais de seis bilhões de pessoas, o que resultaria em algo como 200 kg de alimento
disponível por habitante por dia.
 Tomando que, em média, são necessários 2 kg de alimentos não processados/dia
para alimentar uma pessoa, teria-se hoje uma produtividade capaz de alimentar 100
planetas somente com lavouras primárias (sem contar os produtos beneficiados e os de
origem animal).
A perda média de produtividade com as técnicas alternativas de controle de pragas mais
consagradas chega à casa de 60% (existem experiências bem-sucedidas em que a perda
é de aproximadamente 10%). Ainda assim, haveria hoje a capacidade de alimentar 40
planetas sem o uso de agrotóxicos.
 A produtividade agrícola atual é suficiente para suprir as demandas mundiais de
alimento. Não falta comida: falta coragem às pessoas para admitir que o que impulsiona o
modelo agrícola atual, baseado no uso intensivo de agentes químicos, não é a garantia da
demanda alimentar do planeta, e sim a garantia dos lucros relacionados à produção
agrícola mundial e à produção/comercialização de agrotóxicos. 
A fome não é, como dizem os "doutores" dos agrotóxicos, um problema de produção, e sim
um problema de distribuição de riquezas. Por outro lado, as técnicas de controle de pragas
alternativas aos agrotóxicos são, hoje, uma realidade, tanto em termos da produtividade
quanto em relação aos custos, além de apresentarem um potencial de contaminação
humana ou ambiental muito menor, ou mesmo desprezível.
 O controle dos problemas relacionados ao uso indiscriminado e descuidado dos
agrotóxicos, já identificados e bem conhecidos pela comunidade científica em geral,
somente poderá ser alcançado com a adoção de práticas alternativas ou, quando
estritamente necessário, pelo uso seguro, criterioso e cuidadoso destas substâncias.
Para tal, governo, sociedade organizada, grupos de interesse e organizações não
governamentais devem estar unidos por um objetivo maior que o lucro: a garantia da
qualidade de vida do trabalhador rural, do ambiente e da população, consumidora dos
produtos provenientes da lavoura. 
 Enquanto este problema não for considerado uma prioridade de governo, a situação
tende a se agravar e se expandir cada vez mais, ameaçando até mesmo os grandes
centros urbanos, adjacentes a áreas de cultivo, cujas fronteiras estão cada vez mais
próximas.
A não incorporação da percepção de riscos: 
Das comunidades na construção de estratégias educativas

 De uma maneira geral, podemos conceber que uma grande parcela da população
está exposta aos efeitos nocivos de produtos agrotóxicos. 
A contaminação (ou não) destas pessoas, muito provavelmente, está relacionada não
apenas ao grupo ao qual pertencem, mas também à maneira como, individual ou
coletivamente, estas pessoas identificam e se posicionam diante dos riscos a que estão
expostas. O conhecimento da percepção de riscos destes indivíduos ou grupos
populacionais específicos é, portanto, fundamental para a construção de estratégias de
intervenção sobre o problema (Peres, 2003b).
 A construção – individual ou coletiva – da percepção de riscos é resultante direta do
conhecimento sobre o assunto em questão que, por sua vez, é constituído a partir das
representações e interpretações das informações disponíveis.
Os estudos de percepção de riscos surgem no final da década de 1970-1980, como
importante contraponto à perspectiva utilitarista da análise e gerenciamento de riscos, com
o objetivo de incorporar determinadas escolhas sociais, políticas e econômicas em
problemas "puramente" técnicos e científicos (Gomez & Freitas, 1997). 
 Naquele momento, tornava-se urgente a consolidação de estratégias de análise de
risco que levassem em consideração a percepção (no sentido mais amplo da palavra) dos
indivíduos, comunidades e grupos populacionais envolvidos com os processos/situações
potencialmente danosos.
Em estudos sobre a percepção de riscos de comunidades agrícolas expostas a agrotóxicos
em duas localidades do Estado do Rio de Janeiro (Peres, 2003a), foi possível observar que
a maioria dos entrevistados (n = 60) percebia algum perigo nas práticas de uso destas
substâncias (apenas um entrevistado não identificou perigo qualquer). No total, 90% dos
trabalhadores, quando perguntados sobre os agrotóxicos (de uma maneira genérica),
responderam "perigoso", "muito perigoso", "um perigo", ou "um troço muito ruim".
 Os principais sinais/sintomas relatados como "problemas de saúde relacionados aos
agrotóxicos" eram dores de cabeça, dores de barriga e tonteiras. Tais sinais são
observados mais freqüentemente em episódios de intoxicação aguda, cujo quadro
sintomatológico é bastante forte – convulsões, desmaios, etc. – o que vem reforçar a
importância da observação de fatos cotidianos na construção do pensamento do homem
do campo.
A "invisibilidade" dos riscos relacionados ao uso de agrotóxicos acaba por determinar uma
maior exposição a estes produtos, por parte dos trabalhadores rurais, assim como contribui
para a degradação do ambiente, como se observa na frase a seguir, registrada durante a
realização daquele estudo (Peres, 2003a): 
Eu num acho que prejudica nada. (...) você pulverizou lá um gramoxone lá dentro do
inhame. Diz que se dê uma chuva leva lá pra dentro do rio. Leva nada! Até chegar lá já
acabou o efeito. Eu acho que já acabou o efeito. Eu quanto a isso eu acho que num tem
nada prejudicando o meio ambiente de água, essas coisas assim. Eu penso que não
(Agricultor, 72 anos):

No que se refere à organização do trabalho rural, convém ressaltar a existência de uma


divisão das tarefas de acordo com o sexo: as mulheres participam ativamente das
principais etapas do trabalho agrícola, e assumem todo o trabalho doméstico. Em uma
primeira análise poderia se pensar que as mulheres não estão tão expostas aos
agrotóxicos quantos os homens, já que, geralmente, o processo de pulverização é uma
tarefa masculina.

 Entretanto, mesmo durante este processo, as mulheres ajudam os seus maridos,


puxando as mangueiras – no caso de pulverizadores mecânicos – ou abastecendo os
pulverizadores costais (manuais). Pelo fato de o marido estar no comando do pulverizador
(e, muitas vezes, usando algum tipo de equipamento de proteção), as mulheres não
percebem os riscos a que estão expostas (e, freqüentemente, encontram-se sem qualquer
equipamento de proteção individual). 
Este fato caracteriza a situação de risco experimentada pelas mulheres em todo o meio
rural brasileiro, e aponta para a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a
relação da mulher no processo de trabalho rural que envolve a utilização de agrotóxicos
(Peres et al., 2004). 
 Ademais, suscita a necessidade de estratégias educativas e de comunicação de
riscos focadas neste grupo. Estudos de percepção de riscos não devem estar dissociados
de esforços educativos, de políticas e estratégias que tenham como objeto a promoção de
transformações sociais nos grupos focalizados, razão pela qual estes estudos aparecem,
cada vez mais, como subsídios a projetos e ações, sobretudo para o delineamento de
políticas e estratégias que envolvam práticas de comunicação de riscos e campanhas
educativas (Peres, 2002).
Aqui se observa um dado que acaba também por se caracterizar como importante
determinante da situação ora apresentada: na tentativa de suprir as supostas carências
cognitivas do homem do campo, diversos profissionais – educadores, sobretudo, – acabam
desconsiderando os saberes e os conhecimentos deste personagem e impondo seus
valores de modernização das práticas rurais, uma vez que, para estes profissionais, este é
o ponto estratégico para a superação de um impedimento fundamental às melhorias de
saúde nos países em desenvolvimento (Ugalde, 1985).
 Tal postura, notadamente equivocada, representa uma negação dos saberes deste
grupo, legitimando valores externos e interesses alheios aos dos habitantes das zonas
rurais, contribuindo para a manutenção de uma posição sectária e excludente, que
identifica o homem do campo como um ser "carente por natureza", que necessita ser
alimentado, tratado, cuidado (Calazans et al., 1985). 
Para Paulo Freire, o profissional, por vezes, tende a se esquecer ou minimizar o papel do
homem do campo em função de seu compromisso profissional – baseado em ações de
caráter técnico –, impondo sua visão de mundo a este grupo, sem o cuidado de invadir a
cultura daquela audiência: Quase sempre, técnicos de boa vontade, embora ingênuos,
deixam-se levar pela tentação tecnicista (mitificação da técnica) e, em nome do que
chamam de "necessidade de não perder tempo", tentam, verticalmente, substituir os
procedimentos empíricos do povo por suas técnicas (Freire, 1997).
 De acordo com Rozemberg & Peres (2003), alguns profissionais, por despreparo,
confundem, ainda, a habilidade para a leitura e o domínio da linguagem formal como
critérios de julgamento sobre a inteligência e a capacidade de construção de raciocínios
lógicos da população rural. 
A saída para tal situação é sugerida pelos autores: Para desconstruir os preconceitos ainda
tão freqüentes nas publicações e ações educativas, tais como os de que a população rural
sem escolaridade sofre de "falta de compreensão", "ignorância" ou "incongruência" é
preciso que o profissional se acostume a problematizar de maneira crítica e aberta sua
relação com valores e decisões tomadas em contextos sociais e culturais muito diferentes
do dele. 
 Mas para tanto é necessário conhecer tais contextos, experiências, interesses,
valores, racionalidades dos grupos com os quais deseja trabalhar. Para isso a realização
de pesquisas por parte do educador torna-se imprescindível. 
Nossa experiência trabalhando com agricultores nos últimos anos vem permitindo
demonstrar, através de inúmeros exemplos de campo, que há uma lógica e uma
racionalidade articulando a aparente "falta de sentido" de alguns discursos.Essa lógica
costuma estar inclusive, muito bem ancorada na visão de mundo dos grupos, ainda pouco
conhecidos e compreendidos em sua própria racionalidade (Rozemberg & Peres, 2003).

Outras Considerações:
 Olhar para a situação ora vigente no meio rural brasileiro, no que diz respeito ao uso
indiscriminado de agrotóxicos, não é uma tarefa simples. Não é o bastante conhecer as
formas através das quais as populações humanas continuam, a cada ano, a se expor e se
contaminar por estes agentes. 
Avaliar o problema através do modelo clássico-toxicológico que inclui a identificação do
perigo, caracterização do risco, avaliação da resposta e gerenciamento dos riscos, é
insuficiente diante da dimensão desta situação que, ano a ano, acomete milhões de
pessoas em todo o mundo. Olhar para a questão sem o cuidado de observar os mais
discretos aspectos, tanto relacionados à forma como as populações humanas agem diante
da necessidade de uso destes agentes químicos, quanto às limitações dos instrumentos
analíticos hoje disponíveis, é como olhar para uma figura distante: delimita-se,
imprecisamente, o contorno, sem conhecer os detalhes que lhe dão a forma.
 O objeto da contaminação humana e ambiental por agrotóxicos é, em sua natureza,
complexo, e demanda um entendimento mais amplo do problema, dissociado da corrente
que acredita (ou leva as pessoas a crer) que o problema é resultante da ignorância do
homem do campo – que deliberadamente se exporia aos riscos oriundos do processo de
trabalho (visão esta que só interessa à indústria produtora destes agentes que,
anualmente, fatura em cima de um mercado estimado na casa dos bilhões de dólares).
Diversos aspectos, como a influência dos determinantes socioeconômicos, as dificuldades
relacionadas à organização dos dados de intoxicação no país, os desafios metodológicos
relativos ao monitoramento da exposição humana aos agrotóxicos e o reforço de
estereótipos etnocêntricos do homem do campo, por parte de técnicos e educadores,
trazem à discussão a necessidade de uma abordagem interdisciplinar e integrada do
problema, sem a qual existe o risco de serem empreendidos esforços em vão, onerando
desnecessariamente tanto os órgãos de assistência rural quanto o Sistema Único de
Saúde, responsáveis diretos pelo atendimento destas populações. 
 Vale, ainda, ser destacada a forte influência de grupos de interesse (no caso
específico, a indústria química e o comércio à qual está ligado) em criar as supostas
"necessidades" que levam à adoção em massa de tais tecnologias. Somente com a
desvinculação dos interesses comerciais é possível reverter a situação ora experimentada
pelos milhões de trabalhadores ocupados no campo. 
Para tal, governo, sociedade organizada, grupos de interesse e organizações não
governamentais devem estar unidos em torno de um objetivo maior que o lucro: a garantia
da qualidade de vida do trabalhador rural, do ambiente e da população – consumidora dos
produtos provenientes da lavoura – como um todo.
 E para tanto, abordagens integradoras e interdisciplinares devem ser adotadas para
a avaliação e o controle dos efeitos nocivos dos agrotóxicos sobre a saúde humana e o
ambiente, integrando as ciências farmacêuticas/toxicológicas e sociais/humanas de forma
a colocar a vulnerabilidade das populações rurais e do ambiente no eixo central das
análises e avaliações.

O Desenvolvimento Sustentável no âmbito do marco legal de Ciência e


Tecnologia no Brasil
Sustainable development under the legal framework of Science and Technology in Brazil
 
Reginaldo Pereira*
 
RESUMO: Analisa-se o novo marco legal de ciência e tecnologia adotado pelo Brasil para verificar se seus
princípios, diretrizes, instrumentos e ações permitem inferir que segue critérios de sustentabilidade socioambiental.
Como o foco principal do novo marco legal é flexibilizar e diminuir as barreiras burocráticas à ação integrada entre
os agentes que atuam no setor de P&D, era de se esperar que outras questões ligadas à inovação e ao avanço
tecnológico tivessem recebido menor importância. Dentre estas, foram elegidas como delimitação deste artigo
aquelas relacionadas à relação entre o avanço da tecnologia e o desenvolvimento sustentável. As análises acerca das
preocupações da legislação brasileira em garantir um ambiente de inovação que se volte também para as pesquisas
sobre os impactos que as atividades econômicas causam sobre o meio ambiente serão mediadas pela teoria do
“moinho da produção”, elaborada pelos sociólogos Kenneth Gould, Allan Schnaiberg e David Pellow. Com tal
estratégia, busca-se, ao mesmo tempo, expressar uma teoria muito pouco conhecida no meio acadêmico brasileiro e,
por seu intermédio, verificar como o Brasil perdeu a oportunidade de instituir um marco legal para a ciência e a
tecnologia realmente preocupado com o desenvolvimento sustentável.
 
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável; Ciência da Produção; Ciência de Impacto; Processos de
P&D; Lei de Ciência e Tecnologia Brasileiras.
 
ABSTRACT: This paper analyzes the new legal framework of science and technology adopted by Brazil. It verifies
whether its principles, guidelines, tools and actions allow us to infer that it follows social and environmental
sustainability criteria. As the main focus of the new legal framework is to speed up, reduce and make bureaucratic
barriers more flexible to the integrated action among workers involved in the R&D sector, it is natural that other
issues related to innovation and technological advancement have received minor attention. Among these, as the
focus of this paper those related to the relationship between the advancement of technology and sustainable
development. The analysis of the concerns of Brazilian legislation to ensure an environment of innovation that also
go back to the research on the impact that economic activities have on the environment will be mediated through the
theory of "production mill", formulated by sociologists Kenneth Gould, Allan Schnaiberg and David Pellow. With
this strategy, we seek at the same time to present a very little known theory in the Brazilian academic community
and, through it, to see how Brazil lost the opportunity to establish a science and tecnology legal framework actually
concerned with sustainable development.
 
KEYWORDS: Sustainable Development; Science of Production; Science of Impact; R&D processes; Law of
Brazilian Science and Technology.
 
 
INTRODUÇÃO
           
Não há maiores dúvidas acerca da centralidade que ciência, técnica e tecnologia adquiriram
nas sociedades atuais. É notória a dependência do desenvolvimento e progresso econômico dos
avanços proporcionados pelas inovações científicas.
  A maioria das nações procura promover o progresso social por meio da evolução
econômica, que depende, em grande parte, da pujança da comunidade científica. Acrescente-se
ainda, o fato de terem, tais campos da ação humana, há muito, extrapolado os domínios das
atividades econômicas, para ditar o modo de vida das pessoas.
  O número de reconhecidos autores que se dedicam a analisar as sociedades tecnológicas
(AGUIAR, 2009), da informação (RIFKIN, 2001), pós-industriais (CASTELLS e HIMANEM,
2007), informacionais (CARDOSO, 2007), reflexivas (GIDDENS, 1997) e “de risco”, (BECK,
1997) indica, por outro lado, a importância que o tema adquiriu na academia, nas últimas
décadas.
            Além de gerarem inúmeras preocupações e dilemas aos diversos campos do saber, a
ciência, a técnica e a tecnologia desafiam e impulsionam o Direito a oferecer respostas
adequadas ao seu contínuo desenvolvimento dentro de padrões seguros e sustentáveis que
garantam os direitos humanos dos riscos e efeitos adversos decorrentes de seu avanço.
            No âmbito interno, o Capítulo IV, do Título VIII – que trata da Ordem Social – da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, traça as diretrizes gerais para a
promoção da ciência, da tecnologia e da inovação.
            Segundo o artigo 218 da Constituição, cabe ao Estado promover e incentivar o
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação,
conferindo tratamento prioritário para a pesquisa científica básica e tecnológica, que receberá
tratamento prioritário, haja vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação.
            O parágrafo segundo do referido artigo determina que a pesquisa tecnológica se voltará
preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do
sistema produtivo nacional e regional.
            Incumbe, ainda, ao Estado, por força do parágrafo terceiro, do artigo em apreço, o apoio à
formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive
por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e a concessão aos que delas se ocupem
de meios e condições especiais de trabalho.
            Ao determinar que a solução dos problemas brasileiros e o desenvolvimento dos sistemas
produtivos em planos federal e regionais tenham prioridade, o Texto Constitucional indica uma
opção clara pelo avanço tecnocientífico pautado em critérios de sustentabilidade econômica,
social e ambiental, já que, desde o processo de ecologização (BENJAMIN, 2007) a Constituição
Federal abandonou os antigos paradigmas de crescimento a qualquer custo com a exploração
ilimitada dos recursos naturais e passou a adotar as diretrizes e premissas de um
desenvolvimento baseado no tripé ambiente, sociedade e economia, como apregoam os
defensores da sustentabilidade fraca ou na noção de que o meio ambiente é o fundamento que
sustenta os pilares da economia e da sociedade, conforme defendem os propagadores da
sustentabilidade forte, dentre os quais o jurista alemão Gerd Winter (2009).
            Como a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, inovação e
tecnologia é condição essencial para o avanço tecnocientífico de qualquer organização, pode-se
restringir, sem, com isso, incorrer em erro de hermenêutica, a presente análise ao cuidado tido
pela legislação infraconstitucional em criar políticas e sistemas de inovação sustentáveis.
            Para que o ensaio não caia na superficialidade, é necessário que a análise proposta como
objetivo principal seja precedida de ponderações acerca de dois fatores que, apesar da relevância
para o debate, são quase sempre ignorados.
            O primeiro está relacionado ao conceito de desenvolvimento sustentável, o qual, ao
contrário do que se apregoa, não é fruto de um consenso e, por isso mesmo, é por demais fluido e
aberto, ao ponto de autores como Carla Amado Gomes (2007) o definirem como um rastro
ziguezagueante.
            O segundo guarda ligação com a teoria do “moinho da produção”. Partindo da premissa
de que o avanço ou desenvolvimento tecnocientífico sustentável é aquele no qual o montante
investido em ciência de produção – que é a responsável ensejar dividendos e lucros aos agentes
de inovação – seja igual ao investido em ciência de impacto – que é a responsável por produzir
conhecimento e soluções para os problemas que os frutos da ciência de produção causaram ao
meio ambiente e a direitos humanos, tal teoria procura evidenciar os motivos que levam os
principais agentes da inovação tecnológica a investir, quase que exclusivamente, em pesquisas de
novos produtos e serviços economicamente viáveis.
            A análise destes fatores dará condições para se adentrar o marco legal de ciência e
tecnologia do Brasil, com o intuito de verificar o quão sustentável é.
             
1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E O “MOINHO DA PRODUÇÃO”:
CIÊNCIA, TÉCNICA E TECNOLOGIA SUSTENTÁVEIS
           
A noção de avanço tecnocientífico sustentável requer inicialmente a problematização
acerca da definição de desenvolvimento sustentável e a ponderação sobre a interconexão deste
com a garantia de padrões de segurança contra as externalidades negativas ensejadas pela
introdução de novas tecnologias nas diversas cadeias de produção e consumo.
  Além disso, para que se possa verificar o comprometimento de qualquer marco legal de
ciência e tecnologia, é necessário que se verifique o quanto está comprometido com a ciência de
impacto, já que esta é a que melhor atende aos padrões de sustentabilidade social e ambiental.
 
1.1 Desenvolvimento sustentável: conceito e críticas
 
Iniciando-se pelo conceito de desenvolvimento sustentável, tem-se que este foi elaborado
durante a segunda metade do século XX como resposta a propostas que propunham opções mais
‘radicais’ para frear a incansável escalada da crise ambiental.
  Foladori (2001, p. 114-119) enumera os fatos a seguir como significativos na construção
do termo.
  i) A publicação, em 1972, do primeiro informe do Clube de Roma, intitulado “Os limites
do Crescimento”, que abordou os problemas oriundos da acelerada utilização dos recursos
naturais no mundo. O livro causou grande influxo ao demonstrar que se fossem mantidas as taxas
de crescimento populacional e econômico, bem como os níveis de poluição e esgotamento de
recursos, a capacidade de suporte máximo do Planeta seria atingida nos próximos cem anos.
  ii) A realização, no mesmo ano, em Estocolmo, da Primeira Conferência da Organização
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Homem, resultando desta uma Declaração que
abordou aspectos relacionados a industrialização, explosão demográfica e crescimento urbano e
seus impactos sobre o meio ambiente. Foram criados: o PNUMA (Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente) e a CMMAD (Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento).
  iii) A elaboração, nos anos de 1980, de vários relatórios científicos abordando os efeitos
da crise ambiental.
  iv) A criação, em 1986, do programa Global Change, para estudar as inter-relações
geosfera-biosfera.
  v) A constituição, em 1987, pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (WCED) – de um grupo independente, liderado por Gro Brundtland, para
elaborar uma “agenda global para a mudança”. Este grupo tornou público um informe
denominado “Nosso Futuro Comum”. Nesse relatório, apareceu a expressão desenvolvimento
sustentável, conceituada como aquela que atende igualitariamente às necessidades das gerações
atuais sem comprometer as possibilidades de sobrevivência e prosperidade das gerações futuras.
  vi) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em
1992, na cidade do Rio de Janeiro, que teve como principais objetivos elaborar estratégias e
medidas de reversão da degradação ambiental e, ainda, promover o desenvolvimento sustentável.
  Na Conferência foi elaborada uma série de documentos, e, dentre os oficiais, destacam-se:
Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; Convenção sobre a
Mudança Climática; Convenção sobre a Biodiversidade; Declaração de Princípios sobre o
Manejo, a Conservação e o Desenvolvimento Sustentável de Florestas e a Agenda 21,
documento propositivo de implementação do desenvolvimento sustentável.
  Os Princípios 1, 2 e 3 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento fornecem os elementos que integram o conceito de desenvolvimento
sustentável. O primeiro preconiza a ideia de que os seres humanos estão no centro das
preocupações com o desenvolvimento sustentável, tendo direito a uma vida saudável e produtiva,
em harmonia com a natureza; o terceiro princípio anuncia que o desenvolvimento sustentável
será atingido quando propiciar às presentes e às futuras gerações o atendimento equitativo de
suas necessidades; no Princípio 2, é garantido aos Estados o direito soberano de explorarem seus
próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio ambiente e desenvolvimento.
  Os principais objetivos buscados pelas políticas ambientais e desenvolvimentistas
derivadas do conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com Pierri (2001, p. 59), são:
retomar o crescimento; mudar a qualidade do desenvolvimento; atender às necessidades básicas
de emprego, alimentação, energia, água e saneamento; manter um nível populacional sustentável;
conservar e melhorar a base dos recursos; reorientar a tecnologia e administrar o risco; e incluir o
meio ambiente e a economia no processo de tomada de decisões.
  As principais críticas tecidas ao desenvolvimento sustentável, esse “rastro
ziguezagueante” (DUPUY Apud GOMES, 2007, p. 36), referem-se à sua liquidez conceitual,
que privilegia as mais diversas concepções acerca do crescimento econômico e da defesa da
qualidade do meio ambiente.
  Apesar de estar aparentemente alicerçado na sustentabilidade forte – aquela em que o
meio ambiente é o locus sobre o qual são construídos os alicerces social e econômico que
sustentarão o direito das futuras gerações a condições ecológicas semelhantes ou melhores do
que as existentes atualmente (WINTER, 2009) – ou seja, capacidade de suporte ótima, o conceito
de desenvolvimento sustentável, em hipótese alguma, desvincula-se da noção desenvolvimentista
que embalou e embala os sonhos da Modernidade, fato este que, segundo alguns autores, limita e
até impossibilita a sua efetiva aplicação.
  Além dessa, outras críticas merecem ser destacadas. Ribeiro (2000, p. 131-169) expressa
as seguintes incongruências em relação à proposta de desenvolvimento sustentável: é um
conceito em desenvolvimento pautado em visões harmônicas, não conflituosas, dos processos
econômicos, políticos e sociais envolvidos no drama desenvolvimentista que está alicerçado em
valores (categorias culturais, locais) que historicamente foram ignorados pelo modelo de
desenvolvimento, o qual tem bases no século XIX; o conceito supõe uma fé na racionalidade de
agentes econômicos articulados, que compatibilizam a busca do lucro, a lógica do mercado e a
preservação ambiental; todos os documentos elaborados sobre o conceito – inclusive o Relatório
Brundtland – não contestam o crescimento econômico e, pior, o situam como uma solução. Tal
característica está relacionada à gênese do conceito que é o projeto desenvolvimentista liberal
aplicado ao meio ambiente; a equidade intergeracional, uma das bases do conceito, exprime
apenas aspecto moral; é um metarrelato com características utópicas (busca de um modelo que,
ao mesmo tempo, satisfaça aos anseios dos ambientalistas e dos defensores do crescimento
econômico).
  Para Carvalho (apud RIBEIRO, 2000, p. 157), o principal problema da noção está ligado
à sua gênese: Para entender melhor ao que veio e a quem atende o conceito de desenvolvimento
sustentável, é preciso fazer a sua genealogia, reconstituindo as relações de força que o
produziram.
  Sua matriz é o projeto desenvolvimentista liberal aplicado ao meio ambiente. Desde a
Conferência de Estocolmo, em 1972, ficou evidente que a preocupação dos organismos
internacionais quanto ao meio ambiente, era a de produzir uma estratégia da gestão desse
ambiente, em escala mundial, que atendesse a sua preservação dentro de um projeto
desenvolvimentista.
  Sob tal perspectiva produtivista, o que se queria preservar de fato era um modelo de
acumulação de riquezas em que o patrimônio natural passava a ser um bem. O apelo à
humanidade e ao bem-estar dos povos era usado como álibi, sempre citado ao lado dos objetivos
de crescimento econômico, emprestando uma preocupação humanista a intenções nem tão
nobres.
  Outro ponto a ser destacado é o falso paradoxo conceitual. Falso, na medida em que
aparenta conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, quando, na verdade,
possibilita a continuidade do projeto civilizatório da Modernidade e procura calar, quando parece
atender aos seus reclames, as vozes do movimento ambientalista que, desde o início da segunda
metade do século XX, vinha questionando o modelo desenvolvimentista.
Por derradeiro, Foladori (2001, p. 119),
 
No fim das contas, nas duas conferências de países em âmbito mundial e no informe
encomendado, fica claro que a preocupação manifesta se dá em torno de como reduzir
os níveis de poluição, de depredação e de pobreza e superpopulação, sem tocar na forma
social de produção, ou seja, no capitalismo. Em que medida essas melhorias, que vão,
aparentemente, contra a lógica da própria dinâmica capitalista, conseguem ser
suficientemente eficazes é algo que somente dentro de algumas décadas poderemos
saber.
 
Foladori (2001, p. 119-133) sustenta que os principais limites ao desenvolvimento
sustentável não são, como a princípio possam aparentar, de natureza física com pauta na noção
errônea e facilmente perceptível de que se cuida de equacionar necessidades infinitas e recursos
finitos.
Para o autor, o problema é, antes de tudo, sociológico, de conflito de classes e de suas
representações mentais que impedem a discussão acerca da maneira capitalista de produção e
centralizam o debate em torno das formas de correção dos efeitos negativos que a produção de
bens acarreta à sociedade.
Além do mais, o próprio Planeta, enquanto local propício à vida, é finito e, se for
considerado o fato de que atualmente existe apenas 1% do total de espécies que algum dia
povoou a Terra, o problema dos limites passa a ser de velocidade de utilização.
O problema não é mais determinar se um bem ambiental findará e sim quando. Antes ou
depois da espécie humana não mais existir? Antes ou depois de ser desenvolvida uma nova
tecnologia ou bem substituto?
Por esta óptica, nos termos em que a questão é expressa pelos defensores do
desenvolvimento sustentável, a noção de capacidade de suporte é desviada de um ponto ótimo,
ecologicamente dado, e passa a ser relacionada a critérios temporais, como, por exemplo, a
estimação de esgotamento de um determinado recurso natural e de sua substituição por outro que
possa atender com eficiência às necessidades ditadas por padrões de consumo, que não são
ecologicamente e sim social e culturalmente definidos, já que a “[...] maioria dos humanos tem
dificuldade em determinar quando o bastante é suficiente [...]” (ODUM; BARRET, 2007, p. 94),
pois o ser humano “[...] carece de instruções genéticas que determinem seu uso exossomático de
energia [...]” (ALIER; JUSMET, 2001, p. 23).
Apesar das críticas, as propostas e os objetivos das teorias que defendem o
desenvolvimento sustentável são as atualmente possíveis. Nesse sentido, impende verificar como
a ponderação, a proteção e a mitigação dos impactos negativos do avanço tecnocientífico é a
proposta que mais se coaduna com a noção de desenvolvimento sustentável, no campo da ciência
e da tecnologia.
 
1.2 O avanço tecnocientífico como um vórtice
 
O avanço da ciência, da técnica e da tecnologia é um fenômeno paradigmático para
demonstrar um dos grandes paradoxos das sociedades atuais: o fato de ter a inovação
tecnológica[1], principalmente desde a segunda metade do século XX, se convertido em um dos
seus principais objetivos, um vórtice e, ao mesmo tempo, um dos seus mais significativos
problemas.
  Se, ao seu avanço, é possível creditar o desenvolvimento e as expansões das
comunicações, das interdependências, das solidariedades, das reorganizações, das
homogeneizações, que levam adiante o projeto da globalização, não se pode esquecer de que os
seus efeitos são responsáveis pelos desregramentos atuais e, em grande medida, pela crise
ambiental.
  A centralidade da tecnologia decorre do sucesso da ciência moderna, a qual, por meio de
um diálogo experimental estabelecido com a Natureza, encontra meios de melhorar sua
disposição, conforme o sentido cunhado ao termo por Martin Heidegger.        
  Prigogine e Stengers (1991, p. 17-20) enumeram os caracteres que definem a ciência
moderna como tal e que permitiram o seu êxito: a ciência faz parte do complexo cultural que
fornece coerência intelectual a determinada geração.
  Esta coerência intelectual está ligada à concepção das relações homem natureza e
influencia a forma de se fazer ciência, qualificando esta última como uma prática social.
  A ciência moderna constituiu-se e constitui-se em uma tentativa de estabelecer diálogo
com a Natureza como foram e são várias outras práticas científicas ou não que a antecederam ou
lhe são contemporâneas – para os autores uma bactéria vive em constante comunicação com o
seu meio, procurando decifrar os sinais químicos que a orientam.
  O que diferencia a ciência moderna das demais práticas é o diálogo experimental pautado
no binômio compreender e modificar. A experimentação visa a submeter um processo natural a
uma hipótese teórica. Para tanto, o cientista vai preparar, purificar o processo (modificação) para,
então, interrogá-lo (conhecimento).
  A possibilidade de, por meio do diálogo experimental, reduzir-se qualquer processo, por
mais complexo que seja a uma mathesis universalis, afasta o objeto do cientista, que passa a
visualizá-lo como algo estendido (res extensa), autômato, sem vontade própria, que sempre se
comportou e comportará em conformidade com leis gerais matematizáveis e aplicáveis a
qualquer sistema em qualquer nível.
  Os autores (1991, p. 17-20), com base em Popper, atribuem a singularidade da ciência
moderna ao seu sucesso em descobrir uma linguagem teórica habilitada a decifrar inúmeros
processos. Tal sucesso constitui-se em um fato histórico que determinou uma transformação sem
retorno nas relações estabelecidas entre o homem moderno e a natureza.
  Dessa forma, a ciência moderna propicia o fabrico técnico, uma das características da
técnica moderna. Este, para Heidegger, é uma forma de desocultamento e seria mal-entendido
como mera produção ou fabricação (Herstellung), já que parte da concepção moderna da
natureza:
O homem põe (stellt) o mundo como o objetivado (gegenständige) no todo à
sua frente e põe-se mesmo frente ao mundo, o homem põe o mundo na sua
direção e a natureza para si. Temos que pensar este por (herstellen) na sua
essência ampla e multifacetada. O homem demanda (Bestellt) a natureza onde
ela não satisfaz sua imaginação (vorstellen). O homem fabrica (stellt her) coisas
novas onde lhe faltam. O homem rearranja (stellt um) as coisas onde elas
perturbam. O homem desarranja (verstellt) as coisas onde elas dificultam a
realização de um plano. O homem mostra (stellt aus) as coisas quando ele
demonstra (herausstellt) seu próprio desempenho e propaga seu negócio. Na
fabricação (herstellen) múltipla o mundo para e torna-se parado. O aberto
transforma-se em objeto voltado desta maneira para o ser humano. Diante do
mundo como objeto o próprio homem demonstra-se e se põe (stellt sich auf)
como alguém pretensiosamente impõe (durchsetzt) toda essa fabricação.
(HEIDEGGER Apud BRÜSEKE, 2001, p. 74).
 
            O mundo natural aristotélico, desde essa perspectiva, povoado de seres poderosos e ativos
em excesso, que não se submeteriam facilmente a um soberano absoluto, por ser demasiado
complexo e qualitativamente diferenciado, perde o encantamento. E, por conviver com algo
estúpido, o homem se isola, já que é o único ser dotado de racionalidade. Esta coerência
intelectual alimenta a forma moderna de fazer ciência, fechando assim um círculo vicioso que
somente se romperá com uma quebra de paradigmas advinda do insucesso da ciência
(PRIGOGINE; STENGERS, 1991, p. 20).
            Ocorre que a ciência moderna é multidimensional, não é passível de redução a modelo
único. Não obstante, a pretensa neutralidade a desvincula de outros campos, como o da política e
o da ética, e a torna inatingível pelas consequências que, em nome da ciência e em função das
novas tecnologias que a ciência aplicada à técnica possibilita, atingem o meio ambiente, a
humanidade e seus direitos; como, por exemplo, é o caso do uso bélico dado a uma série de
invenções e inovações ocorridas no final do século XIX e no início do século XX.
            A ciência moderna, todavia, pode ser utilizada, graças a sua multidimensionalidade, para
a obtenção de dados que embasam as denúncias relativas aos efeitos negativos da própria
ciência, da técnica e da tecnologia.
            Verifica-se, dessa forma, a possibilidade de repartir, pelo menos para fins didáticos, a
ciência em diversas modalidades. Uma das diferenciações cabíveis, e que interessa para os fins
do ensaio, é a realizada em função da capacidade da ciência moderna em produzir capital e
entender os choques causados pelas externalidades negativas correlatas à produção de capital.
 
 
 
 
 
1.3 Ciência, sustentabilidade e o “moinho da produção”
 
Considerando as tensões entre os sistemas social e natural, Kenneth Gould (2012), por
meio de uma perspectiva da Sociologia Ambiental, trata do papel da ciência na implementação
do desenvolvimento sustentável.
O grande desafio do desenvolvimento sustentável é fazer com que os sistemas sociais e os
ecossistemas mantenham relação dinâmica de apoio mútuo.
Para tanto, cada sistema deve ser entendido, na medida do possível, de modo que a
interação desses dois sistemas complexos possa ser apreendida. Mais importante ainda, os
mecanismos pelos quais as mudanças em um sistema afetam o outro devem ser conhecidos e
cada sistema há de ser monitorado para identificar essas alterações precocemente, mantendo
assim um feedback sistemático entre os sistemas. A detecção precoce e de reação rápida e eficaz
pode ser a chave para a manutenção da saúde de ambos os sistemas. Nossa capacidade social
para compreender e monitorar as mudanças ambientais vai depender em grande parte da
quantidade e qualidade do nosso conhecimento científico (GOULD, 2013).
Nesse sentido, a ideia de sustentabilidade passa por uma melhor compreensão dos sistemas
natural e social e da interação de ambos, ou seja, por uma boa ciência de impacto, que poderá
guiar as ações, no sentido de evitar e mitigar choques oriundos da ciência de produção.
A fim de estabelecer os limites da ciência – e o mesmo vale para a técnica e a tecnologia –
como mecanismo sincronizador do tempo humano ao ecológico, Gould (2012) parte da
dicotomia articulada em torno do conceito de “moinho da produção” – “the treadmill of
production” – (GOULD; PELLOW; SCHNAIBERG, 2008) entre a “ciência de produção” e a
“ciência de impacto”.
A ciência de produção, para o autor (2012), é a que, ligada tão-somente aos componentes
do sistema social, visa, em último caso, à geração de lucro.
 
Ciência de produção é a que leva a um aumento na produção, distribuição e
consumo de bens e serviços (inclusive militares). Independentemente dos níveis
em que é aplicada, a ciência da produção visa gerar resultados. Estes podem vir
na forma de novos bens de consumo, novos sistemas de armas, novos processos
de produção, ou novos materiais. (SCHNAIBERG Apud GOULD, 2013).
 

A ciência de impacto procura entender aqueles produzidos pelas linhas de produção,


estando, portanto, ligada as inter-relações que se estabelecem entre o sistema natural e o social,
razão por que é a que melhor atende aos imperativos do desenvolvimento sustentável (GOULD,
2012). De acordo com Schnaiberg (Apud GOULD, 2013): “[...] a ciência de impacto é o que
aumenta a nossa compreensão dos impactos dos processos produtivos e suas externalidades sobre
o meio ambiente e a saúde humana.”
O problema reside no fato da diferença entre os aportes financeiros que viabilizam a
ciência de produção e as verbas destinadas à ciência de impacto.
Em virtude dos interesses dos grandes agentes indutores e operacionalizadores da pesquisa
científica e tecnológica e do alto custo destas, há notável canalização de recursos para o
financiamento da ciência de produção, já que esta proporciona maiores níveis de competitividade
e lucro para as empresas, aumenta o poder econômico, geopolítico e militar dos Estados e
financia as pesquisas nas universidades (GOULD, 2012).
- Quem, nessa realidade, estaria interessado em custear e/ou realizar a ciência de impacto?
- Questiona Gould (2012).
Utilizando-se de estratégia semelhante àquela da qual se vale Etzkowitz (2009) para
analisar cada uma das pás que movem a “tríplice hélice” da pesquisa e inovação tecnológicas [2],
Gould (2013), com suporte em indicadores veiculados no Relatório Main Science and
Technology Indicators, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), de 1998, analisa a forma como cada um dos três principais agentes na área de pesquisa
e inovação tecnológica – governo, empresa e universidade – vem se pautando em relação à
realização da ciência de produção e da ciência de impacto, principalmente no panorama dos
Estados Unidos.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, em sua área de
abrangência, cerca de dois terços de toda a investigação científica são conduzidos pela indústria
privada (OCDE, 1998). Para as empresas de capital industrial que financiam a maior parte da
pesquisa científica e empregam a maioria dos cientistas, o investimento em ciência de produção
oferece potencial para grandes ganhos financeiros (GOULD, 2013).
A ciência de impacto, por outro lado, oferece potencial para gerar obstáculos sociais para a
inovação na produção. Além da possibilidade de evitar importantes questões de cunho legal, no
âmbito das responsabilidades, há pouco incentivo para as empresas financiar estudos que
poderão denunciar os impactos que geram. Quando realizam estudos sobre os impactos da
ciência de produção, as empresas têm grande tendência a concluir pela ausência de impactos
negativos ao meio ambiente e à saúde pública (GOULD, 2013).
As corporações, além de não vislumbrarem motivos para despender com ciência de
impacto, pela ameaça que essa representa aos seus próprios interesses – já que trariam à tona
impactos que melhor estariam se ocultados – acabam, em nome de tais interesses, persuadindo as
universidades e os Estados a não fazerem pesquisa de impacto ou, em muitas situações, se valem
do expediente de utilizar da ciência de impacto para causar incerteza científica, evitando, assim,
ações políticas emergenciais ou reparatórias (GOULD, 2012). A ciência de impacto, portanto,
acaba ficando a encargo dos Estados, das universidades e dos cientistas que empregam.
No âmbito da OCDE, cerca de 10% da pesquisa científica é conduzida diretamente pelos
Estados (OCDE 2008).
Como a ciência de produção acelera o crescimento econômico e fortalece o poderio militar
dos Estados, o apoio destes para a ciência de impacto permanece limitado à medida do
necessário para cumprir suas funções mínimas de legitimação política, pelo simples motivo de as
preocupações com os índices de crescimento econômico e as funções de segurança do Estado
invariavelmente superarem as funções de legitimação, como a proteção da saúde pública e do
meio ambiente. Em tempos de estresse econômico ou militar, o entusiasmo dos Estados com a
ciência de impacto, já atenuado, tende a diminuir (GOULD, 2013).
No âmbito da OCDE, cerca de 20% da pesquisa científica e de desenvolvimento são
realizados realizada dentro das universidades (OCDE, 2008).
As universidades, por temerem reduções nos fluxos financeiros provenientes das empresas,
da mesma forma, não se dedicam à pesquisa de impacto. Isto se explica pela dependência que
têm em relação às empresas e pela inibição que a realização da ciência de impacto produz no
financiamento da pesquisa, inclusive na de produção, o que, no final das contas, atinge a
autonomia dos pesquisadores (GOULD, 2012).
Historicamente, os cientistas das universidades tiveram um pouco mais de autonomia para
buscar linhas independentes de pesquisa. Embora, via de regra, o apoio institucional e o
financiamento externo sejam pré requisitos para a investigação científica efetiva, as linhas de
pesquisa foram principalmente julgadas por seus méritos científicos, ainda que no contexto das
instituições de ensino em grande parte concebido para servir os interesses do Estado e do capital
privado. Com a retirada do apoio estatal substancial às universidades públicas, no entanto, e o
aumento da dependência das instituições acadêmicas do financiamento privado, as agendas de
investigação universitária são cada vez mais capturadas por empresas de capital privado. Além
disso, o patrocínio das empresas a instalações de investigação (e outras instalações das
universidades) inibe-as ao apoio a ciência de impacto, pelos problemas que podem criar para os
seus financiadores, causando o declínio vertiginoso da pesquisa de impacto independente e
reduzindo a capacidade da sociedade para avaliar os riscos a que é exposta (GOULD, 2013).
Para Gould (2012), há um subdimensionamento da ciência de impacto em relação à de
produção, em virtude da ausência de interesse dos principais agentes responsáveis pelo fomento
e/ou desenvolvimento da pesquisa científica:
 
Sabemos muito pouco sobre os impactos ambientais, porque o estudo científico
dos impactos sociais sobre o meio ambiente está subfinanciado pelos Estados.
Há, também, oposição pelo capital privado, e cada vez mais resistência por
parte de universidades. As agendas de investigação científica são definidas
pelas instituições que empregam os cientistas e financiam as pesquisas e a infra-
estrutura própria para a pesquisa. Nosso estoque total de conhecimentos
científicos disponíveis sobre que decisões de política ambiental devem ser
tomadas reflete os interesses das instituições que geram o conhecimento
científico. As agendas dessas instituições de apoio à ciência são em grande parte
incompatíveis com os objetivos de atingir socialmente e ecologicamente as
trajetórias do desenvolvimento sustentável. O resultado é que há um
descompasso crescente entre o que seria preciso saber para avaliar nosso
progresso em direção à sustentabilidade e nosso estoque total de conhecimento
científico como uma civilização global. (GOULD, 2012)
 
            Essa realidade faz com que se acredite, cada vez mais, na superação dos efeitos negativos
da ciência da produção por meio de soluções advindas dela própria. Essa aposta cega na ciência
de produção confere-lhe centralidade cada vez maior, criando um vórtice tecnocientífico,
aparentemente sem fim.
            O défice apresentado pela ciência de impacto tem como principais consequências,
segundo Gould (2012): a dependência do conhecimento da ciência de produção, pois o que se
conhece se encontra preponderantemente baseado nela; a preponderância do ‘saber como
manipular’ sobre ‘os resultados da manipulação’; o afastamento, a cada round, da ciência em
relação ao desenvolvimento sustentável; e o distanciamento contínuo das preocupações sobre os
impactos, em virtude de se saber mais como fazer e menos sobre o que está sendo feito.
            O que fazer com esses problemas se a eles for acrescentado o défice democrático nas
decisões sobre os rumos da ciência e da tecnologia?
            Para Goul (2012), a opinião pública é facilmente manipulada em decorrência da
legitimação social da ciência de produção.
            Como a ciência de produção se mostra exitosa, pois entrega mercadorias para as pessoas,
enquanto a ciência de impacto, ao revelar os problemas da ciência e apontar apenas um mundo
possivelmente com menores impactos negativos, não oferece o melhor do que há no mundo,
ocorre o que o autor denomina de legitimação da ciência de produção pela sociedade, baseada na
seguinte premissa: ainda que se desconfie da ciência, se é para duvidar, que seja daquela que não
satisfaça.
            A legitimidade social da ciência de produção diminui o valor que as pessoas conferem à
prova científica, o que causa um interessante anacronismo: em uma sociedade fortemente
marcada pela tecnociência, a opinião política é intensivamente baseada em outros valores que
não científicos - fato que espantaria qualquer antropólogo que se dispusesse a realizar uma
etnografia do que se denomina sociedade tecnológica. O efeito mais perverso da legitimidade
social da ciência de produção, no entanto, talvez seja o de afastar, por meio da apatia, o público
das decisões políticas sobre ciência, inclusive das relacionadas aos investimentos em ciência e
tecnologia, mesmo em sociedades altamente democráticas (GOULD, 2012).
            Por outro lado, o afastamento dos grandes agentes institucionais científicos da ciência de
impacto aumenta a dependência da sua realização por organizações não governamentais sem fins
lucrativos (ONGs) e pelo cidadão-ciência. Tais organizações, contudo, dependem da captação de
recursos e/ou de financiamento por fundações que apoiam a ciência de impacto. Esse
financiamento é necessariamente muito limitado. Além disso, a ciência leiga e as ONGs
ressentem-se com os baixos níveis de legitimidade social (GOULD, 2013).
            Tais fatores, somados à tendência de menor utilização dos dados científicos em
ambientes de tomada de decisão nos Estados Unidos, levam Gould (2013) a concluir que
mudanças substanciais na alocação institucional de financiamento em estruturas de pesquisa
científica são fundamentais para o aproveitamento do esforço científico em prol do
desenvolvimento sustentável.
            A mudança de interesse sobre o avanço tecnológico, das corporações para os Estados,
tomando-se o Brasil como exemplo, não é novidade alguma, pois, ao contrário do que acontece
nos Estados Unidos, o Estado brasileiro exerce papel relevante como ente fomentador da
produção científica, quando comparado com as corporações privadas, o que não garante uma
situação diferenciada daquela sobre a qual Gould desenvolve sua teoria, o que leva à necessidade
de relativizar esta sugestão, tendo-se, é claro, o cuidado de contextualizá-la com a origem no
local de onde fala o autor.
            Gould (2012) preconiza, ainda, a necessidade de mudanças no controle público, por meio
da politização para a ciência. O autor ressalta o fato de que, nos Estados Unidos, a tendência é
contrária. As universidades estão cada vez mais dependentes das corporações e os
conhecimentos científicos do público estão sempre menores, o que torna a sociedade vulnerável
a manipulação do conhecimento e encerra, ressaltando que é necessário o trabalho conjunto para
mudar o foco da pesquisa e democratizar a tecnologia.
            Verifica-se, com suporte nas preocupações de Kenneth Gould, o fato de que o domínio da
ciência de produção – a prima rica – sobre a ciência de impacto – a prima pobre – favorece o que
poderia ser designado como tecnocracia, mediante a qual, as decisões sobre a tecnologia, como
fator de mudança social, ocorrem fora do ambiente democrático e são dominadas por interesses
vinculados à ciência de produção.
            O desatamento da ciência de produção e da técnica, por ela aperfeiçoada, de outros
valores que não estejam ligados à geração de capital torna o sistema tecnocientífico não
condizente com as premissas e objetivos do desenvolvimento sustentável, cabendo ao Direito
corrigir tal distorção, por meio de leis e políticas públicas que privilegiem a ciência de impacto.
            Resta analisar o marco legal de ciência e tecnologia brasileiro, para verificar se tal
cuidado foi considerado.
 
2 O MARCO LEGAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA NO BRASIL SOB A ÓPTICA DA
TEORIA DO MOINHO DA PRODUÇÃO
 
Publicada no Diário Oficial da União no dia 12 de janeiro de 2016, a Lei nº 13.243/16
influenciou nove leis federais direta e indiretamente relacionadas aos processos de inovação e
transferência de tecnologia no Brasil.
A nova Lei promoveu alterações parciais: i) na Lei nº 6.815/80, que define a situação
jurídica do estrangeiro no Brasil; ii) na Lei nº 8.666/93, que institui norma para licitações e
contratos da Administração Pública; iii) na Lei nº 12.462/12, que institui o Regime Diferenciado
de Contratações Públicas (RDC); iv) na Lei nº 8.745/93, que dispõe sobre a contratação por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; v) na
Lei nº 8.958/94, que dispões sobre as relações entre as instituições federais de Ensino Superior e
de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio; vi) na Lei nº 8.010/90, que dispõe
sobre importações de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica; vii) na Lei nº 8.032/90,
que dispõe sobre a isenção ou redução de impostos de importação e; viii) na Lei nº 12.772/12,
que trata da estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal.
Além dessas, a Lei nº 13.243/16 impactou significativamente na Lei nº 10.974/04, que
estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
produtivo. Dessa forma, o marco legal de ciência e tecnologia do Brasil é constituído pela Lei nº
10.974/04, com as alterações da Lei nº 13.243/16.
            Cabe alertar para a noção de que as referidas leis regulamentam apenas alguns aspectos
dos artigos 218, 219, 219A e 219B da Constituição Federal de 1988 foram alterados ou foram
incluídos no Texto Constitucional por meio da EC 85 de fevereiro de 2015.  Tais artigos
estabelecem as diretrizes constitucionais para a ciência, a tecnologia e a inovação.
            Reside aí a primeira incoerência, pois, de forma alguma, as leis nº 13.243/16 e nº
10.973/04 podem ser denominadas de marco legal de ciência e tecnologia brasileiro, como foi
propalado pelos órgãos oficiais ligados à matéria e pelos veículos de comunicação coletiva.
            Tal restrição, todavia, não é empecilho para a tarefa proposta neste artigo. Pelo contrário,
pois é por meio do levantamento e da análise das diretrizes que indicarão quais modalidades de
pesquisa receberão estímulos governamentais, as pautadas na lógica da ciência de produção ou as
que visam a mitigar os efeitos negativos da ciência da produção e, por isso mesmo, se coadunam
com a proposta de desenvolvimento sustentável.
            Segundo o parágrafo único do artigo primeiro da Lei nº 10.973/04, com as alterações da
Lei nº 13.243/16, as medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo deverão observar, dentre outros, os seguintes princípios: i) promoção das
atividades científicas e tecnológicas como estratégicas para o desenvolvimento econômico e
social; ii) promoção e continuidade dos processos de desenvolvimento científico, tecnológico e
de inovação, assegurados os recursos humanos, econômicos e financeiros para tal finalidade;
iii) redução das desigualdades regionais; iv) descentralização das atividades de ciência,
tecnologia e inovação em cada esfera de governo, com desconcentração em cada ente federado;
v) promoção da cooperação e interação dos entes públicos, entre os setores público e privado e
entre empresas; vi) estímulo à atividade de inovação nas Instituições Científicas, Tecnológica se
de Inovação (ICTs) e nas empresas, inclusive para a atração, a constituição e a instalação de
centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação e de parques e polos tecnológicos no
País;  vii) promoção da competitividade empresarial nos mercados nacional e internacional; viii)
incentivo à constituição de ambientes favoráveis à inovação e às atividades de transferência de
tecnologia; ix) promoção e continuidade dos processos de formação e capacitação científica e
tecnológica; x) fortalecimento das capacidades operacional, científica, tecnológica e
administrativa das ICTs; xi) atratividade dos instrumentos de fomento e de crédito, bem como
sua permanente atualização e aperfeiçoamento; xii) simplificação de procedimentos para gestão
de projetos de ciência, tecnologia e inovação e adoção de controle pelos resultados em sua
avaliação; xiii) utilização do poder de compra do Estado para fomento a inovação; e xiv) apoio,
incentivo e integração dos inventores independentes às atividades das ICTs e ao sistema
produtivo.  
            Três dos princípios trazidos pela Lei guardam pertinência com a delimitação temática do
ensaio: o que trata da promoção das atividades científicas e tecnológicas como estratégicas para
o desenvolvimento econômico e social; o que impõe a redução das desigualdades regionais; e o
que determina a descentralização e a desconcentração das atividades de ciência, tecnologia e
inovação em cada esfera de governo e em todo ente federado.
            Além de não haver princípio algum a determinar a alocação preferencial de recursos em
pesquisas baseadas na ciência de impacto, verifica-se que os três princípios acima poderiam ter
avançado e prestigiado a variável ambiental.
            Por exemplo: no princípio I – que preconiza a promoção das atividades de pesquisa e
tecnologia como estratégias para o desenvolvimento econômico e social, a simples substituição
da expressão “desenvolvimento econômico e social” pela dicção “desenvolvimento sustentável”
já daria um indicativo de que o marco de ciência e tecnologia estaria comprometido com
pesquisas que visassem a promover o desenvolvimento econômico, a distribuição de riquezas e a
garantia da qualidade do meio ambiente.
            O mesmo raciocínio vale para o princípio iii. Não basta que o avanço da ciência reduza as
desigualdades regionais, pois é preciso se declarar que os problemas socioambientais das regiões
mais carentes sejam solucionados.
            A descentralização e a desconcentração das atividades de ciência, tecnologia e inovação
em cada esfera de governo e em todo ente federado é um princípio muito bem-vindo, já que, se
for posto em prática, diminuirá a centralidade do Ministério da Ciência e Tecnologia no âmbito
de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação, a na contextura federal, e permitirá que as
fundações estaduais de fomento à pesquisa científica possam ter maior autonomia para definir
que tipo de pesquisa será financiado, o que, em tese, possibilitará a alocação de maiores aportes a
pesquisas baseadas na ciência de impacto, em razão da diversidade de problemas
socioambientais existentes no Brasil.
            O artigo 27 da Lei nº 10973/04 estabelece as diretrizes que orientarão a aplicação do
marco de ciência e tecnologia. Segundo os incisos I, II, IV e VI, do referido artigo, os agentes
envolvidos com os processos de P&D deverão: i) priorizar, nas regiões menos desenvolvidas do
País e na Amazônia, ações que visem a favorecer a pesquisa e o sistema produtivo regional de
maiores recursos humanos e capacitação tecnológica; ii) atender a programas e projetos de
estímulo à inovação na indústria de defesa nacional e que ampliem a exploração e o
desenvolvimento da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e da Plataforma Continental; iv) dar
tratamento preferencial, diferenciado e favorecido, na aquisição de bens e serviços pelo poder
público e pelas fundações de apoio para a execução de projetos de desenvolvimento institucional
às empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País e às
microempresas e empresas de pequeno porte de base tecnológica, criadas no ambiente das
atividades de pesquisa das ICTs e; vi) promover o desenvolvimento e a difusão de tecnologias
sociais e o fortalecimento da extensão tecnológica para a inclusão produtiva e social.
            Infere-se da análise de tal artigo que a aplicação da lei segue diretrizes que privilegiam
pesquisas voltadas ao desenvolvimento ao crescimento da exploração econômica de áreas
específicas. Não há uma diretriz preocupada com questões ambientais.
            A exceção encontra-se no inciso VI, que determina a promoção do desenvolvimento e da
difusão de tecnologias sociais. Como se sabe, as tecnologias sociais além de incluírem as pessoas
economicamente excluídas, têm o potencial de trazer grandes benefícios ao meio ambiente.
            Iniciativas como as incubadoras tecnológicas sociais são exemplos dos benefícios que
investimentos em tecnologia social podem trazer para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas e para a preservação do meio ambiente, como um todo, sendo essa uma das premissas
básicas da ciência que contribui para a promoção do desenvolvimento sustentável.
            O marco legal de ciência e tecnologia estimula a inovação nas empresas brasileiras e em
entidades nacionais sem fins lucrativos, mediante a concessão de recursos financeiros, humanos,
materiais ou de infraestrutura a serem ajustados em instrumentos específicos e destinados a
apoiar atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, para atender às prioridades das
políticas industrial e tecnológica nacional. (Lei nº 10.973/04, art. 19) 
            Apesar de o parágrafo primeiro do artigo em tela remeter o estabelecimento
das prioridades da política industrial e tecnológica nacional a regulamento, percebe-se a nítida
vinculação de tais políticas aos interesses econômicos e tecnológicos, ou seja, à ciência da
produção. Já as questões socioambientais são claramente relegadas a segundo plano.
            Por fim, a Lei nº 10.973/04 trata do estímulo ao inventor independente. Segundo o Inciso
IX, do artigo 2º da Lei nº 10973/04, inventor independente é a pessoa física, não ocupante de
cargo efetivo, cargo militar ou emprego público, que seja inventor, obtentor ou autor de criação.
            O artigo 22 da indigitada lei determina que, ao inventor independente que comprove
depósito de pedido de patente é facultado solicitar a adoção de seu invento por Instituição
Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) pública, que decidirá quanto à conveniência e à
oportunidade da solicitação e à elaboração de projeto voltado a avaliar a criação para futuro
desenvolvimento, incubação, utilização, industrialização e inserção no mercado. 
            Neste caso, a União, os estados, o Distrito Federal, os municípios, as agências de fomento
e as instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação ICTs públicas poderão apoiar o inventor
independente que comprovar o depósito de patente de sua criação, entre outras formas, por meio
de: i) análise da viabilidade técnica e econômica do objeto de sua invenção; ii) assistência para
transformação da invenção em produto ou processo com os mecanismos financeiros e creditícios
dispostos na legislação; iii) assistência para constituição de empresa que produza o bem objeto
da invenção; e iv) orientação para transferência de tecnologia para empresas já constituídas.   
            Apesar de parecer periférica, a inovação do artigo 22 da Lei nº 10.973/04 é a proposição
do marco legal de ciência e tecnologia que mais se aproxima das propostas de desenvolvimento
sustentável, haja vista possibilitar ao inventor independente que receba de de ICTs públicas
apoios técnicos e econômicos que lhe possibilitarão inserir seu invento no mercado.
            Com isso, abrem-se possibilidades para viabilizar os esforços do cidadão-ciência que se
dedicam a pesquisas baseadas na ciência de impacto.
            Resta verificar se as ICTs públicas estarão dispostas a incubar, utilizar, industrializar ou
inserir tais inventos no mercado e, com isso, garantir que invenções e inovações que auxiliem a
compreender, reverter e/ou mitigar os impactos negativos da ciência de produção sejam inseridas
no meio ambiente e na sociedade. 
 
CONCLUSÃO
           
No século XVII, um acontecimento daria condições para a grande revolução que
aconteceria no século vindouro. Ao afirmar que tudo no mundo tem um fundamento, o filósofo e
matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz, dava início à Revolução Científica, sem a qual a
Revolução Industrial seria impensável.
Pela eficácia em apreender e reduzir os fenômenos naturais a termos matemáticos, a
ciência moderna possibilitou o aprimoramento da técnica – a qual, até a Modernidade era apenas
uma forma de saber fazer – dando início a uma era que mudaria definitivamente a história, a era
tecnocientífica, em que ciência e técnica se retroalimentam continuamente para ensejar novas
tecnologias.
O contínuo avanço e o aprimoramento da ciência e da técnica foram fundamentais para o
desenvolvimento das formas de produção modernas e forneceram as bases para o surgimento das
sociedades de massa, no primeiro momento, e, posteriormente, para as sociedades tecnológicas,
cobrando, para isso, um alto preço: a crescente dependência das sociedades e dos campos da
ação humana da ciência, da técnica e das novas tecnologias.
Por outro lado, a ciência foi posta a serviço dos interesses econômicos, dando aso a novas
fronteiras para a expansão do capital e, no fim das contas, lucro. Esta inter-relação faz com que
se dê mais importância à ciência de produção.
Esta, no entanto, enseja a existência de externalidades negativas que precisam ser
conhecidas, tratadas ou mitigadas, o que demanda maiores investimentos em ciência de impacto.
Nesse sentido, o estabelecimento o de um marco legal de ciência e tecnologia é por demais
valioso.
Ocorre que há marcos e marcos legais. Nem todo marco legal de ciência e tecnologia é
comprometido com as premissas e princípios da sustentabilidade socioambiental.
No caso brasileiro, as Leis nº 10.973/04 e 13.243/16 pouco avançam no sentido de
estabelecer critérios para o financiamento de pesquisas de impacto, o que comprova a hipótese
formulada na introdução do artigo.
Em todo o caso, a previsão de incentivo à figura do inventor independente por Instituições
Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) Públicas abre possibilidades para se pensar em
um modelo de ciência e tecnologia que vislumbre o desenvolvimento sustentável, já que este – o
cidadão ciência – estaria, a princípio, livre das amarras do moinho da produção.
REFERÊNCIAS
 
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*
 Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do PPGD da Universidade
Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó). E-mail: rpereira@unochapeco.edu.br.
Data de recebimento do artigo: 27/01/2016 – Data de avaliação: 02/02/2016 e 02/02/2016.
[1]  
Apesar de ser um dos fatores de avanço da tecnociência, pois este se dá, também, por meio da invenção, a
inovação que pode ser definida como a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente
melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de
negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2011), adquire, na atualidade,
relevante papel econômico e social; afinal, experimenta-se a consolidação de uma sociedade pós-industrial, na qual
o principal vetor de organização passa a ser a geração e (em) consumo de informação mediada por sofisticados
meios de transmissão e processamento de dados. A inovação tecnológica leva a – e é gerada por – processos de
pesquisa e desenvolvimento – P&D (ou investigação e desenvolvimento – ID). Tais processos incluem o trabalho
criativo levado a cabo de forma sistemática para aumentar o campo dos conhecimentos, incluindo o conhecimento
do homem, da cultura e da sociedade, e a utilização desses conhecimentos para criar mais aplicações. A pesquisa e o
desenvolvimento de tecnologia englobam três atividades: investigação básica, investigação aplicada e
desenvolvimento experimental. A investigação básica consiste em trabalhos experimentais ou teóricos iniciados
principalmente para obter novos conhecimentos sobre os fundamentos dos fenômenos e fatos observáveis, sem ter
em vista qualquer aplicação ou utilização particular. A investigação aplicada consiste também em trabalhos originais
realizados para adquirir novos conhecimentos; no entanto, está dirigida fundamentalmente para um objetivo prático
específico. O desenvolvimento experimental consiste em trabalhos sistemáticos baseados nos conhecimentos
existentes obtidos pela investigação e/ou pela experiência prática, e dirige-se à produção de materiais, produtos ou
dispositivos, à instalação de processos, sistemas e serviços, ou à melhoria substancial dos já existentes. A ID
engloba tanto a ID formal realizada nas unidades de ID como a ID informal ou ocasional realizada noutras unidades.
(MANUAL DE FRASCATI, 2011).
[2]
 A abordagem da Hélice Tríplice caracteriza a dinâmica da inovação em um contexto de evolução, onde as
relações se estabelecem entre três esferas institucionais, envolvendo três agentes distintos: a universidade, a
iniciativa privada e o governo, configurando três pás distintas de uma mesma hélice. As relações decorrentes das
transformações internas em cada hélice exercem influência sobre as demais, criando novas redes decorrentes da
interação das três hélices, produzindo um efeito recursivo dessas redes, tanto nas espirais de onde elas emergem,
como na sociedade como um todo. (ABDALLA; CALVOSA; BATISTA, 2009, p. 8).

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