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(Atividade 2 assíncrona)
Renato E. de Escobar 1
Erechim/RS, 25/03/2021
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exclusivamente na obtenção da felicidade, relegando outras questões subsequentes
como agressão ambiental e a importância da preservação e reciclagem a um segundo
plano. Em consequência disso criou-se uma geração de sociedade consumista com
pouca ou nenhuma consciência sobre esse problema. Raramente as pessoas param para
pensar nisso, pois consumir é algo natural do ser humano.
Inevitável que surge diante nós um quadro que se agrava em escala geométrica, e diante
da gravidade dessa situação, ser um consumidor consciente se tornou mais que uma
obrigação. Obviamente que é um assunto difícil de entender, para muitos. O
consumismo prejudica o meio ambiente e entender como isso se dá ajuda a adquirir uma
melhor consciência ecológica e garantir um futuro melhor para os que virão.
Para isso se torna urgente entender a relação entre Consumismo e Meio Ambiente, e não
aceitar de pronto que a felicidade seja facilmente extraível desse processo, sem maiores
consequências. Antes do meio do ano de 2019, a ONG Global Footprint Network
chamou a atenção ao avisar que a humanidade já havia esgotado os recursos do planeta
para aquele ano. A cada ano, a humanidade acaba com estes recursos cada vez mais
cedo. Em 2017, o chamado “dia da sobrecarga” da Terra ocorreu no dia 2 de agosto.
Nossos recursos naturais estão sendo explorados cada vez mais de forma predatória e o
planeta não está tendo o tempo necessário para se restaurar. Isso está se tornando cada
vez mais evidente devido ao aumento do desmatamento, erosão do solo, emissão de
CO2 e outros. Tudo isto culminando com o aumento da temperatura global, o chamado
“aquecimento global”, que é alvo de intensa crítica e negacionismo.
Um dos principais tópicos que deve ser dado uma atenção especial é com relação ao
consumo predatório. Defrontamo-nos com um terrível dilema: de um lado estão as
grandes empresas que utilizam os recursos naturais. Do outro, há os empregados que
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precisam do trabalho para sobreviver. No meio disso estão os consumidores
digladiando-se com o conceito de felicidade.
Isso cria uma equação de difícil solução, com o agravante de que corporações
poderosas, agindo de dentro de seu poderio financeiro, contribuem para a crescente
degradação ambiental, sem pensar nas consequências. E, na maioria das vezes, não
mudam de atitude, porque os consumidores continuam comprando seus produtos. É um
problema em que a própria falta de consciência do lado consumista retroalimenta a falta
de consciência do lado produtivo.
Por exemplo, comprando somente o que for necessário, pode-se evitar de se fazer
compras para o mês inteiro no supermercado, especialmente quando o assunto é
perecíveis. Seria uma maneira de evitar comprar em excesso e evitar desperdício de
alimentos. Em relação a outros produtos, uma ação possível poderia ser adquirir
somente por necessidade e não por desejo. Pode-se usar técnicas como “eu quero” e “eu
preciso” para ajudar nessas decisões de consumo. Se desejar (e puder), vale também
evitar comprar vestimentas ou utensílios feitos por empresas que não se importam com
o meio ambiente.
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Na utilização de produtos biodegradáveis e ecológicos, pode-se agir pesquisando por
marcas e lojas que vendam produtos que não agridam o meio ambiente. Há várias
empresas que se preocupam em não fazer mal à natureza. E, se for o caso, não deixar de
cobrar das empresas sempre que achar que certos princípios foram violados.
Quanto à substituição de produtos no dia a dia, pode-se evitar usar coisas descartáveis,
como copos ou garrafas pets, tentando usar sempre garrafas de vidro ou canecas
reutilizáveis no lugar. Outros produtos, como canudos de plástico e talheres descartáveis
também podem ser facilmente retirados do dia a dia. Troque papéis por panos ou papéis
recicláveis. Usar lâmpadas mais econômicas ou a luz natural. Substituir torneiras,
descargas e chuveiros que desperdiçam água pode ser uma boa opção. Nesse sentido é
importante analisar tudo o que pode ser substituído e fazer as adequações necessárias.
Além de ajudar o meio ambiente, ainda será possível se fazer uma boa economia no
mês.
Enfim, a consciência de que se deve economizar e evitar desperdícios, parece estar pelo
menos sendo entendida que deve ser hegemônica. Cada vez mais se aceita que a tarefa
de evitar grandes desperdícios na natureza, também está em ter hábitos de pequenas
coisas como evitar desperdiçar água e alimentos, ou, sempre que sair, desligar as luzes
do local, separar o lixo, reciclar e reutilizar restos de alimentos, etc. Dentro das
possibilidades também está outras atividades como criar uma horta para plantar
alimentos. Cada vez mais as pessoas se convencem que nessas coisas, ao final, é o
próprio bolso e a natureza que agradecem.
Considerações finais
Não se pode negar que consumismo e meio ambiente possuem uma relação muito
próxima. E nessa relação a sociedade procura encontrar as condições de felicidade. A
sociedade construiu a ideia de que necessitamos consumir para sermos felizes. Porém,
hoje a própria natureza nos mostra que isso não deve ser tomado como uma verdade
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absoluta, pelo contrário, está nos mostrando de forma inequívoca que é extremamente
prejudicial.
Dentro dessa luta vale apelar para o dinheiro como lastro para angariar combatentes
contra o desperdício e na busca da felicidade. É válido, portanto perguntar: “como fazer
seu dinheiro trabalhar para você?”. Aprender a investir melhor o dinheiro que se tem à
disposição e tomar boas decisões de investimentos, de acordo com seu planejamento
pessoal, pode ser uma maneira de convencer a parte endinheirada da sociedade, no
sentido da conscientização ambiental. Embora longe de resolver outras mazelas, parece
que trabalhar nessa direção poderá trazer resultados quando direcionada para a noção de
que utilizar corretamente esses recursos financeiros, é a única maneira de fazer seu
dinheiro trabalhar para você e de conquistar todos o seus objetivos financeiros.
É visto, portanto, que as relações entre consumo, felicidade e meio ambiente estão
diretamente interligadas ao desenvolvimento da sociedade. Isto é um grande problema
mundial, pois as consequências do consumo exagerado incentivado pelo espírito
consumista entranhado pelo regime capitalista, e mais recentemente pela “compra” do
discurso neo-liberal, enraizou-se no seio da sociedade, gerando consequências
irreversíveis ao meio ambiente. A sociedade deve urgentemente modificar seu
consumismo, mudando o paradigma de que a relação de consumo e o desenvolvimento
devam andar juntos. Já está mais que provado que a grande demanda da produção e do
consumo afetam diretamente a retirada de recursos da natureza, com a poluição do meio
ambiente. Os governos devem buscar estratégias e instituir políticas que possibilitem
mudanças nos atuais padrões insustentáveis de consumo e que visem preservar o meio
ambiente e incentivar a utilização de produtos recicláveis e biodegradáveis. Pois todos
têm o direito à uma natureza saudável e equilibrada, que deva ser zelada através da
conscientização de um novo paradigma, que possa equacionar as relações de consumo,
felicidade e meio ambiente, possibilitando o desenvolvimento sustentável.
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REFERÊNCIAS:
Internet:
“The Story of Stuff” A história das coisas, curta-metragem de Annie Leonard (2007)
disponível em: (https://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k)
“The 11th Hour” A Última Hora. Documentário de Nádia Conners e Leila Conners
Petersen (2007) disponível em:
(https://drive.google.com/file/d/1JIF5Wqq4K1S__o5Vy2wQYujmG7whAYzH/view).