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ATIVIDADE – 07 DE MAIO ATÉ 14 DE MAIO

O CONSUMISMO

Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo,
descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços.
É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.
Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida
enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.
O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas levam as pessoas a
gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir à indiferença social, a falta de recursos
financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros.
Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho, a
multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre
sociedades) e a oneomania (que é um distúrbio caracterizado pela compulsão de gastar dinheiro que é mais
comum nas mulheres tomando uma proporção de quatro por um), o meio ambiente também sofre com este “mal do
século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo.
Por Gabriela Cabral. Equipe Brasil Escola.com

ATIVIDADES
VOCABULÁRIO
Procurar no dicionário o significado das palavras:
1) compulsivo (compulsão) – 2) marketing - 3) rotulada – 4) alienação – 5) supérfluos – 6) distúrbio – 7)
desenfreado – 8) proporção – 9) inadimplência

QUESTÕES
1) Qual a diferença entre consumidor e consumista?
2) Quais as causas para muitas pessoas se tornarem consumistas atualmente?
3) Explique as conseqüências do consumismo para o meio ambiente.
4) Em sua opinião como poderíamos diminuir o consumismo em nossa sociedade? Explique
5) Por que a sociedade capitalista moderna pode ser rotulada como “sociedade do consumo”? Quem mais se
beneficia com essa situação? Explique

ATIVIDADE – 14 DE MAIO ATÉ 21 DE MAIO

CONSUMISMO E ESTILO DE VIDA


Com a expansão da sociedade de consumo, amplamente influenciada pelo estilo de vida norte-americano,
o consumo se transformou em uma compulsão e um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda
e da propaganda. A sociedade de consumo produz carências e desejos (materiais e simbólicos)
incessantemente. Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e julgados por aquilo que consomem,
aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e pelo telefone celular que exibem em público.
O próprio indivíduo passa a se auto-avaliar pelo que tem e pelo que consome. Mas é muito difícil
estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas
está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é
básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa.
A felicidade e a qualidade de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais.
Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter e ostentar um nível de
consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e a outras atividades e relações sociais.
Até mesmo o tempo livre e a felicidade se tornam mercadorias que alimentam este ciclo.
Em suas atividades de consumo, os indivíduos acabam agindo centrados em si mesmos, sem se preocupar
com as conseqüências de suas escolhas. O cidadão é reduzido ao papel de consumidor, sendo cobrado por
uma espécie de “obrigação moral e cívica de consumir”.
Mas se nossas identidades se definem também pelo consumo, poderíamos vincular o exercício da cidadania
e a participação política às atividades de consumo, já que é nestas atividades que sentimos que
pertencemos e que fazemos parte de redes sociais.
O consumo é o lugar onde os conflitos entre as classes, originados pela participação desigual na estrutura
produtiva, ganham continuidade, através da desigualdade na distribuição e apropriação dos bens. Assim,
consumir é participar de um cenário de disputas pelo que a sociedade produz e pelos modos de usá-lo. Sob
certas condições, o consumo pode se tornar uma transação politizada, na medida em que incorpora a
consciência das relações de classe envolvidas nas relações de produção e promove ações coletivas na
esfera pública.
A partir do crescimento do movimento ambientalista, surgem novos argumentos contra os hábitos
ostensivos, perdulários e consumistas, deixando evidente que o padrão de consumo das sociedades
ocidentais modernas, além de ser socialmente injusto e moralmente indefensável, é ambientalmente
insustentável. A crise ambiental mostrou que não é possível a incorporação de todos no universo de
consumo em função da finitude dos recursos naturais. O ambiente natural está sofrendo uma exploração
excessiva que ameaça a estabilidade dos seus sistemas de sustentação (exaustão de recursos naturais
renováveis e não renováveis, desfiguração do solo, perda de florestas, poluição da água e do ar, perda de
biodiversidade, mudanças climáticas etc.). Por outro lado, o resultado dessa exploração excessiva não é
repartido eqüitativamente e apenas uma minoria da população planetária se beneficia desta riqueza.
Assim, se o consumo ostensivo já indicava uma desigualdade dentro de uma mesma geração
(intrageracional), o ambientalismo veio mostrar que o consumismo indica também uma desigualdade
intergeracional, já que este estilo de vida ostentatório e desigual pode dificultar a garantia de serviços
ambientais equivalentes para as futuras gerações.
Estas duas dimensões, a exploração excessiva dos recursos naturais e a desigualdade inter e intrageracional
na distribuição dos benefícios oriundos dessa exploração, conduziram à reflexão sobre a insustentabilidade
ambiental e social dos atuais padrões de consumo e seus pressupostos éticos. Torna-se necessário associar
o reconhecimento das limitações físicas da Terra ao reconhecimento do princípio universal de eqüidade na
distribuição e acesso aos recursos indispensáveis à vida humana, associando a insustentabilidade ambiental
aos conflitos distributivos e sociais.
Se considerarmos o princípio ético de igualdade inter e intrageracional,ou seja, o princípio de que todos os
habitantes do planeta (das presentes e das futuras gerações) têm o mesmo direito a usufruir dos recursos
naturais e dos serviços ambientais disponíveis,enquanto os países desenvolvidos continuarem promovendo
uma distribuição desigual do uso dos recursos naturais, os países pobres poderão continuar reivindicando o
mesmo nível elevado neste uso, tornando impossível a contenção do consumo global dentro de limites
sustentáveis. Neste contexto, os riscos de conflitos por recursos naturais, fome, migrações internacionais e
refugiados ecológicos tenderão a aumentar. Tal dilema aponta para a percepção ética de que todos os
povos devem ter direitos proporcionais no acesso e utilização dos recursos naturais.
Assim, para reduzir a disparidade social e econômica, seria necessário tanto um piso mínimo quanto um
teto máximo de consumo. Porém, cada povo tem o direito e o dever de estabelecer padrões próprios de
estilo de vida e consumo, não necessariamente copiando os estilos de vida de outras culturas.”
Os direitos básicos do consumidor estão sintetizados no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor:
• Proteção da vida, saúde e segurança;
• Educação para o consumo;
• Informação adequada e clara sobre produtos e serviços;
• Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva e métodos comerciais ilegais;
• Proteção contra práticas e cláusulas abusivas nos contratos;
• Prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais;
• Adequação e prestação eficaz dos serviços públicos em geral;
• Acesso à justiça e aos órgãos administrativos e facilitação da defesa em favor do consumidor.
Fonte: CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/
IDEC, 2005.
LIXO É PROBLEMA DIRETAMENTE LIGADO À RIQUEZA E AO CONSUMISMO
18/02/2008Por Fábio Reynol
Mais da metade da produção mundial de lixo urbano pertence aos cidadãos dos países desenvolvidos. A cada ano,
2,5 bilhões de fraldas são descartadas pelos britânicos, 30 milhões de câmeras fotográficas descartáveis vão para os
lixos japoneses e 183 milhões de lâminas de barbear, 350 milhões de latas de spray e 2,7 bilhões de pilhas e baterias
são destinadas aos lixões norte-americanos. Até as indústrias da fatia mais rica do planeta são campeãs na geração
de rejeitos. Estima-se que para cada cem quilos de produtos manufaturados nos Estados Unidos, são criados 3.200
quilos de lixo. A organização indiana Centre for Science and Environment (CSE), que levantou esses dados, chegou
à conclusão de que os países ricos são melhores produtores de lixo do que propriamente de bens de consumo. Os
números também revelam uma faceta do sistema produtivo moderno: a quantidade de lixo produzida está
diretamente associada ao grau de desenvolvimento econômico de um país. Quanto mais abastada, mais lixo a nação
produz. Não é por acaso que o país mais rico do mundo, os Estados Unidos, lidera o ranking dos maiores geradores
de lixo per capita do mundo, ostentando a média de quase meia tonelada de rejeitos por habitante a cada ano.

Parte da explicação desse problema está no desequilíbrio entre os povos na participação dos mercados de consumo.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já havia levantado em 1998, em seu último
relatório sobre consumo mundial, que só 20% da população do planeta é responsável por 86% dos gastos com o
consumo individual. O PNUD apurou ainda que 45% das carnes e peixes consumidos no mundo vão para os pratos
desse um quinto mais rico da população, o mesmo que se utiliza de 58% da energia do planeta. Do outro lado, 60%
das 4,4 bilhões de pessoas que habitam os países em desenvolvimento vivem sem saneamento básico, 20% mora
em habitações precárias e um terço delas não tem nem água potável. Situações sociais tão díspares também
resultam em impactos diferentes sobre o meio ambiente, e os resíduos sólidos, a que comumente chamamos de lixo,
estão entre eles.

O ambientalista Alan Thein Durning, diretor executivo da Norwest Environment Watch, uma ONG norte-americana,
associou o consumo crescente das nações ricas aos principais problemas ambientais do planeta. Em seu livro How
much is enough? The consumer society and the future of the earth (Quanto é o bastante? A sociedade de consumo e
o futuro da terra), Durning dividiu o mundo em três grupos de consumo, de acordo com o impacto ambiental
produzido por cada um. No topo da pirâmide, segundo o autor, está 1,1 bilhão de pessoas que andam de carro e
avião, abusam dos produtos descartáveis e consomem muita comida embalada e processada. No meio, situa-se a
maior parcela da população, com 3,3 bilhões de pessoas que andam de ônibus ou bicicleta, mantém um consumo
frugal e se alimentam de produtos e grãos produzidos localmente. Por fim, 1,1 bilhão de indivíduos que andam a pé e
não têm acesso às condições mínimas para manter a própria saúde, vivem com uma dieta irrisória de grãos e água
não-potável. O estudo de Durning conclui que a fatia mais rica do globo é, de longe, a mais poluidora.

QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO
1) Qual o grau de desenvolvimento dos países que mais consomem e produzem lixo no mundo? Dê 3
exemplos.
2) Por que as pessoas que vivem em países ricos são mais consumistas do que as de países pobres.
3) Na sua opinião, qual a situação do Brasil?
4) Identifique no mapa os países que mais consomem e poluem ( cor em tom mais escuro) e os que menos
consomem e poluem (mesma cor, em tom mais claro).

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