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Agrupamento de

Curso EFA – Nível Secundário UFCD 2


Escolas Alves Tema – Processos sociais de
Área de Competência
Redol Cidadania e Profissionalidade
mudança
Vila Franca de Xira Instâncias supranacionais dinamizadoras
Ano Letivo 2021/2022 da intervenção comunitária

Nome: Andreia Costa Turma: EFA2B Data: 18/01/2022

ATIVIDADE Nº 4

Breve história da globalização


A globalização, enquanto fenómeno, não é uma realidade recente. De facto, a humanidade, desde
os tempos mais remotos, procurou alargar o seu mundo circundante. Foi assim que, desde África,
berço da humanidade, o homem foi aumentando o seu horizonte perceptivo, povoando a terra e
estendendo-se pelo continente europeu, asiático, americano e australiano. Foi, em diáspora, à
procura da terra prometida, da terra mais favorável à sua satisfação na luta pela existência, que
determinados povos, conquistando outros, construíram grandes impérios. O Mundo Antigo
conheceu, entre outros, o egípcio, o sumério, o fenício, o grego, o persa e o romano. Este último,
tendo o Mar Mediterrâneo como meio de comunicação privilegiado, com as suas galés, uniu os
pontos mais longínquos do seu império.

No séc. XVI, portugueses e espanhóis, compreendendo igualmente a importância do mar


enquanto meio de união, lograram, com as suas empresas ultramarinas, unir os cinco continentes.
E com essa união permitiram o primeiro grande momento histórico da humanidade: a
transformação do mundo numa pequena «aldeia global». Eis, aqui, a importância que
comummente atribuímos a personagens históricas como Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e
Pedro Álvares Cabral.

Num mundo assim globalizado pela expansão ultramarina, a revolução industrial (séc. XVIII) e a
revolução tecnológica (séc. XX), permitiram acelerar aquele fenómeno com o encurtamento
temporal das distâncias que medeiam os cinco continentes. Foi assim que a velha caravela
portuguesa deu origem ao barco a vapor e ao avião, e as cartas ao telegrama e ao e-mail.

Com os novos meios de transporte e com as novas tecnologias de informação e comunicação, os


povos conseguiram estreitar cada vez mais as suas relações, de tal forma que a distância espacial é
quase totalmente minimizada pelo encurtamento temporal. Tal fenómeno presente culturalmente
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no cinema e no teatro, socialmente na televisão, nos jornais e nas revistas, e tecnologicamente no


computador e na Internet, trouxe-nos imensas vantagens. Mas também muitas desvantagens.

Certamente que no retrocesso às sociedades fechadas das primeiras décadas do séc. XX poder-se-
ia evitar muitas das desvantagens da globalização, mas essa não seria uma verdadeira solução
para os problemas do terrorismo, do fundamentalismo religioso, das redes de pedofilia ou tantos
outros problemas que mancham a sociedade actual. E não seria, porque, ainda que fosse possível
esse retrocesso, os problemas continuariam a existir reduzidos a uma escala nacional. Por isso, só
no futuro reside a solução. E este futuro deve ser construído no compromisso de todos os agentes
co-implicados, cidadãos e políticos, na defesa da paz, do respeito e da tolerância mundial.

A globalização
A globalização surge no final dos anos 70. É um processo económico, social, político e cultural
que corresponde à etapa actual do capitalismo. O processo de globalização caracteriza-se pela
difusão a todo o planeta de modelos (económicos, políticos e culturais) de forte inspiração
ocidental, baseados na economia de mercado e na organização social e política de tipo liberal, e
traduz-se num fluxo crescente de bens, pessoas, capitais, informações e serviços comerciais à
escala global.

A globalização em curso foi impulsionada pelo desenvolvimento dos transportes, o que reduziu
os custos e o tempo de deslocação, e pela revolução nas tecnologias de informação e
comunicação (TIC), que se traduziu na transmissão universal e instantânea de informações –
surgindo a Internet como um dos meios de comunicação cuja expansão foi mais rápida.

No plano económico e financeiro, a aceleração do processo de globalização resulta da crescente


liberalização dos mercados, dos movimentos de integração económica e do papel das
multinacionais, que têm intensificado a deslocalização de segmentos do processo produtivo à
escala global.

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Fig. 1 - A globalização

Globalização nas sociedades atuais


Basta entrarmos num centro comercial ou mesmo num hipermercado para facilmente
constatarmos o fenómeno da globalização.

No caso dos centros comerciais é possível verificarmos que existem as mesmas lojas em
praticamente todos eles. A maior parte destas lojas são exploradas em regime de Franchising o
que determina que todas elas tenham os mesmos padrões de gestão e qualidade.

Se entrarmos no McDonalds, Zara, Bennetton, Mango, de um grande centro comercial,


verificamos que vendem os mesmos produtos, com a mesma apresentação e a mesma qualidade.
Constatamos também que os estabelecimentos e a organização são idênticos. São empresas
globalizadas – empresas multinacionais. Os produtos que comercializam, são produzidos em
países distantes onde a mão-de-obra é mais barata.

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Fig. 2 - Marcas que invadem as nossas vidas

O desenvolvimento das tecnologias de informação, dos transportes e das telecomunicações


facilitaram a aproximação das pessoas e diminuíram as distâncias. Este desenvolvimento permite
que, na atualidade, todo o planeta possa assistir, em direto, aos mesmos eventos, como
aconteceu por exemplo, com a guerra no Iraque, o atentado de 11 de setembro nos EUA, etc.

Por outro lado, o desenvolvimento dos transportes permitiu encurtar distâncias; os trabalhadores
podem percorrer distâncias cada vez maiores, demorando menos tempo. Torna-se cada vez mais
fácil deslocar de um lado para o outro do planeta grandes quantidades de mercadorias em
escassas horas, ou mesmo dias. Até mesmo nos supermercados é possível vermos frutas e outros
alimentos que tiveram de percorrer milhares de Km.

Todas estas mudanças estão, obviamente, a refletir-se nos estilos de vida, nos hábitos e padrões
de consumo dos povos e estão a ter consequências para o ambiente e a contribuir para o
aparecimento de novos riscos e incertezas. Assistimos à tendência para a uniformização dos
padrões de consumo a nível planetário.

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As dimensões do processo de globalização

Dimensão económica

Do ponto de vista económico, o fenómeno da globalização teve origem no processo de


transnacionalização da produção, levado a cabo pelas multinacionais, transformadas em atores
principais de uma nova economia mundial, e traduzindo-se na emergência de uma nova divisão
internacional do trabalho.

As principais características desta nova economia mundial são as seguintes:

- Economia dominada pelo sistema financeiro e pelo investimento à escala global;

- Processos de produção flexíveis e multilocais;

- Baixos custos de transporte;

- Revolução das tecnologias e informação e de comunicação;

- Desregulação das economias nacionais;

- Emergência de três grandes capitalismos transnacionais: o americano, o japonês e o europeu


baseado na União Europeia.

Dimensão social

Na sua dimensão social, a globalização deu origem a uma nova classe, que se reproduz
socialmente à escala global fora do controlo das organizações nacionais de trabalhadores e dos
Estados localizados na periferia ou semi-periferia do sistema mundial: a classe capitalista originada
a partir das multinacionais. Fazem parte desta elite os administradores, gestores e accionistas das
multinacionais, que concentram uma parcela importante do rendimento mundial.

Dimensão cultural

Na sua dimensão cultural, a globalização corresponde à convergência dos modos de vida em


resultado da difusão de uma cultura universal (através de marcas ou acontecimentos

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emblemáticos: Jogos Olímpicos, Live Aid, Coca-Cola, Disney, etc.), facilitada pelo desenvolvimento
das tecnologias de informação e comunicação.

Dimensões demográfica e religiosa

No que diz respeito às dimensões demográfica e religiosa, a globalização está associada à


intensificação dos fluxos migratórios internacionais de trabalhadores, ao aumento dos fluxos
turísticos e ao crescente multiculturalismo e multietnicidade resultante de uma maior diversidade
cultural no interior dos países mais desenvolvidos.

Embora as religiões possuam áreas de expansão seculares privilegiadas, onde são quase exclusivas
(como o cristianismo na América Latina), estão a difundir-se por outras regiões (como o
cristianismo e o islamismo em África). Na actualidade assistimos a dinâmicas espaciais religiosas
muito diversas, tais como: a expansão do islamismo, nomeadamente em África, o retorno a
práticas religiosas no antigo mundo comunista, a perda de influência do cristianismo no mundo
ocidental, acompanhado de novas formas de religiosidade (seitas) e da expansão do ateísmo
(doutrina que nega a existência de Deus e de qualquer divindade) e de valores materialistas e
laicos (não privilegiam qualquer religião).

Dimensão política

Do ponto de vista político, a nova divisão internacional do trabalho, a visão “pró-mercado” da


política económica e as interacções resultantes das práticas associadas às multinacionais
reforçaram a necessidade de aprofundar as relações interestatais. Esta forma de organização
política do sistema mundial moderno caracteriza-se pelo estabelecimento de acordos políticos
interestatais.

Dimensão jurídica

Na sua dimensão jurídica, a globalização caracteriza-se por um processo de desregulamentação


dos mercados de trabalho, de serviços comerciais e de capitais, entre outros, que vai ao encontro
das pressões e dos interesses das multinacionais e das instituições financeiras multilaterais como o
Fundo Monetário Internacional (FMI). 6
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As cidades globais
Os verdadeiros centros da globalização são as chamadas cidades globais. Estas constituem os
lugares de controlo por excelência dos fluxos que se desenvolvem a diferentes escalas.

As principais cidades mundiais, como Londres, Nova Iorque, Paris e Tóquio, concentram um
grande número de funções de nível superior e detêm grande poder de decisão e de controlo à
escala mundial, entre as quais se destacam as funções financeiras, de investigação e de
desenvolvimento, as sedes das multinacionais e de grandes organizações internacionais e os
serviços e o comércio mais qualificados. Podemos ainda encontrar outras cidades que exercem
uma influência planetária, rivalizando com as quatro acima referidas, como Chicago, Los Angeles,
Milão e Hong Kong e Singapura nos países emergentes.

Globalização e desenvolvimento: a hierarquia do espaço mundial


Graças ao avanço tecnológico, nomeadamente no sector das telecomunicações e informática, as
grandes empresas multinacionais, os novos atores da globalização, organizam a produção e
estabelecem estratégias empresariais à escala mundial, influenciando e conduzindo a
implementação planetária de padrões de produção e de consumo homogeneizados. Neste
contexto, a dimensão nacional de uma visão do mundo tende a relativizar-se e a subordinar-se a
uma cultura global marcada por uma nova lógica capitalista de especialização transnacional e
global, apoiada na crescente mobilidade do capital e na liberalização dos mercados.

As megaempresas multinacionais são as grandes responsáveis pelas crescentes assimetrias de


desenvolvimento entre as áreas beneficiadas e as marginalizadas, pois estão na origem de uma
perigosa concentração do investimento em certas regiões em detrimento de outras.

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Fig. 3 – As multinacionais

Pela diversidade e complexidade de situações e níveis de desenvolvimento que a crescente


mundialização das economias tem originado, a noção de Norte e de Sul tem hoje um sentido
menos geográfico.

No Norte, certos países do ex-bloco comunista, como a Ucrânia, a Bulgária e a Albânia, conhecem
uma situação económica e social difícil. No extremo oposto, certos países do Sul integram o
processo de globalização, como por exemplo os novos países industrializados (NPI) da Ásia e da
América Latina: Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, México ou Brasil, enquanto outros países do Sul
não registaram qualquer processo nos níveis de desenvolvimento, como os países da África
Subsariana, considerados os países menos desenvolvidos do planeta.

Apenas um reduzido número de territórios e de indivíduos está a usufruir plenamente dos


benefícios do desenvolvimento proporcionado pela globalização. Entre eles estão aqueles que
possuem os recursos e dominam as inovações tecnológicas. Os fluxos e os equipamentos de
telecomunicações estão concentrados nos países mais ricos, os países do Norte.

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Fig., 4 – Norte-Sul: as disparidades perpetuam-se

Globalização e desenvolvimento: consequências contraditórias


Os efeitos positivos

 Aumento da produção de riqueza.


 Facilidade nas comunicações.
 O sistema de trocas internacionais favorece a especialização e a eficiência produtiva,
permitindo a cada país aperfeiçoar-se nas produções em que possui vantagens
comparativas.
 O fluxo de capitais e de pessoas e a internacionalização das empresas facilitam a difusão
internacional das inovações e o progresso científico alargando as possibilidades de
produção.

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 Os consumidores ganham ao adquirirem bens a preços mais baixos, devido à redução dos
custos e produção e ao acederem a uma maior diversidade de bens e serviços.

Os efeitos negativos

 A riqueza crescente do mundo é acompanhada de um aprofundamento das desigualdades


sociais e económicas entre países ricos e países pobres.
 A cooperação internacional beneficia os países estratégica ou comercialmente
interessantes, em vez de contribuir para a redução das assimetrias de desenvolvimento.
 As trocas Norte-Sul aumentam as desigualdades entre as grandes potências ocidentais e os
países em desenvolvimento: as primeiras protegem os seus mercados internos e subsidiam
as suas exportações agrícolas e os segundos são condenados a exportar para assegurar o
pagamento da dívida externa e compensar o reduzido dinamismo dos mercados internos.

Fig. 5 – Utilizadores de Internet em % da população total por grandes conjuntos espaciais, em 2004

Os fenómenos de resistência à uniformização cultural


Para muitas pessoas a globalização é estimulante, pois é sinónimo de novas oportunidades e de
maior diversidade cultural, ajudando a promover a constituição de uma sociedade mundial, com
valores e princípios éticos defendidos universalmente por todos os cidadãos. Outros receiam que
os seus países possam fragmentar-se e que os valores das culturas locais estejam a perder-se, à

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medida que cada vez mais imigrantes trazem novos costumes e que o comércio internacional e os
meios de comunicação difundem um modelo cultural ocidental.

A construção de uma sociedade mundial é uma realidade para as elites dirigentes, mas a
emergência de uma elite mundializada não significa a constituição de uma cidadania mundial.

Muitas comunidades e indivíduos não se reconhecem numa cultura mundial que, embora
fundada sobre os valores da modernidade ocidental como a liberdade, os direitos humanos e a
democracia, tem um carácter hegemónico e submete as identidades nacionais e locais à sua
lógica. A globalização aparece-lhes, assim, como a negação de um conjunto de valores e de
referências familiares, religiosas e culturais próprios. A mundialização do sistema económico
capitalista alterou as condicionantes locais da nossa vida – relações de vizinhança, família largada,
valores comunitários tradicionais, que perdem importância.

Embora o universalismo da cultura e dos valores esteja em plena expansão é, simultaneamente,


objecto de grande contestação. A resistência à globalização é muitas vezes o resultado de
culturas tradicionais, onde a religião tem um papel social importante. Por isso, os movimentos
de contestação tomam, por vezes, formas violentas e exclusivas que se baseiam no nacionalismo
e no fundamentalismo.

Mas a expansão deste tipo de movimentos que se opõem à globalização não está só relacionada
com o renascimento de aspirações religiosas e nacionalistas; na sua origem encontra-se, também,
a generalização de uma cultura de massas que impõe o “global” ao “local” e destrói as
identidades territoriais.

As novas ameaças e riscos


Os riscos que corremos são consequência de desequilíbrios no processo de desenvolvimento e
de situações de extrema desigualdade entre marginalizados e poderosos. Os riscos podem
ocorrer a um nível mais local, onde as desigualdades e as inseguranças se reflectem não só nos
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rendimentos como também na participação política e nas condições sociais (educação, habitação,
emprego). Esses riscos podem ter, também, um carácter mundial, como resultado do aumento do
crime internacional (criminalidade financeira, tráfico de crianças, de mulheres e de órgãos) e das
acções de grupos terroristas, da expansão do vírus da Sida, da proliferação do tráfico de droga, da
expansão da venda clandestina de armamento perigoso (armas químicas, biológicas, nucleares),
etc.

As atividades humanas estão a provocar alterações na atmosfera a um ritmo sem precedentes,


em consequência do aumento da poluição. Essas alterações estão a pôr em risco o equilíbrio
bioclimático do planeta. As emissões de gases poluentes como o dióxido de carbono, o metano, os
clorofluorcarbonetos (CFC) continuam a aumentar, contribuindo para a alteração do balanço
térmico do planeta, cuja consequência previsível será o aumento da temperatura média do
planeta.

Nas regiões menos desenvolvidas, em particular nas áreas metropolitanas em crescimento


explosivo, onde a forte concentração demográfica contribui para a degradação e insalubridade das
condições de vida da população urbana, os impactos ambientais são mais violentos devido à
incapacidade tecnológica e financeira de fazer face à adversidade.

O mundo em mudança acelerada apresenta, assim, muitos riscos de rupturas repentinas nas
famílias, nos empregos, na saúde, na coesão social e cultural das comunidades e no equilíbrio do
planeta.

O descontentamento alastra-se, criando condições para que velhas tensões se reacendam e novos
conflitos tenham lugar.

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Fig. 6 – Manifestações antiglobalização

Cristina Domingos, Jorge Lemos, Telma Canavilhas, Geografia C – 12º ano, Plátano Editora, 1ª edição, junho 2006 (Adaptado)

Proposta de trabalho:

1. Identifique três momentos históricos que contribuíram, ao longo da História, para o


atual processo de globalização que vivemos.

R: Os três momentos históricos que contribuíram ao longo da Historia para o


atual processo de globalização que vivemos são, o desenvolvimento dos
transportes, a revolução nas tecnologias de informação e comunicação, e a
crescente liberalização dos mercados, dos movimentos de integração económica
e do papel dos multinacionais.

O início da globalização ocorreu com a expansão marítima europeia, responsável


por uma transformação gradativa da estrutura social da época, anteriormente, não
se podia dizer que havia uma globalização, uma vez que o predomínio era do
isolamento das sociedades em economias relativamente autônomas e pouco ou
nada integradas entre si.

Durante o final do século XV e o início do século XVI, o avanço das navegações


europeias consolidou então uma implosão no sistema-mundo vigente, uma vez
que os meios de transporte e comunicação conheceram os seus primeiros
grandes avanços rumo à total integração dos mercados internacionais.

A Segunda Fase da Globalização (meados do século XIX e meados do século XX),


com a expansão da dominação colonial europeia sobre territórios da Ásia e,
principalmente, da África, além da consolidação do processo de industrialização
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no continente europeu, a Globalização entrou, então, em uma nova fase. Nesse


período, houve então a formação daquilo que se denominou por Capitalismo
Industrial, além de se formarem as bases para a instauração do Capitalismo
Financeiro.

Terceira Fase da Globalização (Guerra Fria), essa fase da globalização estendeu-


se do final da Segunda Guerra Mundial ao final da Guerra Fria e coincidiu com o
período da Ordem Mundial marcado pela bipolaridade. Nessa época, o mundo viu
a formação de dois grandes blocos de poder: de um lado, um liderado pelos
Estados Unidos, o “bloco capitalista”; de outro, um liderado pela União Soviética,
chamado de “bloco socialista”, embora não houvesse um sistema socialista de
fato.

A Quarta Fase da Globalização (de 1989 aos dias atuais), com a queda do Muro de
Berlim, o esfacelamento da URSS e o fim da Guerra Fria, o mundo entrou em uma
Nova Ordem Mundial, e a Globalização também passou a um novo estágio. Isso
porque houve então um avanço do sistema capitalista para todo o mundo,
incluindo os países do então chamado “segundo mundo”, ditos socialistas ou de
economia capitalista planificada.

2. Defina globalização.

R: A globalização é o fenómeno do modelo económico capitalista no qual


consiste na mundialização do espaço geográfico pela interligação económica,
politica, social e cultural.

3. Identifique as principais causas da globalização.

R: As principais causas da globalização é a difusão a todo o planeta de modelos


económicos, políticos e culturais de forte inspiração ocidental baseados na
economia de mercado e na organização social e política de tipo liberal.

4. Identifique aspetos da vida quotidiana associáveis à globalização.

R: Um dos aspetos da vida quotidiana associáveis à globalização são, o


desenvolvimento das tecnologias de informação e das telecomunicações que
facilitaram a aproximação das pessoas e diminuíram as distancias.

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No meu dia-a-dia, uso bastante o desenvolvimento das tecnologias de informação


e das telecomunicações, pois não vivo perto do meu pai, ele está na zona do
Alentejo, sendo que, facilita bastante para conseguir estar em contacto com ele
todos os dias.

5. Explique o papel das cidades globais como centros impulsionadores da globalização.

R: O papel das cidades globais como centros impulsionadores da globalização é


que concentram um grande número de funções de nível superior e detêm grande
poder de decisão e controlo.

6. Quando vai ao supermercado já reparou na origem geográfica dos produtos que


compra certamente. Elabore um inventário de dois produtos que estão na dispensa da
sua casa, tendo em atenção os seguintes itens e indique:

- Onde foi produzido cada produto;

- Em quantas línguas está escrito o rótulo;

- Predomínio da região geográfica para onde se destina o produto.

R: Arroz Carolino – foi produzido em Oliveira de Azeméis em Portugal, o rótulo


está escrito em 5 línguas, e destina-se a todos os habitantes de Portugal.

Salsichas Nobre – foram produzidas em Rio Maior, Portugal, o rótulo está escrito
apenas em português e também se destina a todos os habitantes de Portugal.

7. Destaque, dois reflexos positivos e dois reflexos negativos do processo de


globalização.

R: Dois dos aspetos positivos é o aumento da produção de riqueza e a facilidade


nas comunicações, os dois aspetos negativos são a riqueza crescente do mundo
que é acompanhada de um aprofundamento das desigualdades sociais e
económicas entre países ricos e países pobres, e a cooperação internacional que
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beneficia os países estratégica ou comercialmente interessantes, em vez de


contribuir para a redução das assimetrias de desenvolvimento.

8. Exponha a sua opinião relativamente ao que considera serem as principais ameaças e


riscos que as sociedades contemporâneas enfrentam, decorrentes da globalização.

R: A minha opinião sobre o que considero as principais ameaças e riscos para as


sociedades contemporâneas enfrentam decorrentes da globalização é sem dúvida
as desigualdades socias e a escassez de recursos.

Alguns dos problemas ambientais que enfrentamos são as mudanças climáticas,


a poluição do ar, poluição da água, superpopulação, degradação do solo,
extinção de espécies, entre outros.

Matérias-primas minerais, metálicas e fósseis estão disponíveis apenas em


dimensões limitadas no mundo e não se renovam por si próprias. O número
crescente da população e uma procura global crescente de bens industriais e de
consumo leva a uma escassez destes recursos naturais.

A qualidade de outros recursos naturais como água, ar e solo pode ser


prejudicada negativamente de forma permanente em virtude da exploração
económica. Devido ao uso aumentado e muitas vezes não sustentável, também
estes recursos estão disponíveis em âmbito cada vez menor em uma forma
qualitativamente elevada.

Além de danos ambientais críticos e, em parte, irreversíveis, o elevado consumo


de recursos causa um aumento dos preços no mercado. Sobretudo as empresas
de produção, com uma elevada procura de energia e material, sentem esse
aumento dos preços

9. Pesquise na Internet uma imagem que espelhe o fenómeno da globalização.

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