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Cassandra Amorim

NS 22016 07/11/2022

Liberdade uma palavra muito forte, para uns com maior significado para outros
nem tanto, a liberdade é um princípio para que todos os Seres Humanos
possam ser julgados acerca das suas responsabilidades dos atos que
cometem. Mas será que é possível falarmos de liberdade sem falar de
responsabilidades? Ou será que até as pessoas mais livres vivem sob um
conjunto de responsabilidades? A liberdade é um dos valores mais
importantes, sentimo-nos mais felizes quando temos liberdade para
escolhermos o nosso próprio caminho quer seja ele amoroso, profissional ou
religioso, sabe-nos bem podermos escolher onde queremos viver, e com quem
queremos viver, sabe-nos bem podermos decidir se queremos uma relação de
compromisso ou várias relações descomprometidas, se queremos ou não ter
filhos. Todos gostamos da ideia de sermos donos do nosso nariz e de
podermos escolher o modelo do nosso carro, a forma como nos vestimos ou
aquilo que comemos. Todos nós gostamos de nos sentirmos livres, mas será
que isso significa que desejamos uma vida sem responsabilidades? Durante
aproximadamente 6 anos privaram-me da minha liberdade, era escrava numa
casa onde apenas tinha de fazer o que me era pedido. Mas a verdade é que,
para a maioria das pessoas, isso simplesmente não faz sentido, mas para mim
fazia sentido pois eu merecia aquilo que fizeram comigo.

Mas não há liberdade de escolhas sem que haja consequências. Quando


saímos da casa dos pais, até podemos gritar aos sete ventos que, agora sim,
somos livres para fazermos as nossas escolhas sem ter de dar satisfações a
ninguém, infelizmente só soube isso com 20 anos quando tive que sair para o
mundo real e ver o que era a realidade fora daquelas paredes que me
prenderam durante anos.

Na infância fui privada de ter uma mãe presente pois suicidou-se cresci a ouvir
que eu tinha sido a culpada, mas porque culpar uma criança de apenas 4
anos? Já na minha infância/adolescência fui privada de brincar na rua com
outras crianças, fui privada de me alimentar apenas tinha o usufruto dos restos,
fui obrigada a frequentar uma igreja de segunda a domingo sem me terem
pedido opinião. Fui privada da minha liberdade, da minha autonomia e das
minhas responsabilidades, quando saí para o “mundo real”, as
responsabilidades começaram a aparecer ou se calhar já lá estavam, mas

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Cassandra Amorim
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sempre me tinham passado ao lado foi difícil conseguir adquirir essa liberdade
e autonomia novamente. Cada caminhada percorrida foi dolorosa, cada nova
responsabilidade vinha acrescida de muita aprendizagem, voltar ao mundo real
foi como nascer novamente.

Mas não é só a responsabilidade pessoal que é importante, a social também o


é. A responsabilidade social é o modo como pensamos e agimos de forma
ética nas nossas relações, todos nós podemos e devemos praticar ações
sempre a pensar no bem-estar comum e no próximo. A ideia de
responsabilidade, é que se a pessoa tem responsabilidade é porque ela tem
poder para agir, ou seja, é a ideia de que nós cidadãos podemos transformar
uma realidade. Atualmente é importante a responsabilidade social para o
desenvolvimento da nossa sociedade, assim todos nós podemos assumir a
responsabilidade das nossas ações em âmbito social, desde a nossa influência
no meio ambiente, na vida das outras pessoas, no caso das empresas e dos
seus colaboradores, até causas maiores como a superação de problemas
sociais (COVID).

Mas nesta vida nada vem em branco, tudo acarreta responsabilidades assim
como direitos e deveres, de facto, cidadania representa um vínculo entre os
cidadãos e o estado e esse vínculo significa um conjunto de direitos e deveres
que temos enquanto cidadãos de um determinado país.

Como cidadã portuguesa sou um ser humano como qualquer outro e, por isso,
devo ser respeitado na totalidade dos meus direitos, liberdades e garantias.
Portugal continua a viver como se estivéssemos isolados do mundo que
protegem os cidadãos mais vulneráveis como as crianças, as mulheres, as
minorias éticas e os deficientes, é um cidadão igual a tantos outros com todos
os direitos, deveres, liberdades e garantias e, ao mesmo tempo, é diferente
pelo facto de não ter direito aos seus direitos. Os direitos dos cidadãos
portugueses são protegidos pela carta europeia dos direitos fundamentais e
pela constituição portuguesa, que tem como objetivo assegurar a igualdade
entre todos os cidadãos, no acesso à justiça, dignidade, saúde e tantos outros.

Como cidadã tenho o dever de votar para escolher quem eu quero como
governantes e os nossos representantes nos poderes executivos e legislativos,

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Cassandra Amorim
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mas nem sempre foi assim até chegarmos aos dias de hoje tivemos que muitas
vezes engolir as palavras e ficarmos calados.

No dia 25 de abril de 1974, o movimento das Forças Armadas derrubou o


regime fascista, libertar Portugal da ditadura, da representou uma enorme
transformação e o início de uma reviravolta histórica na sociedade portuguesa.
A revolução devolveu aos portugueses os direitos e liberdades que nos tinham
retirado há imenso tempo.

A República foi proclamada a 5 de outubro de 1910, mas a Democracia foi


implementada a 25 de Abril de 1974, mas existem diversas formas de
Democracia temos a Representativa que é quando o Povo expressa a sua
vontade por meio de uma eleição que tomam decisões em nome daqueles que
o elegem, só comecei a votar em 2021 pois como referi em cima nunca tive
essa autonomia ou responsabilidade, depois temos a Democracia participativa
é a possibilidade de intervenção direta do povo nos procedimentos das
tomadas das decisões e de controlo do exercício do poder.

A Assembleia afirmou a decisão do povo português de defender a


independência nacional assim como garantir os direitos fundamentais de todos
os cidadãos. Mas eu me pergunto, será que todos nós temos essa liberdade de

expressão? Todos nós temos o direito de nos exprimir quando queremos? A


nossa liberdade termina quando começa a do outro, para muito poderá ser
apenas liberdade para dizer o que queremos, mas para outros significa muito
mais do que isso, fomos privados durante muitos anos da nossa liberdade de
expressão, mas atualmente acho que essa liberdade se excedeu. É para
alguns, sinónimo de autodeterminação, independência, autonomia a frase” A
liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro” tudo tem o
seu tempo e lugar. Ser livre é não ter uma causa, é decidir e agir como se quer,
sem causa, todos nós temos o livre-arbítrio que é o poder de se determinar
sem outra regra que não seja a própria vontade. É a liberdade da indiferença
atualmente todos nós somos livres de decidir e agir, mas cabe apenas aos
verdadeiros fazer a diferença! A participação cívica deve promover-se e
estimular-se, mais do que disciplinar-se ou impor-se os cidadãos com certeza

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iriam participar mais pois essa participação faria toda a diferença naquele
bairro, numa associação, na escola, no nosso município, no nosso País.

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