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CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA FRANCA DE XIRA

SERVIÇO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE ALVERCA


Cassandra Amorim
RVCC 22016 CP

Domínio de Referência 1: Contexto Privado.


Tema: Preconceitos, Estereótipos e Representações Sociais.

O preconceito é uma opinião feita de forma superficial em relação a


determinada pessoa ou a um grupo, que não é baseada em uma experiência
ou na razão, o preconceito ele é baseado na ignorância ou em um estereótipo
na escola eu sofri muito preconceito por ser da raça Cigana e por ser um pouco
mais gordinha diziam que não emagrecia porque era preguiçosa ou porque os
ciganos gostam de meter a mão no que não é deles, infelizmente ouvi muitas
bocas deste tipo enquanto estudava, tenho a plena consciência que hoje em
dia as coisas mesmo sendo mais faladas ainda existem certos preconceitos
que a nossa sociedade deveria repensar. Não é numa sociedade como a nossa
que eu quero educar a minha filha, a minha pequena tem apenas 7 anos e com
esta idade surgem os porquês, a minha filha sabe que pode existir amor entre
pessoas do mesmo sexo, que podemos ter cores diferentes, que não
precisamos de ser todos iguais para existir amor e compaixão. Nas escolas
hoje me dia tentam incutir essa mesma liberdade de compreensão, mas como
costumo dizer a educação de uma criança seja ela a nível pessoal como social
deve começar sempre me casa com os pais.

Mas vamos dizer a verdade, quem nunca em algum momento das nossas
vidas, já reproduzimos um estereótipo, não é? Os estereótipos são versões
resumidas sobre uma pessoa ou grupo e que não condizem com a realidade,
geralmente, os estereótipos são utilizados para definir uma pessoa quanto à
sua identidade ou comportamento a partir do gênero, etnia, religião, cultura,
condição social entre outros. As ideias categorizadas sobre outras pessoas ou
grupos são assimilados ao longo das nossas vidas em sociedade, sendo,
principalmente, baseadas no senso comum.

O estereótipo também está relacionado com os valores e crenças de cada


pessoa, na verdade, as ideias no estereótipo estão mais relacionadas com a

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pessoa que julga do que com a que está a ser julgado, os mesmos funcionam
como rótulos, mas com pouco ou nenhum conhecimento sobre quem está a ser
criticado. O grande problema dos estereótipos é que os aspetos individuais de
quem está a ser padronizado são completamente ignorados, há uma
desumanização da pessoa ou do grupo e estes indivíduos têm a dua
complexidade apagada. Por muito anos fui olhada de cima a baixo como se
fosse uma vagabunda pelo simples facto de ter sido mãe muito cedo e por ser
da etnia Cigana, por ter uma etnia diferente não quer dizer que sejamos todos
iguais. A nossa Sociedade não dá a oportunidade de nos mostrarmos, de nos
conhecer.

Vou contar um pouco sobre a nossa etnia, a comunidade cigana teve origem
na Índia, sendo que depois da invasão Islâmica, os ciganos fugiram para o
Médio Oriente e para a Europa, onde foram perseguidos devido às grandes
diferenças culturais, idioma e religião.

Os estereótipos negativos que se criaram em torno de nós ciganos são


consequências daquilo que é passado, o preconceito contra a nossa
comunidade pode estar relacionado com a nossa profissão através da qual
sobrevivemos. Historicamente, os ciganos lidavam, na idade média, com três
tipos de ramo de ocupação eram mal vistos pela sociedade, eram também
associados à indústria da “diversão” como música, dança e profecias.

Na comunidade cigana existem várias regras como as tradições matrimoniais,


um Gorger é aquele que não é cigano e acaba por se casar com uma pessoa
da comunidade, apesar de haver ainda o pensamento que as mulheres ciganas
apenas se podem casar com pessoas da comunidade, inclusive a união entre
primos pode manter a cultura viva, às vezes algumas delas se casam com um
gorger. Na comunidade cigana acontece que as regras impostas são muito
mais fortes, as mulheres não podem andar sozinhas, sem vigia, já as meninas
devem obedecer a qualquer ordem dos pais, e só podem sair de casa quando
for para casar com outro homem além disso os nossos casamentos as

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raparigas são arranjadas e são os pais que escolhem o seu noivo e o seu
destino de núpcias. Já os homens possuem muito mais liberdade nesta cultura.

Os ciganos por norma possuem muitos problemas de família, que duram


gerações, muitas vezes entram em brigas e confusões entre si mesmos, mas
existe uma regra, eles jamais devem chamar a polícia pois eles têm que
resolver esses problemas entre si, para nós ciganos a melhor maneira de
resolver esse problema é o confronto e muitas vezes nós resolvemos as
nossas diferenças em grandes eventos como os casamentos.

Outra regra que nós levamos muito a sério é a roupa colorida e provocante,
primeiramente o comportamento de uma cigana deverá ser casto, mas a roupa
são o oposto. Os vestidos são sempre coloridos e extravagantes, além de
serem provocantes, a intenção é atrair a atenção dos homens, uma vez que as
ciganas não podem tomar a iniciativa e ir até eles. Existem muitas regras na
comunidade cigana, mas a que mais me confusão me faz é na cultura cigana, a
mulher tem a parte inferior tocada são consideradas impuras, apenas
consideramos puras as crianças e as mulheres virgens, em resultado, é
necessário evitar contato com os “Impuros” e, além disso, as mulheres impuras
não podem subir no 2º andar, por essa mesma razão, as mulheres sentem-se
separadas dos seus maridos.

E como é carregar o luto na nossa comunidade? Embora com o passar dos


tempos o luto na etnia cigana tenha vindo a sofrer algumas mudanças, ainda
continua a ser bastante rígido, principalmente nos casos em que morre a mãe,
o pai ou um irmão, carregar o luto de alguém muito chegado significa vestir
vestes negras e compridas, em que apenas se vê a cara e as mãos, o rosto
está todo tapado. No sei da nossa comunidade, ainda hoje a duração do luto
depende da proximidade com o falecido, o luto pelo marido ou pelo filho, por
exemplo, costuma durar a vida inteira, por exemplo um homem cigano que
deixa crescer a barba, para nunca mais a cortar, cumpre o luto pela sua
esposa, também pouco sabem que as viúvas, enquanto o corpo do marido está

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a ser velado, dormem no chão, junto ao caixão. Mesmo depois do enterro, a
mulher de luto é obrigada a dormir no chão durante um período.

Para as viúvas, o preto passa a ser uma realidade eterna, mas para os
restantes familiares, também há obrigações a cumprir, como a proibição de
usar maquilhagem ou qualquer tipo de acessórios. Para os Ciganos, prevalece o

costume e a tradição de queimar o carroção, ou a tenda, ou o trailer onde o


cigano ou cigana vivia e os objetos pertencentes a eles também.
Se morar em apartamento ou casa, só queimam os seus pertences.

Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para


aliviar a dor dos antepassados que partiram.
Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda, para que ela possa
pagar o "canoeiro" a travessia do grande rio que separa a vida da morte.
Antigamente, costumava-se enterrar as pessoas com bens de maior valor, mas
devido ao grande número de violação de túmulos este costume atualmente, ja
foi modificado. Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos,
mas oferecem uma cerimônia própria com um ritual cigano, que tem muita
água, flores, frutas e suas comidas favoritas, onde esperam que a alma da
pessoa falecida, compartilhe a cerimônia e se liberte sucessivamente das
coisas da Terra. As cerimônias fúnebres são chamadas "Pomana" e são feitas
regularmente até completar um ano de morte do cigano ou cigana.
Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos
túmulos, como nós ciganos acreditamos na vida após a morte, é costume fazer
todos os rituais de purificação da alma para que ela se livre do seu Karma dado
na terra e assim, siga em paz seu caminho de luz. Durante um ano, todos os
dias quando se colocam a mesa para as refeições, coloca-se também um lugar
á mesa com um prato, representando a pessoa que já se foi, acreditamos que
durante um ano, o espírito da pessoa, ainda fica ao lado da família e
principalmente na hora das refeições, que é um momento muito importante
para o povo cigano.

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Os ciganos da Europa, acreditam que quando se escuta um pio de uma coruja
distante é sinal de que uma pessoa muito próxima a nós irá morrer, porém se o
pio da coruja é alto e forte, uma pessoa distante passará entre os mundos dos
vivos e dos mortos.

Quando uma pessoa anciã de um Clã Cigano está doente e sua morte foi
prevista, é avisado a todos os seus parentes de longe e de perto, não importa
onde esteja, a vida, a doença e a morte do mais velho é prioridade sobre todos
os outros assuntos e entre todos os Clãs Ciganos.
O doente nunca ficará sozinho, até o seu último suspiro.
Este momento é de muita união dentro do Clã cigano, onde todos o ajudam.
Mas é um momento que se manifesta muito pouca emoção, em relação ao
doente.

Quando acontece a morte, os ciganos acreditam que seu espírito ficará entre o
mundo dos vivos e dos mortos até que seja feito o enterro.
Eles acreditam que tem de se facilitar a passagem para o mundo dos mortos, e
para isso é feito um ritual, chamando um Kakú (feiticeiro cigano) e uma
Shuvani (feiticeira cigana).

Esse ritual é feito no silêncio das florestas e próximo a água corrente, sem que
ninguém do Clã saiba, somente uma pessoa responsável pela família.

Outro costume e tradição cigana é feita com uma pequena fogueira acesa, bem
distante do fogo da cozinha, assim que a pessoa morre, esse fogo deverá ser
feito de uma forma que não se apague. Coloca-se nas chamas, tomilho, sálvia,
alecrim e eucalipto, porém deve seguir essa ordem. O nome da pessoa morta
deverá ser repetido 9 vezes, enquanto o Kakú ou a Shuvani, dão sete voltas
em sentido anti-horário em torno da fogueira e depois o fogo deve se apagar
sozinho e lentamente.

Feito o enterro, todos participam dos rituais da Pomana (feito após a morte e
enterro) este ritual é em homenagem ao morto. Nesse ritual, todas as comidas
favoritas da pessoa falecida serão servidas de forma cuidadosa, preparada e
decorada para tal evento, e o lugar do morto á mesa estará assegurado.
A partir desse momento, o morto será lembrado, e a sua memória lembrada por

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todos, afinal nós acreditamos, que o espírito da pessoa morta, ainda esteja
protegendo todos do Clã, sendo ele um mensageiro.

Acreditamos também que a pessoa continua rodeando e amparando aqueles


que deixaram no mundo dos vivos.

Após o funeral, que deve ser feito perto de um rio, ou mar ou lago, o mais velho
do Clã, coloca um pão e uma vela apagada na água do rio, ou lago e deixa ir
embora, como se fosse a despedida do espírito e pedindo que esse espírito,
encontre a paz e a luz nesse caminho.

Após tudo feito e 3 dias depois, os Ciganos fazem uma festa em homenagem a
pessoa morta, com tudo o que a pessoa gostava e muitas flores e cores.

Mesmo com tristeza, eles dançam e cantam seus lamentos ciganos com
alegria, para quem se foi não ficar triste também.

Nós Ciganos somos sempre alegres mesmo mediante as tristezas.


Todos nós deveríamos tirar isso como exemplo, mas não é o que acontece
muitas vezes criam estereótipos infundados porque nem todos os ciganos são
iguais, assim como outras etnias ninguém é igual a ninguém todos temos
responsabilidades, família, emprego, pagamos impostos mas somos chamados
de ladrões, que apenas vivemos à base de subsídios o que não é de todo
verdadeiro, pois eu sou cigana e retiram-me o rendimento pois estava com o
meu companheiro há 3 anos e mesmo elas sabendo que tenho uma filha e que
não é nada ao meu companheiro.
Infelizmente ainda existe muito preconceito e estereótipos que com o avançar
da nossa sociedade vai piorando e nas escolas deveriam sensibilizar a nossa
nova geração.

Domínio de Referência 4: Contexto Macro-estrutural.


Tema: Opinião Pública e Reflexão Crítica

Nós indivíduos temos a tendência a não associar certas mensagens que


venham a entrar em contradição com a forma que pensamos, temos tendência
a ouvir apenas o que nos convêm, e a comunicação tem esse papel

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fundamental na nossa opinião, pois sem a presença de uma informação vinda
de fora essa nossa opinião não seria formada.

Normalmente, informações que venham de encontro com a nossa crença ou


maneira de pensar diferente eventualmente são logo contrariadas, essa
perspetiva, os meios sociais são um não-problema, já que as bases das nossas
opiniões se encontram basicamente dentro de cada um de nós, nas nossas
limitações sociais, a maneira como crescemos, as nossas preocupações e não
nas informações despejadas pelas Mídias sociais.

Atualmente vivemos numa sociedade em que a televisão aposta muito em


novelas e desenhos animados violentos, será isto uma boa influência? Como
sabemos as novelas retratam a vida de muitos portugueses ou pelo menos
tentam criar uma imagem do nosso dia-a-dia, mas se analisarmos bem,
quantos divórcios ocorrem em cada novela? Quantas crianças sofrem bullying?
Quantas sem suicidam ou se metem nas drogas? No meu ponto de vista as
pessoas por vezes esquecem-se que tudo aquilo é apenas ficção e que a
nossa vida é a realidade, algumas ficam preocupadas com o que está a
acontecer na novela e esquecem-se do dia-a-dia, outras seguem a novela
como exemplo e não se preocupam se desrespeitam os pais, os educadores e
outras pessoas, nas novelas tudo aquilo é normal. Mas por outro lado, a
televisão tem um grande efeito na educação, como é o caso dos
documentários, debates, entre outros que desenvolvem uma melhor cultura,
uma melhor argumentação, um maior aprofundamento de novas línguas e uma
visão do mundo que não está ao alcance de todas as pessoas, podendo
contribuir para mudanças de atitude e de respeito pela diversidade.

Por exemplo, as publicidades em ajudas humanitárias também uma grande


importância, porque mostra às pessoas os problemas em que a maioria da
sociedade está sujeita, como é o caso de doenças como a SIDA ou como o
cancro, ou também problemas derivados à falta de rendimentos por parte de
algumas famílias, o que leva à fome e a algumas limitações.

Os meios sociais têm um grande efeito de marketing, influenciando assim o


público a comprar determinados produtos, por exemplo na altura do Natal são

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inúmeras as publicidades feitas a todos os tipos de brinquedos, para que as
crianças peçam aos pais aquele brinquedo que viram na televisão e para não
falar na quantidade de propaganda feita aos telemóveis.

É um absurdo, leva a que as pessoas queiram comprar um telemóvel topo de


gama porque tem mais funcionalidades, ou porque achou mais engraçado, ou
porque é maior, ou até mesmo porque dá para calçar e vestir, de fato é incrível
como a televisão e a média social consegue influenciar para o consumismo da
população.

A opinião pública como dá bem para entender é a nossa própria opinião como
pessoa e como público, no entanto, muitas pessoas têm opiniões diferentes
sobre um determinado tema, jamais existirá duas pessoas com a mesma ética,
acontece numa manifestação, quando é analisada pelo governo, não se
engloba o todo (a população em geral), a única forma de se tornar uma
manifestação numa dita opinião pública é recorrer aos medi, que são quem
exercem a pressão e a influência no governo e na opinião pública, no entanto,
alguns media tendem a ter um interesse por grupos que as comandam,
fazendo assim prevalecer a opinião do grupo económico-politico que controlam
a comunicação e passam ao povo a versão que bem querem da opinião
pública.

“A Ciganofobia é um termo que define a expressão de um conjunto de


preconceitos e estereótipos que fundamentam o comportamento de
muitos membros do grupo maioritário face às comunidades Ciganas.”

A produção de estereótipos, em relação à nossa comunidade (cigana), coloca


muitos obstáculos na superação de atitudes negativas em relação a nossa
etnia. O termo Ciganofobia revê-se no uso de rotular a etnia cigana tende a
figurar associar a crimes, particularmente crimes violentos, as notícias de
crimes são as consideradas mais populares e recorrentes, por isso os crimes
que surgem como a mais larga e competitiva área de jornalismo. A etnia cigana

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é, assim, apresentada pelos media, como sendo composta por agressores,
vilões, culpados nos acontecimentos relatados em cima.

Domínio de Referência 4: Contexto Macroestrutural.

Tema: Opinião Pública e Reflexão Crítica

Podemos assim dizer que nas notícias, que reforça a etnia cigana, dominam os
crimes violentos contra o património com o uso de violência, roubo ou extorsão.
O que os/as jornalistas acabam por passar para o espaço público é que os
indivíduos de etnia cigana são uma ameaça para a sociedade em geral. Por
outro lado, além de os media fazerem referência aos crimes praticados por esta
etnia ainda reforçam nas notícias os locais onde estes se encontram, os
chamados bairros problemáticos. Estes grupos são vistos, quer por parte de
quem lê quer por parte dos/as jornalistas, como se não fizessem parte do
mundo no qual se aplicam regras, valores e considerações de justiça, uma vez
que residem nestas áreas urbanas que têm necessidades constantemente de
intervenção policial. Estes são assim considerados como culpados da
existência de violência nas ruas. As notícias, na sua maioria, realçam nos
discursos a tragédia, o caos e a destruição, através do uso de determinadas
palavras ou expressões que chocam e que apresentam o acontecimento como
um drama.

“O estereótipo está carregado de sentidos, de tradição. É um rótulo que


condiciona o olhar antes mesmo que possamos ver algo.”

(Walter Lippmann 2008)

Segundo Lippmann os estereótipos funcionam como um mapa

Para evitar uma Fake news é importante ter uma boa educação digital e um
esforço para detetá-las e evitar que sejam passadas, existem alguns pontos
muito importantes como prestar atenção à fonte, verificar o site de informação
se é confiável, é importante procurar e analisar outras fontes para confirmar ou
descartar a informação em questão, o não ler só o titulo muitas pessoas

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partilham uma noticia e nem sequer se dão ao trabalho de ler a noticia
completa e vão partilhando, o titulo tem como objetivo chamar a atenção, outro
ponto muito importante é verificar a escrita pois as noticias falsas costumam ter
erros, escrita fora do padrão e excesso de adjetivos, o que foge do padrão de
reportagens e mostra uma opinião tendenciosa, verificar a autoria é muito
importante verificar sempre quem escreveu e se tem alguma credibilidade para
passarmos tal informação a outras pessoas e assim não induzir ninguém em
erro, outro ponto que muitas vezes ninguém presta atenção é na data, a
informação pode estar desatualizada e não ser relevante ou fora de contexto
em que foi publicada, e o último ponto é sermos cautelosos com as opiniões
pessoais, podem induzir ao erro ou afetar o julgamento e acabar numa
inverdade.

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