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(NOME DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO)

Curso: (nome do curso)

Turma: (designação da turma)

Cadeira: (nome da cadeira)

Tema:

A Declaração de Compromisso Adaptado pela Assembleia Geral Especial de Nações Unidades


Sobre HIV/SIDA (2001), o Estigma e Descriminação

Discentes: Docente:

(nome/s do/s estudante/s) (nome do docente)

Quelimane

2023
Discentes

(nome/s do/s estudante/s)

Tema:

A Declaração de Compromisso Adaptado pela Assembleia Geral Especial de Nações Unidades


Sobre HIV/SIDA (2001), o Estigma e Descriminação

Trabalho escrito de carácter avaliativo a ser


entregue no (nome da instituição de ensino)
como de parte de avaliação da cadeira de
(nome da cadeira)

Docente:

Quelimane

2023
Índice

1. Introdução....................................................................................................................................1
2. Objectivos....................................................................................................................................2
2.1. Objectivo Geral.........................................................................................................................2
2.2. Objectivos Específicos..............................................................................................................2
3. A Declaração de Compromisso Adaptado pela Assembleia Geral Especial de Nações
Unidades Sobre HIV/SIDA (2001), o Estigma e Descriminação....................................................3
3.1. Prevenção..................................................................................................................................4
3.2. Cuidados, apoio e tratamento...................................................................................................5
3.3. O HIV/SIDA e os Direitos Humanos.......................................................................................6
3.4. Reduzir a Vulnerabilidade........................................................................................................8
3.5. As Crianças Órfãs e As Que se Encontram em Situação Vulnerável por Causa da VIH/SIDA
.........................................................................................................................................................9
3.6. Atenuar o Impacto Social e Económico.................................................................................10
4. Conclusão..................................................................................................................................11
Referências Bibliográficas.............................................................................................................12
1. Introdução

Desde a sua descoberta nas décadas de 1980 e 1990, a epidemia do HIV/SIDA tem
representado um dos maiores desafios globais para a saúde pública e os direitos humanos. A
disseminação do vírus, a falta de acesso a tratamentos adequados e a persistência de atitudes
estigmatizantes e discriminatórias têm contribuído para a manutenção do estigma associado ao
HIV/SIDA em muitas sociedades ao redor do mundo.

Nesse contexto, em 2001, a Assembleia Geral Especial das Nações Unidas reuniu-se para
discutir a problemática do HIV/SIDA e buscar soluções efetivas para combater o estigma e a
discriminação associados à doença. O resultado desse encontro histórico foi a elaboração da
Declaração de Compromisso Adaptado, um documento que estabelece um conjunto de princípios
e ações para enfrentar os desafios enfrentados pelas pessoas vivendo com HIV/SIDA.

A Declaração de Compromisso Adaptado aborda diversas questões essenciais, desde a


prevenção e o acesso a tratamentos eficazes até a proteção dos direitos humanos das pessoas
afetadas pelo HIV/SIDA. No entanto, um dos principais enfoques desse documento é o combate
ao estigma e à discriminação que permeiam as experiências das pessoas vivendo com o vírus.

Ao longo desta pesquisa, exploraremos o impacto do estigma e da discriminação no


contexto do HIV/SIDA, examinando como essas atitudes prejudiciais afetam a prevenção, o
acesso a cuidados de saúde, a qualidade de vida e os direitos humanos das pessoas afetadas.
Além disso, analisaremos as principais medidas propostas na Declaração de Compromisso
Adaptado e avaliaremos a sua implementação e eficácia na redução do estigma e da
discriminação.

É fundamental reconhecer que o combate ao estigma e à discriminação associados ao


HIV/SIDA requer uma abordagem multidimensional, envolvendo governos, organizações
internacionais, profissionais de saúde, sociedade civil e indivíduos em geral. A compreensão dos
desafios enfrentados pelas pessoas vivendo com HIV/SIDA e a implementação de políticas e
programas efetivos são passos fundamentais para alcançar uma resposta global mais justa e
eficaz em relação ao HIV/SIDA, promovendo a inclusão, o respeito aos direitos humanos e a
igualdade de oportunidades para todos.

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2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral

Investigar o impacto da Declaração de Compromisso Adaptado pela Assembleia Geral Especial


de Nações Unidas sobre HIV/SIDA (2001) na redução do estigma e da discriminação associados
ao HIV/SIDA.

2.2. Objectivos Específicos

 Analisar as principais medidas propostas na Declaração de Compromisso Adaptado e sua


implementação em diferentes contextos regionais.
 Avaliar o impacto das ações de sensibilização e educação sobre o HIV/SIDA na
conscientização e redução do estigma e da discriminação.
 Investigar as barreiras sociais, culturais e estruturais que contribuem para a persistência
do estigma e da discriminação e propor estratégias eficazes para superá-las.

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3. A Declaração de Compromisso Adaptado pela Assembleia Geral Especial de Nações

Unidades Sobre HIV/SIDA (2001), o Estigma e Descriminação

O estigma e a discriminação em relação às pessoas que vivem com HIV/SIDA são


questões profundamente preocupantes e persistentes em muitas partes do mundo. Essas atitudes
negativas e preconceituosas têm um impacto significativo na vida das pessoas afetadas,
exacerbando os desafios emocionais, sociais e de saúde que elas já enfrentam.

O estigma é caracterizado pela desaprovação social, julgamento e marginalização das


pessoas vivendo com HIV/SIDA. Ele pode se manifestar de várias formas, como o medo de
contágio, a culpabilização da pessoa infectada, a exclusão social, a rejeição familiar e a
discriminação no local de trabalho. Essas atitudes estigmatizantes criam um ambiente de medo,
silêncio e vergonha, levando muitas vezes ao isolamento das pessoas com HIV/SIDA,
dificultando a busca por cuidados de saúde adequados e impedindo o acesso a tratamentos e
apoio necessários.

A discriminação, por sua vez, é a prática de tratar as pessoas de forma injusta ou


diferenciada com base em sua condição soropositiva. Ela pode se manifestar em diferentes
níveis, desde a discriminação institucional, como leis discriminatórias e políticas de exclusão, até
a discriminação interpessoal, como o bullying, o preconceito e a violência física contra as
pessoas com HIV/SIDA. A discriminação cria barreiras significativas para o exercício dos
direitos fundamentais, como o acesso à educação, ao emprego, aos serviços de saúde e à
participação plena na sociedade.

Essas formas de estigma e discriminação não apenas afectam negativamente a vida das
pessoas vivendo com HIV/SIDA, mas também têm um impacto na prevenção e no controle da
epidemia. O medo de ser estigmatizado ou discriminado pode desencorajar as pessoas de
fazerem o teste para o HIV, buscar tratamento e aderir às medidas preventivas. Isso contribui
para a propagação do vírus e dificulta o alcance dos objetcivos de saúde pública relacionados ao
HIV/SIDA.

É essencial combater o estigma e a discriminação associados ao HIV/SIDA por meio de


uma abordagem abrangente e baseada em direitos humanos. Isso inclui a implementação de leis e
políticas antidiscriminatórias, programas educacionais que desmistifiquem o HIV/SIDA, a
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promoção da empatia e da compreensão, a ampliação do acesso a serviços de saúde de qualidade
e a promoção de ambientes inclusivos e livres de estigma. Somente através de esforços
conjuntos, envolvendo governos, sociedade civil, profissionais de saúde e indivíduos, podemos
construir uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária para as pessoas vivendo com
HIV/SIDA.

3.1. Prevenção

Segundo Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA das Nações Unidas (2001:19), A prevenção deve
ser o esteio da nossa resposta. Assembleia Geral propõe as seguintes medidas:

 Até 2003, estabelecer metas nacionais com prazos concretos para atingir o objectivo
mundial de prevenção, acordado internacionalmente, de reduzir em 25%, até 2005, a
prevalência do HIV entre os jovens de ambos os sexos com idades compreendidas entre
os 15 e os 24 anos, nos países mais afectados, e, em todo o mundo, em 25%, até 2010, e
intensificar os esforços para atingir esses objectivos bem como para combater os
estereótipos e as atitudes em questões de género e as desigualdades entre o sexos
relacionadas com o HIV/SIDA, incentivando a participação activa de homens e rapazes;
 Até 2003, estabelecer metas nacionais de prevenção que reconheçam e abordem os
factores que conduzem à propagação da epidemia e aumentam a vulnerabilidade dos
indivíduos, a fim de reduzir a prevalência do HIV naqueles grupos identificáveis, no
âmbito de contextos particulares locais, que actualmente apresentam taxas elevadas ou
crescentes de infecção pelo VIH, ou que, de acordo com as informações disponíveis de
saúde pública, apresentam o mais elevado risco de infecção;
 Até 2005, reforçar a resposta ao HIV/SIDA no mundo laboral estabelecendo e pondo em
execução programas de prevenção e de cuidados nos sectores público, privado e não
estruturado de trabalho e tomar medidas para criar um ambiente de trabalho que dê apoio
às pessoas que vivem com o HIV/SIDA; Até 2005, criar e começar a pôr em execução
estratégias nacionais, regionais e internacionais que facilitem o acesso dos trabalhadores
migrantes e itinerantes a programas de prevenção do HIV/SIDA, incluindo a prestação de
informações sobre os serviços de saúde e sociais;
 Até 2003, aplicar medidas universais de precaução, nos serviços de cuidados de saúde,
para evitar a transmissão da infecção por HIV;
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 Até 2005, garantir: a existência, em todos os países, em especial nos países mais
afectados, de uma vasta série de programas de prevenção que tomem em consideração as
circunstâncias, a ética e os valores culturais locais, incluam informação, educação e
comunicação, nas línguas que as comunidades compreendam melhor, e respeitem as
culturas, destinados a reduzir os comportamentos de risco e incentivar um
comportamento sexual responsável, incluindo a abstinência e a fidelidade; um maior
acesso a produtos essenciais, nomeadamente preservativos masculinos e femininos e
equipamento de injecção esterilizado; medidas de redução dos danos relacionadas com o
consumo de drogas; maior acesso a serviços de apoio psicológico e de análises,
voluntários e confidenciais; bancos de sangue não contaminado e tratamento precoce e
eficaz das doenças transmissíveis sexualmente;
 Até 2005, garantir que pelo menos 90% e, até 2010, pelo menos 95% dos jovens de
ambos os sexos com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos tenham acesso à
informação, à educação, incluindo a educação por outros jovens e a educação sobre o
HIV destinada especificamente aos jovens, e aos serviços necessários para adquirirem as
competências de vida requeridas para reduzir a sua vulnerabilidade à infecção por HIV,
em parceria plena com os jovens, pais, famílias, educadores e prestadores de cuidados de
saúde;
 Reduzir a proporção de lactentes infectados pelo HIV em 20%, até 2005, e em 50% até
2010, garantindo que 80% das mulheres grávidas que recorrem aos serviços de cuidados
pré-natais disponham de informação, aconselhamento e outros serviços de prevenção do
HIV, aumentando a oferta de tratamento eficaz para reduzir a transmissão do HIV de mãe
para filho e dando acesso a esse tratamento a mulheres e bebés infectados pelo HIV, bem
como através de intervenções eficazes para as mulheres infectadas pelo HIV, incluindo
serviços voluntários e confidenciais de apoio psicológico e análises, acesso a tratamento,
em especial a terapia anti-retrovírica e, sempre que necessário, a sucedâneos do leite
materno e a uma prestação de cuidados contínua.

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3.2. Cuidados, apoio e tratamento

Segundo Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA das Nações Unidas (2001:22), os cuidados, o
apoio e o tratamento são elementos fundamentais de uma resposta eficaz. Assembleia Geral
propõe as seguintes medidas:

 Garantir que, até 2003, em estreita colaboração com a comunidade internacional,


nomeadamente Governos e organizações intergovernamentais pertinentes, bem como
com a sociedade civil e o sector empresarial, sejam criadas estratégias nacionais,
apoiadas por estratégias regionais e internacionais, para reforçar os sistemas de cuidados
de saúde e fazer frente aos factores que afectam o fornecimento de medicamentos
relacionados com o HIV, nomeadamente os medicamentos anti-retrovíricos, tais como,
entre outros, a acessibilidade e o preço, incluindo um preço diferenciado, e a capacidade
dos sistemas técnico e de cuidados de saúde. Ademais, e com carácter de urgência, tomar
todas as medidas possíveis para proporcionar, de uma forma progressiva e sustentável,
tratamento com o mais elevado grau de qualidade possível para o HIV/SIDA, incluindo a
prevenção e o tratamento das infecções oportunistas, e uma utilização eficaz de
terapêutica anti-retrovírica de qualidade controlada, de uma forma cuidadosa e vigiada,
para melhorar a adesão e a eficácia e reduzir o risco de criação de resistência; cooperar
construtivamente no reforço das políticas e práticas farmacêuticas, nomeadamente as
aplicáveis a medicamentos genéricos e aos regimes de propriedade intelectual, de modo a
promover a inovação e o estabelecimento de indústrias nacionais compatíveis com o
direito internacional;
 Até 2005, criar e fazer progressos significativos na implementação de estratégias amplas
de cuidados para reforçar os cuidados familiares e baseados na comunidade, incluindo os
prestados pelo sector não estruturado, e os sistemas de cuidados de saúde para
proporcionar e vigiar o tratamento das pessoas que vivem com o HIV/SIDA, incluindo as
crianças infectadas, e prestar apoio às pessoas, lares, famílias e comunidades afectados
pelo HIV/SIDA; melhorar as capacidades e condições de trabalho do pessoal dos
cuidados de saúde e a eficácia dos sistemas de abastecimento, planos de financiamento e
mecanismos de encaminhamento necessários para proporcionar o acesso a medicamentos
a preços comportáveis, nomeadamente medicamentos anti-retrovíricos, tecnologias de

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diagnóstico e outras com elas relacionadas, bem como a cuidados médicos, paliativos e
psicossociais de qualidade;
 Até 2003, garantir a criação de estratégias nacionais para proporcionar cuidados
psicossociais às pessoas, famílias e comunidades afectadas pelo HIV/SIDA.

3.3. O HIV/SIDA e os Direitos Humanos

Segundo Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA das Nações Unidas (2001:24), a realização
dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos é essencial para reduzir a
vulnerabilidade ao HIV/SIDA. O respeito pelos direitos das pessoas que vivem com o HIV/SIDA
impulsiona uma resposta eficaz. A Assembleia Geral propõe um conjunto de medidas a seguir:

 Até 2003, promulgar, reforçar ou fazer cumprir, consoante seja o caso,


regulamentos e outras medidas para eliminar todas as formas de discriminação
contra as pessoas que vivem com o HIV/SIDA e os membros de grupos
vulneráveis, bem como para garantir que gozem de todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais e, em especial, garantir-lhes o acesso a, entre outras
coisas, educação, direitos sucessórios, emprego, cuidados de saúde, prevenção,
apoio, informação e protecção legal, respeitando a sua privacidade e
confidencialidade, e criar estratégias para combater o estigma e a exclusão social
ligados à epidemia;
 Até 2005, tendo em conta o contexto e características da epidemia e que, à escala
mundial, as mulheres e raparigas são afectadas desproporcionadamente pelo
HIV/SIDA, criar e acelerar a aplicação de estratégias nacionais que promovam o
progresso da mulher e o seu gozo pleno de todos os direitos humanos, promovam
a responsabilidade partilhada de homens e mulheres para garantir as relações
sexuais protegidas, proporcionem às mulheres a capacidade de controlarem e
decidirem livre e responsavelmente as questões relacionadas com a sua
sexualidade de modo a aumentar a sua capacidade de se protegerem da infecção
pelo HIV;
 Até 2005, pôr em prática medidas para aumentar a capacidade de as mulheres e
raparigas adolescentes se protegerem dos riscos de infecção pelo HIV, em
especial, mediante a prestação de serviços de cuidados de saúde e de saúde,
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incluindo saúde sexual e reprodutiva, e mediante ensino da prevenção que
promova a igualdade entre os sexos num quadro que tenha em conta as culturas e
o género;
 Até 2005, garantir a criação e a execução acelerada de estratégias nacionais de
autonomização da mulher, promoção e protecção do gozo pleno de todos os
direitos humanos pelas mulheres e redução da sua vulnerabilidade ao HIV/SIDA,
mediante a eliminação de todas as formas de discriminação, bem como de todas
as formas de violência contra mulheres e raparigas, incluindo as práticas
tradicionais e consuetudinárias nocivas, os maus tratos, a violação e outras formas
de violência sexual, o espancamento e o tráfico de mulheres e raparigas.

3.4. Reduzir a Vulnerabilidade

Segundo Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA das Nações Unidas (2001:26), a


prioridade de resposta deve ser dada àqueles que se encontram numa situação de vulnerabilidade.
A capacidade de agir da mulher é imprescindível para reduzir a vulnerabilidade. A Assembleia
Geral propõe as seguintes medidas:

 Até 2003, a fim de complementar os programas de prevenção de actividades que


expõem as pessoas ao risco de infecção pelo HIV, tais como o comportamento
sexual de risco sem protecção e o uso de drogas injectáveis, ter estabelecido, em
todos os países, estratégias, políticas e programas que identifiquem e comecem a
fazer algo em relação aos factores que tornam as pessoas especialmente
vulneráveis à infecção pelo HIV, nomeadamente, o subdesenvolvimento, a
insegurança económica, a pobreza, a falta de autonomização da mulher, a falta de
instrução, a exclusão social, o analfabetismo, a discriminação, a falta de
informação e/ou produtos de autoprotecção, todos os tipos de exploração sexual
de mulheres, raparigas e rapazes, inclusive com fins comerciais; essas estratégias,
políticas e programas deverão ter em conta a dimensão da epidemia em termos de
género, especificar as medidas que irão ser tomadas para combater a
vulnerabilidade e fixar os objectivos a atingir:
 Até 2003, criar e/ou reforçar estratégias, políticas e programas que reconheçam a
importância da família na redução da vulnerabilidade, entre outras coisas, pela

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educação e orientação das crianças, e que tomem em consideração os factores
culturais, religiosos e éticos para reduzir a vulnerabilidade das crianças e dos
jovens: garantindo o acesso, tanto de rapazes como de raparigas, ao ensino
primário e secundário, com programas de estudos para adolescentes que incluam
o HIV/SIDA; proporcionando ambientes seguros e protegidos, em especial para
as jovens; expandindo os serviços, de alta qualidade e dirigidos para os jovens, de
informação e educação sobre saúde sexual e aconselhamento; reforçando os
programas de saúde reprodutiva e sexual; e, na medida do possível, envolvendo as
famílias e os jovens no planeamento, execução e avaliação de programas de
cuidados e de prevenção do HIV/SIDA;
 Até 2003, criar e/ou reforçar estratégias, políticas e programas nacionais,
apoiados por iniciativas regionais e internacionais, conforme for o caso, mediante
uma abordagem participativa, para promover e proteger a saúde daqueles grupos
identificáveis que presentemente apresentam taxas elevadas ou crescentes de
infecção pelo HIV ou que as informações disponíveis sobre saúde pública referem
encontrar-se em maior risco e mais vulneráveis a nova infecção, conforme
indicam factores como a história local da epidemia, a pobreza, as práticas sexuais,
os hábitos de consumo de drogas, os meios de vida, a reclusão em instituições, a
destruição das estruturas sociais e os movimentos de população, forçados ou não.

3.5. As Crianças Órfãs e As Que se Encontram em Situação Vulnerável por Causa da

VIH/SIDA

Segundo Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA das Nações Unidas (2001:28), as crianças
órfãs e afectadas pelo HIV/SIDA precisam de uma assistência especial. A Assembleia Geral
propõe as seguintes medidas:

 Criar, até 2003, e pôr em prática, até 2005, políticas e estratégias nacionais para
criar e reforçar as capacidades governamentais, familiares e comunitárias de
proporcionar um ambiente de apoio aos órfãos e às raparigas e rapazes infectados
pelo HIV/SIDA ou por ele afectados, nomeadamente, proporcionando-lhes
aconselhamento e apoio psicossocial adequados; garantindo a sua matrícula na

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escola e acesso a habitação, boa alimentação e serviços sociais em pé de
igualdade com outras crianças; proteger os órfãos e crianças vulneráveis de todas
as formas de maus tratos, violência, exploração, discriminação, tráfico e perda de
direitos sucessórios:
 Garantir a não discriminação e o gozo pleno e em pé de igualdade de todos os
direitos humanos, mediante a promoção de uma política activa e visível de
eliminação do estigma das crianças que ficaram órfãs ou foram colocadas numa
posição de vulnerabilidade pelo HIV/SIDA;
 Exortar a comunidade internacional, em especial, os países doadores, a sociedade
civil, bem como o sector privado, a complementarem eficazmente os programas
nacionais, a apoiarem programas para crianças tornadas órfãs ou colocadas numa
posição de vulnerabilidade pelo HIV/SIDA em regiões afectadas e em países de
risco elevado e a canalizarem ajuda especial para a África a sul do Sara.

3.6. Atenuar o Impacto Social e Económico

Segundo Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA das Nações Unidas (2001:29), combater o
HIV/SIDA é investir no desenvolvimento sustentável. A Assembleia Geral propõe as seguintes
medidas:

 Até 2003, avaliar o impacte económico e social da epidemia do HIV/SIDA e


estabelecer estratégias multissectoriais para resolver esses impactes a nível das
pessoas, famílias, comunidades e nações; estabelecer e acelerar a execução de
estratégias nacionais de erradicação da pobreza para fazer frente ao impacte do
HIV/SIDA nos rendimentos familiares, meios de vida e acesso a serviços sociais
básicos, prestando uma atenção especial às pessoas, famílias e comunidades
afectadas gravemente pela epidemia; estudar os impactes social e económico da
HIV/SIDA a todos os níveis da sociedade, em especial, nas mulheres e nos idosos,
sobretudo no seu papel de prestadores de cuidados e no âmbito das famílias
afectadas pelo HIV/SIDA e satisfazer as suas necessidades especiais; ajustar e
adaptar as políticas económicas e de desenvolvimento social, nomeadamente as
políticas de protecção social, de modo a resolverem os impactes do HIV/SIDA no
crescimento económico, na prestação de serviços económicos essenciais, na

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produtividade da mão-de-obra, nas receitas dos governos e nas pressões que
geram défices dos recursos públicos;
 Até 2003, criar um quadro legal e normativo nacional que proteja, no local de
trabalho, os direitos e a dignidade das pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou
afectadas por ele bem como aquelas que correm maior risco de contrair o
HIV/SIDA, em colaboração com os representantes das entidades patronais e dos
trabalhadores, tomando em consideração as directrizes internacionais relativas ao
HIV/SIDA no local de trabalho.

4. Conclusão

A epidemia do HIV/SIDA continua sendo um desafio global, não apenas em termos de


saúde, mas também no que diz respeito ao estigma e à discriminação enfrentados pelas pessoas
que vivem com essa condição. Ao longo deste trabalho, exploramos a Declaração de
Compromisso Adaptado pela Assembleia Geral Especial de Nações Unidas sobre HIV/SIDA
(2001) e seu papel na luta contra o estigma e a discriminação associados ao HIV/SIDA. Ficou
claro que o estigma e a discriminação têm um impacto profundo na vida das pessoas afetadas
pelo HIV/SIDA, afectando sua saúde mental, emocional e física, além de criar barreiras
significativas para o acesso a cuidados de saúde e a participação plena na sociedade. No entanto,
a Declaração de Compromisso Adaptado representa um marco importante na busca por soluções
e respostas efectivas. Ao analisar as medidas propostas na Declaração, pudemos constatar que
elas abordam uma ampla gama de questões, desde a promoção da educação e conscientização
sobre o HIV/SIDA até a proteção dos direitos humanos das pessoas afectadas. No entanto, é
fundamental que essas medidas sejam implementadas de maneira abrangente e eficaz em
diferentes contextos regionais, levando em consideração as particularidades culturais, sociais e
estruturais de cada lugar. Através da conscientização e da educação, é possível desafiar
estereótipos e preconceitos, promovendo uma maior compreensão e empatia em relação às
pessoas vivendo com HIV/SIDA. Além disso, a implementação de leis e políticas
antidiscriminatórias é essencial para garantir a proteção dos direitos humanos e a igualdade de
oportunidades para todos, independentemente do seu estado sorológico.

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No entanto, a luta contra o estigma e a discriminação associados ao HIV/SIDA é um
desafio contínuo. É necessário um esforço conjunto de governos, organizações internacionais,
profissionais de saúde, sociedade civil e indivíduos para superar essas barreiras e promover uma
mudança significativa na forma como a sociedade enxerga e trata as pessoas vivendo com
HIV/SIDA.

Em última análise, ao combater o estigma e a discriminação, não apenas estamos


promovendo o bem-estar das pessoas afetadas pelo HIV/SIDA, mas também estamos
fortalecendo a resposta global à epidemia. Somente por meio de uma abordagem baseada em
direitos humanos, inclusão e solidariedade, podemos avançar na construção de uma sociedade
livre de estigma, na qual todas as pessoas vivendo com HIV/SIDA sejam tratadas com respeito,
dignidade e igualdade.

Referências Bibliográficas

Assembleia Geral sobre o HIV/SIDA de Nações Unidas. (2001). Declaração de compromisso


sobre o VIH/SIDA. Sessão Extraordinária da Assembleia Geral Sobre o VIH/SIDA 25-
27 de junho de 2001. Obtido em 1 de Junho de 2023, de
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/declaracao_compromisso.pdf

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