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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Doutoramento em Ciências Sociais e Envelhecimento

ESTRUTURAS, PROCESSOS, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E VIVÊNCIAS


DO ENVELHECIMENTO E DA LONGEVIDADE

Docente:
Professor Doutor Ricardo Barroso
Discente:
Catarina Rocha, al 72804

janeiro, 2024
Índice
0. INTRODUÇÃO........................................................................................................4

1.ENQUADRAMENTO TEÓRICO..............................................................................5

1.1 A ARTE DE ENVELHECER..................................................................................5

2.REFLEXÃO......................................................................................................................9

3.BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................13
Parado e atento à raiva do silêncio
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao teu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
(Mafalda Veiga)
0. INTRODUÇÃO
No âmbito da unidade curricular Estruturas, Processos Representações Sociais e
Vivências do Envelhecimento e da Longevidade, inserida no Doutoramento em
Ciências Sociais e do Envelhecimento, foi solicitado a elaboração de uma reflexão sobre
um dos temas abordados durante os seminários desta unidade curricular.

O tema escolhido para a realização desta reflexão remete para a primeira sessão
intitulada de Experiência e Contextos de Vulnerabilidade no envelhecimento onde
foram abordados temas como a solidão, abuso e negligência nas pessoas mais velhas.

As motivações para a escolha deste tema partem do pressuposto de que a enfermagem


acompanha a pessoa na resposta ao seu processo de vida, estando preparada para seguir
o adulto velho que vive e quer viver, ajudando-o a ultrapassar as adversidades da idade
e da passagem do tempo (OE, 2011), ou seja, pretendo refletir sobre o envelhecimento e
relaciona-lo com a Enfermagem e especificamente Enfermagem de Reabilitação.

Este trabalho inicia-se com a presente introdução onde é possível verificar a escolha do
tema. De seguida será possível encontrar o enquadramento teórico do tema e, no último
capítulo encontra-se a minha reflexão e perceção a cerca do tema escolhido.

Posto isto o ponto de partida para este trabalho é a consciência de que o envelhecimento
é um fenómeno biológico e psicológico universal, que pressupõe alterações físicas,
psicológicas e sociais do indivíduo (Brink, 2001) onde a sua perceção resulta do produto
de processos sociais e culturais (Frazão, 2016).

Deste modo, o aumento do número de adultos velhos e a modificação de padrões de


vida exigem uma reflexão sobre o modo se encara o envelhecimento bem como sobre a
necessidade de uma sociedade mais humana que se comprometa com os adultos mais
velhos e com o seu papel na sociedade (Cantinho, 2018).
1.ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O estudo do envelhecimento, enquanto processo marcado pelas estruturas da
longevidade, possui um corpo teórico e científico orientado para o desenvolvimento e
definição do mesmo. Antes de analisar o conceito de envelhecimento, começa-se por
mencionar a longevidade que, ao fim e ao cabo, está dependente da progressão do
envelhecimento, caracterizando-se pela duração da vida de um organismo com a certeza
de um fim.

Assiste-se atualmente ao decorrer de vida mais longínquo certamente influenciado pela


esperança média de vida e melhorias das condições de vida e, não menos importante,
resultante também do desenvolvimento da medicina (Almeida, 2012).

O envelhecimento constitui um processo dinâmico, inerente a qualquer ser humano. É


certo que todos envelhecemos diariamente e também é certo quee segundo a World
Health Organization (WHO, 2007) são imensas as lacunas relacionadas com o
envelhecimento e todas as questões a ele subjacentes

Assim, pretende-se numa fase inicial refletir sobre o envelhecimento humano, que se
inicia antes do nascimento e se desenvolve ao longo da vida.

1.1 A ARTE DE ENVELHECER

O envelhecimento pode ser definido como um processo de mudança progressivo da


estrutura biológica, psicológica e social dos indivíduos (Duarte, 2007) ou seja,
representa um conceito multifatorial que ao abranger qualquer grupo social e todos os
indivíduos, deveria ser considerado desde a fase mais inicial, no sentido de permitir que
a pessoa envelheça a nível pessoal e social de forma participativa e oportuna (WHO,
2007).

Importa então compreender que o envelhecimento retrata um fenómeno universal de


caráter biológico e psicológico, provido de alterações físicas, psicológicas e sociais
associando-se também a conotações positivas e negativas, determinadas pelo ambiente
cultural (Brink, 2001). Se por um lado, o envelhecimento constitui o culminar do
sucesso do desenvolvimento humano, sinónimo de ganhos traduzidos pela longevidade,
por outro conduz a implicações na autonomia, funcionalidade, mobilidade e
consequentemente na qualidade de vida (Bicudo, 2013).

Atenta ao fenómeno do Envelhecimento Mundial, a Organização das Nações Unidas


(ONU) já realizou duas assembleias mundiais sobre o envelhecimento. A primeira deu
origem a uma nova consciência e atitudes mais congruentes com os direitos e a
dignidade de cada pessoa, especialmente das pessoas mais velhas que resultou na
aprovação de um plano de ação internacional, que se constituiu na base das políticas
públicas desenvolvidas para este grupo etário (WHO, 2002). Já a segunda assembleia
sobre o Envelhecimento defendeu o direito dos mais velhos envelhecerem em ambientes
saudáveis, reforçando o conceito de envelhecimento ativo como “o processo de
otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para a melhoria da
qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem, contribuindo para o bem-estar
físico, mental e social em todas as idades” (WHO, 2007, p. 10).

Nesta linha de pensamento, o processo de envelhecimento da população mundial tem as


suas origens enraizadas nas transformações socioeconómicas vividas no mundo desde o
século passado, com modificações significativas nas variáveis demográficas a partir do
século XX (Lourenço et al., 2005). Também a União Europeia e concretamente o nosso
país, enfrenta o envelhecimento populacional com a população atual já envelhecida
sendo estimado, que nas próximas décadas, a existência de uma população muito mais
velha, já que neste momento se prevê um aumento acentuado da população com mais de
80 anos.

Obviamente que tudo isto exige a implementação de políticas intersectoriais e uma


abordagem holística na construção de uma sociedade para todas as idades (WHO, 2002)
tendo como foco as intervenções nos sistemas de saúde, social e outros, assentes na
abordagem intersectorial e multidisciplinar, tendo sempre em consideração os valores e
princípios que devem nortear a ação (DGS, 2017).

Não sendo um problema por si só, o envelhecimento é uma parte natural do ciclo de
vida, sendo oportuno que constitua uma oportunidade para viver de forma saudável e
autónoma o mais tempo possível, o que implica uma mudança de comportamentos e
atitudes da população em geral e da formação dos profissionais, nomeadamente dos
profissionais de saúde e de outros campos da intervenção social, uma adequação dos
serviços de saúde e de apoio social às novas realidades sociais e familiares que
acompanham o envelhecimento individual e demográfico e um ajustamento do ambiente
às fragilidades que, mais vezes, acompanham a idade avançada (DGS, 2004; Martins,
2006).

A heterogeneidade entre os adultos mais velhos suscita a necessidade da existência de


modelos, uma vez que ao simples facto demográfico do envelhecimento populacional,
se agregam inúmeras urgências e desafios, bem como transformações políticas,
culturais, psicossociais e económicas, que não deixam de ser fundadores e fomentadores
a novos modos de conceber e enfrentar o envelhecimento (Omelczuk e Monteiro, 2014).

Como profissional de saúde, fico particularmente integrada no modelo de


envelhecimento saudável, que se encontra associado à condição de saúde numa ótica
biomédica considerando o envelhecimento: “Positivo, no sentido de envelhecimento
normal sem doenças; Negativo, enquanto envelhecimento patológico, com doenças;
Normal, resultando da capacidade de os sujeitos por si só prevenirem o envelhecimento
patológico” (Bengtson et al, 2007, p. 3).

A abordagem do envelhecimento saudável identifica questões relacionadas com as


doenças degenerativas, a dependência e a necessidade de cuidados (Almeida, 2007;
Cabete, 2004) e valoriza como refere Viegas e Gomes (2007), o afastamento dos
indivíduos da vida social como determinante para o aumento das doenças.

Este afastamento social orienta-me para outra preocupação nesta população que é a
solidão nos mais velhos que é vivenciada como uma experiência de sentimento de
isolamento, desligamento e de não pertença (Hawkley et al., 2006). Embora as relações
causais sejam difíceis de determinar, existe evidência de que a perda de um parceiro, a
deterioração da saúde, a diminuição da rede social e a institucionalização sejam alguns
dos seus fatores potenciadores (Dadkha,2009).

Nesta ótica, a solidão tem sido descrita como “uma condição psicológica debilitante
caracterizada por uma profunda sensação de vazio, inutilidade, falta de controle e
ameaça pessoal” (Cacioppo et al., 2010) e corresponde a uma experiência subjetiva e
desagradável que ocorre quando a rede de relações sociais de uma pessoa está em défice
quantitativo ou qualitativo e também se relaciona como a discrepância entre os níveis de
relações sociais que a pessoa deseja e aqueles que consegue alcançar (Perlman &
Peplau, 1981).
Golden et al. (2009) consideram que ao invés de a solidão ser um efeito intrínseco do
envelhecimento, é o envelhecimento que parece estar associado a um aumento nos
fatores de risco para a solidão, tais como comprometimento físico e a viuvez.

É importante ter em atenção que muitos dos fatores determinantes da saúde das pessoas
mais velhas e do impacto sobre as suas famílias, ultrapassam os limites da ação do
sector específico da saúde, nomeadamente os relacionados com a segurança e
inadaptação dos ambientes urbanos ou rurais e os relacionados com a proteção social, a
habitação e os transportes, a educação e o trabalho formal e informal, a violência, a
negligência ou os abusos físicos, psicológicos, sexuais ou financeiros (DGS,
2004,Faleiros, 2013).

Contudo, o abuso e a negligência dos adultos mais velhos estão incluídos nos principais
problemas de saúde pública (Alias et al., 2023), associando-se ao aumento do risco de
morbilidade, mortalidade, institucionalização e internamento hospitalar, (Biggs et al.,
n.d.). Acresce a estes factos o impacto negativo a nível económico (Alias et al., 2023)

O abuso do adulto velho representa uma violação grave dos direitos humanos que
conduz a custos elevados, quer sejam de natureza individual, social, económica e de
saúde (Krug et al., 2002; WHO, 2004) e que tem vindo a ser reconhecido como um dos
problemas mais graves de saúde pública (OMS, 2004). A temática dos maus-tratos,
violência e abuso a idosos teve a sua génese na década de 80, afetando todas as culturas
e sociedades (OMS, 2002).

Posto isto, compreende-se que é necessário uma avaliação e intervenção


multidisciplinar, com uma visão holística para não só compreender, mas atuar no
sentido de promover um envelhecimento efetivamente ativo, com proteção, com
participação na saúde, implicando uma sociedade inclusiva, no presente e no futuro,
onde todas as idades tenham lugar (Carbonelle, 2010).
2.REFLEXÃO
É certo que não podemos negar que os mais velhos assumem, cada vez mais, um lugar
de destaque na população portuguesa, revelando-se essencial que os profissionais de
saúde tenham conhecimento das necessidades desta população, de forma a intervirem
preventivamente no combate às incapacidades e comorbidades, associadas ao processo
de envelhecimento.

Olhar a assistência aos mais velhos por parte da Enfermagem requer, na minha
perceção, uma preocupação com o envelhecimento o mais cedo possível. Acredito que
incorporar o envelhecimento ao longo da vida, numa atitude mais preventiva e
promotora da saúde e da autonomia, com prática de atividade física moderada e regular,
uma alimentação saudável, o não fumar, o consumo moderado de álcool, a promoção
dos fatores de segurança e a manutenção da participação social, entre outros, são
aspetos altamente relevantes que permitem a inclusão desta faixa etária na sociedade
bem como qualidade de vida na longevidade.

Na procura permanente da excelência no exercício profissional o enfermeiro especialista


em reabilitação deve sempre procurar: elevados níveis de satisfação dos doentes;
promover a saúde do doente para que alcancem o máximo potencial; prevenir
complicações para a saúde do doente, maximizar o bem-estar e o autocuidado
suplementando/complementando as atividades de vida às quais o doente é dependente;
desenvolver processos de readaptação funcional eficazes para os problemas de saúde;
desenvolver processos de reeducação funcional, tendo em vista a qualidade de vida e
reintegração e a participação na sociedade; promover a inclusão social das pessoas com
deficiência e por último contribuir para a eficácia na organização dos cuidados de
enfermagem (Regulamento n.o 350/2015).

Hesbeen (2003) menciona que os especialistas em enfermagem de reabilitação possuem


uma filosofia de vida que visa o futuro da pessoa, mesmo quando já não é possível a
cura ou a reparação do seu corpo. Os aspetos físicos, psicológicos e sociais são
valorizados, visando o desenvolvimento de competências da pessoa e a sua família nos
cuidados de saúde, reenquadrando-se e adaptando-se à mudança.

Deste modo, é fundamental evidenciar que estes profissionais especializados têm uma
visão da pessoa mais pormenorizada, e pelo facto de estarem presentes tanto no
momento da hospitalização, como nos cuidados de saúde primários permite um
acompanhamento mais eficaz e eficiente, pelo que o trabalho na equipa multidisciplinar
se torna muito importante e indispensável.

Sem dúvida que cada vez é mais importante e evidente a necessidade de promover
melhores e mais eficazes estratégias e intervenções preventivas e de tratamento para
minimizar a incapacidade funcional e otimizar a independência dos mais velhos o que
por si só permite diminuir os níveis quer de doença física quer mental e
consequentemente de solidão.

Idealmente o papel da enfermagem de reabilitação deve centrar-se em educar a pessoa


na compreensão do envelhecimento e na manutenção da capacidade funcional para a
realização das suas atividades (Fernandes, 2015).

Assim, os programas de promoção da saúde ao adulto velho são cada vez mais
requeridos face ao crescente envelhecimento populacional. A promoção da saúde é um
tema em evidência na atualidade e que traz desafios para a ampliação das práticas, no
sentido de evidenciar os componentes socioeconómicos e culturais da saúde e a
necessidade de políticas públicas e da participação social no processo da sua conquista
(Buss, 2003; Rootman, 2001).

Do ponto de vista gerontológico, o tema converge com a promoção do envelhecimento


ativo, caracterizado pela experiência positiva de longevidade com preservação de
capacidades e do potencial de desenvolvimento do indivíduo (WHO, 2002).

Por exemplo, Faria et al., (2020), após implementarem um programa para o


envelhecimento ativo, obtiveram resultados positivos nos vários domínios dos estilos de
vida estudados, ocorrendo a maior mudança na gestão do stress, exercício físico e
comportamento preventivo, sendo que na adesão a hábitos alimentares adequados e
comportamentos relacionais, verificaram também melhoria. Estas autoras consideram
que a promoção do envelhecimento ativo é um adjuvante para a melhoria da atividade
física após a reforma, pois previne o declínio funcional, a solidão, a depressão e
fragilidade que ocorre a par do envelhecimento.

Do mesmo modo, importa reduzir as incapacidades, com o objetivo da recuperação


global e adequada às necessidades individuais e familiares, envolvendo a comunidade,
numa responsabilidade partilhada, potenciadora dos recursos existentes e dinamizadora
de ações cada vez mais próximas dos cidadãos (Faleiros, 2013).
Tem sido muito discutido a integração de cuidados, mas também é certo que nem
sempre esta integração se verifica. Contudo, como visto anteriormente, de que as
diferentes intervenções não devem ser desenvolvidas de forma isolada, mas sim de
forma globalizada, sendo geralmente necessárias múltiplas intervenções tendo em conta
todas as particularidades do processo de envelhecimento.

Os doentes mais velhos necessitam de um atendimento integral, tendo em consideração,


além das suas queixas imediatas, as situações sociais, económicas, familiares e
emocionais (Bezerra, Vianna e Vianna, 2010). Portanto, é imperativo a relação
interprofissional e interpessoal com os mais velhos, a sua família e cuidadores,
considerando a cultura e o meio social que influencia o modo como as pessoas se
relacionam entre si, pelo que considero que as intervenções dos enfermeiros de
reabilitação podem constituir-se como um forte contributo quer a nível hospitalar quer
comunitário.

Assim, a prestação de cuidados de saúde e de apoio social, às pessoas mais velhas,


integrados, centrados em equipas pluridisciplinares e em recursos humanos com
formação, com vertentes de recuperação global e de acompanhamento, são
imprescindíveis a um sistema de saúde que se quer adequado para responder às
necessidades de uma população que está a envelhecer (DGS, 2004; Martins, 2006).

Faria et al. (2021), consideram essencial identificar as condições e fatores de risco que
previnem a progressão da fragilidade nos mais velhos, bem como as barreiras que
limitam a capacidade funcional, cognitiva e participativa nas atividades básicas e
instrumentais da vida diária. As mesmas autoras referem que a identificação da
fragilidade, assim como os fatores que ocorrem para esta, são determinantes para a
prevenção, reabilitação e promoção da saúde.

Confesso que na minha perspetiva é mais fácil dar resposta à solidão nos mais velhos do
que à negligencia e abuso. Sinto que há necessidade de melhorar a formação curricular
bem como a formação formal ao longo da vida profissional no sentido de sensibilizar os
profissionais quer à identificação, quer à gestão de abuso e negligencia.

De acordo com a OMS (2011), os sectores da saúde e da prestação de cuidados são


fundamentais para a prevenção, deteção e reabilitação em situações de abuso ao adulto
velho pelo que a responsabilidade de identificação destas mesmas situações recai com
frequência sob os profissionais de saúde. (Fulmer et al., 2004).
Reconhecer e prevenir situações de abuso implica identificar fatores de risco, tipos de
abuso existentes, sinais/sintomas e indicadores de abuso (Ferraz, 2009). Os enfermeiros
da comunidade surgem como os profissionais de eleição na prevenção, avaliação,
deteção, diagnóstico e intervenção junto do adulto velho, vítima de abuso e do cuidador
agressor, pois estão a par dos contextos de vida das pessoas (WHO, 2008). Contudo e
segundo Ferraz (2009), referem falta de conhecimentos e de treino para lidarem com as
situações de abuso em casa.

Não tenho dúvidas de que a enfermagem é fundamental para a sensibilização da


sociedade em geral, através da criação de condições que permitam às famílias cuidar
dos seus adultos velhos dependentes em casa. É também capaz de avaliar e implementar
intervenções e ser o elo de ligação multidimensional do adulto velho, da sua família e
do seu contexto socioeconómico, intervindo de forma individualizada em cada situação
e ainda facilitar a abordagem multidisciplinar e sectorial.
3.BIBLIOGRAFIA
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