1) De que forma as teorias sociais sobre o envelhecimento dialogam
com suas práticas profissionais e projeto de pesquisa?
As teorias sociais sobre o envelhecimento possuem paradigmas baseados em aspectos biológicos, cronológicos e como o indivíduo se desenvolve ao se adaptar ao ambiente e aos acontecimentos da vida, sejam eles idiossincráticos ou não. As dificuldades do acesso em saúde bucal dos idosos é, historicamente, decorrente da ineficiência dos serviços de saúde, a desinformação do cidadão e o desinteresse na autopercepção que refletem na manutenção do quadro saúde bucal precária da população como um todo. Tratando-se de saúde do idoso, a autopercepção se torna um dos principais mecanismos que possibilita avaliar e compreender as necessidades individuais e coletivas de um grupo. Na área da Disfunção-têmporo-mandibular podemos observar fatores biológicos intimamente ligados a fatores psicológicos que carecem atuação multidisciplinar viabilizando o bem-estar, principalmente na idade avançada, uma vez que, não se deve considerar apenas a doença, mas os determinantes de saúde, bem como a estabilidade do idoso em seu ambiente. A ação cognitivo comportamental faz parte do tratamento, por ser mandatório que estes pacientes “se percebam”, e percebam os fatores que os levam a tensão com a consequente contração da musculatura mastigatória. Invariavelmente pacientes são encaminhados para outras áreas da odontologia, para recuperação de saúde gengival, estabilidade funcional e estética; assim como sugerido o acompanhamento psicológico para que o indivíduo enfrente os desafios que vida apresenta, minimizando o estresse, que agrava o quadro da disfunção. No projeto de pesquisa pretendo, com o exame clínico da boca de pacientes idosas que estão em tratamento de câncer de mama, informar (ação educativa), diagnosticar, e realizar o tratamento de doenças que acometem a cavidade bucal decorrentes do tratamento quimio e radioterápico, em busca de viabilizar a qualidade de vida destas pacientes. Dessa forma, na prática odontológica, assim como nas diversas áreas de saúde, o paciente deve ser avaliado como um todo, considerando também o nicho social no qual está inserido, para que realmente possamos devolver saúde em seu amplo e real significado. 2) Quais das teorias apresentadas poderão subsidiar nossas práticas educativas sobre envelhecimento? As teorias da psicologia do desenvolvimento foram importantes para chegarmos ao modelo base mais aplicado hoje. Ao sintetizar os paradigmas mecanicista, organicista e dialético e acrescentar conceitos do desenvolvimento ao longo da vida, a teoria Life-span viabiliza o conhecimento do ser humano em seus aspectos: físico-motor, intelectual, emocional e social.
O Envelhecimento é um processo de curso de vida, influenciado por
determinantes genético-biológicos e socioculturais em interação ao longo do tempo individual e do tempo sócio-histórico, que inicia no nascimento e tem seu desfecho com a morte, sendo sua última fase a velhice. O declínio da capacidade funcional, diminuição na velocidade de reação e na capacidade de enfrentar os estímulos externos são marcos do envelhecimento, somente sobre o aspecto biológico. Apesar do processo de envelhecimento ser universal e parte do ciclo da vida, cada indivíduo o apresentará de forma diferente e a população deve ser educada para rever seus conceitos com a velhice, para que não a veja como uma fase negativa, marcada somente por perdas. O processo de envelhecer é muito mais complexo, e ao tentar compreendê-lo, em sua magnitude, podemos contribuir de forma amenizar o sofrimento, corrigindo falhas e incentivando cada pessoa, como indivíduo, e ela incluída no contexto social.
O suporte social é considerado decisivo para o envelhecimento
saudável e a capacidade de integração social é fator protetor da saúde e bem-estar. Pode-se envelhecer com qualidade de vida desde que haja disposição para enfrentar os desafios, pondo em prática projetos viáveis dentro das condições individuais, inseridas no contexto social.