Enfermagem do Idoso
Professora Maria João Fernandes
Intervenção da Enfermagem
na Pessoa Idosa
“Envelhecer é uma aventura, não um problema”
Friedan, Betty (1994)
Velhice é uma etapa que vai desde os 65 anos até
ao fim de vida.
Segundo a OMS, nos países desenvolvidos é a
partir dos 65 anos e nos países em
desenvolvimento a partir dos 60 anos.
Envelhecimento não é uma etapa, mas sim um
processo, sendo que, o meio onde estamos
inseridos terá influência neste processo.
A nossa intervenção em enfermagem vai
mudando dado que necessita de obter novas
respostas face ao:
 Aumento da longevidade (Surgimento de
mais patologias e por isso a investigação
em enfermagem é fundamental para a
resolução de problemas que vão surgindo)
 Aumento da esperança média de vida
 Aumento do nº de pessoas com muita
idade
Finalidade da enfermagem: Contribuir para a
melhoria da qualidade de vida da pessoa que
passou a viver mais anos.
A alteração demográfica depende de:
 Mudanças políticas
 Mudanças culturais (A forma como
encaramos o envelhecimento depende da
cultura)
 Mudanças sociais
O aumento da esperança de vida pode ser
justificado, uma vez que se verificou a melhoria:
 Das condições sociais
 Na produção e divulgação científica
 Dos hábitos de vida populacionais
Viver mais anos
1. Poderá implicar sobressair os fenómenos
doença, múltiplas doenças, dependências e
incapacidades instalados no adulto idoso,
bem como sucessivas hospitalizações e
experiências negativas em lares.
2. Implica ganhos:
 Enorme história de vida
 Aprendizagens / conhecimentos
adquiridos
 Família, amigos, conhecidos
 Sageza (saber utilizar o conhecimento)
Visão Positiva
Etapa cheia de Conjunto de
Visão Negativa
projetos e problemas,
satisfação face inevitável e
à vida atormentador
 Se tivermos idealizado aspetos positivos face
ao envelhecimento, mais facilmente
desenvolvemos o nosso trabalho enquanto
enfermeiros
 Nem sempre a pessoa idosa foi relevante ou
um foco de interesse, mas com a procura do
saber gerontológico os enfermeiros
desenvolveram capacidades e conhecimentos
que contribuem para a saúde de todos.
Em maio de 1998 surgiu a meta “envelhecimento
saudável” que preconiza:
 Objetivos e estratégias que elevem os
níveis de qualidade de vida dos cidadãos.
 É importante que os enfermeiros
desenvolvam capacidades, conhecimentos
e comportamentos que contribuam para o
sucesso da saúde de todos.
1
Enfermagem gerontológica: gerontologia
corresponde a tudo o que se relaciona com a
pessoa idosa na sua multiplicidade dimensional.
Enfermagem geriátrica: geriatria corresponde às
doenças/patologias associadas ao processo de
envelhecimento.
Enfermagem Gerontológica
Finalidade
Que o individuo atinja o mais alto nível de
funcionamento durante a velhice.
Objetivos
1. Proteger e promover a saúde
 Promover a adoção de estilos de vida
saudáveis
2. Prevenir as complicações do estado
patológico
3. Responder às necessidades de saúde
identificadas, percecionadas e expressas
4. Assistir o cliente para que ele possa
funcionar em toda a sua
multidimensionalidade
 Ponto de vista físico como psicológico,
espiritual e social
 Se uma dimensão estiver afetada, todas as
outras também estarão
5. Prevenir a desinserção social
 Que a pessoa idosa permaneça pertença da
sociedade (envelhecimento ativo)
6. Prevenir a deteorização da personalidade
 Deixar que a pessoa idosa escolha,
continue a usar o que gosta, etc.
7. Aumentar a atividade intelectual, física e
social
 É importante que se diversifique a sua
atividade intelectual, isto é, ter vários
estímulos (sudoku, croché, palavras-
cruzadas, etc.)
8. Promover a garantia dos 4 níveis de
prevenção tal como é realizado para os
restantes grupos etários
 Prevenção da interrupção da saúde
 Tratamento atempado e adequado de
situações de doença
 Reabilitação e reinserção na família e
sociedade
 Proteger a pessoa de excesso de
intervenção
9. Assegurar qualidade de cuidados quando
doentes ou incapacitados
10. Sempre que possível permitir a
permanência do idoso na sua casa, através
de serviços de suporte domiciliário
Qual a diferença entre totalidade e
simultaneidade?
Totalidade é o ser humano como ser unitário.
Simultaneidade é a soma de todas as suas
vertentes (física, psicológica, espiritual e social).
Princípios
Os idosos são pessoas com capacidade para:
 Crescer
 Aprender
 Adaptar
 Optar
 Decidir
Normas em enfermagem gerontológica
Os cuidados devem ser adaptados mediante
fatores:
 Múltiplas dimensões do processo de
envelhecimento
 Ritmos pessoais do envelhecimento
 Ganhos e perdas associados ao
envelhecimento
 O trabalho de luto necessário para aceitar as
perdas
 Relações entre os fatores biológicos, sociais,
económicos, psicológicos, espirituais e
ambientais
 Resposta atípica do idoso à doença e ao
tratamento
 Efeitos cumulativos de doenças cronicas e/ou
processos de degenerescência
 Valores e atitudes sociais associados ao
envelhecimento
Papel do enfermeiro
 Comunicação: estabelecer relações
interpessoais que visam a manutenção da
saúde individual, familiar e comunitária
 Planeamento: ações individuais e de
colaboração com vista a solucionar problemas
reais e potenciais
 Proteção: manutenção do equilíbrio
homeostático através de intervenções
especificas que visem o cliente e o seu meio
 Cura: utilização de técnicas especificas que
facilitem o regresso à saúde
 Conforto: intervenções que visam aliviar a
dor física, psicológica e social, mantendo a
dignidade e o bem-estar
 Ensino: ações que visam servir de veículo,
analisar e sintetizar a informação para o
cliente
 Reabilitação: intervenções que visam
minimizar as limitações do cliente e elevar ao
mais alto grau as suas capacidades
 Coordenação: organização e equilíbrio das
diferentes atividades do cliente relacionadas
com as suas necessidades e com os objetivos
visados
Deveres do enfermeiro
1. Apoiar os colegas de trabalho no processo
de avaliação e resposta às necessidades de
saúde da pessoa idosa
2. Colaborar com os outros profissionais para
coordenar e prestar cuidados
3. Participar na elaboração de políticas socias
4. Integrar o projeto de formação ao longo da
vida, a fim de melhorar os seus
conhecimentos e competências
5. Investigar em gerontologia
6. Poder ser avaliado pelos pares e fazer
apelo a juízos críticos relativos ao
comportamento profissional
Inserção da Enf.
Gerontológica no Contexto
Político
Até 1993 não se epensava/preocupava
Económico com o
envelhecimento. Houve por isso um encontro,
onde se concluiu o seguinte:
 É necessária uma mudança político-social
com o objetivo de se organizarem
profissionais e instituições para a
concretização dos direitos e aspirações dos
idosos.
 Inovar procedimentos técnicos é
fundamental para a melhoria das respostas
 É importante promover os direitos de quem
envelhece, aceitando a sua integração na
sociedade
 Tanto o idoso como a família devem ser os
responsáveis pelas suas ações
 O diagnóstico e a análise são indispensáveis
para as intervenções apropriadas a cada
situação
 Para serem eficazes, os modelos de ação
devem ter uma total capacidade de
cooperação, alto nível de inovação e
flexibilidade
 Deve ser proporcionado uma formação
cientifico-técnica e ético-deontológica aos
profissionais ligados à gerontologia
 Deve-se valorizar o voluntariado e o papel
dos agentes informais
 A interrelação entre gerações proporciona
bem-estar
 A visão redutora da população mais velha,
terá de sofrer alterações
 As instituições terão de aceitar propostas
dos seus utilizadores, nas normas e
procedimentos estabelecidos
 É necessário modificar a redistribuição de
capitais, favorecendo os idosos nos setores
se saúde, habitação, apoio domiciliário e
pensão de aposentação
 Para além dos profissionais do setor, o
voluntariado também poderá integrar o
apoio domiciliário
 As autarquias em conjunto com os centros
de saúde e grupos de caridade poderão
desenvolver apoio domiciliário
 Tanto a família como a comunidade podem
desenvolver competências que contribuam
para o processo de envelhecimento
 Os cuidados prestados devem ser dirigidos
diretamente aos idosos através de
organizações de saúde e visitas
domiciliárias e indiretamente através da
formação de outros prestadores de
cuidados
 A transferência de idosos para lares,
residências ou hospitais deve ser a última
opção a considerar, salvaguardando sempre
a vontade própria da pessoa
 Todas as ações de saúde e sociais terão de ter
em conta tanto o idoso como a família como
participantes ativos dessa ação
 Os direitos das pessoas idosas devem ser
defendidos, considerando a velhice uma
coisa boa e não uma forma de independência
ou incapacidade
Respostas político-sociais
 O ↑ da esperança de vida e viver mais anos, é
um privilégio da sociedade atual
 Mesmo aceite como fenómeno positivo, o
envelhecimento é um enorme desafio para o
publico em geral e para as organizações
sociais e de saúde em particular
 O ↑ da população idosa obriga à redefinição
Teorias do Envelhecimento
de objetivos e a um novo estabelecimento de
Biológico
estratégias
 Programa de Envelhecimento Ativo
Visa a melhoria da qualidade de vida no
envelhecimento e assenta no reconhecimento
dos direitos humanos, integrando os
princípios da independência, dignidade,
assistência e auto-realização.
No sentido de melhorar a qualidade de
vida, a pessoa idosa deve ser informada
sobre:
(PILARES DO ENVELHECIMENTO
ATIVO)
a) Realização de atividade física
moderada, regular e correta
b) Estimulação das funções cognitivas
c) Regulação do sono-vigília, nutrição,
hidratação e eliminação
d) Participação social com especial
atenção no processo de reforma
 Programa Nacional para a Saúde das
Pessoas Idosas (2004)
 Promoção do envelhecimento ativo
em todo o ciclo vital, isto é, com
saúde, autonomia e independência o
maior tempo possível
 Cuidados de saúde mais adequados às
necessidades das pessoas idosas
 Implementação de ambientes que
apelam à autonomia e independência
 Para que os cuidados de saúde sejam
adequados à realidade da pessoa idosa, é
necessário identificar:
 Determinantes de saúde
 Acessibilidade aos serviços
 Rastrear as fragilidades através do
Exame Periódico de Saúde (EPS)
De um modo geral
O envelhecimento saudável preconiza:
 Manutenção da autonomia da
aprendizagem ao longo da vida e da
atividade
 Manutenção da sociabilidade e das funções
mentais e cognitivas
O envelhecimento biológico apresenta:
 Alterações fisionómicas
 Rugas na pele
 Alteração da pigmentação
 Cabelos brancos
 Perda de massa muscular
 Alteração da postura
 Modificação da textura das unhas
 Alteração da capacidade funcional
 Astenia
 Menor agilidade motora
 Perda do controlo de esfíncter
 Alterações do funcionamento celular
 Queda dos dentes por desmineralização
dos ossos onde se inserem
 Com ↓ massa magra e água e ↑ gordura e
volume plasmático, o tecido adiposo
acumula-se no abdómen e ancas
 Desequilíbrio homeostático
 Regressão do metabolismo básico
 A ventilação pulmonar não se adapta ao
meio externo
 O consumo de O2 permanece baixo
 Tremores tardios que levam a uma
produção de calor insuficiente
 Alterações do sistema locomotor
 Menor capacidade de adaptação ao
esforço a partir dos 40 anos porque os
músculos não recebem a quantidade de
glucose necessária face ao maior gasto de
energia.
  A atrofia das fibras e ↑ de tecido gordo no
interior dos músculos leva a ↓ tonicidade
muscular, perda de potência, força,
“endurance” e agilidade em especial dos
antebraços, membros inferiores, região
dorsal, mandíbula e lábios
 Redução da mobilidade e força das
articulações
 Osteoporose, o que torna o osso mais
frágil, ficando o idoso mais propenso a
fraturas
 Alterações na ventilação
 Pela gravidade, o idoso inclina o tronco
para a frente, favorecendo a redução da
cavidade torácica o que dificulta a
amplitude dos movimentos respiratórios
 Alterações da pele
 Pele semelhante a papel de seda
 Tempo de renovação da derme passa de
20 dias para 30 dias, após os 50 anos
 Manchas coloridas por hipertrofia das
células responsáveis pela pigmentação
 Palidez causada pela perda de capilares e
melanócitos
 Varizes, angiomas e estrelas venosas são
consequência de insuficiências venosas
 As rugas tornam-se permanentes
 Alteração dos tegumentos
 Involução da distribuição de cabelos e
pelos a partir dos 40 anos
 Calvície com maior incidência no sexo
masculino a partir dos 20 anos
 Descoloração do cabelo por ↓ da
quantidade de melanina
 Alterações da acuidade visual
 Rápida involução
 Perdas de visão acentuadas entre os 40 e
os 50 anos
 Redução da visão periférica e lateral
 Redução da visão noturna por
incapacidade de adaptação no escuro
 Presbiopia – dificuldade em identificar
objetos próximos
 Necessidade de mais luz por diminuição
do diâmetro das pupilas
 Capta melhor as cores vivas por
amarelecimento do cristalino
 Alterações oculares-expressão corporal
 Olhos baços por ↓ das secreções das
glândulas lacrimais
 Olhos afundados por ↓ da gordura das
órbitas
 Ptose das pálpebras superiores por atrofia
e ↓ do tecido conjuntivo
 Perda de pestanas superiores
 Pés de galinha, papos e inversão da
pálpebra inferior
 Maior lacrimejar
 Alterações auditivas
 Degenerescência da fibra nervosa-cóclea e
órgão de corti
 Espessamento do tímpano
 Redução na produção de cerúmen
 Aumento da rigidez dos ossículos do
ouvido médio (otosclerose);
 Atrofia do nervo auditivo
 Manifestações auditivas
 Presbiacusia: ↓ capacidade de ouvir sons
agudos
 Dificuldade em dissociar sons próximos
da linguagem
 Sensações anormais como campainhas,
estalidos, etc. (acufenos)
 Manifestações táteis
 ↓ das perceções táteis por alteração da
pele
 Manifestações olfativas
 ↑ do número de pelos nas narinas
 Atrofia dos órgãos olfativos
Conclusão
Envelhecer implica um processo de deteorização
do organismo através do tempo, o qual deixa de
ter capacidade para dar resposta à demanda
funcional, aumentando a probabilidade fisiológica
de morte.
Teorias
 Imunitária
 Genética
 Do erro na síntese proteica
 Do desgaste
  Neuro-endócrina
 Dos radicais livres
Teoria Imunitária
Relaciona o envelhecimento com a disfunção
gradual ou falha do sistema imunitário.
O organismo fica mais vulnerável a ataques de
anticorpos, pois as células T reguladoras não são
tão eficazes.
Teoria Genética
Defende que o envelhecimento é uma
consequência da informação genética e que é
esta que determina e controla a média de vida.
O encurtamento do telómero (estrutura
localizada no final dos cromossomas das células
eucariotas) é um fator determinante do
desencadeamento do envelhecimento.
Teoria do Erro da Síntese Proteica
Há morte celular por rotura da cadeia da
molécula de ADN e os compostos químicos
impedem a produção de proteínas essenciais à
sobrevivência celular.
Teoria do Desgaste
Compara o comportamento orgânico ao de
máquinas, referindo que ambos se desgastam
com o uso e anomalias.
Esta teoria é contestada pelo facto do tecido
epitelial, a mucosa gastrointestinal e os
eritrócitos produzirem continuamente células de
substituição que inibem os efeitos do
envelhecimento por desgaste.
Teoria Neuro-Endócrina
Explica que o fraco ou insuficiente funcionamento
neurológico e endócrino conduz à interrupção do
crescimento, à diminuição da homeostase
sanguínea e ao metabolismo glucídico com o
consequente ciclo de retroação negativa.
Teoria dos Radicais-Livres
Um elevado teor de produtos resultantes de
metabolismos oxidantes, podem reagir com
elementos celulares, interferindo no
funcionamento celular
Perspetiva de Berger
O processo de envelhecimento orgânico é gradual
e o seu ritmo é diferente em cada grupo
populacional, em cada pessoa e até mesmo em
cada sistema orgânico de cada individuo.
Envelhecimento Diferencial
Genéticas: ligadas à hereditariedade
Ex.: quantos mais anos o pai viver, maior é a
probabilidade de o filho ter também uma maior
longevidade., quando comparado com outro
individuo cujo pai tenha falecido antes dos 50.
Funcionais: relacionam-se com a forma como o
indivíduo utilizou determinada função ou aptidão
até à maturidade
Ex.: envelhecimento retardado do sistema
músculo-esquelético por realização regular de
exercício físico
Risco: associam-se a estilos de vida que agravam
a senescência (envelhecimento dos tecidos do
organismo)
Ex.: tabagismo, alcoolismo
Intercorrentes: aceleram a incapacidade de
sobrevivência
Ex.: Pneumonia por estase em idades avançadas
Teoria dos Telómeros
À medida que há divisão celular, o telómero
encurta e não se regenera pelo que deixa de haver
replicação. Sem divisão celular correta o
organismo tende a morrer.
Teorias do Envelhecimento
Psicológico
Alterações Psicológicas
 Aspetos ligados à psicologia do individuo são
determinados pelo código genético e terminam
com a morte
 A personalidade do individuo pode evoluir
com o tempo
 A perceção que tem das coisas e das suas
necessidades podem alterar-se
 Expectativas e perspetivas face à vida também
se pode alterar
Evolução psicológica
 A componente psicológica do individuo é
influenciada pelo seu ciclo vital, isto é, de
acordo com as suas etapas de crescimento
cada pessoa responde de maneira diferente aos
estímulos.
 O código genético é o que predispõe
determinadas características de um individuo,
contudo, de acordo com ambiente onde está
inserido pode desenvolver novas
características de personalidade.
 Visão negativa de que o envelhecimento
contribui para o declínio psicológico
Fatores adversos
Modo negativo como o individuo reage aos
fatores adversos
 Involução das funções físicas
 Declínio progressivo das faculdades e funções
mentais
 O meio familiar fica reduzido (ninho vazio)
 Transformação da vida profissional (reforma)
Teorias
 Teoria do Descomprometimento ou da
Desinserção
 Teoria da Atividade
 Teoria da Continuidade
 Teoria do Desenvolvimento Humano
Teoria do Descomprometimento ou da
Desinserção
O envelhecimento é acompanhado por uma
desinserção continua e progressiva por parte do
individuo em relação à sociedade, acabando por
demonstrar um afastamento das atividades
sociais.
Para este envelhecimento ser bem-sucedido, o
distanciamento da vida social tem se ser feito de
forma gradual.
 Perda de contacto com familiares, amigos e
colegas
 Perda de conhecimentos e de normas socias
 Passa a ser menos ator e mais espectador
 Alteração da perceção do tempo, sendo que
uns esperam passivamente a morte e outros
mantém-se ativos.
Teoria da Atividade
No processo de envelhecimento, o progressivo
declínio na realização de atividades físicas e
mentais, é um fator preponderante nas doenças
psicológicas dos idosos.
Pressupostos:
O idoso deve manter-se ativo, se tiver como
objetivo assegurar a sua saúde psicológica, isto é,
ter um processo de envelhecimento psicológico de
um modo natural e “normal”
A personalidade dos indivíduos relaciona-se com
os respetivos processos de envelhecimento
Formas do individuo reagir ao envelhecimento
Quando as responsabilidades familiares e
profissionais de uma pessoa diminuem ou
terminam, esta tem mais tempo disponível para o
que considera ser melhor no seu processo de
envelhecimento, podendo ser:
 Uma vida centrada no conforto material
 Uma vida centrada na aquisição de papéis
 Uma vida centrada na reflexão
Teoria Sócio-Económica
Relaciona o envelhecimento com o impacto das
condições de vida experienciadas pelo individuo.
Os idosos podem estar influenciados pela visão
negativa da sociedade em relação ao
envelhecimento, adotando comportamentos de
acordo com essa visão.
Teoria do Desenvolvimento Humano  7º estádio descrito por Erikson

Ao longo do processo de vida, a pessoa está em Na idade adulta, há um compromisso para com o
processo de desenvolvimento. Se a pessoa trabalho, ganhando o seu salário para sustentar
ultrapassar com sucesso as diferentes etapas, os filhos e contribuir para o bem-estar comum.
quando chegar à etapa da velhice também a vai
Isto irá ter um impacto na velhice, pois o idoso
experienciar com sucesso.
irá ter uma melhor aceitação do inevitável,
 1º estádio descrito por Erikson sentindo-se grato por ter oferecido algo de seu
ao ambiente de que faz parte.
A relação que a criança desenvolveu com a sua
mãe ou pessoa significativa durante os seus 2  8º estádio descrito por Erikson
primeiros anos de vida, irá influenciar a forma
Corresponde à velhice e é quando o idoso aceita a
como experiencia a velhice (positiva ou
plenitude da vida e faz uso da sua sageza, isto é,
negativamente)
sabe utilizar o conhecimento que foi adquirindo
 2º estádio descrito por Erikson ao longo de todo o seu ciclo vital.
Se aos 2-4 anos a criança conseguir ser Personalidade
autónoma, isto é, conseguir comer sem ajuda, ter
É a probabilidade que um individuo tem de se
controlo dos esfíncteres e ser capaz de tomar
comportar de uma dada maneira perante um
decisões, então na velhice irá adaptar-se com
estimulo.
maior facilidade.
Trata-se de um processo de diferenciação que se
 3º estádio descrito por Erikson
explica pela acumulação de experiencias no seu
Entre os 4-6 anos a criança tem o seu próprio ciclo de vida.
espaço e procura o que julga ser bom para ela.
Forma como o individuo se adapta aos diferentes
Na velhice isto reflete-se através da dedicação ambientes e é resultante de fatores biológicos
que o idoso demonstra face às suas novas condicionantes psicológicos e estruturas sociais.
necessidades, interesses e atividades
Adaptação do idoso à velhice
 4º estádio descrito por Erikson
 Sujeitos maduros
Entre os 6-12 a criança começa a ter mais tempo
Aceitam-se como são, assumem as suas
social, pois encontra-se em idade escolar e se
responsabilidades, não são saudosistas (pessoas
conseguir concretizar este estádio, então na
que valorizam demasiado o passado) e encaram o
velhice irá adquirir competência.
futuro com otimismo.
 5º estádio descrito por Erikson
 Sujeitos pantufinhas ou adeptos de
Se durante a adolescência, o individuo integrar cadeira de baloiço
imagens claras dele mesmo e conseguir definir a
São dependentes de outros a nível material e
sua identidade, então na velhice irá ter mais
emotivo, pouco ambiciosos e ficam satisfeitos
facilidade a rever-se a si próprio.
com a reforma. Por vezes encontram satisfação no
 6º estádio descrito por Erikson álcool.
Se o jovem adulto tiver a capacidade de fundir a  Sujeitos blindados ou “durões”
sua identidade com a de outra pessoa, sem receio
Controlam ao máximo as suas emoções,
que possa perder algo de si, isto é, criar
permanecem ativos para comprovarem que ainda
intimidade, então irá vivenciar a velhice de uma
não são velhos e apresentam-se satisfeitos com a
forma mais gratificante.
sua vida passada, adaptando-se bem à velhice
Se não tiver esta capacidade, então irá ser
 Sujeitos agressivos ou zangados
conduzido ao sentimento de isolamento que se
irá fazer sentir na etapa de vida velhice.
Adaptam-se mal à velhice, culpando os outros
pelos seus insucessos e fracassos, desprezam os
jovens e temem a morte.
 Sujeitos auto-desvalorizadores ou auto-
depreciadores
São muito depressivos e amargos, censurando-se
por todas as derrotas tendo por isso uma vida
miserável. A velhice é vivida como uma derrota e
encaram a morte como a única solução possível
para o sofrimento de viver.
Perfis ou tipologia de personalidade
 Sujeitos de personalidades integradas
Têm um forte ego, sem interrupção das suas
capacidades cognitivas e de vida muito satisfatória
 Sujeitos reorganizadores
Substituem as atividades perdidas por atividades
novas com gosto e implicação  Alta atividade
 Sujeitos reflexivos ou seletivos
Teoriasdeterminados
Restringem do Envelhecimento
papéis em favor dos que
Social
preferem  Média atividade
Ex.: maior disponibilidade para a família e lazer
 Sujeitos descomprometidos
Negligenciam os seus papéis e responsabilidades
voluntariamente, manifestando-se calmos e
respeitam-se a si próprios com disponibilidade
para viver o seu interior  Baixa atividade
 Sujeitos de personalidades blindadas ou
defensivas
Esforçam-se demasiado para tingir os seus fins e
sentem-se medianamente ou muito satisfeitos
com a sua vida:
Conservadores que se mostram o mais aderente
possível ao nível de atividade e vida anterior.
Reservados que se fecham para a vida de modo a
proteger o declínio após a meia-idade
 Sujeitos de personalidades dependentes e
passivas
Até se podem sentir satisfeitos com a vida se a
sua necessidade de dependência for atendida:
Procuradores de suporte e proteção que ficam
satisfeitos se tiverem quem os apoie afetivamente
Apáticos que preferem que outros decidam por
eles e têm por isso um médio ou baixo nível de
satisfação face à vida.
 Sujeitos desorganizados
A saúde mental esta diminuída, são personalidade
não integradas, pessoas pouco ativas e pouco ou
nada satisfeitas face à vida
Memória
Na pessoa idosa, é mais fácil lembrar-se de
memórias passadas e acontecimentos do passado,
do que acontecimentos recentes.
Isto é, a memorização a longo prazo ou de
fixação está presente no idoso.
Envelhecimento social
As representações da população face à velhice
podem influenciar de forma positiva ou negativa a
experiencia de vida da pessoa na etapa de vida
velhice.
A nova sociedade
 “Velhos jovens” (65-75 anos)
 “velhos velhos” (acima dos 75 anos)
 “velhos muito velhos” (acima dos 85 anos)
 “ultravelhos” ou “centenários”
Esta inflação de idades, resulta de:
Fenómeno negativo (↓da natalidade),
contrabalançado por um fenómeno positivo
(recuo da mortalidade infantil) associado à
longevidade
Perfil sociológico do idoso em Portugal:
 Baixos níveis de rendimento
 Elevada iliteracia
 Condições habitacionais precárias
 Elevada taxa de incidência de deficiência e
doenças crónicas
 Isolamento social
  Atividade profissional diminuída
 Pouco consumo cultura e atividade de
lazer fora de casa
Teoria do descomprometimento ou da
desinserção social
À medida que o indivíduo avança na idade, o
ritmo do seu trabalho diminui, o envolvimento
com alguns amigos vai-se perdendo, bem como o
contacto com determinados conhecimentos vai
decaindo.
Teoria da Atividade
Defende que os idosos devem manter durante o
maior tempo possível, os papéis que assumiam na
meia-idade
Teoria da Continuidade
A sociedade deve ter como função, organizar
meios que favoreçam a evolução do indivíduo de
forma a estarem preparados para assumirem
papéis no seu último estádio de vida
Teoria Sócio-Económica
Defende que o ambiente em que o indivíduo vive
influencia o seu modo de envelhecer
Teoria da Estratificação da Idade
A sociedade estratificada é a responsável na
distribuição dos indivíduos por classes, castas ou
estratos sociais
Ex.: nas sociedades asiáticas dão um enorme valor
às pessoas com mais idade (anciãos) enquanto que
nas sociedades industrializadas não
Teoria do Rotulamento
A sociedade atribui ao idoso, uma menor
capacidade de se relacionar socialmente, induz-lhe
papéis de pessoa doente e dependente, etc.,
conduzindo-o à aceitação desse estatuto