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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

SAÚDE PÚBLICA

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ASSISNTÊNCIA AO IDOSO: A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO HUMANIZADO

PESQUEIRA-PE
2021
ASSISTÊNCIA AO IDOSO: A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO HUMANIZADO

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

RESUMO- A velhice caracteriza-se por ser um fenômeno complexo e multifacetado, por ser o grupo
etário que mais cresce na população, tanto no Brasil, quanto em outros países este seguimento
populacional pode ser considerado um triunfo para a humanidade. O envelhecimento humano é um
processo natural e não necessariamente patológico, com o aumento da expectativa de vida e o
envelhecimento da população, ocorre também o aumento das doenças crônicas, o que faz com que
muitos pacientes idosos se encontrem nessa faixa etária. Assim, este trabalho pretende refletir sobre
alguns destes aspectos e trata principalmente da assistência aos idosos e sobre a importância do
cuidado integral e humanizado. O desamparo e desatenção quanto as necessidades especiais destes
usuários é que se faz necessário refletir sobre o quanto essas pessoas podem ser prejudicadas quando
se encontram em situações precárias com relação ao cuidado. O cuidado integral, englobando todas as
necessidades e humanizado faz a diferença, pois promove saúde, qualidade de vida podendo até mesmo
diminuir o tempo de internação hospitalar quando estes estão passando por este processo, entre outros.

PALAVRAS-CHAVE: velhice e saúde. Sociedade. Preconceito.


INTRODUÇÃO

“O processo de envelhecimento da população brasileira vem ocorrendo em um


ritmo bastante acelerado nos últimos anos. O aumento demográfico da proporção de
pessoas com 60 anos ou mais é uma tendência mundial que se justifica pela redução
das taxas de fecundidade mortalidade e aumento da expectativa de vida (SILVA;
BORGES; 2014).”
O envelhecimento é um processo natural da vida, e não uma doença,
diferentemente de como erroneamente o senso comum o faz parecer. No Relatório
Mundial sobre Envelhecimento e Saúde, a OMS (Organização Mundial da Saúde)
destaca que a dependência e a perda da capacidade funcional não são características
atreladas ao envelhecimento, pois existem idosos com idade de 80 anos que dotam de
capacidade física e mental comparada a jovens com idade de cerca de 20 anos. “No
mundo, em países considerados ricos, já existe uma preocupação pública e social
maior com os idosos, em virtude do aumento da expectativa de vida. Entende-se que é
possível sim uma velhice saudável, sendo valorizada a contribuição da população idosa
no apoio emocional proporcionado à família e aconselhamento em momentos de
estresse, por exemplo, mesmo que isso acarrete uma influência econômica pouco
tangível (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015)”.
Infelizmente, no Brasil, ainda existe uma visão cultural de descrédito, e até
discriminatória à população idosa. Tal ideia é reforçada quando se busca valorizar
apenas sua capacidade laborativa, ou seja, os idosos por apresentarem uma limitação
devido à idade, ou seja, por não serem mais contribuintes da força produtiva, são
evitados de forma a não serem considerados como público alvo que compõem a
sociedade como um todo em se tratando parte laborativa principalmente.
O envelhecimento como sendo compreendido como um processo natural da
vida, no entanto, em condições de sobrecarga como por exemplo, doenças, acidente e
estresse emocional pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência.
Cabe ressaltar, que certas alterações decorrentes do processo de alterações que
ocorrem no organismo, isto pode ter seus efeitos minimizados a depender do estilo de
vida que se leva. O maior desafio na atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir
para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam
redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível.
Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o contexto
familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas
idosas.
Dessa forma, o objetivo desse trabalho é promover uma compreensão sobre o
processo de envelhecimento, assim como, demonstrar a importância do cuidado
humanizado aos idosos seja em qualquer situação que se encontre como medida eficaz
para a manutenção da saúde e promoção da qualidade de vida em meio a sociedade a
qual pertencem.
A importância do tema do trabalho se reflete no fato de que os cuidados para
com pessoas idosas se faz necessário no âmbito de que a terceira idade é uma parcela
significativa da população, onde em muitas situações tal parcela da população é
bastante negligenciada seja no que refere a saúde, seja nos cuidados por parte da
família no sentido de que os idosos são pessoas que apresentam certas fragilidades
devido à idade.
A metodologia utilizada foi a descritiva, com abordagem qualitativa, por meio de
leituras de pesquisas bibliográfica e leitura de obras de alguns autores.

1 ENVELHECIMENTO E OS CUIDADOS COM A SAÚDE DO IDOSO

O envelhecimento é um processo natural de transformações fisiológicas e


estruturais que acontecem no corpo e na mente ao longo da vida. Seu início não tem
previsão cronológica exata, depende de cada pessoa que sofre as influências sociais,
ambientais e culturais. Assim, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
estabelece como suas diretrizes: promoção do envelhecimento ativo e saudável;
atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; estimulo às ações intersetoriais,
visando a integralidade da atenção; provimento de recursos capazes de assegurar a
qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; estimulo à participação e ao
fortalecimento do controle social; formação e educação permanente dos profissionais
de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; divulgação e informação sobre a
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e
usuários do SUS; promoção de cooperação nacional e internacional das experiências
na atenção à saúde da pessoa idosa; apoio ao desenvolvimento de estudos e
pesquisas.
As estratégias que podem ser utilizadas para a promoção da saúde do idoso são
ações que visam implantar a caderneta de saúde da pessoa idosa, com informações
relevantes sobre a saúde, possibilitando melhor acompanhamento por parte dos
trabalhadores de saúde para assim se ter um acompanhamento de saúde mais
organizado, sem perder toda e qualquer situação pela qual o idoso venha a passar.
No final da década de 90, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a
utilizar o conceito de “envelhecimento ativo” buscando incluir outros fatores que afetam
o envelhecimento, além dos cuidados com a saúde. Com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas, podendo ser
compreendido como o processo de otimização das oportunidades de saúde,
participação e segurança. Envolve políticas públicas que promovam modos de viver
mais saudáveis e seguros em todas as etapas da vida, favorecendo a prática de
atividades físicas no cotidiano e no lazer, a prevenção às situações de violência familiar
e urbana, o acesso à alimentos saudáveis e à redução do consumo de tabaco, entre
outros. Tais medidas contribuirão para o alcance de um envelhecimento que signifique
também um ganho substancial em qualidade de vida e saúde.
Sua implementação envolve uma mudança em um modelo padrão que deixa de
ter o enfoque baseado em necessidades, e que, normalmente, coloca as pessoas
idosas alvos passivos, e passa a ter uma abordagem que reconhece o direito dos
idosos à igualdade de oportunidades e de tratamento em todos os aspectos da vida à
medida que envelhecem. Nesse ponto de vista se apoia a responsabilidade dos mais
velhos no exercício de sua participação nos processos políticos e em outros aspectos
da vida em comunidade.
“Segundo TORRES, et al, 2018, A velhice, assim como a pessoa idosa, tem sido
alvo maior de estudo por parte das áreas das ciências biológicas e sociais. Políticas
públicas de saúde, quando são bem aplicadas, propiciam um aumento do nível
intelectual, econômico e social, podendo ter como resultado um aumento da expectativa
de vida da população, devido a um menor nascimento de crianças e também a um
aumento da qualidade geral de vida.”

1.1 Envelhecimento patológico

Um dos maiores feitos da humanidade foi a ampliação do tempo de vida, que se


fez acompanhar de forma excessiva dos parâmetros de saúde das populações, ainda
que estas conquistas estejam longe de se distribuir de forma equitativa nos diferentes
países e contextos socioeconômicos. Antes chegar à velhice, era privilégios de poucos,
hoje passa a ser a norma mesmo nos países mais pobres. Esta conquista maior do
século XX se transformou, no entanto, no grande desafio para o século atual.
O envelhecimento da população não basta por si só. Viver mais é importante
desde que se consiga agregar qualidade aos anos adicionais de vida. Este fenômeno,
do alongamento do tempo de vida, ocorreu inicialmente em países desenvolvidos,
porém, mais recentemente, é nos países em desenvolvimento que o envelhecimento da
população tem ocorrido de forma mais acentuada.
Os fatores demográficos e epidemiológicos não foram os únicos desafios para a
saúde pública, existem outros desafios reconhecidos pela Organização Mundial da
Saúde: como manter a independência e a vida ativa como o envelhecimento, fortalecer
políticas de prevenção e promoção da saúde, especialmente aquelas voltadas para os
idosos, e como manter ou melhorar a qualidade de vida com o envelhecimento. Tais
fatores não devem somente serem reconhecidos, mas, sim postos em prática e assim
sair do papel.
Encontrar meios para inserir os idosos na sociedade deve ser um meio de mudar
conceitos já enraizados e utilizar novas tecnologias, com inovação e sabedoria, a fim de
alcançar de forma justa e democrática a equidade na distribuição dos serviços e
facilidades para o grupo populacional que mais cresce no país.
Essas questões foram discutidas ao longo dos anos. Através de sua assembleia
geral, as Nações Unidas convocou a primeira Assembleia Mundial sobre o
envelhecimento em 1982, que produziu o plano de Ação Internacional de Viena sobre o
envelhecimento. Este documento representa a base das políticas públicas do
seguimento em nível internacional e apresenta as diretrizes e os princípios gerais que
se tornaram referência para a criação de leis e políticas em diversos países,
evidenciando o envelhecimento populacional como tema dominante no século XXI. O
plano apresenta recomendações referentes a sete áreas: saúde e nutrição; proteção ao
consumidor idoso; moradia e meio ambiente; bem-estar social; previdência social;
trabalho e educação e família.
Na Assembleia Geral da ONU, em 1991 foram aprovados os Princípios das
Nações Unidas em prol das pessoas idosas, esta se revestiu de fundamental
importância para a consolidação do norteamento das políticas para idosos. Os
princípios direcionam para respostas frente aos desafios do processo de
envelhecimento com novos conceitos versando sobre independência, participação,
cuidados, autorrealização e dignidade.
O processo de envelhecimento acarreta um desgaste físico contínuo, o que pode
causar certa debilidade aos idosos, contudo, tal característica é uma exceção e não
uma regra, a fragilidade e limitações físicas decorrentes do envelhecimento se dão de
forma diferente a cada indivíduo, não havendo uma uniformidade em todos os casos,
provando que o que vem a determinar um envelhecimento saudável é o mesmo fator de
cuidado, prevenção de doenças e promoção à saúde das demais fases da vida.
É sabido que a maioria das doenças que acometem os idosos são doenças
crônicas que não se relacionam à condição etária, mas sim, muitas vezes, acabam por
se agravar na velhice devido à negligencia e/ou à falta de acesso ao tratamento
necessário de saúde.
1.2 Preconceito com a velhice

O preconceito pela idade se manifesta por meio da forma que a sociedade


pensa, sente ou age em relação aos idosos. Isso acontece porque os estereótipos
associados ao envelhecimento normalmente não são positivos. Por muito tempo, ser
idoso significava ser dependente, frágil, incapaz, e também eram associados a
processos patológicos típicos da velhice.
A velhice caracteriza-se por ser um fenômeno complexo e bastante variado, o
qual ocorre tanto no âmbito individual quanto coletivo. Por ser o grupo etário que mais
cresce na população, tanto no Brasil, quanto em outros países, o segmento longevo
pode ser considerado um triunfo para a humanidade. Entretanto, não se pode
desconsiderar que este também enfrenta desafios.
Considera-se que a população idosa sofre consequências negativas na
sociedade atual, haja vista, que essa atribui-lhe conceitos deturpados de desprezo e
exclusão. Como reflexo de tais comportamentos, tem-se a existência de preconceitos
sociais relacionados ao indivíduo velho. O fato é que a velhice ainda parece não ser
bem aceita, pois a velhice do outro é sempre a única a ser percebida. Rejeitar, tratar,
prevenir ou até mesmo suspender a velhice tem se apresentado como receita para
aqueles que desconhecem o irreversível processo de envelhecimento, o qual é comum
a todo ser vivo. Provocar uma mudança de mentalidade com relação ao indivíduo que
envelhece, revendo mitos e crenças que envolvem os velhos continua sendo um dos
principais propósitos da gerontologia.

1.3 Tratamento do idoso hospitalizado

O envelhecimento é um processo que possui muitos aspectos, que se conceitua


como um conjunto de alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas,
que podem ser interpretadas, simultaneamente, como ganhos e perdas e que, em sua
grande parte, dependem da história de vida e adaptação do indivíduo ao meio em que
vive.
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, 2025,
aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas terão idade acima de 60 anos no mundo.
Nesse cenário, o Brasil será o sexto país com maior número de idosos, atingindo o
marco de 33,4 milhões no ano de 2025. Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2010, entre os 190 milhões de brasileiros, 18
milhões eram idosos.
Frente a esse envelhecimento populacional origina-se um novo perfil
epidemiológico, pois apesar da velhice não significar doença e sim uma etapa da vida
com características e valores próprios, em que ocorrem modificações no indivíduo, é
sabido que os idosos possuem uma maior susceptibilidade para o adoecimento, e,
assim, acabam por constituir representativa parcela das hospitalizações.
Devido ao processo degenerativo do envelhecimento, há maior susceptibilidade
à doença, o que leva a alterações no cotidiano do idoso, exigindo cuidados específicos,
que requerem maior atenção. Muitas vezes, as internações hospitalares são
necessárias. No âmbito do Sistema Único de Saúde, o idoso desponta como um dos
principais usuários do serviço no que tange à hospitalização.
Com o processo de hospitalização, o idoso fica mais vulnerável e sua autonomia
ainda mais restrita, em decorrência do cenário hospitalar, com suas normas e rotina e
seu aparato altamente tecnológico. A hospitalização é seguida, geralmente, por uma
diminuição da capacidade funcional e mudanças na qualidade de vida muitas vezes
irreversíveis.
No ambiente hospitalar, ao confrontar a doença e o tratamento, os pacientes
passam a conviver com pessoas que não fazem parte do seu convívio social, e se
deparam com circunstancias que interferem no seu cotidiano. Os aspectos que
suportam essa relação estão cercados, de um lado, das necessidades imprescindíveis
de atendimento e, de outro, de uma atividade profissional hierarquicamente
determinada e dimensionada. Nesse contexto, é preciso considerar a
multidimensionalidade do cuidado, valorizando o ser humano na sua integralidade e
resgatando os valores humanísticos no cuidado a saúde.

Acolher é reconhecer o que o outro traz como legitima e singular


necessidade de saúde. O acolhimento deve sustentar a relação entre
equipes/serviços e usuários/ populações. Como valor das práticas de
saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva a partir da análise dos
processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de
confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços,
trabalhador/equipe e usuários com sua rede socioafetiva. (BRASIL, 2013).

2 A IMPORTANCIA DO CUIDADO INTEGRAL AO IDOSO

“O cuidado humanizado ao idoso é aquele ao qual se observa o paciente, analisa


e escuta o usuário, tentando assim resolver da melhor forma possível as situações em
que o paciente se encontra. A atenção direcionada pelo cuidado humanizado faz com
que o paciente se sinta colhido e seguro para desabafar suas angustias e sofrimentos,
dando assim à equidade de enfermagem a possibilidade de propor e auxiliar na busca
do bem-estar do paciente (BARBOSA; SILVA, 2007)”.
“Também se torna necessário repensar as políticas e práticas de assistência ao
idoso para que o cuidado dessa especial e crescente parcela da população seja
realizado de forma humanizada, visto que estes pacientes são seres especiais que
requer um cuidado diferenciado (LIMA et al., 2010)”.
A importância do cuidado aos pacientes idosos se dá por meio da qualificação
das ações desenvolvidas durante sua estada hospitalar, o que conjuntamente à
medicação pode auxiliar o paciente em seu quadro geral. Como consequência, a
recuperação é mais rápida, o paciente se sente bem melhor, o que se reflete no
aspecto geral da sua evolução, e talvez o ajude a permanecer menos tempo no
hospital.
A saúde é uma expressão integral do desenvolvimento humano, e depende do
funcionamento da sociedade, sendo que uma instituição como a família tem um papel
fundamental nesse processo, pois é na família que o homem expressa sua intimidade e
espontaneidade e dispõe de liberdade para definir seu sistema de normas, estilo de
vida e regras. Sendo que a sociedade exerce um papel decisivo nas funções dos
membros da família. (REY, 2004)”.
Para o autor a relação sociedade-família é complexa, e existem múltiplos canais
diretos e indiretos que a caracterizam, mas a família é um elemento fundamental na
promoção de saúde, pois nela se forma a personalidade dos mais novos e desenvolve
de maneira crescente a dos mais velhos. A família é assim um cenário de permanete
produção subjetiva, que perpassa a convivência e os relacionamentos entre os
membros sociais e familiares.
Segundo preconiza o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741/2003 em seu artigo 3º, “é
obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao
idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária”.
Segundo Berquó (1999), cita que no próximo século, o cenário geral será
marcado por solidariedade entre famílias, gerações, amigos e pessoas em geral, pois
com o envelhecimento populacional, estaremos longe do cenário de jovens, cuidando
de idosos, assim a solidariedade de todos será uma necessidade. Com a diminuição de
nascimentos, de fato o quadro que se tem hoje, onde os mais novos cuidam dos mais
velhos não irá prevalecer, visto que iremos ter uma população idosa, necessitada de
suporte e solidariedade, seja da família ou não.

3 CONCLUSÃO

A velhice é uma fase dos ciclos da vida, igual a qualquer outra, contudo não está
tão afastada das doenças, tampouco próxima da morte como as patologias mais
severas, a ideia de que a fase da terceira idade é a reta final da vida que nos é
passada, só revela que a vida é uma dadiva maravilhosa, e como todo o resto, também
é finita. Nesse ínterim, nada disso deveria ser capaz de nos afastar da ideia de que
possamos viver tal fase com plenitude e principalmente, com dignidade.
É fato que todos nós almejamos querer sempre viver mais, ou ter mais tempo de
vida, todavia a velhice é isso, ou seja, ter mais tempo de vida, e com isso, tal fase da
vida deve ser aproveitado e respeitado pelos que rodeiam bem como pela sociedade.
Sabe-se que as diversas culturas em diferentes lugares do mundo, há tratamentos
diferenciados direcionados aos idosos ao longo da história, desde respeitados anciões,
pilares da cultura, lideres morais ou conselheiros sábios e experientes. Contudo, os que
pertencem a sociedade no que tange a parte jovial, relegou os idosos a pessoas de
pouco valor ou serventia no nosso meio social. Compreender que inovação e
pensamento futurista devem estar atrelados ao respeito às bases históricas nos permite
dar importância ao nosso passado, como também àquelas pessoas que viveram tal
realidade. A valorização da história cultural e da educação reflete na importância da
pessoa idosa como indivíduo, e isto nos viabiliza combater o preconceito e a
discriminação sofrida pelos nossos idosos, neste patamar, se tem o Estatuto do idoso
que como medida pública e social considera tal entendimento, permitindo um maior
cuidado a esta parcela da população.
Neste seguimento, o hospital exerce uma função social, tendo como foco
principal a assistência médica nas unidades emergenciais e/ou a quem dela necessitar.
Acredita-se que através de uma orientação social e educativa, que permita uma visão
inclusiva sobre a velhice, é possível combater as ocorrências de descaso e desdém
com pacientes idosos e esclarecendo que os mesmos devem e merecem ser alvo de
cuidados humanizados, não só nas unidades hospitalares mas também nos cuidados
diários onde quer que se encontrem.
Cabe salientar que a manutenção e a promoção à saúde devem ser objetivo
principal da atividade das equipes e/ou de todo e qualquer profissional de saúde.
Assim, a compreensão da valorização do paciente idoso, entendendo que possui valor
social e familiar, e que condições de enfermidade não são correlatadas à idade
avançada, sendo por muitas vezes acometidos na velhice apenas em virtude da falta de
assistência, contribuem para uma melhora tanto física, quanto mental do paciente,
podendo também refletir na sua condição pessoal e familiar, sendo fator integrante para
a promoção da sua qualidade de vida. Além disso, em caso de acometimento por
doenças mais severas, ter a ideia da dignidade de vida, por parte da equipe que atende
o paciente, é fator crucial para pleno exercício de uma assistência de qualidade.
Sendo assim, o efeito positivo que o cuidado integral faz no tratamento aos
pacientes idosos, sua pratica acarreta um aspecto renovador e inovador. Na sua
ausência, a falta da atenção humanizada traz um grande risco de agravamento às
condições clinicas do paciente, para tanto, se faz necessário que todo e qualquer
profissional que lida com saúde, cuidados com idosos entre outros, devem ser com
bastante dedicação e conhecimento dos direitos sociais para que assim os direitos
sejam efetivados de fato.

4 REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ingrid de Almeida; SILVA, Maria Júlia Paes. Cuidado humanizado de


enfermagem: o agir com respeito em um hospital universitário. Rev. Bras. Enferm.,
Brasília DF, v. 60, n. 5, p. 546-551, 2007. Disponível em: . Acesso em: 14 de novembro
de 2021.

BERQUÓ, E., (1999). Considerações sobre o envelhecimento da população no


Brasil. Em Neri, A. L. & Debert, G. G. (Org.) Velhice e Sociedade. Campinas, SP:
Papirus. Acesso em 14 de novembro de 2021.

BRASIL. Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. 2003.


Disponível em: Acesso em: 15 de novembro de 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica, Estratégia Saúde da Família. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2013.
Acesso em 15 de novembro de 2021.

LIMA, Thaís Jaqueline Vieira de; et al. Humanização na atenção à saúde do


idoso. Saúde Soc., São Paulo, v. 19, n. 4, p. 866-877, 2010. Acesso em: 15 de
novembro de 2021.

Organização das Nações Unidas. Plano de Ação Internacional de Viena sobre o


Envelhecimento Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, Viena 1982. Acesso em:
15 de novembro de 2021.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Relatório Mundial de Envelhecimento e


Saúde. Brasília, DF: OMS, 2015. Acesso em: 15 de novembro de 2021.

REY, F. G., (2004). Personalidade, saúde e modo de vida. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning. Acesso em: 15 de novembro de 2021.

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