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FORMA(ÇÃO): ATUALIDADES EM

PSICOLOGIA

Módulo 12: PROCESSOS DE


PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE

Profª Indira Siebra


indira@leaosampaio.edu.br
Linha do Tempo

Até 1980 - cuidados da saúde eram
assegurados apenas aos contribuintes
da Previdência Social


Final dos anos 70 e início dos anos 80 –
crise econômica - Início do Movimento
pela Reforma Sanitária
Reforma Sanitária
(1980 - 1990)

Profunda crise econômica e redemocratização
do país.


Crítica ao modelo baseado no paradigma
clínico, individualista e nas práticas curativista e
hospitalocêntrica;


Busca por um conceito ampliado de saúde;


Saúde como direito de todos e dever do Estado;


Participação popular (controle social);

1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde, que aprovou
um relatório, cujas bases constituíram o projeto de
Reforma Sanitária Brasileira.


1988 – Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado pelas
Leis nº 8.080/90 e 8.142/90.
Constituído por instituições públicas
(União, Estados e Municípios) e,
complementado, pelo setor privado
contratado e conveniado.

1990: efetivação e regulação do SUS, com promulgação das Leis 8.080 e
8.142, com a primeira referindo-se a promoção da saúde e a
organização dos serviços e a segunda, à participação da comunidade e
o repasse de recursos do governo federal para as demais instâncias.

O SUS é integrante do
sistema brasileiro de
proteção social e
juntamente com o
Sistema de Previdência
Social e o Sistema Único
de Assistência Social
(Suas) compõem o tripé
da seguridade social.
Princípios Ideológicos ou Doutrinários

UNIVERSALIDADE: “A saúde é um direito de todos” – o Estado tem obrigação de
prover atenção a saúde.


INTEGRALIDADE: A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os
preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Promoção, proteção e
recuperação.


EQUIDADE: Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de
saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as
necessidades de saúde variam.


Direito a informação: requisito básico para a afirmação da cidadania – domínio das
informações sobre sua saúde individual e acerca dos riscos e dos condicionantes
que afetam a saúde coletiva.
Princípios Organizacionais ou Operacionais
do SUS
1. Descentralização
2. Regionalização
3. Hierarquização
4. Participação da comunidade
5. Atendimento Integralizado
6. Resolutividade
7. Complementariedade do Setor Privado
8. Intersetorialidade
Promoção de saúde
Processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no
controle deste processo

A promoção da saúde é assumida pelo Sistema Único de Saúde no texto da Lei


8080/90, Art. 2º, parágrafo 1º, que afirma:

“garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e


sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 2006, p. 10).
Por meio da Portaria n. 687 de 30 de março de 2006, o Ministério
da Saúde institui a Política Nacional de Promoção da Saúde, que
tem como objetivo:

“... a promoção da qualidade de vida e a redução da


vulnerabilidade e dos riscos à saúde relacionados aos
seus determinantes e condicionantes – modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação,
lazer, cultura a bens e serviços essenciais”.
Prevenção
Prevenção - trabalha no sentido de garantir
proteção a doenças específicas, reduzindo
sua incidência e prevalência nas populações;

Objetivo final - evitar a doença.


Promoção
Promoção - visa incrementar a saúde e o
bem-estar, promovendo mudanças nas
condições de vida e de trabalho capazes de
beneficiar a saúde de camadas mais amplas
da população

facilitar o acesso às escolhas mais saudáveis.


TIPOS DE PREVENÇÃO NO PROCESSO SAÚDE E DOENÇA

Medidas de prevenção
primária
Medidas de prevenção
secundárias

Medidas de prevenção
terciárias
Reforma Psiquiátrica
Brasileira

Em 1987 - 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental e o 2º Encontro de


Trabalhadores em Saúde Mental. Influenciado pela Psiquiatria Democrática
Italiana, o Movimento dos Trabalhadores de Saúde Mental lança o tema:
“Por uma Sociedade sem Manicômios”.
Projeto de Lei 3657/89 do Deputado Federal Paulo Delgado, que
dispõe acerca da extinção progressiva dos manicômios e da criação
de recursos assistenciais substitutivos, bem como regulamenta a
internação psiquiátrica compulsória.
PRINCÍPIOS REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Reorientação do modelo assistencial


Mudança na maneira de cuidar
Mudança na maneira de olhar o território
Mudança na clinica (clinica da atenção
psicossocial, clínica ampliada)
Mudança na gestão (gestão participativa,
com o protagonismo dos usuários)
Mudança cultural (representações sociais
sobre a loucura e sobre o cuidado)
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1. Rede
2. Território
3. Acolhimento e Vínculo
4. Autonomia
5. Cotidiano
RAPS
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - RAPS

Fortalecimento de Rede de saúde mental diversificada, integrada, articulada,


considerando as especificidades loco-regionais de base comunitária, atuando
na perspectiva territorial;

Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;

Combate a estigmas e preconceitos favorecendo a inclusão social com vistas


à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania;

Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e


assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;

Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas;


REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - RAPS
Participação dos usuários e de seus familiares no controle social;

Organização dos serviços em rede de atenção à saúde, com


estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a
integralidade do cuidado;

Promoção de estratégias de educação permanente;

Desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos;

Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com transtornos


mentais e com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e
outras drogas, tendo como eixo central a construção do PTS.
Componentes da Rede de Atenção Psicossocial
- Unidade Básica de Saúde
Atenção Básica
em Saúde - NASF
- Consultório de Rua
- Centros de Convivência e cultura

Atenção
Psicossocial CAPS – nas suas diversas modalidades
Estratégica

- SAMU
-UPA 24h
Atenção de - Hospitais de atenção em urgência e
Urgência e emergência
Emergência - UBS
Componentes da Rede de Atenção Psicossocial

Atenção Residencial de - Unidade de acolhimento


Caráter Transitório

Leitos de Saúde mental em Hospital


Atenção Hospitalar
Geral

Estratégias de - Serviços residenciais terapêuticos


Desinstitucionalização - programa de volta para casa
- Iniciativas de Geração de Trabalho e
Estratégias de renda
Reabilitação - Fortalecimento do protagonismo de
Psicossocial usuários e familiares
Esferas da Prática em Saúde Mental

Político- Teórico-
ideológica técnica

Olhar para as tecnologias que Modos básicos da


operem dentro dessas práticas práticas
em saúde mental: modo
asilar e modo
Modo Asilar e Modo
Psicossocial

Alternativos ou
Contraditórios?

Dois modelos serão contraditórios se a


essência das suas práticas se
encaminhar
em sentidos opostos quanto a seus
Qual o melhor modelo
então?

A instituição é um
intermediário
necessário?
Paradigma das Práticas em Saúde Mental
1. Concepções do 'objeto' e dos 'meios de trabalho', que dizem respeito às
concepções de saúde-doença-cura e concepções dos meios e instrumentos de
seu manuseio;

2. Formas da organização do dispositivo institucional, este parâmetro diz


respeito ao modo como se dão as relações intra-institucionais;

3. Formas do relacionamento com a clientela, que designam as diferentes


possibilidades de mútuo intercâmbio, com destaque para a oferta de
possibilidades transferenciais por parte da instituição como equipamento;

4. Formas de seus efeitos típicos em termos terapêuticos e éticos, que


designa os fins políticos e socioculturais amplos para que concorrem os efeitos de
suas práticas.
CONCEPÇÕES DO 'OBJETO' E DOS 'MEIOS' DE TRABALHO

- Ênfase na consideração das determinações orgânicas;


- Pouca ou nenhuma consideração pela existência do sujeito, foco
Modo na medicação;
Asilar - Quanto aos meios de trabalho – equipe multi profissional –
modelo de divisão do trabalho;

- Consideração dos fatores políticos e biopsicosocioculturais como


determinantes;
- Meios de trabalho: psicoterapias, laboterapias, socioterapias e um
conjunto amplo de dispositivos de reintegração sociocultural; além
Modo da medicação;
Psicossocial Sujeito – ativo no processo, bem como sua família;
- A loucura e o sofrimento psíquico não têm mais de ser removidos
eles são reintegrados como partes da existência.
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL
- Organogramas típicos são piramidais ou verticais
- Grande estratificação de poder e saber, mesmo no âmbito do
Modo pessoal da instituição, que se transladam para a relação com
Asilar os usuário e população, que estão excluídos de qualquer
participação que não seja a de objeto inerte e mudo.

- Organograma horizontal;
- Participação popular, (conselhos de fiscalização e co-
gestão);
Modo Participação, autogestão e interdisciplinaridade são metas
Psicossocial radicais no modo Psicossocial.
FORMAS DE RELACIONAMENTO COM A CLIENTELA
- Espaço de relação entre loucos e sãos.
- A instituição tende a funcionar como espaços depositários de
Modo tutoria.
Asilar

- Instituição assume caráter de espaços de interlocução;


- Interlocução, livre trânsito do usuário e da população, e
territorialização com Integralidade são metas radicais no
modo psicossocial quanto à forma da relação da instituição
Modo com a clientela e a população, por oposição à imobilidade,
Psicossocial mutismo e estratificação da atenção por níveis (primário,
secundário e terciário) que caracterizam o modo asilar.
CONCEPÇÃO DOS EFEITOS TÍPICOS EM TERMOS
TERAPÊUTICOS E ÉTICOS

- Observa-se uma hipertrofia do que aí mesmo se denomina


Modo os 'defeitos de tratamento' (como cronificação asilar ou
Asilar benzodiazipinização;
-

- Não se deixa de alcançar a supressão sintomática, porém


esta não é visada diretamente, nem tampouco a meta final.
O que se visa diretamente pode ser descrito, de certa forma,
Modo com os termos 'reposicionamento Subjetivo';
Psicossocial - Esse 'reposicionamento' terá que ser pensado na
perspectiva de uma ética que se abra para a singularização
e que tome como duplo eixo a dimensão do sujeito.
Para Refletir:

Trabalhadores da saúde não são


máquinas. Como é cuidar? É
possível fazê-lo sempre do
mesmo jeito?

Quais os elementos você


levaria na sua “caixa de
ferramentas”?
VAMOS MONTAR!!!
FERRAMENTA 1:

FERRAMENTA 2:

FERRAMENTA 3:
Indira Siebra
indira@leaosampiao.edu.br

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