Você está na página 1de 25

Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCM/AFYA

Graduação Medicina
Integração Ensino Serviço Comunidade V – IESC V

REFORMA PSIQUIÁTRICA

Cabedelo 2023.2
Lara Neves
Lucineide Braga
Eduardo Simon
Rachel Fonseca
Objetivos de Aprendizagem:

Conhecimentos:
 Conhecer aspectos referentes à Reforma Psiquiátrica
 Conhecer a nova política Nacional de Saúde Mental e a contextualização
histórica da reforma psiquiátrica no Brasil.
 Entender o processo de desinstitucionalização.
 Compreender a rede de cuidados voltados para a saúde mental.
 Debater sobre os principais desafios da reforma psiquiátrica.
Habilidades:
 Aplicar o conhecimento nas atividades da USF
Abordagem Diagnóstica:

 O que você entende sob Reforma Psiquiátrica?


 Quais serviços da Rede de Saúde Mental você conhece?
 Como ocorreu a desinstitucionalização dos usuários de saúde mental?
Reforma Psiquiátrica

 É um processo social e politico complexo, composto de atores, instituições e


forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos
federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de
saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com
transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos
territórios do imaginário social e da opinião pública. (BRASIL, 2005)
Reforma Psiquiátrica

 Cine Viagem: Nice: O coração da loucura


 https://www.youtube.com/watch?v=-m4F6HA1gyE

 Orientamos assistir: Documentário: “Luta antimanicomial”.


 https://www.youtube.com/watch?v=lh_XWMeKabc.
Reforma Psiquiátrica

 No Brasi, iniciada na década de 1970.


 Movimento dos trabalhadores de Saúde Mental (MTSM) – “Por uma sociedade
sem manicômios”
 Não intencionava melhorias na assistência e condições de internação hospitalar
 Objetivo: “Desospitalização” e inserção do doente mental na sociedade.
Histórico da Reforma Psiquiátrica
– 1978 a 1991

 1978 - Início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes


psiquiátricos em nosso país.
 Início dos anos 80, no Rio de Janeiro - primeiras propostas e ações para a
reorientação da assistência em saúde mental.
 1987 - II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP) – lema: “Por uma
sociedade sem manicômios”. Neste
 1987 - I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro).
Histórico da Reforma Psiquiátrica
– 1978 a 1991

 1987 – 1º CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo


 1989 - dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado
 Intervenção da SMS de Santos na Casa de Saúde Anchieta (maus-tratos e mortes de
pacientes).
 Implantação dos Núcleos de Atenção Psicossocial – NAPS, funcionamento 24 horas.
 Criação de residências para os egressos do hospital e associações – MARCO DO
PROCESSO DA REFORMA PSIQUIÁTRITA
Histórico da Reforma Psiquiátrica
– 1992 a 2000

 1992 – Aprovação em vários estados brasileiros das primeiras leis que


determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma
rede integrada de atenção à saúde mental
 1989 - dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo
Delgado
Histórico da Reforma Psiquiátrica
– Após 2000

 2001 - Após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, aprovada a Lei


Paulo Delgado
 Lei Federal 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o
oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a
proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui
mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômio.
 2001 - III Conferência Nacional de Saúde Mental - a política de saúde mental do
governo federal, alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, passa a
consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade
Politica Nacional de Saúde Mental

Objetivo:
 Reduzir progressivamente os leitos psiquiátricos, qualificar, expandir e fortalecer
a rede extra-hospitalar - Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços
Residenciais Terapêuticos (SRTs) e Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais
(UPHG);
 Incluir as ações da saúde mental na atenção básica, implementar uma política de
atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, implantar o programa "De
Volta Para Casa“.
LEI 10.216 DE 6 DE ABRIL DE 2001

▪ Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos


mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Direitos da pessoa portadora e Transtorno Mental:

I - Ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas


necessidades;
II - Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade;
III - Ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - Ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
Direitos da pessoa portadora e Transtorno Mental:

VI - Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;


VII - Receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII - Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental
Portaria n.º 336/GM Em 19 de fevereiro de 2002

Estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas


seguintes modalidades de serviços:
▪ CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de
porte/complexidade e abrangência populacional.
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS

➢ São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais,


estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca
da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico.
➢ Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural
concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se
desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares.
➢ Constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica.
CAPS - Visam:

➢ Prestar atendimento em regime de atenção diária;


➢ Gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e
personalizado;
➢ Promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que
envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias
conjuntas de enfrentamento dos problemas.
CAPS - Responsabilidades:

➢ Organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território;


➢ Dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF
(Programa de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de
Saúde);
➢ Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área;
➢ Coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades
hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território;
➢ Manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam
medicamentos para a saúde mental.
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS

CAPS I – Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em


municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes. Funciona das 8 às 18 horas, de
segunda a sexta-feira
CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes. Funciona das 8 às
18 horas, de segunda a sexta-feira. Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas
CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes. Funciona 24 horas,
diariamente, também nos feriados e fins de semana.
CAPSi – municípios com população acima de 200.000 habitantes. Funciona das 8 às 18
horas, de segunda a sexta-feira
CAPS AD - municípios com população acima de 200.000 habitantes. Funciona 24 horas,
diariamente, também nos feriados e fins de semana.
Rede de Atenção Psicossocial - RAPS

PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011

➢ Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou


transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
RAPS - OBJETIVOS

I - ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;


II - promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de
atenção; e
III - garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde
no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento
contínuo e da atenção às urgências.
RAPS - COMPONENTES

• Unidade Básica de Saúde,


• Núcleo de Apoio a Saúde da Família,
Atenção Básica em Saúde
•Consultório na Rua

• Apoio aos Serviços do componente Atenção Residencial de Caráter


Transitório
Atenção Psicossocial Estratégica
• Centros de Convivência e Cultura
• Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades;

• SAMU 192,
• Sala de Estabilização,
Atenção de Urgência e Emergência
• UPA 24 horas e portas hospitalares de atenção à urgência/pronto
socorro, Unidades Básicas de Saúde
RAPS - COMPONENTES

• Unidade de Acolhimento
Atenção Residencial de Caráter
• Serviço de Atenção em Regime Residencial
Transitório

• Enfermaria especializada em Hospital Geral


Atenção Hospitalar • Serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com
sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de
crack, álcool e outras drogas

• Serviços Residenciais Terapêuticos


Estratégias de Desinstitucionalização
• Programa de Volta para Casa

Estratégias de Reabilitação • Iniciativas de Geração de Trabalho e Renda,


Psicossocial • Empreendimentos Solidários e Cooperativas Sociais
Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental.
Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional
de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de
2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde
mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 176 p. : il.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 34)
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf
LEI No 10.216, de 6 de Abril de 2001. (Lei da reforma psiquiátrica)

Você também pode gostar