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Didát ico de Enferm agem - Teoria e Prática

Introdução
Quando o indivíduo não consegue lidar ra
O grau de saúde mental dos indivíduos não é
mente com seus conflitos, satisfazer suaszoave1.
sempre igual, ele varia de acordo com os mo-
sidades básicas de maneira socialmente a:eces.
mentos e as situações pelas quais uma pessoa
da, ou fracassa no contato com os outros eq~a-
passa. Mesmo nos indivíduos mais rígidos exis-
sofrimento aumenta, pode ocorrer O de; e seu
tem fragilidades, "esquisitices", principalmente . d envo1
em momentos mais tensos. Todo ser humano
deseja ser amado, obter atenção, ser bem-suce- lo apresenta os principais transtornos me:~~-
VImento e um transtorno mental. Este ca , •

bem como as ferramentas e as estratégias fu dis,


dido e viver em segurança, porém podem ocor- . h. d na.
rer situações que dificultam ou impedem que mentais para o con ec1mento o profission I d
esse processo aconteça. Essa oposição pode enfermagem. O profissional de enfermagem ªd e
'd eve
criar um conflito que gera tensão e um grau de ter em mente que a sau e mental não está s
ansiedade que vai depender tanto do conflito rada da saúde geral. Com isso, presta-se um?ª·
como do indivíduo, ou seja, da sua capacidade sistência holística ao paciente que chega aos sas:
·
VIÇOS d e sau'd e para at en dº1mento, cabendo aer
de resiliência. Se este indivíduo tem desenvolvi-
da a confiança em si e nos outros, não se senti- profissionais o desafio de perceber e i~tervir s~~
rá tão ameaçado; se já foi exposto a outros tipos bre essas questões, uma vez que os profissionai
de tensão e conseguiu lidar razoavelmente bem de enfermagem realizam diariamente, por mei:
com elas, poderá obter mais êxito. No entanto, se de intervenções e ações próprias do processo de
ele não desenvolveu a confiança e a segurança, trabalho das equipes, atitudes que possibilitam
se não teve êxito em situações anteriores, sua suporte emocional aos pacientes em situação de
capacidade de lidar com o conflito será menor. sofrimento mental.

1214
Unidade 31

A história do tratamento à
saúde mental
Na Antiguidade grega, antes do século V a.e., a a primeira pessoa a perceber a loucura de uma
humanidade ainda não conhecia a si mesma, e, forma orgânica. Para ele, o transtorno mental era
neste contexto, o transtorno mental era definido derivado do desequilíbrio entre os quatro humo-
"sem razão" e por "insensatez", então, as distor- res (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra).
ções dessa "natureza" eram atribuídas às forças e Ele foi o primeiro a descrever a loucura como
entidades conhecidas, segundo textos de Home- oriunda do cérebro. Ele representa o marco final
ro ·e Hesíodo. Tudo o que acontecia na vida do in- da explicação do transtorno mental pela mito-
divíduo era definido pela vontade dos deuses, ou logia e teologia. Desde então, de acordo com a
seja, "capricho dos deuses". O transtorno men- época histórica, esse transtorno mental era visto
tal era um recurso da divindade para que seus como manifestações positivas ou negativas.
projetos ou caprichos não fos_sem contrastados
pela vontade das pessoas. Qualquer descontro-
le mental era produto de alguma interferência
sobrenatural, das Erínias (na Mitologia Gr_ega
eram personificações da vingança, que pumam
os mortais) ou dos deuses.

"O remorso de Orestes" por Wi/liam-Adolphe ~ouguereau, Oartista Albrecht Dürer representou os humores
dé 1862, retratando as Erínias, a personiftcaçao da na obra "Os quatro apóstolos''. Os temper~~ ent~s
vingança. melancólico, sanguíneo, colérico e fleuma t~co s~o
incorporados, respectivamente, por Sã~Joao, Sao
Pedro, São Paulo e Sao Marcos.
o transtorno menta1pod e 1evar à agressão,
- das
ao
, d d vida à transgressao
homicídio, a per ª ª, . ' neste último caso,
normas sociais, a~ ~e!in° :~homérica (período , 1 XVII criaram-se vastas casas de in-
6
se encaixa na defin~ça? ? da civilização grega)
No secu o
t
ternamen os, e
, d d '-
a partir da segunda meta e o se
1· d a esse
que marcou a constitmçao, . lembre de per- XVI I o transtorno mental esteve iga º.
cu1o _ lhe designava
de 'mania', embora o Ho~ericoeradas da mania. local de internalçao e a~ ~s=o~~e da assistência
to, os impulsos e as forças mes_pda medicina), foi como seu loca natura .
Hipócrates (considerado O pai
215 I_
, .ica
uiao tico de En f erm age m - Teori•a e Prat

~~séc~lo XVIII fez do espaço natural da cura não às regras da sociedade. Esse tipo de te nd.
Ital, mas a família do doente. Aos poucos' baseia-se na psiquiatria clássica, qu: e0 ~1rnento
0 I.dospl - d
,,. ea da cri açao e casas .
reservadas apenas aos transtorno mental um distúrbio ou ª"ºrnat ns dera 0
·ta de
insen sato " ti01· natureza anatom1ca ou fisiológica· .
se configurando, já que a socie-
A •

d d b s
d ªd e urgue sa recon heceu a sua responsabili- orgânica provoca distúrbios do co.'.n;ssa doenÇa
. a e em relaçã o ao transt orno mental. O que a da afetividade e do pensamento. ºrtarnento.
Internaç-ao cl'ass1ca · escondia, porque a sociedade
dela sentia vergonha, no final do século XVIII, é
m?str ado como tal, transformado em coisa pú-
blica o que antes era familiar. No fim do século
XVIII, quanto mais acometido pelo transtorno
mental, mais o doente era corporalmente coagi-
do e mais a imaginação se degradava. A casa de
internação foi transformada em asilo, e a grande
tarefa dos asilos era homogeneizar todas as dife-
renças, extinguir as irregularidades e denunciar
tudo aquilo que se opunha às "virtudes" da socie-
dade. Com a prática da segregação social, o asilo
garantia a racionalidade da burguesia com uma
universalidade de fatores.

llllt~ -

''Asilo'; de Vincent Van Gogh (1853-1890), internado


em 1888 com o lobo da orelha amputado, dois
anos antes do seu suicídio, em julho de 1890. Os
diagnósticos cogitados na época foram alcoolismo,
psicose e epilepsia.

"O ínterio r de Bethlem Royal Hospital" de William


Hogarth. Bethlem é considerado o mais antigo A desco berta dos psicofármacos (medicamen-
hospital psiquiátrico ainda em operação e Jaz parte
tos para tratam ento dos transtornos mentais)
e a utilização do eletrochoque (tratamento psi-
de Londres desde 1247.
quiátrico, no qual são provocadas alterações na
ativid ade elétri ca no céreb ro induzidas por meio
No século XIX, o asilo é transf orma do em ma- de passa gem de corre nte elétrica) e choque insu-
nicômio, porém a falta de conhe cimen to na área línico (estad o de choqu e provocado por injeções
da psiqu iatria , entre outro s motivos, fez com que de insuli na) viera m a fortalecer ainda mais a ne-
os "profissionais trucu lentos " da época esco- cessid ade de hospitalização.
lhess em os manic ômio s como a forma de trata- No Brasil, o atend imen to na área de saúde
ment o menta l, pois ao isolar o doent e do mun- menta l foi funda menta do com a hospitalização
0
do exter ior e subm etê-lo a regra s deter mina das que, muita s vezes, ainda é a única forma de
pelas autor idade s de saúde acred itava- se que o indiv íduo obter uma atenç ão psiquiátrica finan-0
doen te se recup eraria e conse guiria se adapt ar ciada pelo setor público. A década de 1970 e

..,_ J 216
Un idade 3 1

da década de 1980 foi o período de maior


, .
0
OConecte-se!
a:~
jJl!Cl -
uaçao . .
d a re d e h osp1"tal ar, prmc1palmente
priva?ª: Como ~m _outr~s ~aíses, a assistên-
r_ psiquiatr1ca brasileira nao e considerada de
da
Acesse pelo QR CODE o texto na íntegra da Le~ . ,.
eia uah·d a d e, em fu nçao ·
- d a centralização da as- nº 10.216/01, que dispõe sobre a proteção e os d,~e,-
boa q h ·ta· . ., tos das pessoas portadoras de transtornos mentais e
. tência nos osp1 1s ps1qmatricos, da violação
SIS . H d . redireciona o modelo assistencial em saúde mental
d0 s Direitos umanos os pacientes internados
ao
grande número de indivíduos que não tê~
acesso ao aten dº1me_nt o, entre outros motivos. A
~ . :~00
e}hor compreensao do conceito saúde/doen-
rn a insatisfação com esse modelo assistencial e
ça, a situaçao
corn ·
- v1gen tf·
e 1zeram com que ocorres-
se uma mudança da atuação na saúde mental.

A Refor111a Psiquiátri ca e a Lei


nº 10.216
Em meados da década de 1960, o saber psiquiá- gundo esses teóricos, a loucura não é doença, mas
trico foi convulsionado pelo surgimento da corren- um reflexo do desequilíbrio social e familiar do
te antipsiquiatria, que questionava a psiquiatria meio no qual o indivíduo está inserido, e neste sen-
convencional enquanto conhecimento científico, tido a busca da cura deve empenhar-se em localizar
expressando a fragilidade das próprias bases que as causas do transtorno, excluindo as disfunções
fundamentam a existência da doença mental. Se- orgânicas tão propagadas anteriormente.

Psiquiatra francês
Ph ilippe Pinel liberando
os loucos de suas
correntes no asilo
Salpêtriere, em Paris, em
1795. Philippe Pinel é
referido como o prim eiro
na área da Medicina
psiquiátrica a utiliz ar
métodos humanizados no
tratamento dos do en tes.

217 li
Did átic o de Enf erm age m - Teo ria e Prá tica

A realidade brasileira vivenciou o processo da das judicialmente). Estas duas últirn


trotadas pelo Ministério Público quas São coh
Reforma Psiquiátrica a parti r da década de 1970, , 72 h , e de ·•·
notifi,cado em ate oras após a sua ocorr•Ve se t
com crescentes manifestações de vários setores _ enCia,
da sociedade no sentido de reduzir o cerceamen- Este orgao exerce o contro1e, pois é O
to da liberdade individual na forma de manicô- vel, em nosso ordenamento jurídico, p~f:Pon~.
mios. Além disso, buscou-se um novo enfoque dos interesses difusos, coletivos e indiVid d~fe~
disponíveis, tal como estabelecido no a Uais in.
no modelo assistencial, por meio da promoção Constituição Federal de 1988. rt.t27 da
da saúd e mental, ao invés de direcionar a ação
apen as ao desequilíbrio psíquico já instalado.
No fim dos anos 1980, surgiu o Movimento dos DO>necte-se!
Trabalhadores em Saúde Mental, empenhando o
lema "Por uma sociedade sem manicômios': que
estimulou a produção legislativa de vários esta-
dos para proceder à desinstitucionalização. Em 6
de abril de 2001, foi promulgada a Lei nº10.216,
que "Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais e re-
direciona o modelo assistencial em saúde men-
tal': catorze anos depois de seu projeto original
ter sido proposto pelo deputado Paulo Delgado.
· O doente mental passou a ter direito a um me-
lhor tratamento, realizado com humanidade e
respeito, tendo assegurados a proteção contra
qualquer forma de exploração e o direito a rece-
ber informações sobre sua doença. O tratamen-
to deveria ser feito, de preferência, em serviços
comunitários de saúde mental, nos moldes do Nise da Silveira (Maceió, 15 de fevereiro de 1905
hospital-dia, tais como o Centro de Atenção Psi- - Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1999) foi uma
cossocial (CAPS). Estes foram proporcionados renomada médica psiquiatra brasileira, aluna
pelo setor público, retirando o monopólio que, de Carl Jung. Dedicou sua vida à psiquiatria e
durante quase todo o século XX, fora exercido manifestou-se radicalmente contrária às formas
pela iniciativa privada, na forma de hospitais agressivas de tratamento de sua época, como o
psiquiátricos particulares, os quais, não raro, confinamento em hospitais psiquiátricos, e/etro·
negligenciavam o tratamento adequado a fim de choque, insulinoterapia e lobotomia. Em 1952,
receber mais recursos vindos do Estado, inclu- ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente
sive na forma de internamentos desnecessários. (atualmente chamado de Instituto Municipal
Neste contexto, foi invertida a concepção da lei Nise da Silveira) no Rio de Janeiro, um centro de
anterior, que estabeleceu o internamento como estudos e pesquisa destinado à preservação dos
princípio basilar. Este passou a ser feito somen- trabalhos produzidos nos estúdios de modela·
te quando os recursos extra-hospitalares não se gem e pintura da instituição,. valorizando -os
mostravam suficientes, com a prop osta de du- como documentos que abrem novas possibilída·
ração mínima e, ainda assim, semp re mant endo des para uma compreensão mais profunda do 0
em vista a reintegração do paciente ao seu meio universo interior do tratamento mental. Acesse
social. É perceptível a intenção do legislador em site do museu pelo QR CODE.
prote ger o porta dor de trans torno mental con-
tra as internações arbitrárias, possibilitando a
ele, semp re que possível, a interferência em seu
tratamento. As internações ficaram divididas em
três categorias: as voluntárias (nas quais existe
o consentimento do· paciente); as involuntárias
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1

(sem a anuência do paciente e por solicitação de


terceiro); e as compulsórias, (que são deter mina -

LJ 218
Un ida de 31 \i
íipos .de _internação na ~om necessidades decorrentes do uso de crack,
?lc~ol e outras drogas, de todas as faixas etárias;
psiqu1atna indicado para municípios com população acima
segund 0 a lei da reforma da atenção psiquiátri- de 20 mil habitantes.
ca (Lei n-1~.216: d: ,6 ~e abril de 2001 ), Art. 6º,
0

''A internaçao ps1q matnca som ente será re . CAPS li


. d 'd' . nstanciadoa11za-
da mediante 1au o me 1co circu
,, que Atende pessoas com sofrimento e/ou trans-
ti'
.
caracterize os seus mo vos. Neste contexto,as torno~ mentais graves e persistentes, podendo
- d
internaçoes po em ser: tambem atender pessoas com necessidades de-
ia: com concordância do correntes do uso de crack, álcool e outras drogas,
• Internação volu . ntár
paciente (ya~1ente - c~~senso - médico). conforme a organização da rede de saúde local·
• Internaçao mvoluntana: com discordância do indicado para municípios com população acim~
paciente (paciente - dissenso - médico). de 70 mil habitantes.
•Internação con:ipulsória (j udicial): com dis-
CAPS III
cordância do paciente (paciente - dissenso _
médico). Atende pessoas com sofrimento e/ou trans-
• Internação d~finitiva de incapaz: só é tornos mentais graves e persistentes. Propor-
possível com recomendação médica. Mesmo ciona serviços de atenção contínua, com funcio-
namento 24 horas, incluindo feriados e finais de
que a pesso~ j~ te~ha sido, declarada incapaz semana, ofertando retaguarda clínica e acolhi-
por laudo medico, e necessaria uma recomen-
mento noturno a outros serviços de saúde men-
dação expressa para a sua internação definitiva tal, inclusive CAPS Ad; indicado para municípios
em.uma instituição.
ou regiões com população acima de 200 milha-
Os profissionais de saúde devem saber que a inter- bitantes.
nação voluntária pode se transformar em involun-
tária No transcurso da hospitalização, surge a dis- CAPSAD
cordância do paciente durante o processo, e se este Atende adultos ou crianças e adolescentes, con-
processo ocorrer, deve-se adotar as cautelas legais e siderando as normativas do Estatuto da Criança
éticas previstas nas normas legais respectivas. e do Adolescente, com necessidades decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço
de saúde mental aberto e de caráter comunitário,
Componentes da Rede indicado para municípios ou regiões com popu-
de Atenção Psicossocial lação acima de 70 mil habitantes.

CAPSAD III
Atenção Bás ica em Saúde Atende adultos, crianças e adolescentes, consi-
derando as normativas do Estatuto da Criança e
• Unidade Básica de Saúde. do Adolescente, com necessidades de cuidados
• Núcleo de Apoio à Saúde da Família. clínicos contínuos. Serviço com, no máximo, 12
• Consultório na Rua. leitos para observação e monitoramento, de fun-
• Apoio aos Serviços do Componente Atenção Re- cionamento 24 horas, incluindo feriados e finais
sidencial de Caráter Transitório. de semana; indicado para municípios ou regiões
• Centros de Convivência e Cultura. com população acima de 200 mil habitantes.

Atenção 'Psicossoc ial CAPS INFANTIL


Atende crianças e adolescentes com prioridade
Estratégica para sofrimento e transtornos mentais g~ves e
Centros de Atenção Psicossocial, nas suas dife- ~ persistentes e os que fazem uso de crack, alcool e
rentes modalidades: outras drogas. Serviço aberto e de caráter comu-
nitário indicado para municípios ou regiões com
CAPSI população acima de 150 mil habitantes.
Atende pessoas com sofrimento e/ou tra?s·
tornos mentais graves e persistentes e, tambem,
219
- T1eo r·a e Prát ica~ _,_,._,_ __
Didát ico de Enferm agem 1 ·--
- ....-~.;-- .
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ela equipe dos Centros de Atenr.::
nhadaS P " ,. . )'<lo p .
DConecte-se! cossoc1'al (CAPS) de re1erenaa Si-

Acesse pelo QR CODE o documento do MiniS tério Serviç o de ate~ç ão em


- Psicosso-
da Saúde sobre os centros de atençao regim e reside ncial
eia/ e o atendimento à saúde mental no SUS. 0 CAPS de referência se~ ~espo_nsáve) Pela e)
boração do projeto terapeutico singular de ca:·
necessidades dea
usua'ri·o,
levando em d ash'
. conta
cada paciente, consideran o a- ierarquização do
cuidado e prioriz~ndo a ate~çao em serviços co.
munitários de saude para ate 4 pessoas.
Fluxo de atendimento:
• Acolhimento volu~tário pela ,.eq~ipe ~a UA.
• Construção do ProJeto Terape~tic_o Singular, elll
parceria com,º. CAPS de referencia, que redire.
Ate n.ç ão de urg ência e cionou O usuano. , . .
· • Acompanhamento chmco e psicossocial do
emerg ênci a usuário e familiar. . ·
•SAMU-192. • Articulação com outros se~ços ~e ~aúde ou
• Sala de Estabilização. _ , outros setores (ex.: educaçao, habitaçao, CRAs,
• UPA 24 horas e portas hospitalares de atençao a CREAS). ,
urgência/pronto-socorro. _ , • Reinserção social e sustentável (ex.: projetos de
• Os pontos de atenção da Rede de Atençao as geração de trabalho e renda, economia solidá-
Urgências. _ ria, programas culturais).
• Unidades Básicas de Saúde, entre outr~s - sao
responsáveis, em seu âmbito d~ atuaçao'. pelo Requisitos espe~íficos p~ra c~ns~~ição:
Disponibilizar mais de 5 leitos ps1qmatrtcos para
acolhimento, classificação de nsco : c~idado
atenção a pessoas com necessidades decorrentes do
nas situações de urgência e emergencia das
pessoas com sofrimento ou transtorno mental e uso de crack, álcool e outras drogas, em enfennana
especializada ou serviço hospitalar de referência
com necessidades decorrentes do uso de crack,
álcool e outras drogas. Os profissionais de nível universitário na área
da saúde poderão pertencer às seguintes catego-
rias profissionais: ·
Atenção reside ncial de • Assistente social.
carát er transi tório • Educador físico.
• Enfermeiro.
Unidade de Acolhimento (UA) • Psicólogo.
A Unidade de Acolhimento é um componen- • Terapeuta ocupacional.
te de atenção residencial de caráter transitório • Médico.
da Rede de Atenção Psicossocial. Este ponto de
atenção é um serviço novo que funcionará no
período integral 24 horas, nos 7 dias da sema- Atenç ão hospi talar
na. Surgiu a partir das experiências das Casas de
Enfermaria especializada em hospital geral.
Acolhimento Transitório, que deverão seguir as
diretrizes e o funcionamento da UA. Oferece serviço hospitalar de referência para
atenção às pessoas com sofrimerito ou transtor-
Devem oferecer acompanhamento terapêutico e
protetivo, garantindo o direito de moradia, educa- no mental e com necessidades decorrentes do
uso de crack, álcool e outras drogas.
ção e convivência familiar/social com a possibili-
• Oferece retaguarda em hospital geral para os
dade de acolhimento prolongado (de até 6 meses).
usuários com transtornos mentais e com neces-
· As unidades poderão ser destinadas para adul-
tos ou para crianças e adolescentes em situação sidades decorrentes do uso de álcool, crack e
de vulnerabilidade social e familiar, e encami- outras drogas, com internações de curta dura- ·
ção, até a estabilidade clínica do usuário.

J22 Q
• :~,n ~ion a em regi me inte gral , dur ante
U ni da de 31 1
•1
24
d iana s, nos 7 dias da sem ana , sem inte hor as É imp orta nte que gest ores real izem
rrup ção cen so
a con tinu idad e entr e os turn os. dos mor ado res em hos pita is psiq uiát rico
• Tem com o dire triz fund ame ntal não se s par a
con stitu ir con stru ção do proj eto de desi nsti tuci ona
c?m o um pon to de aten ção isolado, mas liza ção.
que fim- Os Serviços Residenciais Ter apê utic os
s1one em red e com os outr os pon tos de (SRT)
atenção. configuram-se com o disp osit ivos estr atég
• E rec~ men dáv el a imp lant açã o do pon icos no
to do proc esso de desi nsti tuci ona liza ção de
l~ss aud e, que favo rece rá a corr espo nsab te- c?m hist óric o de inte rnaç ão de long a perm
pess oas
iliza - anê
çao pelo s caso s, a con tinu idad e do cuid
ado e a cia. Caracterizam-se com o mor adia s, inse n-
con stru ção do pro jeto tera pêu tico sing rida s
ular. na com unid ade e dest inad as à reab ilita
ção psi-
coss ocia l/ cuid ado de pess oas com tran
Es tra t é gi as d e stor no
m~1:1tal que não tenh am sup orte social e
laços fa-
de sin st it u cio na liz aç ão m1hares. Na rede de Atenção Psicossocial
(RAPS),
os SRT apre sent am- se com o pon to de aten
Alg uns pro jeto s visa m a gara ntir às ção do
pes soa s com pon ente desinstitucionalização.
com tran stor no men tal em situ açã o de Os SRT pod em ser con stitu ídos nas mod
inte rna- alid a-
ção_ de long a pe_ r~an ênc ia o cuid ado inte des Tipo I e Tipo II, definidos pela s nec essi
gral , por dad es
me10 de e~tr ate~ •a~ sub stitu tiva s, na pers específicas de cuid ado do morador.
pec tiva
da gara ntia de d1re1tos com a pro moç ão • Tip o I: moradias destinadas a pess oas com
de auto - trans-
nom ia e o exe rcíc io de cida dan ia, bus torn o mental em processo de desinstitucio
can do sua naliza-
pro gres siva incl usã o soci al. São eles : ção, devendo acolher, no máximo, 8 morado
res.
• Pro gra ma de Vol ta par a Cas a (PVC). •Tip o II: mod alid ade s de mor adia dest
inad as
• Serv iços Res iden ciai s Ter apê utic os (SRT às pess oas com tran stor no men tal e acen
). tuad o
O Pro gram a de Volta par a Cas a é uma nível de dep end ênc ia, espe cial men te em
política função
púb lica de reab ilita ção e incl usão soci al do seu com prom etim ento físico, que nece
que visa a ssi-
con trib uir e fort alec er o pro cess o de desi tam de cuid ado s perm ane ntes específic
nsti tuci o- os, de-
nali zaçã o. Foi inst ituí do pela Lei nºl0 .70 ven do acolher, no máximo, 10 mor ado res.
8/2 003 e
prev ê um aux füo -rea bili taçã o de cará ter
indeniza- Es tra tég ia s de re ab ilit aç ão
tóri o par a pes soa s com tran stor no men
tal egres-
sas de inte rna ção de long a perm anê
ncia . Toda ps ic o ss oc ial
pes soa com mai s de 2 ano s de inte rnaç
ão inin ter- Se refe rem a iniciativas de gera ção de trab
rup tos tem dire ito ao PVC. alho
e rend a por mei o de emp reen dim ento
s solidá-
DConecte-se! rios e coo pera tiva s sociais. São eles:
• Iniciativas de Geração de Tra balh o e Ren
• Emp reen dim ento s Solidários e Coopera
da.
Acesse pelo QR CODE o site do Programa de tivos
Volta Sociais.
para Casa, que busca contribuir para o auxm Para util izar este serviço, o pac ient e dev
o- e esta r
-reabilitação psicossocial de pacientes que tenh incl uído no Cad astr o de Iniciativas de
am Inclusão
permanecido em longas internações psiquiátr Social pelo Tra balh o (CIST) do Ministério
icas. da Saú-
de e ter esta bele cido parc eria com asso
[!] º [!l de usu ário s, familiares e técnicos, coo pera
ciaç ões
tiva s,
incu bad oras de coo pera tiva s ou enti dad
es de as-
sess oria e fom ento em eco nom ia soli dári
a par a
apo io técn ico e aco mpa nha men to dos proj
etos .

Am bie nte ter ap êu tic o


É um amb ient e da vida dinâ mic o e flex
Reg iões de saú de que aind a disp onh ~m ível, que
de h~s - leva em con ta as nec essi dad es espe cífic
pita l psiq uiát rico dev em con stru ir proJ as de um
eto de e- pac ient e indi vidu al e um grup o de pac ien~
sins titu cion aliz açã o de form a arti cula ;s ~m
da comdo um mei o específico par a pro mov er exp
Plano de exp ans ão e qual1·t·1caç-a0 dos .pon tos e ene nc1 as
de vida pos itiva s e alte raçõ es pos itiva s da
atenção da Rede de Ate nçã o Psic osso cial . saúd e.

221 \1
Didát ico de En fermagem - Teor ia e Prát ica

A promoção de experiências positív


as tra
benefícios à sa , 2
lide
1 .

Objetivos do ambiente terapêutico:


• Ajudar o paciente a desenvolver um
senso de autoestima, segurança e valor
pessoal.
• Melhorar sua capacidade para relacio-
nar-se com os outros.
•Ajudar o paciente a aprender a confiar nas pes- cada hora, contato e aspecto da vida tornam-s
soas e em si mesmo. altamente significativos - socialização, alimen~
• Dar ao paciente a oportunidade para vivenciar tação, sono, medicamentos, entre outros trata-
e testar situações de maneira realista e útil. mentos.
• Estimular seu potencial para um crescimento • O paciente é protegido de causar ferimentos asi
positivo. mesmo e aos outros, sofrendo, apenas, aquelas
• Possibilitar sua volta à comunidade mais bem restrições necessárias que permitam essa pro-
preparada para o trabalho e para a vida.' teção, visando à segurança individual e grupal.
Deve-se, portanto, evitar ao máximo conten-
Características do ambiente terapêutico: ções físicas e/ou químicas. Estratégia - conten-
• Preocupação e interesse pelo que acontece aos ção terapêutica (individual ou grupal).
pacientes nas 24 horas do dia, pois cada perío- •Considera as necessidades individuais do pa-
do do dia torna-se um momento importante do ciente em relação às necessidades do grupo de
tratamento. pessoas que convive diariamente. Desta forma,
• Fundamentalmente estimulador de saúde, vis- o ambiente oferece experiências e atividades
to não ser um local para passar o tempo. Ba- selecionadas que o ajudam a participar e a se
seia-se em princípios e técnicas de abordagem comunicar com outras pessoas em seu ambien-
especificamente programados, em que a equi- te. Ex.: jogos, passeios, bailes, cinema, piscina,
pe visa consistentemente a ajudar o paciente a educação física, horta etc.
se recuperar. • Uso de técnicas e manobras que ajudam o pa·
• O paciente é respeitado como um indivíduo que ciente a adquirir sentimentos de confiança,
tem sentimentos, desejos, direitos, necessida- segurança, apoio, conforto e proteção, de acor·
des e opiniões, sendo encorajado a expressá- do com suas necessidades específicas. Ex.: as·
-los. Os direitos, privilégios e responsabilidade sembleia, grupo operativo, grupo de reflex~o,
inerentes a um indivíduo em uma sociedade recreação, teatro terapêutico, psicodrama, pm·
democrática são também considerados e ajus- tura etc.
tados aos problemas de saúde dos pacientes. •O ambiente promove espaço para interações
• O paciente recebe crescentes oportunidades (paciente/paciente, paciente/ equipe, paciente~
para a liberdade de escolha, de acordo com a família), estimulando o paciente a estabelece
sua capacidade para tomar decisões. Portanto, novos padrões de comportamento.
Un ida de 31

Tr an st or no m en ta l
os tran stor nos men tais são defi nido s a
par-
tir da inte nsid ade de desv io, que é cons ider cied ade. É aque le que enco ntra solu ções satis
ado fa-
corn o proc edim ento padr ão ou com o pers tória s para seus conf litos , e seus mec anis mos
onal i- de
dade norm al. defe sa são utili zado s de form a cons ider ada,
ou
Atua lmen te, saúd e men tal cara cter iza- se seja, adeq uada à sua situa ção de vida .
pela
man eira que uma soci edad e, em dete rmin A pala vra 'doe nça' vem do latim e sign ifica 'des-
ada vio'. O desv io da saúd e é, entã o, um desv io do
époc a, julg a ou reag e a com port ame ntos es-
cons i- tado norm al. A doen ça men tal cara cteri za-s
dera dos apro pria dos e/o~ adeq uado s, base e por
an- uma falha do indiv íduo em com port ar-se de
do-s e em ~orm as cultu ~a1s , regr as e conc acor -
eitos do com as expe ctati vas de sua com unid ade. É
próp rios. E um apre ndiz ado da real idad uma
e por man eira alter ada de viver, seus sinto mas são
meio do enfr enta men to e da solu ção de conf ex-
litos pres sos na man eira com o a pess oa se com port
e prob lema s vive ncia dos. Em resu mo, o a,
suje ito afeta ndo- lhe cada aspe cto e refle tindo -se em
é sadi o na med ida em que man tém uma atitu seus
de pens ame ntos, sent imen tos e açõe s. A pess oa
adeq uada de inte raçã o com o meio em que não
vive , cons egue mais enco ntra r solu ções satis fatór
e não uma rela ção pass iva, rígid a ou fora ias
dos para seus conf litos, e seus mec anism os de defe
padr ões de norm alid ade dete rmin ados pela sa
so- são utili zado s de form a men os sadi a.

A doença men tal cara cteri za-se por uma falha d O . d . íduo em comp ortar-se de acordo com as expe ctatí vas de
. mas - ,n ,v_ essoa se comp orta, afeta ndo- lhe cada aspecto
sua comu nida de, seus sinto sao expr essos na mane e
_ ira como a P
refletíndo -se em seus pens amen tos, senti ment
os e açoes.

22 3 lU
Di~á tico de Enfe rmag em - Teoria e Prática
:- . \•"' ~ ~

Tipos de tra nstorno mental


Os transtornos mentais (ou doenças mentais,
transtornos psiquiátricos ou psíquicos, entre ou-
Deficiências intelectiv
n d as
Os retardos mentais, antes denomi·
tras nomenclaturas) são condições de anormali- pe1m . ' caracterizam-se a os '\lcle-
. de 'o1·1gofremas, ll~
dade, sofrimento ou comprometimento de ordem 1O
namento intelectual abaixo da médiape funcio.
psicológica, mental ou cognitiva. Em geral, um .- d d d , com d'
nu_1ça? ou para a o edsenv~lvimento nonn~llJdi-
transtorno representa um significativo impacto ps1qmsmo, com acentua o deficit da int I' • . o
na vida do paciente, provocando sintomas como No aspecto intelectivo, os deficientee igencia.
desconforto emocional, distúrbio de conduta e en- podem estar dispostos em grupos ma~ lllentais
fraquecimento da memória. Dentre os fatores cau- nos definidos: is ou me.
sadores, a genética, a química cerebral (problemas • Deficiência intelectual: divide-se no s segti"1
hormonais ou uso de substâncias tóxicas que afe- tes graus: leve, moderado e grave. n-
tam o cérebro) e o estilo de vida são tidos como os • Deficiência intelectual leve: é front . .
principais desencadeadores dos diversos transtor- , "b d 1· " , emço
nos existentes. Doenças em outras partes do cor- ~du_m _or er me, ~une! sdera um criador d~
1 e1as, vivaz e perspicaz. 10 avia. ' essas pessoas
po podem afetar a mente, e, inversamente, trans- ,.
tem uma vantagem grande, pms têm noçã d
tornos ou doenças mentais podem desencadear ente, são pe/soase
outras doenças pelo corpo, produzindo sintomas
suas. dificuldades. . ,Socialm
.
mmtas vezes mais ute1s que um brilhante int .
somáticos. Uma doença ou transtorno mental pode
ligente. Em tese, ele é imputável, pois entenI
ser tratado com uso de medicamentos, ou por vá-
rias formas de psicoterapia. O diagnóstico envolve a ilicitude e pode agir com esse entendimento~
o exame do estado mental, confrontando seu his- Apresentam pouca inteligência e são, em sua
tórico clínico, utilizando-se de testes psicológicos, maioria, ingênuos, crédulos e sugestionáveis·
exames neurológicos, de imagem e exames físicos, outras vezes, astutos, maliciosos e intrigantes'.
porém não existe um exame específico que possa Su.a falta de sentido moral e déficit de juízo crí-
comprovar um transtorno mental; geralmente o tico leva-nos a certa dificuldade de se valerem
método mais utilizado é o objetivo e o subjetivo. de si mesmos. Há determinados tipos de defi-
Quanto mais precoce o indivíduo é acometido por ciente mental leve com grande astúcia e habili-
um transtorno mental, maior é o prejuízo em sua dade, podendo, na vida prática, assumir cargos
vida Otranstorno mental não tem cura, e o contro- importantes, principalmente na administração
le geralmente é realizado através de medicamen-
tos, além do acompanhamento profissional
em saúde mental específico.

C:JVideoaula ·
Assista pelo QR CODE uma
discussão sobre os cuidados
prestados aos pacientes
psiquiátricos.

Os retardos mentais caracterizam-


-se pelo funcionamento intelectual
abaixo da média.

1224
Unidade 31

Pública. Estudando com


.
muito sacrifício b
tinação, a guns e cientes mentais lev e o ~ s-
l d fi citação, ou com um risco significativamente au-
acesso a, umversi
. 'dade e se ,armam.
& es tem
mentado de sofrimento, morte, dor, deficiência
• Deficiência in~e_Iectual moderada: pode ser ou perda importante da liberdade.
treinado, condmonado, mas nunca ed d Podem-se considerar três principais grupos diag-
. _ uca o.
Ainda tem certa mserçao social. Em regra - nósticos na psiquiatria infantil:
, . t d . . , sao
inimputáveis, o aVIa se estiver pouco acima d • Desordens emocionais: problemas internos.
média,. pode • Desordens de comportamento disruptivo:
, .ser semi-imputável.
. São altamente
sugestionaveis, propensos a impulsos agressivo problemas externalizantes.
e coléricos. Os deficientes mentais moderado! • Transtornos do desenvolvimento: problemas
podem adquirir algum conhecimento e desem- de aprendizagem, desordens autistas, enurese
penhar pequenos ofícios. Eles podem aprender a e encoprese.
ler e escrever com muita dificuldade.
• Deficiência intelectual grave: são aqueles que Hiperatividade
não têm qualquer reação ao mundo exterior, Hiperatividade é um estado de muita atividade
são inertes e dependentes. Os deficientes men- muscular. Este termo também é usado para descre-
tais profundos não têm capacidades expressi- ver uma situação em que uma parte em particular
vas, mímicas ou verbais. Sua personalidade é do corpo é muito ativa, como quando uma glândula
produz muito de seu hormônio. A hiperatividade
quase nula, e são, via de regra, sujeitos passivos
é uma condição física que se caracteriza pelo sub-
de criminalidade ou presas fáceis de mendicân-
desenvolvimento e mau funcionamento de certas
cia organizada, sobretudo quando crianças. Ge-
partes do cérebro Oobos frontais, corpo caloso, gân-
ralmente, eles vivem pouco. São incapazes de se
glios da base ou núcleos da base, cerebelo, sistema
defender e cuidar de si mesmos, frente às neces- dopaminérgico, sistema noradrenérgico). Suas cau-
sidades mais elementares de sua sobrevivência, sas estão relacionadas ao transtorno de déficit de
como se alimentar, pois são inimputáveis.• atenção, doenças cerebrais ou do sistema nervoso
• Imbecil: é a forma mais profunda de ausência central, distúrbios emocionais e hipertireoidismo.
de inteligência. É dependente total e, portanto, Seus sinais e sintomas são:
pode ter vida curta.
• Idiota: é incapaz de associar qualquer coisa e
extrair resultados disso. São raríssimos, pois vi-
vem pouco.

Transtornos da infância e
da adolescência
De acordo com a OMS, aproximadamente 20%
das crianças e adolescentes sofrem de algum
transtorno mental, sendo o suicídio a terceira
causa de morte entre os adolescentes. Outras ma-
nifestações inerentes à adolescência são as con-
dutas antissociais, delinquência e uso de drogas,
que podem estar associados às manifestações de
agressividade e distúrbio do comportamento na
infância. A saúde mental infantil afeta todas as • Dificuldade em terminar tarefas ou projetos.
áreas do desenvolvimento e impacta a saúde físi- • Facilidade em distrair-se/dificuldade em con-
ca e emocional da família e o rendimento escolar, centrar-se.
com suas óbvias consequências na vida adulta. • Problemas de organização e disciplina.
O transtorno mental pode ser conceituado •Superconcentração quand~ a informação e/ou
como uma síndrome ou padrão comportamental tarefa é interessante ou estimulante.
ou psicológico que ocorre em um indiví~u_o e que • Inteligência acima da média, mas com resulta-
se mostra associado ao sofrimento ou a mcapa- dos medíocres na escola ou no trabalho.
Didát ico de Enfe r mag em - Teori a e Prát ica
1 especializados. Em mais da metade dos ca "\
• Dificu ldade em planej ar a médio e a longo . d" ,
transto rno acomp an ha o m IVIduo na V" d sos 0
prazo.
ta, embor a os sintom as de inquietude se;a a ªdu1.
• Maior facilidade em aprend er com ajudas vi- brando s. O que parece estar alterado rn lllais
suais ou por meio de movimento. , fu . t d na re[ti•
cerebr aI e o nc10namen o os neurotr 08 "''ªº
• Procur a consta nte de novidades e aventuras. sares (princi palmen te, dopam ina e no ª lllis.
• Ansiedade, impulsividade e inquietude. lina), que passam informação entre a;:d,rena.
• Criatividade acima da média. nervosas. Dentre as causas mais prov'ave1s ~lulas
• Dificuldade em adorm ecer e sono de fraca qua- d . . d d substân c· . en.
contra m-se: h ere 1tane a e,
lidade. ridas na gravidez, sofrim ento fetal ' expias. inge.
• Falta de tato, dizendo tudo o que vem à cabeça Os1ç·
sem pensar.
chumb o e proble mas familiares, por exe a ªº
o tratam ento do TDAH deve ser multhn dinPio,
• Mudanças de humor ou disposição repent inas. . - d d" o ai o
seja, uma comb maçao e me 1camento 00'. U
• Hiperatividade, tiques nervosos, principalmen- ~n-
tação aos pais/re sponsá veis e professor:s, ale"'
te nas pernas à noite. , . 'ficas que sao ~
de tecmca s espec1 ensinad "'
Diferentes faixas etárias têm influência fim-
portad or. A medicação, na maioria dos cas: ª
0
damen tal nos cálculos das taxas de prevalência. • faz
parte do tratam ento.
Existe maior númer o de pesqui sas epidemioló-
gicas na faixa dos 7 aos 14 anos de idade que em Impulsividade
outras, provavelmente pela maior facilidade de
.
se diferen ciar as criança s portad oras de trans-
torno. No tratam ento, a maiori a dos reméd ios
contra o transto rno são consid erados estimu -
lantes, à exceção dos inibido res da recapta ção de
noradrenalina. Alguns pacien tes precisa m testar
vários medica mentos diferen tes ou ajusta r a do-
sagem para encont rar algum que funcione.
Transtorno do Déficit de Atenção com ffipe-
ratividade (TDAH)

A impuls ividad e é uma defesa contra a assimi-


lação parcim oniosa de uma crítica. Esta é sentida
não apenas como um ataque frontal perante a au·
toimag em do indivíd uo mas, também, como um
dano irrepar ável, como se emerg isse um segredo
que irá humilh á-lo no mais alto grau imaginável.
A impuls ividad e pode ser um sintom a presente
em diferen tes transto rnos psiquiátricos pode
O Transt orno do Déficit de Atençã o com Hi- ser um traço na person alidad e, pode ser uma
perativ idade (TDAH) é uma disfun ção neuro- reação aguda em uma situaçã o de grande pr~s-
biológ ica de causas genéti cas que aparec e na são e incerte zas. Existe m inúme ras psicoterapias
infânc ia e freque nteme nte acomp anha o indiví- dispon íveis. A terapi a cognitivo-comportamental
duo por toda a vida. Ele se caract eriza por sinto- (TCC) aprese nta técnic as eficazes para frear ª
mas de desate nção, inquie tude e impuls ividad e. impuls ividad e. Se necess ário uso medica ment
Ele é o transto rno mais comum em crianç as so, o indica do é o uso de medica mentos regu a·
e adoles centes encam inhado s para serviç os dores da neurot ransm issão.
Uni da de 31
Distúrbio oposicional desafiante
Está entre os distúrbios infantis mais freq
uen-
temente diagnosticados e tratados. Manife
sta-se
por vários comportamentos antissociais
diferen-
tes. Sua predominância é em meninos
de todas
as idades (diferença diminui na adolesc
ência). O
início do pico é ao final da idade escolar
e início
da adolescência. Otratamento se dá pelo
proble-
ma de base (quando existente), identific
ando o
comportamento inadequado mais freq
uente e
seus desencadeantes (gatilho) aliado à
constru-
ção de habilidades sociais, autoestima
(ex.: es-
portes, explorar habilidades individuais
), alter-
nativas para resolução de problemas, refo
rço do
relacionamento intrafamiliar, mobilizaç
ão dos
recursos da comunidade, suporte parent
al e re-
forço da interação entre o genitor e a cria
nça.
Comportamento antissocial
A criança apresenta comportamento
negativis-
ta, hostil e desafiador. O que parece
estar alte-
rado na região cerebral são os conflito
s em uma
das áreas de funcionabilidade cer
ebral. Afeta
crianças ao final da pré-escola ou iníc
io da idade
escolar, costumam apresentar com
portamento
rancoroso e vingativo e dificuldade
de controle
emocional. O tratamento se dá pel
o problema ,.
de base (quando existente), a identif
icação do r'
comportamento inadequado mais ~ ..
freque~te e
seus desencadeantes (gatilho) e con
struçao de
habilidades sociais, autoestima (Ex
.: espor:tes,
explorar habilidades individuais),
alternat1~as
para resolução de problemas, reforço
do relac10-
namento intrafamiliar, mobilização dos
recur~os
da comunidade, suporte parental e refo
rço da m-
teração entre o genitor e a criança.
Distúrbio que acomente mais os homens
Distúrbio de conduta , c~-
racterizado por padrão invasivo de desr
~s~e_1-
to e violação dos direitos dos outr?s, ~em
na infância ou começo da adolescenc1a m1c~o
e ten ~
a continuar na idade adulta. Apresenta com
d. s onentes as práticas incoerenteso : e
tores p~e ~ p filhos e medidas excessi .
vamente
edu~~çao os mento se·dá pelo problem
pumt1vas. O tra ~ a de
ndo ) "de ntificaç ão do com -
base (qua . exis tente , a 1
de uado mais frequente e seus
portamento ma gatilho) aliado à con
stru
desencadeantes (~ . au;oestima (ex.: esp ção
de habilid:d:~ ::::i:
1
:• ind ivid uais ), alte
explorar a# I1 e roblemas, reforço dornati~as
ortes,

relac10-
para reso~uçaofd ~- r mobilização dos
recursos
namento i_ntrda am1 I~rte parental e reforço
da in-
da com umda e, sup
# ntre o genitor e a cria .
teraçao e nça.

227 \I
Did áti co de En fer ma gem - Teoria e Prá tica

(gatilho) e construção de habilidade ,


Oposicionismo e aces sos de fúria autoestima (ex.: esportes, explorar ha~•s1_ociais
individuais), alternativas para resoluç~ hdacte~
blemas, reforço do relacionamento ini\ de Pto.
mobilização dos recursos da comunidada ªllliliar,
te parental e reforço da interação entre 0e, suPor.
e a criança. genitor

Tra nst orn os d o desenv 01 .


me nta ps ico lóg ico vi,

Os transtornos do desenvolvimento têrn e


mum: rn~
• Início situado, obrigatoriamente, na p . .
ou segunda infância. nme1ra
• Comprometimento ou. retardo do dese nvo)Ví.
_ ·
mento de funçoes estritamente ligadas à
ração biológica do sistema nervoso centr af ªtu-
• Evolução contínua sem remi ssões nern rec :d
Distúrbio infantil comum na faixa dos 18 aos . . d f - a1 as

36 meses de idade, caracteriza-se pela frustra- Na ma10na os casos, as unçoes atingidas com.·
I' h bTd
ção causada pelo desejo de controlar o ambiente pr_een d. em a mgduage~, as a 11 ades espaciais-
e pela necessidade de autonomia. Não há neces- -v1sua1s e a coor enaçao motora. Habitualment
sidade de habilidades motoras e sociais impres- o retardo ou a deficiência já estava presente me:'.
cindíveis para a independência bem-sucedida. O mo antes de pode r ser posta em evidência e, co
tratamento se dá pelo problema de base (quando certeza, diminuirá progressivamente com a id:
existente), a identificação do comportamento ina- de; déficits mais leves podem, contudo, persistir
na idade adulta.
dequado mais frequente e seus desencadeantes

- ~-
'--- ~= ,..,..,,_ ~

- ~.~ - ---- -
Os transtornos de desenvolvimento psico lógico
atingem,
sobretudo, a linguagem, as habilidades espaciais vi uais
5

e a coordenação motora.

1228
Un ida de 31
tra nst orn os esp ecí fic os d O desenvoIVi
to da fala e da lin gu ag em rnen- Por algu ns meses a d . anos. Tem sido sugerido
ois
. como possível causa des
rra nst orn os no s qua is as .
m ais · te transto mo um pro ,
ces-
ºtã?ahdade s nor enc e , .
de aqu isiç ão· da .lin gua gem em s oc o so Inf lam ató rio
fahtico. Cerca de doi s terç os
me iro s est ági o s d o de mp rom etid as dos pacientes e icit ma is
des de- os -prid' . senvolVim en- ou menos grav~ dnnmg l~ecem com um déf
ire tam ent e atr ·b1 uiv , eis ª uag em rec ept iva .
to, Nao, sao • . a anoma1 1·as
neu ro 1ogi cas , ano ma lia s ana t"om1cas d O Tra nst orn os es , env olv im en-
fonador, com&pro me tim ent os sen sor ·1a1s, . apa rel ho to das habilid d pea flc os do des
o Tra nst os anos es esc ola res
me nta l ou ad 1at ore s am bie nt ais. Os tr ret ard
. om .
'fi d d ans tor nos tuais de aprendiz Jua 1s ~s modalidades habi-
espec1 cos o ese nvo lvi me nt afrfala e da lin- pri me iras eta ~ 0 eS tã o alteradas des de as-
anh ado s coº
gu
age m são aco mp . , m equ " 1a, .
enc de pro me tim pas_ o desenvolvimento. O com
rob lem as ass oci ado s com o d't•
1 icu lda d ent o nao. é s om ent e a consequência
- , es da lei- da falta de O O
wr a e da sol etr aça o, per tur b
P _ izagem ou de
aç~ o das relações um ret ard p rtu md ade de aprendido a um tra u-
int erp ess oai s, tra nst orn os em oc10nais matismo o mdental, e eleebr não é dev
tor nos com po rta me nta is.
e tra ns- ou oença cer ais.
l _ Tra nst orn o esp eci fic o de leit ura
rra nst orn o esp ecí fic o da art icu ª~ªº da fala comprometi-
Tra nst orn o esp ecí fic o do des envo1VImento m: caracterí~~ca essencial é umdo desenvolvi-
- d os fon em as pel
·1· çao . nça , ·, tino nto especifico e signifi cat ivo
a utl 1za a cna , não atribuível
q ual , su .d d e m e- mento_ das habilidades da leitura
rior ao mv el cor res po nd ent e à
mas o nível de apt idã o lin guí stic
aé :~~:i. mental,
id~de Visual ou escolarização
tra nst orn os de
:;~1_us1vam~nte à ida de mental, a ina deq uad a. A
leitura, o reco-
Tr an sto rno ex pr ess ivo de lin gu a gem capa~1dade de com pre ens ão da oral, e o de-
'f"
ico do des envo1v1m . ento nhecimento das palavras, a leitura da leit ura
Tran s t orn o esp. eci a de t'l ' r a' sem pen ho de tar efa s que necess
itam
. qu a I as cap aci dad
no _ es. da cri anç u 1 1za
po de~ _eSt ar tod os com pro me tido s. O tra nst orn o
1 ~it ida me nte inf eri ore s ao a fre que nte -
1mg uag em ora sao nta l, ma s a especifico ~~ leit ura se aco mp anh per sis tin do
_ dnd en
nível co rre spo . te a sua ida de me me nte de dificuldades de soletra
ção,
em se situ a nos limi·tes sm o qua ndo a
com pre . ens ao a 1mg uag com um ent e na adolescência, me
aco mp anh ado de sso s na leit ura.
nor ma is. 0 tra nst orn o po de ser cria nça já alcançou alguns pro gre
ão. tra nst orn o es-
um a pe rtu rba ção da art icu laç As crianças que apr ese nta m um
que nte me nte ,
age m pecífico da leit ura apr ese nta m, fre
Tr an sto rn o rec ep tiv o da lin gu ou de lingua-
olvimento, no qual ant ece den tes de dis túr bio s da fala
Tra nst orn o esp ecí fic o do desenv gem. O tra nst orn o é aco mp anh
ado com um ent e
da linguagem pela
a cap aci dad e de com pre ens ão de tra nst orn o emocional e de
com por tam ent o
pon den te à sua
aia nça est á aba ixo do nível cor res dur ant e a escolarização. É com um
apr ese nta r:
casos, a linguagem
idade me nta l Em qu ase tod os os • Dislexia de desenvolvimento .
dam ent e prejudica-
expressiva est ará tam bém ma rca • Leitura especular.
na articulação.
da, e são com un s ano rm ali dad es • Retardo específico da leitura.
a ou sín dro - o
Ma sia ad qu iri da co m ep ile psi Transtorno específico da soletraçã
ração espe-
alte
r
me de La nd au -K lef fnecri A característica essencial é um a
anç a, ten do feito ant e- imento da habi-
Tra nst orn o no qu al a cífica e significativa do desenvolv
no des env olv ime nto de ant ece den tes
rio rm ent e pro gre sso no rm al lidade par a soletrar, na ausência
ura, e não atri -
ade de lingua-
da lin gua gem , pe rde tan to a hab ilid s ma nté m de um tra nst orn o específico de leit
orn os de acui-
gem rec ept iva qu an to exp res
siv a, ma buível à baixa ida de mental, tra nst
deq uad a. A capa-
rrê nci a do tra ~s- dad e visual ou escolarização ina
uma int eli gên cia no rm al; a oco a cap aci dad e de
rm ali dad e~ paro~is- cidade de sol etr ar ora lme nte e
~m o é aco mp an ha da de ano as est ão afetadas.
, . bem
s cas os, ha .tam esc rev er cor ret am ent e as palavr
tica s no EEG, e , na ma ior ia do idade em
me nte o micIO se Transtorno específico da hábil
con vul sõe s epi lép tic as. Us ual
sen do que as
dá ent re os 3 ·e os 7 ano s de ida de, d d'ias , ou ética o que implica um a alteração especí-
aritmnst
s no esp aço e 1. Tra orn
habilidades são pe rdi dao tem po ral ent re O i?!c ~ fica da habilidade em aritmética
, não atribuível
de semanas. A ass oci açã gem é van ave )
das convulsões e a pe rda de lin(gua ent e
co1n um a precedendo a ou tra ou inv ers am
2~
vf-=-~!~~°.~~~~!:~r:;~m~ ~_! :~ri~ : Prát i~a

exclusivamente a um retardo mental g)obal ou à Os transtornos mistos se acompanharn h .


escolarização inadequada O déficit concerne ao mente, mas nem sempre, de certo grau d ab1tttai.
ção das funções cognitivas. e altera.
domínio de habilidades computacionais bási-
cas_ de adição, subtração, multiplicação e divisão
mais que as habilidades matemáticas abstratas Tran storn os globa is do
envolvidas na álgebra, trigonometria, geometria
ou cálculo. dese nvolv imen to
•Acalculia de desenvolvimento. Grupo de transtornos caracterizados p
• Discalculia. rações qualitativas das interações sociais r:r ,alte-
•Síndrome de Gerstmann de desenvolvimento. cas e modalidades de comunicação, cornu ctpro.
• Transtorno de desenvolvimento do tipo acalculia. caracterizado por um repertório de inter mente
Transtorno misto de habilid ades escolar es
atividades restritos, estereotipados e rep :~es e
Estas anomalias qualitativas constituern: tivos.
Categoria residual mal definida de transtornos racterística global do funcionamento do 5rn.a ~-
nos quais existe tanto uma alteração significativa em todas as ocasiões. UJeito,
do cálculo quanto da leitura ou da ortografia, não
atribuíveis exclusivamente a retardo mental glo- Autismo infantil
bal ou à escolarização inadequada. Transtorno g)obal do desenvolvimento CiU.icte .
zado por um desenvolvimento anormal ou alteract"'0
Transtorno não especif icado do desenvolvi- manifestado antes dos_ 3 anos de idade• apresen-•
mento das habilid ades escolar es tando uma perturbaçao característica do funci
Incapacidade de aprendizagem e aquisição de namento em cada um dos três domínios segum:,
conhecimentos. interações sociais, comunicação, comportarnen~
Transtorno específ ico do desenv olvime nto focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno éco-
motor mumente acompanhado de numerosas outras ma-
A característica essencial é um comprometi- nifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, per-
mento grave do desenvolvimento da coordenação turbações de sono ou da alimentação, crises de biITa
motora, não atribuível exclusivamente a um re- ou agressividade (autoagressividade). A prevalência
tarefo mental global ou a uma afecção neurológi- é quatro vezes maior em meninos que em meninas,
ca especifica, congênita ou adquirida. Na maioria Autismo atípico
dos casos, um exame clínico detalhado permite Transtorno global do desenvolvimento, que
evidenciar sinais que revelam imaturidade acen- ocorre após os 3 anos ou que não responde a to-
tuada do desenvolvimento neurológico, por exem- dos os três grupos de critérios diagnósticos do
plo, movimentos coreiformes dos membros, sinci- autismo infantil. Esta categoria deve ser utiliza-
nesias e outros sinais motores associados; assim da para classificar um desenvolvimento anormal
como perturbações da coordenação motora fina e ou alterado, aparecendo após a idade de 3 anos,
grosseira. Comumente, a criança apresenta: e não apresentando manifestações patológicas
• Debilidade motora. suficientes em um ou dois dos três domínios psi-
•Síndrome da "criança desajeitada". copatológicos (ii:iterações sociais recíprocas, co·
• Transtorno de aquisição da coordenação. municação, comportamentos limitados, estereo·
0
tipados ou repetitivos) implicados no auti~m.
·Transtornos específicos mistos do desen- infantil; existem sempre anomalias caractensti·
volvimento cas em um ou em vários desses domínios. Oau·
Categoria residual de transtornos nos quais tismo atípico ocorre habitualmente em crianças
existem ao mesmo tempo sinais de um transtor- que apresentam um retardo mental profundo ~
0

no específico do desenvolvimento da fala e da ~n- um transtorno específico grave do desenvolVI·


guagem, das habilidades escolares e das funçoes mento de linguagem do tipo receptivo.
motoras, mas sem que nenhum desses el~m~n-
Síndrome de Rett . ente
tos predom ine suficientemente pa~ co?stitu1r o to umcam Ivi·
Transtorno descrito até o momen
diagnóstico principal. Esta categona mista deve
em meninas, caracterizado por um dese~~~ de
estar reservada aos casos em que existe uma su-
mento inicial aparentemente normal, segui da
perposição import ante dos transtorno~ específi- uma perda parcial ou completa de linguagem,
cos do desenvolvimento citados antenormente.
Unidade 31
1 2 ~ r
o ;
ii
Q)
1
p. ! ;

~
j l }
1 ! 11
\
!
1Deleção (1), duplicação (Z) e
Iinversão (3), anonnalidades
cromoss6micas que estão 1

1 '
1 implicadas no autismo.
' 1

marcha e do uso das mãos, associado a um retardo Transtorno mal definido cuja validade nosoló-
do desenvolvimento craniano e oéorre, habitual- gica permanece incerta. Esta categoria se relacio-
mente, entre 7 e 24 meses. A perda dos movimen- na a crianças com retardo mental grave (Ql abai-
tos propositais das mãos, a torsão estereotipada xo de 34) associado à hiperatividade importante,
das mãos e a hiperventilação são características grande perturbação da atenção e comportamen-
deste transtorno. O desenvolvimento social e o tos estereotipados. Os medicamentos estimulan-
desenvolvimento lúdico estão detidos enquanto o tes são habitualmente ineficazes (diferentemen-
interesse social continua, em geral, conservado. A te daqueles com QI dentro dos limites normais)
partir da idade de 4 anos manifesta-se uma ataxia e podem provocar uma reação disfórica grave
do tronco e uma apraxia, seguidas frequentemen- (acompanhada, por vezes, de um retardo psico-
te por movimentos coreoatetósicos. O transtorno motor). Na adolescência, a hiperatividade dá lu-
leva quase sempre a um retardo mental grave. gar, em geral, a uma hipoatividade (o que não é
habitualmente o caso de crianças hipercinéticas
Outro transtorno desintegrativo da infância
de inteligência normal). Esta síndrome é acom-
Transtorno global do desenvolvimento carac-
panhada, com frequência, de diversos retardos
terizado pela presença de um período de desen-
do desenvolvimento, específicos ou globais. Não
volvimento completamente normal antes da ocor-
se sabe em que medida a síndrome comporta-
rência do transtorno, sendo que este período é
mental é a consequência do retardo mental ou
seguido de uma perda manifesta das habilidades
de uma lesão cerebral orgânica.
anteriormente adquiridas, em vários domínios do
desenvolvimento no período de alguns meses. Es- Síndrome de Asperger
tas manifestações são acompanhadas tipicamen- Transtorno de validade nosológica incerta,
te de uma perda global do interesse com relação caracterizado por uma alteração qualitativa
ao ambiente, condutas motoras estereotipadas, das . interações sociais recíprocas, semelhante
repetitivas e maneirismos e de uma alteração do à observada no autismo, com um repertório de
tipo autístico da interação social e da comunica- interesses e atividades restrito, estereotipado
ção. Em alguns casos, a ocorrência do transtorno e repetitivo. Ele se diferencia do autismo essen-
pode ser relacionada com uma encefalopatia; o cialmente pelo fato de não ser acompanhada de
diagnóstico, contudo, deve tomar por base as evi- um retardo ou de uma deficiência de linguagem
dências de anomalias do comportamento. ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que
• Demência infantil apresentam este transtorno são, em geral, muito
• Psicose desintegrativa/simbiótica. desajeitados. As anomalias persistem frequente-
mente na adolescência e na idade adulta. Otrans-
Transtorno com hiperdnesia associada à
torno é acompanhado, por vezes, de episódios
defidênda intelectual e a movimentos este·
psic6ticos no início da idade adulta.
reottpados

231
Didático de Enferm agem - Teoria e Prática
-~"""'.,,.__,,.,_._...,,.......,......,_.,,,,,,,_.....__
,[ = ~ •,,,,...··• ~--..-,..- =~-~ ,,-.,,..-~,,.-.,.-,,,,~r-. , •.-...,. ,~, .•..,...,,.,_- r.,r,,-.-~~-,,,"'=',....'"'-.c""'"~•
!
envolvimento ~e um defeito genético ou b·1
Transtornos de mico no alcoolismo. Algumas pesquisas in º%í,
que os indivíduos com risco de alcooli ºsttallt
dependência química briagam-se menos facilmente que os 0 :tno e1q,
·
hstas, · e,
isto ' b ro d e1es e' menos senao, ale 0 o,
, o cere
efeitos do álcool. sive} a08
Alcool ismo
o consumo prolongado de quantidad
O alcoolismo é uma doença crônica caracteri- cessivas de álcool lesa muitos órgãos d es e=<,
zada pela tendência em beber mais que o pre- . 1armente o f'1gado, o cerebro
particu
, o corp o,
e O cora ~
tendido, tentativas fracassadas de interrompe r
A abordagem ao alcoolismo tem como ob· Ç~o.
o consumo de bebidas alcoólicas e o consumo a detecção precoce de problemas relaci Jeti'lo
contínuo apesar das más consequências sociais e além da integração do tratamento de ou~nados,
laborativas. Os homens apresentam uma proba- tologias agravadas pelo álcool. No padrão ~s Pa-
bilidade quatro vezes maior que as mulheres de
liado o consumo de álcool como rotina deª"ª·
adolescência. A pessoa que é dependenie ~~~e-~
se tornarem alcoolistas, e indivíduos de todas as
faixas etárias são suscetíveis.
percorreu um trajeto de uso crescente do ,1Je Ja
A causa do alcoolismo é desconhecida, mas o
Neste nível de cuidado, é possível reco~cooJ.
consumo do álcool não é o único fator. Dentre os · · e sm · t ?mas de ab~so de _a'1 cool, discutirecer
indivíduos que consomem bebidas alcoólicas, s~na1s 0
aproximad amente 10% tornam-se alcoolistas. · risco envolVIdo, fazer onentaçoe s contrária ·
. &. n·
consumo a b us1vo nas 1am1 ias e encaminha
s ao
Os parentes próximos de alcoolistas apresentam
uma maior incidência de alcoolismo que outras pacientes para serviços especializados quar dos
pessoas. Do mesmo modo, é mais provável que
. d'1cado. E.1mpo rtante que se mostre claramn
m °
ocorra alcoolismo nos filhos biológicos de alcoo- te as consequên cias clínicas, psicológicas e en-
ciais do uso contínuo de álcool. so-
listas que nos filhos adotad~s, o que sugere o

., -::.::
u
8
l ~ DANOS NO
~ ~ FUNCIONAMENTO
..., ARTERIOSCLEROSE DO CÉREBRO
• ::i
; .c;:
• vi

CIRROSE
INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA CRÔNICA

DISFUNÇÃO
REPRODUTIVA
PANCREATITE


f t' . \ ..

. .- .
Na imaoem, vê-se alguns dos passiveis ~feitos que o consumo
um indivíduo. abusivo de d/coo/, a longo prazo, podem causar em
Un idade 31

Aluc inógenos tipação; a lesão intestinal; o nervosismo extremo;


do a sensação de que algo está se movendo sob a ~ele
1 cinógenos incluem o LSD (dietilamida (bichos da cocaína), o que é sinal de uma passivei
~s ªr~érgico), a psilocibina (cogumelo mágico),
ácido 'alina (peiote) e o 2,5-dimetoxi-4-metilan- lesão nervosa·, crises convulsivas; alucinações; in-
.
a rnes~na (DOM, STP), um derivado da anfetami- sônia; delírios paranoides e comportamento VIO·
lento. O usuário pode representar um perigo para
fetatralmente, essas drogas não causam aluci-
na, ~ es verdadeiras. As alucinações verdadeiras si próprio e para terceiros. Como os efeitos da c~-
naçoe m quando um indivíduo crê que as coisas caína duram apenas cerca de 30 minutos, o usua-
ocorre ,. - I rio toma doses repetidas. Para reduzir parte do
rmais que ve ou ouve estão rea mente acon-
extremo nervosismo causado pela cocaína, muitos
ano do. Em contraste, a maioria dos indivíduos
usuários também usam heroína ou outra substân-
tecenadição a alucinógenos compreende que as
cia·depressora do sistema nervoso, como o álcool.
comações anormais não são reais e são causadas
sens droga. Por essa razao, - essas drogas sao, - na Com o uso diário, a tolerância à cocaína se dá rapi-
1 damente. As reações de abstinência incluem a fa-
pe ªi·dade pseudo-alucinógenos ou falsos aluci- diga extrema e a depressão - o oposto dos efeitos
. ,
rea, , nos. Os alucmogenos , b
es t·1muIam o cere ro, da droga. Quando o indivíduo interrompe o uso da
ººâ:m causar distorção das sensações auditivas droga, ele pode apresentar ânsias de suicídio. Após
po •suais. Oefeito em si pode depender do estado alguns dias, quando as forças físicas e mentais são
, . t d
deVIhumor do usuano no momen o o consumo recuperadas, o usuário pode tentar o suicí~o.
dae droga e do ambiente no qualI ela. '
é consumida. Como ocorre com o uso intravenoso de heroma,
0 indivíduo que consome a ucmogenos po de muitas doenças infecciosas, inclusive a hepatite
resentar quadro clínico de: episódios de pânico e a Aids, são transmitidas quando os usuários de
· · acompan hados por vanos
apde distorções V1sua1s, ' ·
cocaína compartilham agulhas não esterilizadas.
~pos de delírio: pup~las dilatadas, entretanto a Odiagnóstico do uso de cocaína é evidenciado pela
frequência card1aca nao aumenta tanto quanto no hiperatividade, dilatação pupilar e aumento da fre-
uso de estimulantes. As informações fornecidas quência cardíaca. Aansiedade e o comportamento
por acompanhantes do usuário são importantes errático, grandioso e hipersexual são evidentes no
para O diagnóstico. A maioria dos usuários de alu- consumo em maior quantidade. Frequentemente,
cinógenos nunca procura tratamento. Um ambie~- observa-se a paranoia naqueles que são encami-
te tranquilo e escuro e uma conversa serena e nao nhados aos serviços de emergência. Oconsumo de
ameaçadora podem ajudar um usuário. O usu~rio cocaína pode ser confirmado por meio de exames
necessita sentir-se assegurado de que os efeitos de urina e de sangue.
são causados pela droga e terão um fim. Um indiví-
duo que apresenta uma psicose prolongada pode ~
necessitar de um tratamento psiquiátrico. ~
~
....,
::s
Cocaín a ~
Acocaína produz efeitos similares aos das anfe-
taminas, mas é um estimulante muito mais pode-
roso. Pode ser tomada pela via oral, inalada sob a
forma de pó (cheirada) ou pode ser injetada, em
geral, diretamente em uma veia. Quando fervida
com bicarbonato de sódio, a cocaína é convertida
em uma base denominada 'crack: podendo, então,
ser fumada. O crack atua quase tão rapidamente
quanto a cocaína injetada pela via intravenosa. A
cocaína intravenosa ou inalada produz uma sensa- A cocaína tem o aspecto de um pó branco e cristalino

Apresenta quadro clínicp de taquicardia, elevaçao


-
ção extrema de alerta , de euforia e de grande poder. (é um sal, hidrocloreto de cocaína). Pode ser
consumida de várias formas, mas o modo mais comum
da pressão arterial, podendo ocorrer episódio de é pela aspiração da droga, que normalmente se
infarto do miocárdio letal, mesmo em indivíduos apresenta sob forma de pó.
jovens e saudáveis. Outros efeitos incluem a cons-

23311
Didático de Enfermagem - Teor ia e Prática

Maconha momento (intoxicado). Exames safi .


sti
dem determinar até um ano depois cados h
O consumo de maconha (cannabis) está am- foi consumi'da. ·••ac0~"()..
se a"'
plamente disseminado. Pesquisas entre estudan-
tes universitários revelaram que periodicamente Tranqui lizantes
ocorrem aumentos, reduções e novos aumentos
do seu consumo. Nos Estados Unidos, a maconha Os grandes laboratórios farmacêuticas .
1nteres.
é geralmente consumida sob a forma de cigarro sados no faturamento construíram
a cren
(baseado) feito com raízes, folhas e flores distais que podemos e devemos viver sem . Ça de
da planta seca, sendo quase sempre a Cannabís Esta falsa ideia foi assimilada por algu ans1~dade,
sativa. A maconha também é consumida sob a e pelo público em geral, promovend:s ~edicos
forma de haxixe, a resina (substância do alca- ansiosos aos consultórios em busca d ª ida das
trão) da planta prensada. milagroso. Entretanto, a ansiedade pa: relllédio
O ingrediente ativo da maconha é o tetrahi~ro- emoção saudável e necessária a uma ;seruina
canabinol (THC), que se apresenta sob mmtas tação do indivíduo ao meio, sendo, mui: adap.
variedades, sendo a mais ativa a delta-9-THC. A um aviso do organismo indicando que ai vez~
delta-9-THC é produzida sinteticamente como sa ser feito para modificar a vida. go Preci.
uma droga denominada 'dronabinol', que é uti- Os ansiolíticos são ingeridos puros ou .
lizada em pesquisas e, algumas vezes, no trata- rados com bebidas, usados junto a modera~IStu-
mento da náusea e do vômito associados à qui- de apetite, as drogas anticolinérgicas (os eh ores
mioterapia do câncer. dos antidistônicos); alguns estão embutido atna.
Alguns indivíduos tornam-se dependentes da .
me d1camentos
.
an ti'd epress1vos, fortificantess nos.
maconha por razões psicológicas, e essa depen- taminas, diuréticos etc. As bulas acerca dos•~:
dência pode ter todas as características da adi- mantes, geralmente, são mentirosas; descreve
ção grave. O quadro clínico da adição à maconha muito mais os "bons" resultados que os •maus~
é caracterizado por depressão da atividade ce- muitas não relatam a dependência após um cur~
rebral, produzindo um estado onírico no qual as to período de uso, a diminuição da capacidade
ideias parecem desconectadas e incontroláveis; psicomotora, o aumento do cansaço, a diminui-
distorções e acentuações do tempo, das cores e ção da memória, a piora dos sintomas após asua
do espaço. As cores podem parecer mais brilhan- interrupção (ansiedade rebote) e o risco de seu
tes, os sons, mais altos, e o apetite pode aumen- uso nos idosos e crianças.
tar. Geralmente, a maconha reduz a tensão e pro-
duz uma sensação de bem-estar. A sensação de
exaltação, de excitação e de alegria interna ("es-.
tar alto': "ficar ligado") parece estar relacionada
às condições nas quais a droga foi consumida,
as capacidades comunicativas e motoras dimi-
nuem durante o uso da maconha. Outros efeitos
incluem o aumento da frequência cardíaca, os
olhos avermelhados e a boca seca. A tolerância
a longo prazo pode ocorrer em indivíduos que
consomem a maconha. As reações de abstinência
podem incluir o aumento da atividade muscular
(Ex.: espasmos e contrações) e insônia. No en-
tanto, como a maconha é eliminada lentamente
do organismo, ao longo de várias semanas, a rea-
ç~o ~e abstin~ncia tende a ser leve e, geralmente,
nao e perceptível para o consumidor moderado.
O exame de urina é uma maneira eficaz para
identificar o consumo da maconha, mas um re-
sultado positivo desse apenas
que o_indivíduo a que 0 Ans10· J'1t1cos
· sao - usa das para
- drogas, sintéticas ou nao, .
usuário está co . d tensa0•
no diminuir a ans1eda e eª ---

234
r rranstornos alimentares
Unida de 31

Complicações·
• D~snutrição e desidra -
Anor exia n e r vo sa • Hipotensão (dimin . ~çao.
• Anemia uiçao da pressão arterial).
Anorexia nervosa é um transto m d •Redução da
g
·dência nas mulheres (cerca de 9 0 e grande in-
~~ndo caracterizado pela imposiçãoy~ d~s ~asos),
• lntolerân . massa muscular.
eia ao frio
O • Motilidade . ·
rn se manter com um limite de individuo • Osteop gástrica diminuída
orose
• Infertilidade (raref -
: (geralmente abaixo de 85% dt:!º mu~to bai- açao e..fraqueza óssea).
0oral), A prática
anoréxica inclui m ,ut fdndice cor- O obJ" eti e~ casos cronicas.
vo pnmordial
p . AI ,
usuais para emagrecer. em da dieta b
e o os pou peração do peso co o do trata~ento é a recu-
co ducação alimentar 1o ral po~ me1~ de uma ree-
.se a exercícios físicos intenso s ind ' su metem-
d" , . , uzem o vôm' geral, é necessário 1 m ap010 ps1col6gico. Em
to, jeju•:;i, :m•m •re_tíoos e usam laxantes l· terápico para aj d a gurna forma de apoio psico-
A perl a e. pelsod vista como uma conq~ista doença e com u ar o _paciente a lidar com sua
notáve, um sma e extraor dinária autod· . . tes. Psicoterap~: i~~~s~eslemocionais subjacen-
na, ao passo que o ganho é tido como u ~scipl~-
1 fr E . familiar, terapia co~~ ua 'terapia ou orientação
táve acasso. ssdes m d.IVíduos apresen m macei-
tam um psicotera ia . vo-cornportamental (urna
medo constan te e perder o control p que ensma os pacientes a modi'fi
t ,, e so b re 0 car
- pensamentos e comportamentos anormais)·
seu peso ( ornarem :se gordas"), sendo comum
apresen sdao, em g:ral, muito produtivas. Para o quadro
_tarem· tambem uma distorça~o sob re sua
avaliaçao c?rpora!, em que mesmo estando ma- cae indicad
anorexia nervosa - h,
O .
nao .ª medicaç ão específi-
gra a pessoa . ª· uso de antidepressivos pode ser
, . se ve com. excesso de peso . Ouras t eficaz_se ho~ver persistência de sintomas de de-
caracterist1cas
. ocas10n
. a 1mente associa da s com pressao apos a recuperação do peso corporal. O
a anorexia nervos a me1uem preocu pação ac tratamento _d,a _anorexia nervosa costuma ser de-
'bl'
de comer em pu 1co, sentim ento de inutiliderca ad morado e difícil. O paciente deve permanecer em
forte necessi dade de control ar o próprio a;~ acompanhamento após melhora dos sintomas
biente, pensam ento inflexível, esponta neidade para prevenir recaídas.
social limitada, iniciati va e express ão emocional
demasiadamente refread a. A anorex ia pode cau-
sar ainda disfunç ões hormo nais graves, causan-
DConecte-se!
do até a ausênc ia de períod os menstr uais. Acesse pelo QR CODE o documentário "Saúde
Não existe uma causa única para explicar o de- mental e dignidade humana'; de Paulo Delgado.
senvolvimento da anorex ia nervosa . Essa síndrome
é considerada multid etermin ada por uma mescla I!l------= l!l
de fatores biológicos, psicológicos, familiares e cul-
turais. Seu início se dá geralm ente na adolescên-
cia, sendo menos frequen tement e na idade adulta
(mesmo antes da adolesc ência, alguma s crianças já
apresentam essas atitude s) .
. Sinais e sintomas:
• Perda de peso em um curto espaço de tempo.
•Alimentação e preocu pação com peso corpora l
Bulimi a nervo sa
Na bulimia nervosa, as pessoas ingerem grandes
tomam -se obsess ões.
•Crença de que se está gordo, mesmo estando quantidades de alimentos (episódios de ingestão
de alimentos de forma compulsiva ou •episódios
excessi vament e magro. bulímicos') e, depois, utilizam métod~s compen-
•Parada do ciclo menstr ual (ameno rreia).
satórios, tais como vômitos autoi~d~1?os, uso de
• Interes se exager ado por alimen tos. . laxantes e/ou diuréticos, aliados a pratica de ~xer-
•Comer em segred o e mentir a respeit o de comida.
cícios físicos extenuantes como forma de evitar o
• Depressão, ansied ade e irritabi lidade. ganho de peso pelo medo exagerado de engordar.
• Exercícios físicos em excess o.
• Progressivo isolam ento da família e amigos .
235
ri a e f-,l r at 1Lu
T
Didát ico d e Enfermagem - eo
. ia têm vergonha de seus sintomas \
11m comer em pu'bl'ico e evttam
bu·tam . , PoH--
. sa na bulimia d . luga res. '<tllto
e ,
eVI
Diferentemente da anore~a ne~? ' fa iliares . s e piscinas, on e precisam mostrar 01q 0
não há perda de peso, e, assim, med1cos e m praia d . oe
edida em que a oença vai se desenvo1Vehd º11io.
têm dificuldade de detectar o problema. A doença Na m ssoas so, se m . t
eressam por assunt ,, 0
ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, essaS Pe e os •
. nados a comida, peso e 1orma corporal tela.
embora possa ocorrer mais raramente em homens
ci~ abordagem multidisciplinar é a rn · .
e mulheres com mais idade. ada no tratamento da bulimia nervosaais_ade.
qu . . . 'd 1 e incJ .
Sinais e sintomas: t sicoterapia mdivi ua ou em
. . 1 grupo, farrn acotll1
• Ingestão compulsiva e exagerada de ali me~ º~·- Papia e abordagem nutnc10na em nível e.
• Vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e diure r ·· ªIllb
latorial. As técnicas cogmtivo-compor tarn ll-
ticos para evitar ganho de peso. têm se mostrado, eficazes. As medicações antid en_tais
• Alimentação excessiva, sem aumento propor- ,.
pressivas tambem tem se mostrado efica e.
cional do peso corporal. controle dos episódios bulímicos. A abor~es no
• Depressão. nutricional visa a estabelecer um hábito al_agern
• Obsessão por exercícios físicos. tar mais sau dave · com llllen• •
· do o ciclo:
' 1, e1·1mman
1
• Comer em segredo. alimentar/purgação/jejum. A orientaçãopu sao
Complicações: . terapia familiar faz-se necessária uma vez e/ou
• Inflamação na garganta (inflamação d~ t~cido família desempenha um papel muito importaque a
que reveste o esôfago pelos efeitos ~o vomit~). - d · t • nte
na recuperaçao o pac1en e.
• Face inchada e dolorida (inflamaçao nas glan-
dulas salivares).
• Cáries dentárias. Vigorexia
• Desidratação. . seio de um aso.
. nascendo . no
A vigorexia está
• Desequilíbrio eletrolítico. ciedade consumista, competitiva, frívola, ate' cer-
• Vômitos com sangue. to ponto, onde o culto à imagem padrão acab
• Dores musculares e câimbras.
adquirindo, praticamente, a categoria de relioi· ª
. . 1 º'ªº·
Causas: A v1gorex1a e, em gera , os transtornos alimenta-
Assim como na anorexia, a bulimia nervosa é res exemplificam bem a influência sociocultur 1
uma síndrome multideterminada por uma mescla na incidência de alguns transtornos emocion/1
de fatores biológicos, psicológicos, familiares e cul- A vigorexia, mais comum em homens, se cara:~
turais. A ênfase cultural na aparência física pode ter teriza por uma preocupação excessiva em ficar
um papel importante. Problemas familiares, baixa
forte a todo custo. Apesar de os portadores des-
autoestima e conflitos de identidade também são
ses trans_tornos serem bastante musculosos e
fatores envolvidos no desencadeamento desses
quadros. Muitas vezes, leva tempo para se perceber pas_sarem horas na academia malhando, ainda
que alguém sofre de bulimia nervosa. A caracterís- ª;i~Im se consi.deram fracos, magros e até esque-
tica principal é o episódio de ingestão de alimentos let1~os. Um~ das observações psicológicas desses
c?mpulsivamente, acompanhado por uma sensa- pacientes e que eles têm vergonha do próprio
çao de falta de controle sobre o ato e, às vezes, feito corpo, recorrendo, assim, aos exercícios físicos
secretamente. Os comportamentos direcionados a excessivos e às fórmulas mágicas para acelerar o
c?ntrole de peso incluem jejum, vômitos autoindu- fo1:'1lecimento, por exemplo os esteroides ana-
zidos, uso,.de laxantes,
fí' enemas, diuréticos, e pra'ti' ca bohzantes. A vigorexia também é chamada ro-
• 1

de exercic10s sicos extenuantes. mant1camente, de 'síndrome de Adônis'. Aescravi-


.º diagnóstico de bulimia nervosa requer episó~ zação das pessoas das sociedades civilizadas aos
dios com uma frequência mínima de du as vezes padrões de beleza tem sido um dos fatores socio·
por semana, ~or, pel~ menos, três meses. A fobia culturais associados ao incremento da incidência
de engordar e o sentimento motivador de tod 0 0 dos t~anstor,nos dismórficos, sejam corporais
. se-
comp u1s1vo,
'd dEsses, episódios de comer
quadro. (associados a anorexia e bulimia) se1· am mus·
gm os e metodos compensatórios od · '
• As causas da vigorexia
manecer escondidos da família por m , p ·t em per-
culare
b s (vigorex1a). sao #

. . mo tempo st
ª ªnte relacionadas à visão de si mesmo. Entre
. nervosa acomete adol escentes um po .
A bulimia
os portadores de vigorexia, temos pessoas que
comais velhas, em torno dos 1? anos. Pessoas com u-
procuram apenas a figura perfeita, influenciados

236
r
Unid ade 31
or modelos culturais, e, també m
pue querem ser os melho res .' ~esportistas • Distorção da ima
qwamente, mmto . d , exigind • Personalidade . gem do corpo.
e seu corpo G o, obses-
vigoréx
5 icos são pessoa s de per · er~lmente, os • Fatores socioc mtro~ertida.
vertida, cuja timide z ajuda na bsonahdade intro- • Tendên . , ultura1s comuns.
. ~~pe l cia a automedicação.
perfeito como compe nsação d . o corpo As
·nferioridade .social. Essas pesos sentim entos de • Umaconseq " .
das uenc1a ! da vigorexia:
lbaixa autoes soas tend - consequencias d . . ,
tima e grande difi ld em a ter cupaçao para a sob a vigorexia e a preo-
r socialmente. Eles podemcru . ~de de se inte- reação que diz qu r~carga ~orporal, um tipo de
gra e1eitar a ·
corpora. 1com .a d or.
. dOs critéri os para o diagn'
.imagem. • Insônia. e ª go está errado.
co de .vigorexia am ,a não estão 1
c arame nt osti- • Irritabilidade.
belec1dos, porqu e so recent ement e 1 e esta- • Desinteresse sexual
a ser estudada. e ª começou • Fraqueza. ·
• Falta de apetite.
• C~~saço constante.
• Dificuldade de concentração.
Tratam ento:
Os tratamentos usados
ver essa necess idad para controlar ou remo-
multidisciplinares oe ':ns_ta~t~ de exercício são

concluir estai
t
contribuição de vã . q sigmfica que é preciso a
nos atores ou elementos para
. mportante tarefa como·
• D1eta, eqm
. ·1·b
i rada de nutrientes
' e vi·ta· mmas
. ne-
cdessanabs p~ra o corpo e a supressão de esteroi-
es ana ohzantes.
• Psicoterapia, para entender o aspecto compor-
tamen tal ~o indivíduo e sua percepção distorci-
da da realidade.
• Uso de medicamentos para controlar a ansieda-
d~, o comportamento compulsivo e para redu-
zi~ ~ estress e e obsessão para treino.
Vitimas de vigorexia raramente aceitam a sua
d?~~ça, e a falta de autoestima faz com que seja
~1fícil s~pera r esta condição. Um problema par-
ticular e que, um pouco como os anoréxicos, elas
rarame nte se veem com um problema e não são
susceptíveis a iniciar o tratamento. A condição em
si ocorre, em parte, como uma resposta a senti-
mento s de depressão e falta de autoestima, e se-
guir em frente é considerado admitir a "derrota".
Otratam ento para a vigorexia envolve atendimen-
to psicológico a longo prazo. Uma terapia é geral-
Avigorexia foi inicialmente nort?eada de 'Síndrome de mente recomendada, e, às vezes, medicamentos
Adônis' em referência ao mito de um homem, Adônis, psiquiátricos podem ser usados para gerenciar a
tão atraente que a deusa da beleza, Afrodite, se depressão, especialmente nas fases iniciais do tra-
apaixonou à primeira vista. tamen to. Todos estes aspectos devem ser super-
visionados por profissionais de cada área, com o
apoio incondicional da família em cada_ e~pa p~ra
garant ir a eficácia do programa. O obJetivo prin-
Sinais e sintomas: cipal é mudar o comportamento do sujeito e re-
• Distorção central na percepção do corpo.
• Obsessão por exercícios e dietas especiais. constr uir a sua autoestima.
• Preocupação exagerada com o próprio corpo.

237 ~
Didático de Enfermagem - Teoria e Prática

Transtornos de restaurantes, filas, cinemas, teatros el


. . -
Nesses casos, a l1m1taçao eventual já in
' evad
Otes
'

ansiedade .
. 'fi cativamente,
paciente s1gm . . .
mas quandcornod . a.
O lll}p 0
0 acesso a loca1s essenc1a1s, como ônib ecte
ros, metro,. ou trens, a VI'd a soc1a. l fica b us' ear.
Agorafobia comprometida. Geralmente, alguns sint em Illais
transtorno são superados quando há co:Illas do
Agorafobia é o transtorno de ansiedade em que de alguém, bastando ~ ~o~pan~ia até d~anhia
um indivíduo, quando exposto a lugares ou a si- criança para o agorafob1co sentir-se tr U~a
tuações que ele julgue como embaraçosas, acaba Quando o tratamento não é feito ou O ;nqu110.
sentindo uma ansiedade desproporcional ao fa- no não é corretamente diagnosticado, 0 pan.stºt-
tor que está sendo presenciado, podendo apre- . torna-se ainda mais dependente da pres aciente
sentar até sintomas do transtorno do pânico. outras pessoas. Surge, com isso, um sen~nça de
A agorafobia pode tanto se manifestar de forma de culpa - do paciente - por estar interi Ill~nto
específica como generalizada (como sair de casa, na vida dos outros, e, ao mesmo tempo uerin_do
&
coniorm1 'dade, por essa s1·tuaçao , Illa in.
- aparenta
ir ao trabalho ou ao médico). Os lugares específi-
cos mais evitados são os túneis, passarelas, pon- de forma incontrolável e incompreensível .(se
tes, avenidas largas ou rodovias. Pode ocorrer o essa frustração leva o paciente a desenvol;e oda
medo de multidões, como nos shopping centers, quadro depressivo, podendo evoluir a pont udrn
e1e comet er smc1 o e
. 'd·10. O transtorno
pode se desenvolver de uma t b'
espec1'f'1ca ou ser resultado deOurnIa
trauma extremo, como resultado d
inúmeros ataques de pânico. e

Fobia específica
Conhecida também como 'fobia
simples: a fobia específica é o medo
de um determinado objeto, animal
ou circunstâncias, desencadeando
no indivíduo uma intensa crise de
ansiedade com sintomas semelhan-
;,

'/ tes aos da síndrome do pânico. Atin-
ge duas vezes mais mulheres que
homens, sendo que o medo de altura
J é a única fobia - dentre as mais co-
muns - a atingir mais homens que
J mulheres. A fobia de sangue atinge
: \
de forma igual homens e mulheres, e
tem caráter altamente familiar (fato-
. ·• j res genéticos envolvidos).
As fobias estão entre os transtornos
mentais mais comuns, atingindo de 5
a 10% da população. Porém, por esta·
rem limitadas a situações que geral·
mente podem ser evitadas, não che-
gam a causar sofrimento significativo
a ponto de os acometidos procurarem
aUXIlio médico. A maior parte dos ca·
Os elementos em ondas da imagem reproduzem ondas sonoras de um sos surge na intãncia ou adolescência,
grito dado pela figura humana, expressando angústia e dor. e, sem tratamento, tendem a persistir
durante a vida adulta.

/ 238
Uni dade 31

Fobia s incom uns


. í, ..
Araqu ibutfr ofobii ·_ ·: :•., Medo de que se incrust em na gengiva ou no palato a pele que
. ·. '://.·,:~ . envolv e o amendo im, a pipoca ou outro compo nente que adere
.. : .: :'..,j •
ao palato, como doces compa ctos
Aurof obia ·
Medo de ouro
..
. Biblio fobia
Medo de livros

Medo de plantas
Clinof obia ·
Medo de camas ou de deitar- se

Medo de palhaço s
Eufob ia .. ·. Medo de ouvir boas notícia s

Melof obia .. · . Medo de música

Sofofo bia · . Medo de aprend er

Vestif obia · : Medo de roupas ou de se vestir

Fobia s mais comu ns


. . ,-,,:;
,:::~
Aerofo bia ou aviato fobiâ .. .. ··.~ Medo de avião
..
Medo de altura
Acrofo bia
Medo de sair de casa
Agora fobia
Medo de aranha s
Aracn ofobia
Medo de tempes tade/tr ovões

Medo de desenv olver um câncer


Carcin omafo bia
Medo de doença s do coraçã o

Medo de lugares fechado s


Claust rofobi a
Medo da morte

Medo de pessoa s e situaçõ es sociais


. obia,
Soc1of ª
. ,1 0 b"1 social ou
antrop ofobia

23 ~
~;,,:~:-~~~ tj~~
c:nrermagem - Teoria e Prática
iF :J. E JJii Q -- _ _ _,.._ __
- - . . - - - 1!i ••,....,-w,,.,.,_ _ _ _ _ __
-=w---;;;,_.,...--...., ~
Fobia social
. . ,
transtorno de pânico. Em aproximada
terço das pessoas com ambos os transto~ente Ull}
~
Fobia social p
sa sensaçã d rovoca no md1VIduo uma inten- pressão precede o início do transtorno de°s: a ~e.
quando lo , e medo, ansiedade ou desconforto Nos dois terços restantes, a depressão O Panico.
tânci· e e e exposto a determinadas circuns- mesmo tempo ou após o início do trans;orre ao
as como·· fre quentar loca1s . escuros encon•
trar-se com ' pânico. A idade de início para o transtorn º;o de
. pessoas, falar em público etc. Podem nico varia muito, sendo mais típica em in:. ,e Pâ-
ocorrer smto mas fís1cos . como rubor. tremores
, que estão na fase final da adolescência e :duos
nauseas e d ese10 • . ' '
. mtenso de urinar. Em geral a na faixa dos 30 anos. Apenas um pequeno ~Itos
crise de an s1e · d a d e e, de tal forma intensa que 'se
ro de casos começa na infância, e o início an~e-
assemelha a uma crise de pânico. A fobia social 45 anos é bastante incomum, mas pode oc/ºs os
pode ser resultado de um evento traumático que
pode estar, ou nao, - presente no nível consciente' curso habitual é crônico, porém, flutuante. Ozer.
d0 m '
. d'IVIduo. · parte dos casos se inicia na indivíduos podem ter surtos episódicos com guns
A maior de rem1ssao . rval o, e outros podemanos
. - nest e mte
adolescência e atinge todas as pessoas. uma sintomatologia severa contínua. ter

Critérios diagnósticos para síndrome do pânICO:
Síndrome do pânico
A • •

• Ataques d e pamco recorrentes e mesperado


• Pelo menos um dos ataques foi seguido por ~
O transtorno - ou síndrome - do pânico é ca-
racterizado por crises ·intensas, repentinas e
mês (ou mais) de uma (ou mais) das seguintes C:
racterísticas: (1) preocupação persistente acerca
graves de ansiedade e medo. Geralmente, são
de ter ataques adicionais; (2) preocupação acerca
acompanhadas de vários sintomas físicos, como
das implicações do ataque ou suas consequências
palpitações, respiração rápida ou sensação de
(ex.: perder o controle, ter um ataque cardíaco
asfixia, visão turva, tonturas e sentimentos de ir-
"ficar louco"); (4) uma alteração comportamentaÍ
realidade (despersonalização ou desrealização).
significativa relacionada aos ataques.
Além destes citados, existe um constante senti-
• Ausência ou presença de agorafobia.
mento de medo de morrer, de perder o autocon-
• Os ataques de pânico não se devem aos efeitos
trole ou de ficar louco. O ataque de pânico deve
fisiológicos diretos de uma substância (ex.: dro-
ocorrer de forma inesperada (espontâneo, não
ga de abuso, medicamento) ou de uma condição
evocado, "vindo do nada"), sem associação a um
médica geral (ex.:hipertiroidismo).
ativador situacional (um objeto ou uma situação
qualquer do dia a dia). Pelo menos dois ataques Os ataques de pânico são mais bem explicados
de pânico são necessários para o diagnóstico, mas por outros transtornos mentais, como:
a maioria dos indivíduos tem um número consi- • Fobia social: quando oc~rre pela exposição a
deravelmente maior de ataques. Ataques ligados situações sociais temidas.
a determinadas situações ou objetos podem ocor- • Fobia específica: quando ocorre pela exposi-
rer, mas são menos comuns. Há uma preocupação ção a uma situação fóbica específica.
intensa acerca do próximo ataque de pânico, po- • Transtorno obsessivo-compulsivo: · quando
dendo levar ao desenvolvimento de um compor- ocorre pela exposição à sujeira, em alguém com
tamento de esquiva que pode satisfazer os crité- uma obsessão de contaminação, por exemplo.
rios sintomáticos para agorafobia. O diagnóstico, • Transtorno de estresse pós-traumático: em
neste caso, passa a ser transtorno de pânico com . resposta a estímulos associados a um estressor
agorafobia. Embora a agorafobia possa desenvol- severo.
ver-se a qualquer momento, seu início se dá ge- • Transtorno de ansiedade de separação: em
ralmente durante o primeiro ano da ocorrência resposta a estar afastado do lar ou de parentes
dos ataques de pânico. O curso da agorafobia e queridos.
seu relacionamento com o curso dos ataques de
pânico são variáveis. Em alguns casos, uma dimi- Transtorno de ansied ade
nuição ou remissão dos ataques de pânico pode
ser seguida por uma diminuição correspondente
generalizada
na esquiva e ansiedade agorafóbicas. O transtor- É caracterizado por um sentimento de ansieda·
no depressivo agudo é outro transtorno que ocor- de muito forte, que pode ser desencadeado por
re com frequência (50-65%) em indivíduos com qualquer situação, tornando-o muito frequente

1240
Un ida de 31
dia a, dia. do ind ivíd uo. Os sin t0 ma s ess enc1ais .
po pre end em .
,., variav eis, ma s com
- nervos1sm per- tomas se manifesta m passados meses ou até anos
sa 0
·stente, tre mo res. , ten sao museu} ar, tran sp· o _ da data d o evento tra , .
umatico. Estima-se que 25%
s1 d ita _ 1raçao, das pessoas
sensaçao e vaz io na cab eça , pai
N

(acidentes ª~~~~~~~ por eventos fes naturais,


çoes, tontu- traumáticos
ras, desconforto epi gás tric o, afliç~o stro
estupro, tortura to I ISticos, catá
ves que pod em oco rre r com O Pº~
doenças
violentas)
prdoprio Pacien- desenvolvam ' estemunho de mortes
graeamigos ou fam ilia res . É des en ca ead o 0 ,
t,
rios fatores pre sen tes no dia a dia
do in ~ ,r va- cidência em ;:sf ~ transtorno, que tem maior in-
~ . eres (o dobro).l Em crianças, os t..
Iduo, eventos tr · •
sendo dificilmente not ado _ e dia gno sti cacdIVto - en d equatic
· aaum
os pod em me mr. experiências
. t b , . - sexua1·sin ada s, mesmo sem v10 lencia ou da-
A

sm orn as as1 cos não cau .


os
quanto . 'fi . sar em tran s - nos fí ·
s ou am eaçadores.
. s1co s reai
tornos sigm cat ivo s par a a pes soa

Tr an st or no d e e st re ss e Transtorno s psicót icos


ag ud o
a um a situ açã o t rau _ Ps ico se
. É causado pell adexp osi ção
. ·1 , _
. ava ssa a ora , sim1 ar ao est res se pos
, lca os qua-
mat , . t As psi~o~es constituem seguramente critos
exc e o po r oco rre,r dur ant e O pri dros mais mteressantes e enigmátic
os des
•_
-tra.umatic,. o, , o. o indivíduo característi-
meiro me s apo s o eve nto tra um atic pela psiquiatria. Os sintomas mais
o a um aconte- os traços da
com um est res se agu do foi exp ost ~os das psicoses estão marcados pel
.
cimento terr íve l. Ele rev ive me nta
lme nte O even- incompreensibilidade e da estranheza
: delí
_ rios, aluci-
to traumático, e pas sa a evi tar coi
sas que pos sam Alguns exemplos de psicose são
do eu, al-
· lembrá-lo do eve nto , apr ese nta ndo
um nível alto nações verbais, alterações da consciência
e sintomas
bém apr ese nta terações graves dos sentimentos vitais
de ans ied ade . O ind iví duo tam das psico-
: negativos. As principais formas clínicas
três ou ma is dos sin tom as a seg uir ses: esquizofrenia, paranoia e transtor no bipolar.
tan cia me nto ou
• Sensação de em bot am ent o, dis O transtorno bipolar apresenta alternâ
ncias en-
ausência de res pos ta em oci ona l. tre crises de mania e de melancolia
, geralmente
am bie nte (Ex.:
• Percepção red uzi da do me io com intervalos de recuperaçã o da integridade psí-
um paciente em
ato rdo am ent o).
reais. quica entre eles. Quando se atende
• Sensação de que as coi sas não são quisar se ele
mania ou melancolia, é importante pes
é real. mente.
• Sensação de que ele me sm o não já apresentou esses sintomas anterior
um a par te im-
• Incapacidade de lem bra r-s e de
por tan te do eve nto tra um áti co. Ne ur os e
inção en-
Seguindo a tradição psiquiátrica, a dist
Tr an st or no de es tress e tre neurose e psicose é traçada ent
re processos
i_s da perso-
pó s- tra um át ic o psíquicos e desenvolvimentos anorma
~1zer_ que ~s
o pel a ex- nalidade. Sob este ângulo, Pº?~mossao ps1cologi-
É um dis túr bio da ans ied ade cau sad .· . tomas e as vivênc,ias •neurot1cas · , _cons1'derando
posição a um a situ açã o tra um áti ca avassaladora sm
cam ent e com preens1 ve1 s, ou seJa
que lesam
As situações que am eaç am a vid a ou a história de vida da pessoa, su~s VJr
tud~~ e suas
1har, po-
afetá-lo duran- . ,. cias seu contexto soc ial e fam
gravemente um ind iví duo pod em n env olv ime nto da
cia. O medo expenen m~reender que no des
te muito tem po apó s a sua oco rrê são frequentes. vio rota.
de
. te par o e o ter ror . •da demos co a11·dade, ela sofre certo des
111 nso, o des am
am ent e reVIà VI sua person . . is formas de neurose sao: neu
N
rose
A situação tra um áti ca é rep etid lhe vêm me- a e neu ros e obs es-
nst ant e- As p~1~crd: neurose histéric 1

em pesadelos ou em im age ns que . co ão com de ansie a ' e obsessiva tem a cur iosa fam a de ·1
'I
I~.
lllória {/lashbacks). O ind iví duo eV ros das neuroses. Essas pessoas sao N

· a · A neu .
siv , • "
lllent.e objetos e pes soa s que ten hamd~~ Jrm a in- a mais 1ouca hecidas como "s1. stemancas ,
ser ta maneira e
·s Jembran- muitas vezes con &. zer tudo de cer f l
o 8'lento tra um áti co ou que pos sam ,a
reação a mam que rerndo isso não é poss ve .
CCllsciena, - e ind ire ta - de sp e~ ~:àsine tom as de
costu
se angust
.
iam qua
~ mo afe ta a cap ac• ~:
po dendo oco rre r_ t:aT_
:es , ess es sin · 241
· e e depressao. n:, v
L/1"- -lutic o d e Enf
errn age m - Teo ri a e Prát ica

· ofre nia
Esq u1z
tas vezes, envolvem uma interpreta ~
A esquizofrenia é . , . de percepções ou experiências. Por çao errônea
racterizado pela rd um d1stúrb10 mental grave, ca- indivíduos com esquizofrenia pod/xempto, 08
(psicose) ai . peçõ ª dod conta to com a realidade
. (crenças falsas) tar delírios persecutórios, acreditand: ªPresen.
, ucina es, elínos que estão
Pensarnentos anorm · ai - , sendo atormentados, seguidos' enganado
rnento lab . ais e teraçao do funciona- espio. nados. po em tambem apresenta s ou
d ,
important orativo .e social. A esquizofrenia é um de referência, acred itando que trecho rd ede_ lfrios
?e
mundo 0 .e proble~a ~aúde pública em todo 0 . . I d ,
Jornais ou etras e musicas são direct •Y•os,
s ln ....
racte , . . iversos d1stúrb1os compartilham as ca- especificamente a eles. Eles podem onados
se rIStlcas da esquizofrenia. Os distúrbios que delírios de roubo ou de imposição do ;Presentar
asse~elham à esquizofrenia, mas cujos sinto- to, acreditando que outras pessoas poendsam en.
~as eStã o presentes há, no mínimo seis meses sua mente, que seus pensamentos estãO
em 1er
sao denominados 'distúrbios esquizdfreniformes~ transmitidos para outras pessoas ou sendo
~uan?o os sintomas persistem por, pelo menos, sarnentos e impulsos estão lhes sendo ~ue Pen.
~ dia, mas se repetem pelo menos por um mês •mpos.tos
por forças externas. Existem, ainda , as 1
sao ~en?m~nados 'distúrbios psicóticos breves'. - au d'1tivas
çoes · , V1sua · oJ&.iativas, gustatiª UCJna·
· 1s,
Um d1stúrb10 caracterizado pela presença de sin- táteis; apesar de. as alucinações auditivas vas ou
tomas do hu~o r (Ex.: depressão ou mania) junta- de Ionge, as mais frequentes. O indivídu o Pode'
serern
~e~t e com smtomas mais típicos de esquizofre- ,, ouVI· r,, vozes comentando seu comportam
nia e denominado distúrbio esquizoafetivo. ento
conversan do umas come as •outras ou faz end0'
U~ dis~rbio da personalidade que pode com- , • , •
comentános cnticos e 01ens1vos. o distúrbio do
p_artilhar smtomas de esquizofrenia e no qual os
pensamento refere-se a um pensamento de so~
sm~omas em geral não são tão graves a ponto de . d
gamza o, que se toma evidente quando a fala é
satisfazer aos critérios da psicose é denominado
desconexa, muda de um tema a outro e não t
'distúrbio da personalidade esquizotípica'. Em- qualquer finalidade. em
bora a causa específica da esquizofrenia seja des-
A fala pode ser discretamente desorganizada
conhecida, o distúrbio tem claramente uma base
ou completamente incoerente e incompreensível.
biológica. Muitos especialistas aceitam um mode-
O comportamento estranho pode tomar a forma
lo de "vulnerabilidade-estresse': no qual a esqui-
de atos infantis, de agitação de apresentação, hi-
zofrenia só ocorre em indivíduos biologicamente
giene ou conduta inadequada. O comportamento
vulneráveis. Até o momento, a causa da vulnera-
motor catatônico é uma forma extrema de com-
bilidade do indivíduo à doença é desconhecida,
portamento estranho, no qual o indivíduo pode
podendo ser uma predisposição genética, proble-
manter-se em uma postura rígida e resistir aos
mas que ocorreram antes, durante ou depois do
esforços para ser mobilizado ou, ao contrário, ele
nascimento, ou uma infecção virai do cérebro. O
apresenta uma atividade motora sem estímulo e
estresse ambiental como eventos traumáticos
sem objetivo. Os sintomas negativos ou de déficit
da vida ou problemas de dependência de drogas
da esquizofrenia incluem o embotamento da afe-
desencadeiam o início e a recorrência da esquizo-
tividade, a pobreza da fala, a anedonia e a misan-
frenia em indivíduos vulneráveis. A esquizofrenia
. tropia. O embotamento da afetividade refere-se a
começa mais frequentemente entre os 12 e os 24
anos nos homens, e entre os 26 e 45 nas mulheres. uma diminuição das emoções. Afuce do indivíduo
O surgimento da esquizofrenia pode ser súbito, pode parecer imóvel. Ele mantém um contato vi·
suai mínimo e não apresenta expressividade emo·
desenvolvendo-se ao longo de dias ou semanas,
cional. Os eventos que normalmente fariam um
ou lento e insidioso, desenvolvendo-se ao longo
indivíduo rir ou chorar não produzem respostas.
de anos. Oquadro clínico da esquizofrenia é clas-
A pobreza da rala refere-se a uma diminuição dos
sificado em três grupos: delírios e alucinações;
pensamentos, que é refletida na diminuição da
distúrbios do pensamento e comportamentos es-
fala. As respostas a questões podem ser concisas,
tranhos; sintomas negativos ou de déficit. Um in-
compostas de uma ou duas palavras, dando a im·
divíduo pode apresentar sintomas de um ou até
pressão de um vazio interior. A anedonia refere·
três dos grupos. Os sintomas são suficientemente
-se à diminuição da capacidade de sentir prazer.
graves para interferir na capacidade laborativa,
Oindivíduo pode demonstrar pouco interesse por
de se relacionar com as pessoas e de cuidar de si
atividades anteriores e despende mais tempo ern
mesmo. Os delírios são falsas crenças que, mui-

12 42
U ni dad e 31

· o•vidades inúteis. A .misantropia r etiere-se a, falta


a 1 tomas devem estar presentes por mais de um mês,
de inte~estse em re ac1~nar-se com outras pessoas · . porém os pacientes não devem ultrapassar seis
esses • sm ornas negativos frequent emente estão meses com o quadro. A remissão (melhora) deve
i;:.
perd a geral na m O tivaça_o no
associados a uma .d d ' ocorrer durante esse período, sendo que quanto
sentido d e fi nalI a e e objetivos. mais curto for o episódio, melhor é o prognóstico.
Tipos de esqu izof reni a Prejuízo social ou ocupacional em função de seus
Alguns pesq uisa dore s acre ditam que a esqui- . sintomas podem estar presentes ou não. Pacientes
. . d" , b" isolado, enquanto
zofrenia seJa um 1stur 10 ou- que persistirem com os sintomas psicóticos por
e (con- um período superior a seis meses podem receber o
tros acha°:1 que se trata de uma sínd rom diagnóstico de esquizofrenia. O tratamento é simi-
junto de smto mas ) base ando -se nas numerosas lar ao da esquizofrenia, geralmente necessitando
doenças subj~centes. Em um esforço para clas- de hospitalização para a realização de diagnóstico
sificar os paci ente s em grup os mais uniformes e tratamento mais adequados.
foram prop osto s subt ipos de esquizofrenia. N~
entanto, em um mes mo paci ente , o subtipo pode
mudar no deco rrer do temp o . Tra n st o rn o esq uiz oaf etiv o
• Esquizofrenia para noid e: é caracterizada por Essa doença tem características tanto da esqui-
uma preo cupa ção com os delírios ou alucina- zofrenia quanto dos transtornos de humor. Em
ções auditivas. A fala deso rgan izad a e as emo- outras palavras, os pacientes que apresentam
ções inad equa das são men os proeminentes. · essa doença têm sintomas de esquizofrenia "mis-
• Esquizofrenia heb efrê nica ou deso rganiza- turados" com sintomas de doença afetiva bipolar
da: é cara cteri zada pela fala desorganizada, pelo (antigamente conhecida como 'psicose maníaco-
com port ame nto deso rgan izad o e pelo embota- -depressiva') ou de depressão. Esses sintomas
mento afetivo ou pela s emo ções inadequadas. podem apresentar-se juntos ou de,.ma_neira ~l~e~-
nada. Ocorre também na adolescenc1a ou m1c10
• Esquizofrenia cata tônica: é dominada pelos sin- da idade adulta e costuma ter uma evolução mais
tomas físicos, com o a imobilidade, a atividade mo- benigna que a esquizofrenia.
tora excessiva ou a adoç ão de posturas esquisitas.
• Esqu izof renia indi fere ncia da : é frequente-
mente cara cter izad a por sinto mas de todos os
grupos, com o delír ios e alucinações, distúrbio
do pens ame nto e com po~ men to estra nho e
sintomas de défi cit ou negativos. . ..
Mais rece ntem ente , a esqu izof reni a f~1 class1 f1~
cada de acor do com a pres ença e gra~ d~d~ do
sintomas nega tivo s ou de déficit.'fiNos md1v1d_uos
d ·t da esqm zo-
com o subt ipo nega tivo ou de e ci .
frenia os sinto mas nega tivo s são predomu~an-
, fi • falta de mot1va-
tes, com o emb otam ento ª. ettvdo , t· Iidade. Nos
ma
· -o
. · mça do sent tdo e d, ficit ou pa-
ção e d imm . .
indivíduos com esqm zofr em~ se~ :ão eviden-
ranoide, o~ delír ios e as alu; ;;;i~ :ent e poucos
tes, mas sao obse rvad os r 1 ·ndivíduos com
sintomas nega tivos . Em ~era ~~= ~ a apre sent ar
esqu izofr enia sem défi cit te e são mais res-
uma inca paci taçã o men os grav e
ponsivos ao trata men to.
"O esadelo em um espelho'; de Terry Mark~, retrata
p esquizoaF etivo que é caracteriza. do por
Transtorno esquiz ofreni fo~me 0 transtorno 'l' '
. ões delírio ou paranoia somados a sintomas
. ofren1forme depressivos ou eufóricos.
_ esqUlZ
.. cl"nJ110 . a/ucmaç '
Os paci ente s com u '"-- : uito parecido com
IPresent am um quadro clínico m ao temp o limi-
lllqulzofrenia. A difer ença d~ve-se ou seja, os sin-

_ q_ue_o_s_si_n_to_m_as_ p
.......-:,.: a=;;....·_em _ m
_e_rs_•ste _._ _ _____ ~------••:JLI
D1.d,t ePrát ica
a ico de Enfermagem - 1e~r_1a _ .. _ - -=== ==::= ..._,__
T ·

. para cada 1.000. O~orrem mais nas Prilllí


Tra nst or no psicó tico breve m
ães solteiras. Paciente
.
s com. transtorn O bP~taslp
e
ou pacientes que tiVera_m psicose no Parto olar
. O transtorno psicótico breve pode ser caracte- . r devem tomar medidas preventivas. O~ .ªnte.
rizado por um quadro clínico muito parecido com no caso 1Cj0
, súbito dando-se em um terço dos
a esquizofrenia ou com o transtorno esquizofre- e , o parto, d01s ' terçossnap ti-·
niforme, apresentando delírios, alucinações, lin- meira semana apos
guagem ou comportamento desorganizado ou meiro mês. A principal temática dos deli'~º Pti.
l'íos d
puerperaI está' 1·iga -a ao hbebê. Os tell} a
d
com o transtorno delirante. Entretanto, esses Psicose , .
sintomas deverão estar presentes por um curto mais comuns dos deImos sao ac ar que o beb•as
d tá'
espaço de tempo e persistir no mínimo por um não nasceu, f01. troca o, es morto ou dei . e
dia, e, no máximo, por 1 mês, melhorando com- so. Tentativas de homicídio contra O bebê peituo.
pletamente dentro desse período. Geralmente, acontecer. A recuper açao-d .
a psicose está ct·ode"'·•1
, h' , . , . d treta
encontramos situações estressantes que precipi- mente ligada a 1stona ~revia a paciente. Send ·
tam o quadro. O tratamento deve ser realizado ela bipolar, a recuperaçao do transtorno se da ~
com medicações antipsicóticas, eventualmente de forma natural ou abreviada pelo tratame ntol'á
. f ,. . ,. .
requerendo internação hospitalar. A evolução Sendo esqmzo remca, o curso cronico pross .·
desses quadros costuma ser benigna com total i I ade de certa acentuaçãoegui.
rá com a possi'b'l'd d
remissão dos sintomas. rante O puerpério. Sem nenhuma história pré _u-
a maior probabilidade é de que a paciente seVia, re.
cupere complet amen~e . O tratamen to realizado .
Tran stor no p sic óti co aleita-
é O mesmo para as psicoses em geral, e O
com p a rt ilh a d o mento materno precisa ser suspenso
Trata-se de uma situação rara, na qual uma
pessoa começa a apresentar sintomas psicóticos
(delírios), a partir da convivência próxima com Transtornos do controle
um doente psicótico. Geralmente, ocorre dentro dos impulsos
de uma mesma família, entre cônjuges, pais e fi-
lhos ou entre irmãos. O tratamento consiste em
separar as duas pessoas. Se houver persistêncta .T t no bsess . o
dos sintomas, pode ser necessário usar medicá-,.,,,,.. -~ }{ O. Q~ O~ 1VO
ção ª?tip~icótica. Psicoterapia e terapia ft~lihf~·.. ÇO rtl.~~-)Í' 1VO ( TÜ ()
. J do, essencia
,. É caractenza • ob.
• 1men te, por 1'd e1as
tambem aJudam no tratamento e prevença ,:. .,. ,o.
.
7
· ,/ ' '/ . · ·,. ,_. . , ·~essi~ ·e if~Õmportamentos compulsivos recor-
pSI CO S e P Ue r Per a 1 _/ ,:.• . . · .re~ ·d~ias ó_b_sessivas são p~nsamentos,
A psicose puerperal (puerpério é a fase que ,.· repr.e es ou impul~os que se mtrometem
~ai até 4~ dias após o parto) ~~2'6
uma psicose na
estereo
~ do _sujeito de .1!1º~º repetitivo e
Ele tem consciencia desses pen-
a parte: e uma psicose desenc ~ ada pelo par-
to, assemelhando-se clinica~ e s psicoses de sament de todas as maneiras evitá-los,
sucesso. /

li ,
curta duração. As psicosr, j1fii s após essa
fase recebem o diagnósti ' 1 ~~ rdo com suas ntos e os rituais compulsi vos são
características específica~ ã_o d~ · Ias- otipadas e repetitivas. O sujeito
sificadas como puerperal. O p pa a ' e m proveito real ao executar essas
fase crítica por causa das viole tas . . an~s . s não representam qualquer tarefa
nas taxas hormonais, além de todo o estres.. útil de seu dia a dia, servindo apenas para aliviar
se que o parto implica: Verifica-se um aumento suas obsessões. Entretal}t'b, até a mínima impossi·
geral n~ i~cidência de distúrbio~ ,mentais nesjil • bilidade de realizá-las ou a tentativa de alterá-las
fase, prmcip~lm~nt~ para quem Ja_sofreu alguWI agrava ainda mais O quadro do paciente, que pode
problema ps1qmatri,.co ~ntes. A ps,cose_ pu:ifj r gerimentar crises mais graves de ansiedade, ou·
:1
u
ocorre na frequenc1a ~e ,~m ou-d] is p
.
•. . sm,~ ~ muito com1:1m_nesse transtorno.
~

B ' '--/ '~


~
f:!::i
~
vi
Un ida de 37

b . se refe re à obs essão em lava r as mãos.


. nsto rno o sess1vo com pulsivo
Um dos sin tom as do tra

o pânico é rara
agorafobia, mas a agorafobia sem
Sinais e sintomas: havendo até mesmo quem afirme
que não exist~
me s, suj eir as etc.
• Med~ de con tam ina ção po r ger agorafobia isoladamente. As crises
de pânico são
ou ofe ndi do po r afetam o ritmo
• Im agm ar qu e ten ha sid o fer ido bastante desagradáveis, mas não
tom a os pa-
ou tra s pes soa s. d_e vida como a agorafobia, pois ela
tro le, rea liza ndo soas para sair
• Im agi nar -se pe rde nd o o con cientes dependentes de outras pes
ina tos . mentares, como
vio len tas ag res sõe s ou até ass ass de casa e fazer as coisas mais ele
e int rus ivo s. essa dificuldade
• Pe nsa me nto s sex uai s urg en tes comprar um pão na padaria. Toda
de alguém: às
• Dúvidas mo rai s e rel igi osa s. sempre é sup era da pela companhia
panhia para
• Pe nsa me nto s pro ibi do s. vezes, bas ta um a criança como com
Por causa da
• Lavar as mã os com pu lsi vam ent
e par a eli mi nar o agorafóbico sentir-se tranquilo.
rafobia inter-
necessidade de companhia, a ago
ger me s, ba cté ria s etc . pacientes que
. fere na dinâmica da família. Há
• Re pet ir de ter mi na do s ges tos a, precisando
as coi sas est ão com o não tol era m ficar sozinhos em cas
• Verificar rep eti da me nte se . Este tipo de
des lig ado etc. ou exigindo a pre sen ça de alguém
dev eri am , po rta tra nc ad a, gás parentes, que
obs ess iva me nte . pro ble ma provoca irritação nos
•To car ob jet os e co nta r ob jet os qua ndo não conhecem o problema
passam a hos-
os de um a det er-
• Ord en ar ou arr um ar os ob jet tili zar ou ridicularizar o paciente
que sofre com
ão. Quando o
min ad a ma ne ira . sua ans ied ade e com a incompreens
hecido, o pa-
tra tam ent o não é feito ou não é con
sen ça de out ras
ciente rea lm ent e dep end e da pre
A go ra fo bi a ta pes soa s, e surge, com isso, um
sentimento de
mp ort am en too con S nte ~e a dos outros e,
A ago raf ob ia é o co
. ., de esc ape ser ia culpá po r est ar interferindo na vid
. . d idade com essa
evttar on
lug are s ou s1t uaç oes t nh a um a cri se e ao me sm o tempo, um a inconform
nsí vel par~ o
situ açã o incontrolável e inc ?~~ ree
..1:a •
""'ªcil ou em ba raç oso cas o se e ,. . é mui- de de soluc10-
l'ân ico ou alg um ma l-e sta r. 10 pró pri o paciente. A imposs1b1hda
A relação en tre a ago raf ob ia e O
Pª,.° ~ ma
do pan 1co se
to PfÓXima Existe o tra n5 tor no
24 5
D'1 d, ti c a
ati co de En fer ma ge m - Te ori a e Prá

nar . e a pen sar em sm-


o pro blem a 1eva o pac ient
. tran stor nos rela1cion ado s com O pân ·Jco co
'd· - ane ce. A terap·la CQo,,mo
c1 10 e a de senvo1ver um qua dro depressivo. dep ress ao, ou e a ,perm, , , • "
3

com por tam en tal e a umc a tecn ica efica "' 1


'ti\ia
a exis-
,. Pa~a a realização do diagnóstico' bas ta .
2
conhe Ci.
tenc1a do co mpo rtam ento marcante de eVJtar de- da par a trat ar a agorafobia.
termm · ad os locais (que são sem pre os mesmos)
por med o de pas sar mal, ter um ataq ue de
pâni- De rrn ati lor na ni a
bém )
co (qu and o o paciente sofre de pânico tam É cara cter izad a por uma forma de
ou de ter os sintomas parecidos a um ataq ue de º1_eSào.
ntecido Qua ndo um a pes soa sofr e de den nati lo:!
pânico, sem que nada de erra do tenh a aco dermatotilexom_~nia, el~ agride repetida
nia, ou
med o de pas sar ea
nes se local com esse paciente. Ter sua pele. As reg10es mai s atingidas sa~ 0 asment
seu in- eictr
em túneis por que uma vez acidentou-se no - '
m1'd a d es, com o maos, pes e a cutícula e as
ou..:~
rafobia:
teri or não pod e ser classificado como ago par tes do corp o, como o rosto, gengivas, lab10s,
, ~<15
pós -tra u-
trat a-se mais provavelmente de estr esse cou ro cab elud o, estô mag o e peito.
con-
mático. Um ataq ue de pânico não pod e ser A cara cter ísti ca essencial da dermatilo
.
seja m
siderado um trauma, ainda que os ataq ues tªn a 1
crise con sist e em arra nca r os próprios cab
fortes. A agorafobia pod e resu ltar de uma man eira reco rren te, resu ltan do em aut ei°s-
O
de
nem
de pânico ocorrida den tro de um túnel, mas O ato de real izar auto lesõ es pode oco
esoes.
voc am med o
todas as crises dentro de túne is pro bre ves epis ódi os ao longo, do dia,. ou e;ePeno.
r ~lll
por
de pas sar por eles, e nem toda s as agorafobias t
d os mednos freq u~n es, por em, mais prolongados
de tú-
túneis são devido a crises de pânico den tro que po em con tinu ar por hor as. Circunst
ân . '
, na rua,
neis. Um paciente pod e ter crises em casa estr ess ant es freq uen tem ente m
aumenta esse cias
acre- ,
e nunca ter tido den tro de um túnel, mas por com por tam ent o mas tam bem ocorre em
mos o
dita r que pod erá ter uma crise no túne l faze dos de rela xam ento e dist raçã o (ex.: assi
s~i·
diagnóstico de agorafobia. o ou len do um, livro). Um sentime nt ondoe
te às me- tele visã
A agorafobia é um tran stor no resi sten _ d ente
ame nte ao lon- ten sao aum ent a a está _pr esen te imediatam
dicações: ou ela rem ite esp ont ane o.
nto dos ant es do ato de auto lesa
go do tempo, para lela men te ao trat ame

nia.
Imagem de uma pessoa com derm atil oma
Unidad e 31
Sinais e sintomas:
• comportamento recorrente de autol - um comportamento de jogo mal-adaptativo, re-
tando em pele alterada. esao, resul- corrente e persistente, que perturba os empreen-
• sensação de tensão crescente' •me • d" dimentos pessoais, familiares ou ocupacionais.
• 1atament O diagnóstico não é feito se o comportamento é
antes d e se autoles1onar ou quando O . . , e
tenta resistir ao comportament mdiv1duo melhor explicado por um episódio maníaco.
.
• prazer, satisfação ou alívio ao º~e t 1es10nar. Características e transtornos associados
. ' b" - , au o
o d1stúr 10 nao e melhor explicado por outro· Distorções do pensamento (ex.: negação, su-
transtorno mental, nem se deve a uma cond· - perstições, excesso de confiança ou sentimen-
me'd'1ca gera1(ex.: uma condição derm t 1, . 1çao
) tos de poder e controle) podem estar presentes
. , b" . a o ogica .
, O d1stúr 10 causa .
sofrimento clinicam ent e s1g- em indivíduos com síndrome do jogo patológi-
'fi . . , co. Muitos indivíduos acreditam que o dinheiro
so .
m cativo,. pre1mzo no , funcionamento eia1ou
1
ocupac10na , ou, _ate mesmo, em outras áreas é tanto a causa quanto a solução para todos os
importantes da Vida do indivíduo. seus problemas. Essas pessoas também são, com
frequência, altamente competitivas, cheias de
energia, inquietas e facilmente entediadas. Elas
Transt orno explos i vo int er- podem mostrar-se demasiadamente preocupa-
mitent e ou síndro me d o Hulk das com a aprovação dos outros e serem genero-
sas ao ponto da extravagância.
Esta doença é caracterizada por surtos de cólera
graves_por razões relativamente insignificantes. Cic lot imi a
Essas explosões podem ser violentas e causar da-
nos pessoais ou a destruição de objetos materiais. A ciclotimia é o diagnóstico referente ao grupo
É mais comum em homens que em mulheres, e é de pacientes que apresentam variações do hu-
mais frequente em adolescentes e adultos jovens. mor caracterizadas por numerosos períodos de
A característica essencial do transtorno explo- hipomania de menos de 4 dias de duração alter-
sivo intermitente é a ocorrência de episódios nados com períodos de leve depressão. Kraepe-
definidos de fracasso em resistir aos impulsos lin foi o primeiro a fazer a descrição desse caso,
agressivos, acarretando sérios atos agressivos ou considerando a ciclotimia como uma forma de
a destruição de propriedades: O grau de agressi- temperamento ou flutuações do estado psíquico,
vidade expressada durante um episódio é ampla- impressão que perdurou até 1980.
mente desproporcional a qualquer provocação
ou estressar psicossocial desencadeante. Hipom a m ia
Um diagnóstico de transtorno explosivo inter- A hipomania é um estado difuso de bem-estar
mitente é feito somente depois de descartados ou- e sensação de energia mais elevada que a média.
tros transtornos mentais que poderiam explicar Nessa fase, um paciente não procura um médico,
os episódios de comportamento agressivo (como pois se sente muito bem e feliz. Muitos hipotí-
transtorno da personalidade antissocial, trans~o~- micos são empresários bem-sucedidos, pois sua
no da personalidade borderline, transtorno ps1co- energia é até benéfica para o trabalho, as ideias
tico, episódio maníaco, transtorno_ da co~~uta ou correm-lhe mais rapidamente, mas não tão rápido
transtorno de déficit de atenção/h1peratividade). a ponto de perder o controle, o que lhes propor-
ciona benefícios para os trabalhos que requeiram
rapidez de ação e raciocínio. O humor está eleva-
Jogo pa t o lógi c o do, mas não fora de controle. Oentusiasmo é van-
tajoso, pois não deixa de ser realista e não se aba-
As pessoas que sofrem deste diStú rbio têm ~m- la com as derrotas. Viver em estado de hipomania
pulsos compulsivos em jogar, causa~do um im- seria muito melhor que viver no estado "normal",
pacto negativo em sua vida e relac10namentos, O problema é que em determinados momentos
Embora esse distúrbio possa acometer ~~to ho- pode haver alguns descontroles ou inadequações.
mens quanto mulheres, os homens mais !º~ens Contudo, enquanto uma pessoa está bem adap-
mais suscetíveis a
(adolescentes) parecem ser Ih res 0 tada, mesmo que em hipomania, não há motivos
esta doença que as mulheres. s
Na_ mu e ' razoáveis para tirá-la desse estado, caso nunca te-
jogo patológico ocorre q~ando ~ais v:~~~~~ico é nha tido problemas antes.
\:rtt sA característica essencral do Jogo P

247 li
Did áti co d e En fer ma ge m - Teo r ia e Prá ti ca

Cl ep to ma n ia que é um tran stor no raro. Quando Ull} ob·


Jeto
som e de casa, sab e-se que alguém o roubo
A cleptomani caracten.za-se pela recorrência não sab emo s se foi um ladrão ou um ele
~l'rlas
de impul ª em amb os os ma.
sa'ri· sos em rou bar objetos que são desneces- níaco, o rou bo em. si é idêntico
sos. Estudos em loJas mostram que menos de 5%
os .par a o us o pessoa1ou sem valor monetário. ta-
Esses imp ulsos sao- mai·s fortes que a capacidade dos rou bos envolviam cleptomaníacos.
d to e eficaz até o rno-
~ c?ntrole da pessoa, quando a ideia de rou bar Não há trat ame nto acei . - fi .
~ao e acompanha· da do ato de rou bar não
se pod e mento, a lgum as t entativas estão sendo ei~
,
,aze r o d"1agnostico. Deve-se sem pre esta r aler ta com tera pia orie ntad a nos EUA , terapia co
vo- com por tam enta l e medicações, apenas
toma- gJ\Jti-
a, ladr ões que queiram se pas sar por clep
valor resu ltad os parciais . Algumas pessoas melhoram corn
n!~c?s. Dinheiro, joias e outros objetos de T , nao
b em - se tem certeza se a '
os
? 1ficllmente são levados por cleptom anía cos;
sem
-
out ras nao. ,am
lho ra obs erv ada foi por causa da atenção dad
rn~
impulsos são, em sua maioria, par a objetos ªou
valor. Se alguma vez a pessoa leva um obje
to va- se foi pelo trat ame nto especificamente.
inúteis,
lioso, sen do den tre a sua maioria de coisas
io, não.
pode-se adm itir o diagnóstico, caso contrár Pi ro ma nia
ão
Acompanhando o forte impulso e a realizaç ame _
furt ado A piro man ia é definida como o comport
do roubo, vem um eno rme pra zer em ter te
o la- to rep etit ivo ,de atea r fogo de forma proposita
o objeto cobiçado. Em um a ação de roubo, conh ecid o e
, ten- intencional. E um tran stor no pouco
drã o não exp erim enta nen hum prazer, mas e~
até mesmo, há que m questione se, de fato,
são, e, pos teri orm ente , satisfação. diag -
Aparentemente, o cleptomaníaco é com
pleta- é ~~ tran,storno ~e~ tal. Para realizar esse nos
tific á- nostico, e nec ess ano que outros transtor
mente normal, ou seja, não há um traço iden ida~
aníaco como esquizofrenia, man ia bipolar, personal
vel, não sendo possível identificar o cleptom atos
o, o pa- de antissocial, seja m excluídos. O número de
ante s de ele adquirir objetos. Após o roub ince ndi ário s não é importante, basta um para
se
con-
ciente reconhece o erro de seu gesto, mas não fazer o diagnóstico, des de que o indivídu o pree n-
e nem por-
segue ente nde r o motivo de o ter feito cha os crit ério s citados a seguir.
ficar
que não conseguiu evitar o ato, acabando por O indivíduo com piromania experimenta
uma
todo s. Ess as
envergonhado e escondendo isso de cedem
storno forte excitação nos momentos que ante
características se assemelham muito ao tran tra fasci-
tom ania está o ato de ince ndi ar um objeto, demons
obsessivo-compulsivo, por isso a clep ão
desse nação pelo fogo, além de curiosidade e atraç
sendo estudada como uma possível variante fogo . Para
bém , por se pela s circ uns tânc ias relacionadas ao
transtorno, assim como a bulimia tam dos
lável) real izar ess e diagnóstico, devem ser descarta
trat ar de um impulso (po r definição incontro ivaç ões
ergo- out ros mot ivo s de incêndio, como mot
que leva o paciente a sentir-se culpado e env ão de
mo netá rias , político-ideológicas, e express
nhado depois de ter comido demais. prazer
fim da raiva. Ao con trár io, a motivação deve ser
A clep tom ania ger alm ente começa no logia
é con- e bus ca de gratificação. O curso dessa pato
adolescência e con tinu a por vár ios anos, ndiar
e seu é crônico-episódico, ou seja, o ato de ince
side rad a atua lme nte um a doe nça crônica, o com
ou seja, não tem um a freq uên cia determinada com
cur so ao longo da vid a é desconhecido, íduo
a. Ge- a tric otil oma nia ou o jogo patológico, o indiv
não se sab e se oco rre rem issã o esp ont âne fogo , mas
ada nas mu- pod e pas sar lon gos per íod os sem atear
ralm ente , a clep tom ania é iden tific e, even-
ens , por a pre disp osiç ão esta rá sem pre presente
lher es em torn o dos 35 ano s e nos hom com
clep to- tual men te, será incontrolável. As pessoas
volta dos 50. Enc ont ra-s e mai s casos de eiro
sab e- piro man ia ger alm ent e são encontradas prim
man ia em mul her es que em homens, mas difi-
méd i- pelo s bom bei ros e auto rida des oficiais, pois
-se tam bém que as mul her es pro cur am os
dên cia cilm ente pro cur am ater idim ento médico.
cos mai s que os hom ens . Estima-se a inci o tra·
É pro - Não se con hec e med icaç ões eficazes para
em, apr oxi mad ame nte, 6 cas os de 1.000. tradi -
o por - tam ent o de piro man ia; mes mo as terapias
vável que ess e núm ero este ja sub esti mad itivo-
envolve cionais, com o a psic aná lise e a tera pia cogn
que, ape sar de ser um pro ble ma médico, ltados
o des ejo -co mp orta men tal, não apr ese nta ram resu
tam bém um a que bra da lei, refo rçan do
s pen sar sati sfat ório s.
do pac ien te em se esconder, fazendo -no

12 48
Unid ade 31

rranstornos de Tran stor no de pers ona lida -


personalidade de narc isist a
A característica essencial do transtorno da per-
fran st orno de per son a li da- sonalidade narcisista é um padrão invasivo de
de anti sso c ial grandiosidade, necessidade de admiração e falta
·
de empatia.
rranstorno de perso~alid~de caracterizado Os indivíduos com este transtorno têm um senti-
um desprezo das- obrigaçoes sociais e a falta me~to_ grandioso de sua própria importância. Eles
por
d empatia em re1açao aos outros. Há um desvio rotineiramente superestimam suas capacidades
desses in-
con . . .ortamento
e siderável entre o comp e exageram suas realizações, frequentemente pa-
divíduos e as normas ~oc~ais ~stabelecidas. recendo presunçosos ou arrogantes. Eles podem
0 comportamento nao
e facllmente modificado presumir que os outros atribuem o mesmo valor a
Ias experiências adversas, inclusive pelas pu- seus esforços e surpreender-se quando não rece-
pe · uma b' " · a à frustração e
aixa toieranci bem o louvor que esperam e julgam merecer. Um
nições. Existe
um baixo limiar ~e ?es~arga de sua agressivida- menosprezo (desvalorização) da contribuição dos
de inclusive da v10lencia. outros está frequentemente implícito na aprecia-
Éxiste uma tendência em culpar os outros ou a ção exagerada de suas próprias realizações.
fornecer racionalizações plausíveis para explicar Avulnerabilidade da autoestima torna os indiví-
um comportamento que o leva a entrar em con- duos com transtorno da personalidade narcisista
flito com a sociedade. . muito sensíveis às mágoas, por críticas ou derro-
tas. Embora possam não demonstrar abertamen-
te, as críticas podem assolar esses indivíduos e
Tran stor no de per son a lida - levá-los a se sentirem humilhados, degradados e
de bord erlin e vazios. Sua reação pode ser de desdém, raiva ou
contra-ataque afrontoso. Essas experiências fre-
Transtorno de personalidade càracterizado pela quentemente o levam a um retraimento social ou
tendência nítida em agir de modo imprevisível, a uma aparência de humildade que pode masca-
sem consideração pelas consequências, com hu- rar e proteger sua grandiosidade.
mor imprevisível e caprichoso, tendência a aces- As relações interpessoais tipicamente estão
sos de cólera e uma incapacidade de controlar os comprometidas pelos problemas resultantes do
comportamentos impulsivos, tendência a adotar sentimento de intitulação, da necessidade de ad-
um comportamento briguento e a entrar em con- miração e do relativo desrespeito à sensibilidade
flito com os outros, principalmente quando os alheia. Embora a ambição e a confiança ufanista
atos impulsivos são contrariados ou censurados. possam levar-lhes a grandes realizações, o de-
O indivíduo apresenta também perturbações sempenho pode ser perturbado em ~zão da in-
da autoimagem, uma sensação crônica de vacui- tolerância a críticas ou a derrotas. As vezes, o
dade, relações interpessoais intensas e instáveis, desempenho profissional pode ser muito baixo,
além de uma tendência a adotar um comporta- refletindo uma relutância para assumir riscos em
mento autodestrutivo, compreendendo tentati- situações competitivas ou de o~tra esp~cie, nas
·quais a derrota é bastante prova~el. S:ntimentos
vas de suicídio ou gestos suicidas. persistentes de vergonha ou humilhaçao, e a auto-
crítica pertinente, podem estar associados ao re-
Tran stor no de pers ona lida - traimento social, humor deprimido e transtorno
de esq uizo ide depressivo maior ou distímico. Os ~nsto~nos ~a
personalidade histriônica, borderhne, antissocial
Transtorno da personalidade caracterizado por e paranoide podem estar ass?~iados com_o ~ns-
0
UJn retraimento dos contatos sociais, afetivos_ ,u torno da personalidade narc1s1sta. As estim~tivas
outros, preferindo a fantasia, atividades sohtà- da prevalência do transtorno da perso_nah?a_de
rias e a reserva introspectiva; apresenta nd o uma narcisista variam
de 2 a 16% na popula
_ ralçao chmca
incapacidade de expressar seus sentimentos e de 1
e são de menos de 1% na popu açao ge .
exi>erunentar prazer.

249 1
ic o d e En fe rm a g e m - Teor ia e P rá tic a
D id át

"Narciso ~ de
Caravaggio. O termo
'narcisismo ' é uma
referência ao mito
de Narciso, qu e
re tra ta o am or de
um indivíduo po r ele
me sm o ou po r sua
pr óp ria im ag em.

de reafirmação médica
dos ac ha do s negativos e
o n a lid a - tomas não têm funda-
T ra n st o r n o d e p e rs de que a doença e os sin
d e p a ra n o id e m en to clínico.
de a pessoa ter urna
lid ad e caracterizado Pode ac on tec er ta m bé m
Transtorno da pe rso na do en ça física fu nd am
entada, mas com queixas
cessiva face às contra- ficam o problema que
po r uma sensibilidade ex exageradas qu e nã o justi
de pe rd oa r os insultos, certeza, são mais com-
riedades, como a recusa ela tem. Esses casos, com
dência a di sto rc er os médicos. Observa--se
o ca rá ter desconfiado, ten plicados e confundem os
ões imparciais ou ami- po r pa rte do paciente
fatos, in ter pr eta nd o as aç tam bé m um a forte re cu sa
hostis ou de desprezo, lem a seja psicológico,
gáveis dos ou tro s como em ad m iti r qu e se u pr ob
respeito da fidelidade ento estressante na sua
su sp eit as injustificadas a mesmo qu an do há um ev
nt im en to combativo e ten de m a trocar de médico
do parceiro sexual e um se vid a. Esses pa cie nt es
pr óp rio s direitos. Pode mináveis listas de exa-
obstinado a fa vo r de se us co ns tan tem en te, têm inter
o de su a auto-impor- histórias são tão longas
existir uma superavaliaçã m es e medicações; e su as
temente, autorreferên- stornos de personali-
tância, havendo, frequen qu an to complicadas. Tran
dos.
cia excessiva. da de po de m es ta r associa
a ti za ção
Transtornos Tr a n st o rn o d e so m
plas, recorrentes, fre-
somatoformes Caracteriza-se po r múlti
quentes, mutáveis e prolon
gadas queixas de sin-
A essência de ss es tra ns
to rn os é a ocorrência se médica constatável.
tomas físicos se m uma ba
icos se m base médica cons
tatável, tre esse transtorno e ª
de sintomas fís A principal diferença en
as, ap es ar de repeti-
com persistência da s queix
Unidade 31

hipocondria · t
é a atitude do paciente N h"
dria, o pac1en e reve1a uma intensa · reoc a 1pocon-
- em ir ao psiquiatra, sentindo-se até ofendidos
e sofrimento com algum problema p, . upaçao com tal sugestão, quando não há suficiente diá-
- •
matizaçao o paciente queixa-se deseno; na. so- logo com o clínico. Os hipocondríacos podem ser
- t
mas, mas nao em a mesma crença seus t
smto- enfadonhos por repetirem constantemente suas
d , A e emor do
hipocon
_ naco. ntes de os pacientes com soma- queixas, além de serem prolixos nas suas explica-
tizaçoes procurarem um psiquiatra el ções. Não se conhece medicação específica para
, , es passam
anos mu dan d o d e clmicos, procurando d" hipocondria, mas acredita-se que a psicoterapia
sos me'd"icos e f;azen d o vanos, . exames iver- possa ajudar quando iniciada com até 3 anos da
• Qua1quer
área. do corpo pode sintomatologia instalada. Há poucas pesquisas
_ estar afetada
. , mas as que1xas.
mais comuns estao centralizada s no tubo d. na literatura psiquiátrica porque esses pacientes
_ 1ges-
tivo com dores, eructaçoes, regurgitaçõe s v" se recusam a participar dos trabalhos científicos,
, . d , om1._ visto que não se consideram psiquiatricamente
tos e nauseas; . queixas ermatológica s e sexu •
ais. doentes. Pela mesma razão, não se sabe ao cer-
como o paciente recusa-se a aceitar que nenh _
ma disfunção foi descoberta pelos exames e co~- to qual é a percentagem da população atingida
sultas, acaba tendo desavenças com as pessoas por esse problema, nem o perfil caracterológico
próximas. Esse distúrbio começa geralmente dessas pessoas. É necessário que um psiquiatra
antes dos 30 anos de idade e é muito mais co- converse com o paciente hipocondríaco para
mum em mulheres. Frequentemente, outros dis- investigar a possível concomitância com outros
túrbios psiquiátricos estão associados, como de- transtornos de ansiedade, como o pânico ou a
pressão e ansiedade. Uma das consequências são depressão, que podem levar à hipocondria. Há
as indisposições de ânimo geradas em quem está também casos de psicoses com alucinações ou
próximo, pois com o tempo as pessoas se cansam delírios corporais.
de tanto ouvir as mesmas queixas. O começo de
qualquer queixa não pode ser ignorado porque Transtor no doloroso
essas pessoas, como quaisquer outras, podem vir per sist en t e
a ter problemas físicos potencialme nte graves. É
de nossa experiência um caso semelhante: feliz- A queixa predominante é de dor persistente, •
mente a doença foi detectada a tempo (tratava-se grave e angustiante, a qual não pode ser plena-
de um tumor benigno), e a paciente foi operada mente explicada por nenhum processo fisioló-
com sucesso. Contudo, ficou mais de 10 anos ten- gico ou por um transtorno físico. Geralmente,
do sintomas correlatos à queixa inicial sem que existe um fator psicológico associado. Depois de
nada houvesse clinicamente. descartada a possibilidade de uma causa física, a
investigação das circunstâncias de vida da pes-
soa pode revelar ganhos que o paciente obtém
Hipocon dria
com a queixa persistente de dor. Ao se fazer este
Éa crença persistente na presença de, pelo me- diagnóstico, os familiares não devem tomar uma
nos, uma doença física grave, progressiva, com postura de indiferença ou desprezo pelo pacien-
sintomas determinados, ainda que os exames te: isso só faz piorar as coisas. Também não se
laboratoriais e consultas com vários médicos as- deve submeter aos exageros do paciente, nem às
segurem que nada exista. Muitas pessoas quando tentativas de manipulação de sua dor. O trans-
passam por uma doença grave e se restabelecem torno doloroso não é uma invenção, existe, não
ficam sensibilizadas com o que aconteceu, preo- como uma origem inflamatória, mas por algum
cupando-se demais. mecanismo ainda pouco conhecido que opera na
Contudo, nesses casos, se uma consulta ou um mente destas pessoas. Deve-se, portanto, viver a
novo exame descartarem o recrudescimento da solidariedade distante, ou seja, estar do lado do
doença, e o paciente tranquilizar-se, não ocorre paciente sempre, mas sabendo que ele pode usar
hipocondria Os hipocondríacos nor?1almente de suas queixas para obter ganhos e manipular
sentem-se injustiçados e incompreendidos pelos
quem está próximo. Esta atitude não é simples
médicos e parentes que não acreditam em su~s
. Ir de entender nem de exercer, mas é o melhor que
queixas: eles levam seus argumentos a sério e • se pode fazer além do suporte psicoterapêutico.
lil:ain-se com o descaso. Por outro lado, resiStem

2s1 li ·
Didático de Enferm agem - Teoria e Prát ica

causa; não havendo sucesso, pode-se recorr


Transtornos do sono medicação indutora do sono. er à
Há quatro formas básicas de transtornos do
sono. Os primários, por não derivarem de ne- Insô nia
~h~~a causa externa, originam-se no próprio
md1v1duo: são divididas em dissonias (insônia É a condição de quantidade ou qualidad .
. d einsa
e hipersonia) e as parassonias (sonambulismo, tisfatórfa ~e sono que p~rs1ste .u~nte mais de ·
terror noturno, pesadelos). mês Ha tres formas bas1cas de msonia·. a do.Inicio
,uin
. . a do fi m do sono, sendo a Prim . •
Alguns são decorrentes de transtornos psi- a do me10 e
quiátricos, como: ansiedade, depressão, psico- mais comum. As mulheres, indivíduos com Vi~ira ª
ses, mania etc. Outros são decorrentes de trans- tressante e os idosos são os mais atingidos Qªes-
tornos físicos, que, em geral, advêm de qualquer do a insônia é experimentada repetidame~teuat
pode levar a um aumento ' eª
do medo de falta de sono
condição física que prejudique o sono como: fal- _
ta de ar, dores, desconfortos etc., além dos que e a uma preocupaçao com as suas consequênct
são decorrentes do uso de medicações ou outras Isso cria um círculo vicioso que tende a perpetuas.
substâncias que podem prejudicar o sono. Pes- o problema do indivíduo. Frequentemente, os p ª~
quisas feitas nos EUA mostraram que aproxi- cientes com insônia querem enfrentá-la se au~-
madamente um terço da população tem algum medicando ou tomando bebidas alcoólicas, condu-
problema com o sono. Essa prevalência tão alta ta que por si só já pode levar a vários problemas
mostra como a fisiologia do sono é sensível, al- como a dependência da substância usada, alé~
terando-se mesmo com preocupações ou tensão de estimular ainda mais a insônia. As noites mal-
do dia a dia. A insônia é a forma mais comum de dormidas podem gerar dores físicas pela manhã
transtornos do sono, mas dependendo da pessoa cansaço mental ao longo do dia, tensão emocional:
e de suas predisposições naturais, as tensões po- irritabilidade e preocupações. A importância de
dem se manifestar de outras maneiras, até como buscar o médico para tratar a insônia está, antes
enurese noturna, o que não é comum. Os trans- de tudo, em determinar suas causas possíveis. Para
tornos primários do sono costumam ser tratados utilizar os indutores do sono, é imprescindível que
com medicações, além de uma série de procedi- o paciente consulte um médico, e os consuma sob
mentos de acordo com cada caso. Para os demais supervisão, pois a maioria dessas medicações pode
tipos, é recomendável primeiramente tratar a levar à dependência, se tomadas erroneamente.

-
Os dis~úrbios do, sono consistem_ ~as difi~uldades relacionadas ao adormecer. o sono tem quatro fases, e cada uma
delas e responsavel por uma at1v1dade diferente. Dificuldades em qualquer uma das fases podem trazer prejuízos
em curto e longo prazo.

125 2
\
Unidade 31
0 primeiro_ passoya~a,se tratar a insônia é or-
ganizar a rotma do i!1dividuo, orientando-o a não procedimentos falharem, ele pode passar para
dormir duran~e o dia_, mesmo que tenha acorda- a tentativa de resolver o problema com medica-
do cedo demai_s; prati~ar es~ortes regularmente; ções. Os hipnóticos clássicos (benzodiazepíni-
ão tomar mais que cmco xicaras de café ao dia cos) não resolvem casos demorados: d~ve~. ser
não tomar café após as 16h (bem como as demai~ dados por prazos de até dois meses. Hlpnotic~s
n . t" i: ,
não benzodiazepínicos podem atuar P?r ~ais
substância,s que ~on ei:n. ca1ema). Além disso, é
ecomendavel evitar atividades físicas excitantes tempo, mas após um ano deixam de ser tao :fi~a-
:ntes de dormir ou filmes tensos, cuidar da ali- zes. Várias outras medicações, como os ant1-h1s:
mentação, além de realizar atividades tranquilas tamínicos, podem ser testadas: isso dependera
antes de dormir, c~m? ~ leitura. É aconselhável de cada médico. A melatonina vem sendo usada
não lutar contra a msoma. Neste caso, se o indi- com ·grande interesse pela comunidade médic~,
víduo não conseguir dormir em 30 minutos, deve mas não é comercializada no Brasil. A melatom-
na é um hormônio, portanto é melhor aceito pe~o
levantar-se da cama e procurar uma atividade
organismo, não apresentando efeitos cola~era1s.
leve até que o sono chegue sem se aborrecer com
Esta substância é vendida nos EUA como alimen-
a hora ou com a necessida_d e de descansar. Se os
to e não como medicação.

Terror noturno
O episódio costuma acontecer na primeira terça
Em um episódio de terror no tu m O' O indivíduoti'tu
t emumaa parte da noite. Logo após o grito, ~pesar d,e aparen-
grita movimentando-se bruscamen e tar ou-
temente acordado, o indivíduo amda _es~ em um~
de de fuga O indivíduo pode sentar-se, levan es-
es écie de transição entre o sono e a Vlgfüa. Te~tati-
correr para a porta do quarto, como se tentasse
d que" va~ de comunicação podem não ser bem-sucedidas.
l
capar, aterrorizado, sem po d er em brar-se O •

}~ ~ li
Didático de Ente
· ·- r~a _ge m - Teoria e Prática

o ideal é manter-se calm


P~ra que ela não se fi o e obseIVar a pessoa Grupo de risco
sao mental, nos rim _ra em. sua transitória conlu- . Este é um transtorno tipicamente d .
0 aspecto cen ~ é z1~os mmutos após o episódio. eia, sendo apresentado esporadicam ª Utan-
aterrorizado e a e e~pertar parcial com grito 30% das crianças de 3 a 10 anos d e.: ern até
dendo estar com ~re ss~ o de intenso medo, po- ta mesma faixa etária, de s a 15% ~~ d: Nes,.
ofegante sudo boraçao acelerado, resp iração costumam ter episódios regulares. A ICl'ianças
' rese a und ant ·1 • puberdade vai diminuindo, e apenas ~mongo da
Entre o grito e e pup1 as dilatadas
tendo episódios de sonaJlequ e-
dia, dez mi e o restabelecimento, passam, em mé~ no grup
. d
o continua
. rnb
responde a~utos, iurante os quais o indivíduo não 1ismo ur-ante a idade adulta. Cerca d 40 u-
algum familiar co mo e % dos
sonhos sdape ~s externos. As recordações dos sonâmbulos têm . . mesrn0
o e . ,' ~uan o eXIstem, são fragmentadas Após pro emabl _. Pnm e1ra men te é necessa' ·
no toma r
.
de/1sod10, o in_divíduo pode voltar a dormír sem P:ecauçoes para que a pessoa com sona mbu l' as
pertar nem se recordar do que houv e. Assi m nao se mac huque em seus episódios•Aqu e1esque JSrno
- ,. b
como o sonambulismo, o terror noturno é comum saoa·sonam. ulos.deve - m respeitar O ciclo desonoe
nas crianças e costuma ceder espontaneamente até
.
VI~ ~a, _POIS a pnva~a_o do sono costu
ma precipitar
o_s 2~ a~os de idade. Geralmente, nessa faixa etá- ep1sod10s sonambúl1cos. Não há necessidad d
na nao e necessária a intervenção medicamentosa ~enta~ ac~rdar o sonâmbulo durante seu episó~o~
que fica reservada para os adultos. As medicaçõe; . nao .
isto a1uda em nada, basta esperar que O ep·IS0- ,·
em~regadas costumam ser as mesmas do sonam- d10 termme ou encaminhá-lo de volta a seu leito
b~I~s~o: benzodiazepínicos e antidepressivos Nos adultos é_ r~c?mendável o uso de medicaçõ~
tric1chcos. quando os ep1sod1os são frequentes.

So na mb uli sm o Transtornos
do sono,
. , em uma determinada fase
Éa alteração
que permite a pessoa realizar atos em um estado dissociativos
intermediário entre o sono e a vigi1ia (estar ple- Estes transtornos são os mais explorados pela
namente desperto). Ao ser interceptada em uin indústria cinematográfica, dada sua curiosa for-
episódio de sonambulismo, a pessoa claramente ma de apresentação. Oaspecto central dos trans-
mostra não estar consciente de tudo que se pas- tornos dissociativos (ou também chamados 'con-
sa ao redor, apesar de realizar pequenas tarefas versivos') é a perda total ou parcial de uma função
como andar, vestir-se, sentar-se, olhar etc. mental ou neurológica. As funções comumente
Usualmente ocorre nas primeiras horas de sono afetadas são a memória, a consciência da própria
podendo durar de alguns segundos a poucos mi- identidade, sensações corporais e controle dos
nutos. Durante o episódio o paciente mostra-se
j apático, estabelecendo pouco contato com o meio,
movimentos corporais. Esses acometimentos es-
tão por definição ligados a algum evento psicolo-
parecendo não reconhecer as pessoas familiares. gicamente estressante na vida do paciente cuja
Sendo questionada verbalmente, as respostas são ligação ele costuma negar e, consequentemente,
desconexas e murmuradas. Raramente realiza um o psiquiatra precisa de auxílio para detectá-lo.
procedimento mais elaborado, como trocar de rou- Dada a comprovação da inexistência de um fator
pas ou urinar no local adequado. Como a atenção físico observável, sua rápida instalação e a pre-
não está em seu nível normal, o sonâmbulo pode servação das demais funções mentais e neuroló-
ferir-se com objetos em seu caminho. Quando está gicas, as pessoas diretamente prejudiçadas pelo
em ambiente famili~r poderá andar, descer escadas distúrbio do paciente consideram simuladores.
e até pular janelas sem machucar-se. Odespertar é Esses casos ainda não foram inteiramente com-
difícil nesse momento, e quando gentilmente enca- preendidos, o que não significa que sejam simu-
.
minhado de volta para a cama, costuma obedecer lações. Reconhecemos nossa ignorância e, justa-
Os adultos podem ter reações mais violentas quan- mente por causa dela, não temos como negar sua
do abordados, tentando escapar do que julgam ser existência. Por enquanto admite-se a existência
ameaçador. Na manhã seguinte, usualmente não da paralisia neurológica e psiquiátrica, uma de
há recordação do episódio. Não há constatações de bases definidas, outra, de bases indefinidas jus-
que o sonâmbulo quando despertado durante o so- tamente como foi no passado com a neurologia.
nambulismo possa vir a sofrer algum dano.
Unidade 31

dissociativo reflete
a incapacidade
em integrar vários
aspectos da identidade,
memória e consciência.

Amnésia dissociativ o riente penetrar na parte "esquecida" da mente do


paciente e fazê-lo contar o que houve. Em certos
Oprincipal aspecto é a perda da memória, usual-
casos, psicoterapias podem também fazer com
mente para eventos recentes importantes, graves
que o paciente se conscientize do que presenciou.
o suficiente para serem tomados como um simples
esquecimento. Deve ser comprovada a impossibi-
lidade de uma causa orgânica como medicamen- Fu ga d iss oc iati vo
tos ou problemas cerebrais. A amnésia costuma Na fuga dissociativa, o indivíduo repentina-
acontecer para eventos traumáticos, como aciden- mente perde todas as suas recordações, inclusi-
tes ou perdas inesperadas, podendo ser específica ve de sua própria identidade. Inesperadamente
para determinados temas, por exemplo: em uma essa pessoa muda de localidade, de cidade ou
determinada boate onde ocorreu um incêndio, o · de estado, assumindo outra identidade, função
paciente não se recorda dos comentários de ou- e vida por vários dias. Durante esse período não
tras pessoas a respeito do cheiro de fumaça instan- se lembra de nada de sua vida passada nem tem
tes antes do pânico generalizado; também não se consciência de que se esqueceu de algo. Durante
lembra de alguém que tentava orientar a multidão esse período seu comportameµto é compatível
ou outra pessoa que tentou ajudá-la, somente dos com as normas sociais de maneira que ninguém
doces, das bebidas, das músicas e com quem con- percebe algo errado naquela pessoa, exceto por
versou. Na maioria das vezes, o paciente sabe que ser um forasteiro. Vive de forma simples, um
perdeu parte da memória, alguns se aborrecem pouco recluso, com modéstia. Subitamente reco-
com isso, outros ficam indiferentes e despreocu- bra toda a memória, excetuando-se o período en-
pados. Os adultos jovens, os adolescentes e as mu- quanto viveu a fuga dissociativa. Com o restabe-
lheres são os mais acometidos por esse problema. lecimento da memória a pessoa recobra sua vida
Há técnicas como a hipnose ou outras formas de anterior. Raramente esse episódio dura meses:
relaxamento que permitem ao profissional expe- comumente dura dias ou horas.

255 li
Didático de Enfermagem - Teoria e Prática
=:z::m;--=--r.,-= Gil];/~ =-"~~-~~~ 'C'-::»i .. • ., _,_ m:.,..._.,_,.,aic;a....,_ _- . : . ~ - -
........

Despersona lização/desrea- Pe r sona Iida d e múltipla


lização Ao contrário do que poderia parecer, este trans.
tomo nada tem a ver_ com os transtornos de Jler.
A desrealização é a alteração da sensação a res-
peito de si próprio, enquanto a despersonalização
sonalidade, está classificado
. , . os t:I'anstornos
entre
dissociativos porque eXIstem vanas personaJidades
é a alteração da sensação de realidade do mundo
exterior sendo preservada a sensação a respeito
dentro de uma s?
pessoa, e es~ personalidades
não são necessanamente patologicas. No lranstor.
de si mesmo. Contudo, ambas podem acontecer si- no de personalidade, não_ há amnésias, mas unia
multaneamente. A classificação norte-americana conduta rotineiramente madaptada Socialmente.
não distingue mais a desrealização da desperso- o aspecto essencial da personalidade múltipla é a
nalização, encarando-as como o mesmo problema. existência de duas ou mais personalidades distintas
Contrariamente ao que o nome pode sugerir, a dentro de um indivíduo, com apenas uma delas evi-
despersonalização não trata de um distúr~io de denciando-se a cada momento. Cada personalidade
perda da personalidade: este problema, mclu- é completa, com suas próprias memórias, comporta.
sive não tem nenhuma relação com qualquer mento e gostos de forma bastante elaborada e com-
asp~cto da personalidade normal ou patológica. plexa. As personalidades são bastante independen-
O aspecto central da despersonalização é a sen- tes umas das outras, sendo possível, inclusive, terem
sação de estar desligado do mundo como se, na comportamentos opostos, por exemplo, uma sendo
verdade estivesse sonhando. O indivíduo que ex-
, • N
sexualmente promíscua, e outra, recatada Em al-
perimenta a despersonalização tem a 1mpressao guns casos, há completo bloqueio d: memó~ entre
de estar em um mundo fictício e irreal, mas a con- as personalidades, noutros casos ha conheomento,
vicção da realidade não se altera. A desrealização 0 que pode gerar rivalidades ou fraternidades. Oob-
é uma sensação, e não uma alteração do pen~a- servador externo que só conheça uma das personali-
mento como acontece nas psicoses em que o m- dades não notará nada de anormal com essa pessoa
divídu~ não diferencia realidade da "fantasia". Na As personalidades podem ser de diferentes gêneros,
despersonalização o indivíduo tem preserv~do o ter idades diferentes e, até, assumir identificação
senso de realidade apesar de ter u;11a sensaçao de com outras raças. O primeiro episódio de mudança
que o que está vendo não é re~l. E, co~um ~ sen- de personalidade pode ser precedido de um even-
sação de ser o observador de s1 proprio e ate, se~- to forte como uma tragédia. Com o passar do tempo
tir o "movimento" de saída de dentro do propr10 essa pessoa pode continuar tendo as mudanças na
corpo de onde se observa de um lugar de fora do personalidade sem fatores precipitantes. Amu~-
próprio corpo. · N ça de uma personalidade para outra pode ser ~bita
A ocorrência eventual das sensaçoes de desper- ou ocorrer em uma espécie de período confus10~
sonalização ou desrealização é comum. Algumas transitório, podendo acontecer durante uma sessao
estatísticas falam que aproximadamente 70% de relaxamento ou de psicoterapia Nada se ~be a
da população já experimentaram alguma vez es- respeito das causas desse transto~o, mas ~dmite-se
ses sintomas, não podendo se constituir em um que é mais frequente que se suspeitava antigamente.
transtorno enquanto ocorrência esporádica. Po- Atualmente, as psicoterapias são as únicas f~nnas de
rém, se acontece continuamente ou com frequên- abordagem dos casos. Não há uma medicaçao eficaz.
cia proporcionando significativo sofrimento, pas-
sa a ser considerado um transtorno. A severidade
pode chegar a um nível de intensidade tal que DConecte-se!
o p·aciente deseja morrer a continuar vivendo.
o diagnóstico desse transtorno dissociativo só Acesse pelo QR CODE o documento do Min~rio da L
Saúde sobre as mais recentes políticas de saude mentll
pode ser feito se outros transtornos foram des-
cartados, como as síndromes psicóticas, estados
de depressão ou ansiedade, especialmente o pâ-
nico. Nessas situações as despersonalizações e
desrealizações são comuns, constituindo-se em
um sintoma, e não em um transtorno à parte. Não --·
[!]:
há tratamento eficaz conhecido para esses sinto- 1

mas isoladamente.

1256 J
í
1
Tran st o rn o di ssocia ti vo
motor Transtornos de humor
Unidade 31

\ os transdtornd~s m~to~es são os mais comuns


1 do grupo as issoc1açoes. As queixas que esses Transtorno delirante
pacientes costumai:u apresentar são fraqueza ao
. ,
movimento, andarmstá- Delírio é um tipo de pensamento no qual o
realizar um determmado
. indivíduo tem uma crença inabalável em ideias
vel ou i~se~ro, 1mºtá';~entos anormais, tremores, falsas, irracionais ou sem lógica. E esse é o prin-
contraçoes mvo un nas. Os sintomas costu
.fi d mam cipal sintoma apresentado pelos pacientes com
se intens1 car quan ~ o paciente é observado.
transtorno delirante. Para que o paciente receba
Apesar dessas queixas, ~i~cilmente esses pa- esse diagnóstico, os delírios devem estar presen-
cientes se ferem,, a~ contrario do que acontece tes por um período maior que um mês. Diferem
nos casos neurolog1cos propriamente ditos. Esse da esquizofrenia por esses pacientes não serem
distúrbio é, aproximadamente, cinco vezes mais tão gravemente comprometidos em seu com-
comum e~ mulheres que em homens. Um aspec- portamento e linguagem. Os pacientes podem
to que mmtas vezes chama a atenção é a relati- apresentar alucinações, mais comumente rela-
va acomodação com a situação. Ao contrário de cionadas ao tato e ao olfato (cheiros). O trans-
uma pessoa que repentinamente passa a necessi- torno delirante antigamente recebia o nome de
tar de uma cadeira de rodas, por exemplo, esses 'paranoia', associando o nome da doença aos de-
pacientes reagem com relativa tranquilidade e lírios persecutórios. Porém, hoje se sabe que es-
indiferença à sua incapacidade física, não se im- ses pacientes podem apresentar outros tipos de
portando com seu problema. conteúdo delirante, dividindo o diagnóstico em
diferentes subtipos:
• Tipo erotomaníaco: delírio cujo tema central é o
Transtorno di ssociativ o de que uma pessoa está apaixonada pelo paciente.
sensitivo · Esse delírio geralmente refere-se mais a um amor
romântico, idealizado, ou a uma união espiritual
Éequivaiente ao transtorno motor, sendo a ftm-
do que propriamente a uma atração sexual.
ção neurológica afetada, mais frequentemente a
• Tipo grandioso: delírios de possuir um grande
sensorial, o tato, a audição e a visão. Podem mani- talento, conhecimento ou de ter feito uma impor-
festar-se com perda parcial ou completa das sen- tante descoberta ainda que isso não seja reconhe-
sações táteis de determinada área do corpo, prin- cido pelas demais pessoas. Pode tomar a forma
cipalmente as extremidades (pés e mãos). Nestes também da convicção de ser amigo de um presi-
casos todas as funções táteis costumam estar aco- dente ou ser portador de uma mensagem divina
metidas para o toque, para a dor e para a tempera- • Tipo ciumento: delírios de que está sendo traí-
tura. Assim, o paciente queixa-se de anestesia em do pelo cônjuge.
um lado inteiro do corpo ou nas mãos ou pés. Os • Tipo persecutório: delírios de que está sendo
órgãos dos sentidos especiais, como audição, vi- alvo de algum prejuízo.
são, podem ser afetados provocando surdez, visão • Tipo somático: delírios de que tem alguma
turva, cegueira e visão em túnel. Ambos os lados doença ou deficiência física.
podem ser acometidos simultaneamente como • Tipo misto: diferentes tipos de delírio misturados.
um lado só. Esses pacientes não se ferem por cau- • Tipo inespecífico: delírios diferentes dos des:
sa de seu transtorno, mas se isso acontecer co~o critos acima. De maneira geral, o tratamento e
fato isolado não se poderá excluir O diagnós~c?· realizado em consultório. A internação hospita-
Tanto as alterações motoras como as sensona1s lar pode ser necessária em ~ituaç?e,s ~m que h~
presença de riscos (agressao, smc1d10, exposi-
costumam ser limitadas a um período de tempo
· mas o mes- ção moral). O tra~mento ~ feito com medicação
com completa recuperação postenor, . a ós antipsicótica e ps1coterap1a.
mo quadro ou outro semelhante pode surgir p
a recuperação. · . · tivos
O tratamento para os transtornos d1s~~c1a #
Depressão
• . . . . dessensib1bzaçao e
lllclw: ps1coterap1a, hipnose medica- A depressão é um distúrbio afetivo ~u~ ~cam-
reprocessamento do movimento ocular, panha a humanidade ao longo de sua h1stona. No
mentos, eletroconvulsoterapia (ECT).

257 \1
1 't'1
D'd-~ ~~ d~ En fer ma ge m - Teoria e Prática

se_ntido pa~ológico, há presença de tristeza, pess


i- óbvia, já a exógena é quando a doença aparece
a
fre- em função de um evento estressante, como
mi!m~, baixa autoestima, que aparecem com
q_ue~cia e podem combinar-se entre si. É imp
res- morte de um ente.
de-
o • Transtorno afetivo unipolar e bipolar:
c~nd1v~I o acompanhamento médico tanto para es-
do. pressão unipolar significa uma doença depr
diagnostico quanto para o tratamento adequa expe rime n-
undo siva que acometeu uma pessoa que
Adepressão afeta todas as faixas etárias. Seg ta tanto o humor normal como o deprimido.
Na
ula-
a Organização Mundial da Saúde (OMS), calc bipolar, por outro lado, a pessoa exp erim enta ,
s dep ri-
-se que há mais de cem milhões de pessoa em diferentes momentos, humor normal, depr
i-
midas no mundo. mido e alto ou alvoroçado.
• Depressão pós-parto: surge na mãe
após 0
parto e gera sintomas como trist eza, irritabili-
dade ou rejeição do bebê.
c-
• Depressão major: apresenta 5 sintomas cara
se-
terísticos da depressão, durante mais de 2
idad es diár ias
manas, que comprometem as ativ
do indivíduo.
mu-
• Depressão bipolar: caracteriza-se por
danças constantes no humor dos indivíduos,
ria
variando entre depressão profunda e aleg
excessiva.
teci-
• Depressão reativa: surge após um acon
mento estressante, como morte de um familiar,
ao qual o indivíduo não consegue reagir.
• Distimia: presença de vários sintomas
típicos
oo
de depressão durante mais de 2 anos, send
principal a tristeza constante.
• Depressão atípica: apresenta sintoma
s con-
pa-
trários aos da depressão normal, tendo os
ir, com er ou
cientes maior necessidade de dorm
ter contato íntimo.
• Distúrbio afetivo sazonal: episódios
de de-
mu-
pressão anuais, principalmente quando há
sol, e tem
danças de estação, devido à falta de
to
"Ohomem enlutado; de Vincent van Gogh, o pinto
r, que como sintomas fadiga, tendência a comer mui
sofria de depressão e cometeu suicídio. Ele pint
ou este doce e sonolência.
o e a falta • Síndrome pré-menstrual: presença
de, pelo
quadro em 1890, emblematizando o desesper ão
de esperança sentida na depressão. menos, 5 dos sintomas comuns da depress
ana
durante o ciclo menstrual, piorando na sem
anterior à menstruação.
Alguns tipos de depressão: • Depressão psicótica: além dos sintoma
s de de-
que ões.
• Primária e secundária: primária significa pressão, podem aparecer delírios e alucinaç
ndá ria é
a doença se desenvolveu por si só, e secu
.
quando a depressão é causada por outra doença A depressão é uma doença. Há uma série
de
ão psic ótic a: icas no
• Depressão neurótica e depress evidências que mostram alterações quím
nto
a neurótica significa que não importa qua cérebro do indivíduo deprimido, principalme
nte
em con tato toni-
está doente, a pessoa está sempre com relação aos neurotransmissores (sero
e
com a realidade; já na psicótica a pessoa perd na, noradrenalina e, em menor proporção,
do-
ças po-
o contato com a realidade, ou suas cren paminaJ, substâncias que transmitem imp
ulsos
dem variar da normalidade do indivíduo. nervosos entre as células. Outros processo s que
i-
• Depressão endógena e exógena: essa term ocorrem dentro das células nervosas também
es·
e
nologia é pouco usada, mas endógena refere-s tão envolvidos.
sa
à depressão que vem de dentro, sem uma cau

/2 58
Unidade 31
Sinais e sinto~as:
, f{umor depressivo ou irritabilidad .
e angústia. e, ansiedade de. depressã
. - de conflitos o que
0 e na resoluçao
d•mmu· .
10 impacto '
' pesânimo, cansaço fácil, necessidade . provocado pelo estresse.
esforço para fazer as coisas. de maior
, Diminuição ou incapacidade de . Dist imia
. 'd d sentir
prazer em at1V1 a es anteriorment aleg. ria .
e AdiStim1a
· · se caractenza
. por um humor croni-
das agradáveis. e considera-
~~mente triste ou deprimido na maior parte dos
' Desinteresse, falta de motivação e . ~s, _n~ maioria dos dias, por, no mínimo, 2 anos.
d . d . _ apatia. 0
, Falta de vonta e e m ec1sao. dIStimicos descrevem seu humor como triste
, sentimentos de medo, inseguranç d ou "na fossa", 0 que muitas vezes é confundido
rança, desespero, d esamparo e vazioa, esespe- com características de personalidade. É comum
, pessimismo, ideias frequentes e des·p
.
.
roporc10- que_ ª distimia não seja diagnosticada e que o
1 b
nais de cu pa, a1xa autoestima sen - pac1
,, ente se reconheça como tendo sido' sempre
'd . . , saçao de
falta de senti o na vida, mutilidade r , fr mal-humorado" e irritado. Asintomatologia é em
, uma, a-
casso, doença ou morte. geral semelhante à da depressão maior. de forma
•A pessoa pode desejar morrer, planejar uma ~e~os_ intensa, excluindo-se a ideação 'suicida. A
forma de morrer ou tentar suicídio. d1stim1a tem início insidioso, ou seja, instala-se
, Interpretação distorcida e negativa da real'd _ l~n~mente ,ªº longo do tempo. A pessoa com dis-
b ,. ia tim1a tambem pode apresentar um episódio de-
de: tu do e',, vis
't
o so. a otica depressiva, um tom pressivo maior em algum momento da vida
"cinzento para s1, os outros e o seu mundo.
, Dificuldade de concentração, raciocínio mais
lento e esquecimento. Transt orno afeti vo bipolar 1
, Diminuição do desempenho sexual (pode até Anteriormente chamado de psicose maníaco-
manter atividade sexual, mas sem a conotação -depressiva, o transtorno de afetivo bipolar I ca-
prazerosa habitual) e da libido. racteriza-se pela ocorrência de, no mínimo, dois
•Perda ou aumento do apetite e do peso. episódios de mudança brusca de humor, nos quais
•Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múl- o indivíduo apresenta uma perturbação nos níveis
tiplos despertares ou sensação de sono muito de humor e atividade. O período de duração mé-
superficial), despertar matinal precoce (geral- dia de um episódio maníaco gira em torno de qua-
mente duas horas antes do horário habitual) tro meses, enquanto o episódio depressivo pode
ou, menos frequentemente, aumento do sono durar mais tempo, cerca de 6 meses. O quadro se
(dorme demais e mesmo assim fica com sono a manifesta por mudanças abruptas do humor, ou
seja, há ocasiões em que ocorre elevação significa-
maior parte do tempo).
tiva dos níveis de humor, da energia e da atividade
•Dores e outros sintomas físicos não justificados
(episódio maníaco), seguidas de outras em que
por problemas médicos, como dores de barri- há rebaixamento destes mesmos níveis (depres-
ga, má digestão, azia, diarreia, constipação, fla- são); O aumento da energia no episódio maníaco
tulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de vem caracterizado por uma hiperatividade, fala
cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado excessiva (logorreia), diminuição da necessidade
ou de pressão no peito, entre outros. do sono, grandiosidade e otimismo excessiv~. ?
indivíduo acredita ser capaz de realizar atos 1m-
Tratamento · magináveis, relata ter várias habilidades, gasta
O tratamento da depressão é esse ncialmente
dinheiro em excesso, entre outros. Já no episódio
medicamentoso. A terapia é simples e, de ~odo depressivo ocorre o processo contrário, podendo
. geral, não incapacita ou entorpece O pacien~e. paciente apresentar até mesmo ideação suicida.
0
Alguns pacientes precisam de tratamento e
. de levar anos
manutenção ou preventivo, que po . to de Transtorno afetivo bi polar 11
ou a vida inteira para .evitar o aparec~men pi·a
' - A ps1cotera A característica essencial do transtorno afetivo
novos episódios de depressao. •só-
. • ·ne novos ep1 b. olar II éum curso clínico marcado pela ocorrên-
aJuda o paciente, mas nao previ . uxilia na
dios nem cura a depressão. A_ té~:~~: além de
l'eestruturação emocional d~ mdt re O 'processo
ªlllllentar a sua compreensao sob
~:s
~p de ciclos rápidos de depressão, acompanha-
por, pelo menos, um episódio hipoma~faco.

259 11
Didátic o de Enferm agem - Teoria e Prática

ES t es ciclos podem se alternar de uma sema-


matar, ate, a açao
das pessoas sob nsco de smcidio apre llla1olia
'
- d. es truti· va_ c,oncreta. A . "'-

na para outra, de um dia para outro, ou até em


características principais: ambivalênct:~nta b-ês
um mesmo dia. Cerca de S a 15% dos indivíduos
vidade e rigidez ~o pensamento. A ambi~~PUISj.
com tz:anstorno bipolar II têm múltiplos (quatro
se refere ao deseJo de morrer e, ao me srno ênCia
ou mais) episódios de humor (hipomaníacos ou . H, te
depressivos maiores) que ocorrem dentro de um po, de se manter VIVO. a uma coeXisr . Ili-
.d . ta encia d
atitudes e i eias an gomcas, sendo qu e rnu· e
A •

mesmo ano. Embora a maioria dos indivíduos com


vezes a pessoa deseja morrer, mas, tamb. tas
1
transtorno bipolar II retorne a um nível plenamen-
te funcional entre os episódios, aproximadamente resgatado e salvo. Já o ato impulsivo ge~rn, ser
é desencadeado por acontecimentos negath,, lllente
15% continuam apresentando humor instável e
dificuldades interpessoais ou ocupacionais. recentes. Dessa forma, acalmando a Crise O
. 0s
de suicídio pode diminuir. E a rigidez do rtsco
mento refere-se a um estado cognitivo constt; Pensa.
Suicídio to, em que a pessoa pensa em forma dicotôm· ·
Atualmente, o Brasil está entre os 10 países (tudo ou nada), e frequentemente acredita ica
0
com maiores números de casos de suicídio. Vale suicídio é a única saída para seus problemaque
ressaltar que na faixa etária entre 15 e 35 anos, Alguns fatores que podem ter efeito pro:·
. 'd' - ausencia de transt etor
o suicídio aparece entre as três principais causas

contra o smci 10 sao:


A

. .. orno
de morte (BRASIL, 2006). Em relação às incidên- ~enta1, _r~ de de ap_oio positiva, relação terapêu-
cias das tentativas de suicídio inexistem regis- tica positiva, capacidade de adaptação, empre
tros sistemáticos, assim são pouco confiáveis e . · 'd ade, gesta çao,
re1igiosi - presença de crianças go,
mais escassas. Osuicídio pode ser definido como casa e teste de realidade intacto. Além desses~~
o ato humano de causar a cessação da própria tores, é importante considerar a capacidade do
vida, e tentativa de suicídio como o ato de tentar sujeito em resolver problemas, suas habilidades
cessar a própria vida, porém, sem consumação.
sociais que auxiliem a minimizar impactos de
Deve-se diferenciar a tentativa de suicídio de ou-
tros comportamentos autodestrutivos, em que situações adversas e sua resiliência; isto é sua
não há a intenção de colocar fim à própria vida. A capacidade de enfrentar problemas e sair destes
intenção suicida geralmente é um processo que transformado e fortalecido, o que é reconhecido
se desenvolve em estágios, que vão desde a ima- como subsídio para a manutenção e promoção
ginação da ideia suicida, dos planos de como se de saúde mental.

:4 sa a" ou l i" ..
Ie"ª de Geor9e Crie, 2007.

1260 j
Unidade 31

Psicofá rmaco s
os psicofármacos são um recu rso, entre
para o tratamento em Saúde M tal outros, · , ·
Os antips1coticos ,
atípicos, por sua vez são mais
seu uso só faz sentido quanden d ' entretanto :centes, produzem menos efeitos mo~res e cos-
0 , o entro d
contexto d e vmculo e de escuta. É a a . e um mam ser mais bem tolerados. No entanto vários
mento que o paciente compreend P rtir do mo- , . pro
deles ·
, vocam Importante ' efi-
ganho de peso. Sua
ponsabiliza pelo uso da medicação e :ese corr:s- ~Cia e s~1!1elhante aos típicos em termos de sinto-
não somente demandar "troca de q pas~ara a ( as positivos, e sua ação nos sintomas negativos
, • . receitas mas embotamento afetivo, isolamento) é controversa
podera se 1mp11car um. pouco diante d as queixas ' .
P
que .traz. ara, o• pro fi ss10nal, diante d , alguns_deles são risperidona, olanzapina, sulpirida;
e a1guem em clozapm~. Os antipsicóticos de alta potência têm um
sofr1mento, e importante considerar .
'd · d , d' a perigosa perfil mais pronunciado de efeitos indesejados mo-
1 eia e que o reme 10 possa representa
- ' 'd
so1uçao rap1. a, uma .resposta para um a angustia
ruma
, .
?e
tores,_ e ?s baixa potência apresentam mais quei-
xas s1stêm1cas (cárdio, anticolinérgica, convulsões,
qu~ sente d 1ante da impotência e da vontade de entre outras).
extirpar o problema._ Algumas das classes d os ps1- .
cofá rmacos,
, .que serao tratadas neste capi'tuI·o, sao .
_
• Neuro1ept1cos · Benzodiazepínicos
• Benzodiazepínic os Os benzodiazepínicos ativam o sistema Gaba'
,
• Antidepressivos que e um sistema inibitório da função neuronal.
• Estabilizadores de humor Seus efeitos são sedativos, relaxantes musculares
e anticonvulsivantes. Efeitos físicos e psíquicos:·
são capazes de deprimir (diminuir) várias áreas
Neurolépticos do cérebro; as pessoas podem ficar sonolentas,
Os antipsicóticos ou neurolépticos agem basica- sentindo-se menos tensas, com uma sensação de
mente bloqueando a transmissão da dopamina no calma e de relaxamento; a capacidade de racio-
cérebro, com efeitos motores (uma espécie de "con- cínio e de concentração também ficam afetadas;
com doses maiores, causa sensação de embria-
tenção química'1, hormonais (aumento da prolac-
guez, em doses elevadas, a respiração, o coração
tina) e sobre o pensamento (melhora de sintomas
e a pressão sanguínea são afetados.
psicóticos ou pensamento mais lento ou embotado).
Os benzodiazepínicos (diazepam, clordiazepóxi-
Alguns dos neurolépticos apresentam formulação
do, lorazepam, clonazepam, bromazepam, alprazo-
injetável de depósito, sendo extremamente úteis nas lam, midazolam) diferem basicamente em termos
situações em que o uso diário por via oral torna-se de meia-vida, tempo de absorção e via de elimina-
muito diffcil como, por exemplo, quando o usuário ção. Alguns têm rápido início de ação e tempo de
enfrenta dificuldades na cogestão dos medicamen- ação mais curto para insônia Outros têm tempo de
tos que usa e sua rede de suporte é frágil demais para ação intermediário para pessoas que dormem bem,
ajudá-lo a organizar os comprimidos que toma em mas acordam no meio ou no final da noite. E outros,
diferentes horários. Os neurolépticos mais antigos ainda, têm a duração do efeito prolongado para awá-
são conhecidos como típicos ou convencionais. Têm lio no tratamento de quadros ansiosos. Seu sintoma-
um perfil de efeitos indesejados mais proeminentes, -alvo principal é a ansiedade, seja por reação aguda
que serão comentados mais adiante. Entretanto, eles ao estresse, em crises psicóticas, seja em quadros
0
são muito eficazes (tanto quanto os mais mode~ :) "primários" de transtorno de ansiedade. Por seu
no tratamento do que chamamos sintomas psico- efeito sedativo e relaxante, também são muito utili-
ticos positivos (delírios e alucinações). Podell} s~r zados para insônia. Seu uso pode ser útil na síndro-
de alta, média e baixa potência. Os de alta _potenoa me de abstinência tanto de álcool quanto de cocaína
(Ex.: haloperidol1 trifluoperazina, flufenazma) ca~- ou crack. Os riscos dos benzodiazepinicos, além da
sam mais efeitos motores (impregnação); os de ~ai- dependência, estão relacionados à sedação secundá-
xa 'ftftt-Ancia (Ex.· clorpromazina, levomepromazma , ria e à depressão respiratória quando utilizados em
,t'Vll,IÇ • da · a provo- associação com outras drogas sedativas.
tioridazina) tendem a ser mais se ttvos e
car lllaior ganho de peso, entre outr0s problemas.

261 li
r ia e Pr át ica --=--™™-,,__,...,,.._,_..,___~
Didá t ico de En ferm age m - Teor
__ ,.,,... -

. seu significado. para a pesso a que usa Pod


- o d e "d oent e,, ou "deprirni·-e
Est abi liza dor es de hum or eia, •sioná-lo na posiça
apn .. . .
ias nocivas para sua Vida e
Os medic ament os do grupo estabilizadores de d o,,, com conse quencd ,. D 'h
para suas relaçõ es e conVIV_ . IO. evera aver ur.. •••
humo r (ácido valproico, carbamazepina, carbo- plano terapê utico que nao me1ua somente a Ine-
nato de lítio) agrup am algumas medicações que dicação, plane jando o curso ~o tratamento corno
foram desco bertas como capazes de evitar os evitan do introd uzir por um período
ciclos de elevações e depre ssões patológi~as do u m t odo &.'

de tempo indefi nido um _1armaco q~e posterior-


I

humor, características nos transt ornos bipola- ente será difícil de retirar. Os efeitos "antide-
res. O carbo nato de lítio perma nece como, d~o- ;essiv os" podem _iniciar_ após 15 di?s, mesrno
ga padrã o, tratan do de forma eficaz epi~odios que já haja efeito s i~deseJados. Tambem se deve
de mania, hipomania e depre ssão em pacie~tes consi derar que esteJa haven do resposta parcial,
bipolares. Seu uso nas intercrises é reconhe~id~- sobre tudo se consi derarm os as formulações rna-
mente capaz de preve nir novos episódios, prmci- nipula das e/ou de baixa qualid ade disponíveis
palme nte de elevação do humor. no merca do. Os critér ios para escolha da melhor
Efeitos do lítio . . indicação envol vem difere nças quanto à ação
• Acne, aumen to do apetit e, edema , dia~r~ia, em outro s grupo s sintom áticos. (ansiedade, sin-
ganho de peso, gosto metálico, náusea, pohdi p- tomas obses sivos etc.), caract erístic as químicas
sia, poliúria, tremo res finos (que respo ndem (meta boliza ção, excreç ão etc.), ~usto financeiro
bem a propranolol). . . . e, sobre tudo, o perfil de efeito s indesejados.
• Monitorizar toxicidade renal e tireoid ia~~- ,
• o quadro mais preocupan~e ~o u;~ do htio e Gru pos d e an tid epre ssiv os
0 da intoxicação, quand o
os mveis senco s ultra-
passa m 1,SmEq/L, que pode ser precipitad~ p~r Tricíc licos (ADT)
diminuição de dieta hiposs ódica, uso de di_ure- São os tricícl icos (amitri ptilin a, clomiprami-
ticos desidratação, ou mesm o doses excessivas. na, imipr amina ), "antid epress ivos" mais anti-
Manifestações preco ces são disart ria, ataxia e gos, basta nte eficazes, porém meno s tolerados,
tremo res grosseiros. sobre tudo pelos efeito s anticolinérgicos (boca
Carbamazepina _ . seca, const ipaçã o), sedati vos e tontur as. No tra-
•Ataxia, diplopia, dor epigás trica, náuse a, pruri- tamen to realiz ado com a imipr amina e a amitrip-
do, sonolência, tontur a. . · tilina, os efeito s antide press ivos só são observa-
•Monitoram ento altera ções hemat ológic as e he- dos em doses acima de 1OOmg/dia, podendo a
páticas. dose máxim a girar em torno de 2OO-250mg/dia,
• Múltiplas intera ções medic ament osas, inter- consi deran do o risco cardio vascu lar.
ferindo no nível plasm ático de outro s medic a- Inibidores seleti vos da recaptação da sero-
mentos. tonina (ISRS)
Ácido Valproico Inibid ores seleti vos da recap tação da seroto-
• Náuseas, ganho de peso, sedaç ão, tremo res, nina (citalo pram, escita lopra m, fluoxe?na,,, par~-
queda de cabelo (reversível com comp lemen ta- xetina , sertra lina) são os "antid epress ivos m~1s
ção oral de zinco e selêni o). recen tes, com o desta que para a fluoxetina. Sao
• Monit orar altera ções hematológicas e hepáti cas. subst ância s mais "limp as~ ou seja, agem so~re
pouco s sistem as de neuro transm issão, basica-
ment e inibin do seleti vame nte a recap tação da
Antidepressivos seroto nina, e repre senta ram uma grand e explo-
São medic ações de uso relati vame nte simpl es e são de presc rição. Agem sobre a seroto nina, en-
seguro , sobre tudo nos episó dios depre ssivos em tretan to, paira ainda um tensio name nto sobre
pacien tes neuró ticos, semp re obser vando se há qual é o real papel dessa subst ância nos sinto·
altera ções impor tantes e persis tentes do humo r mas depre ssivo s. Este acaba sendo um discur!º
ou sentim ento vitais, que não respo ndera m a ainda basta nte diwlg ado e repeti do: "depre
5 !ª;
outra abord agem , e com prejuí zos signif icativ os é causa da por falta de serot onina no cérebro ·
para a vida do pacien te. Apesa r de não produ zir efeito place bo não pode ser desco nside rado no
fenôm enos biológicos de tolerâ ncia e depen dên- uso dessas medicações.
Unidade 31

Reflexão
0 profissional de enfermagem
contem .. •
'd ,
o complexo, que convi e a busca, e à refle _ , SI·ta estar atuahzado
poraneo neces por um conhecimento aber-
t , ·" · ,d ~ transtorno mental - profissional. Um conhecimento
xao contínua. da sua atu_açao
ositiVO na_ ex_Penenc1a
~ento profissional A pratica do profissi d' que eStimule contínuamente a busca pelo aperfeiçoa-
1
ecimento criativo e reflexivo que hab1.º11.nta e enfermagem· nos transtornos
1· ·
mentais necessita de co-
nh ...
objeto de traba1ho. Competencia significa t .
em os profiss·1
, . ona1s a rea 1zar cmdados competentes no seu
Isto Jeva à capacidade de propor novas pr ,~?nza~ pra_tí~as e praticar teorias, sem diminuir uma à outra.
crítico no processo dos transtornos menta~ icas, mqumr processos e produtos, participar como sujeito
IS.

JT •

Exerc1c10s
01. A Lei Federal n!!t0.216, de 6 de abril de 02. Assinale a afirmativa verdadeira: De
2001, importante marco no processo de rees- acordo com a Política de Saúde Mental do Mi-
truturação do modelo assistencial da área de nistério da Saúde, os Centros de Atenção Psi-
saúde mental, dispõe sobre: cossociais, assim como os Núcleos de Atenção
A) a criação e o funcionamen to de Cooperati- Psicossocial e os Centros de Referência e ou-
vas Sociais, visando à integração social dos cida- tros tipos de serviço substitutivo são:
dãos, com a finalidade de inserir as pessoas em A) serviços de atenção intensiva, abertos 24
desvantagens no mercado econômico, por meio horas por dia, que atendem emergências psi-
do trabalho. quiátricas.
B) a instituição de um Grupo de Trabalho Inter- B) serviços de atendimento de pacientes com
ministerial para avaliar e apresentar propostas transtornos mentais severos e persistentes, em
para rever, propor e discutir a política do gover- regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e
no federal para a atenção a usuários de álcool, não intensivo, sendo responsáveis pela interna-
bem como harmonizar e aperfeiçoar a legislação ção, que funciona diariamente, segundo a lógica
que envolva o consumo e a propaganda de bebi- do território.
C) locais anexos e estreitament e ligados aos
das alcoólicas.
hospitais psiquiátricos, que funcionam como
C) a instituição do auxílio-reab ilitação psicos-
ambulatórios, recebendo os pacientes de um de-
social para pacientes acometidos de transtornos
terminado território para recebimento de medi-
mentais egressos de internações. cação psiquiátrica e realização de consultas.
D) a adequação dos hospitais psiquiátricos , - D) locais onde se busca integrar o portador de
leitos psiquiátrico s em hospitais gerais, constru- transtorno mental em um ambiente social e cul-
ção de unidades psiquiátrica s e sua estruturação tural concreto, designado como seu "território",
dentro do SUS. o espaço da cidade onde se desenyolve a vida
E) a proteção e os direitos das pessoas portado- cotidiana de usuários e familiares. E a principal
ras de transtornos mentais e o redirecionam ento estratégia do processo de reforma psiquiátrica.
do modelo assistencial em saúde mental enten- E) serviços que atendem na porta de entrada
dendo que a internação, em qualquer de suas mo- dos hospitais psiquiátricos e servem como elo
dalidades, só será indicada quando os recursos entre os pacientes e o hospital.
extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
D1.d a' t 1co · aePrática
· de En fermagem - T,eor 1

03. Na lógica da Reforma Psiquiátrica, horizontalizadas, democráticas e efetiva


só deverá ser encaminhado ao hospital 0 interdisciplinares. lllentt
paciente que tenha vinculação formal com os C) construir o trabalho a partir de reu .•
. . nioesd
1·iza das e possivelrnente
centros de atenção psicossocial. Assinale ª equipe honzonta a e
alternativa CORRETA. . nomas. lltõ.
A) Omodelo manicomial realizado em inS ti~~- D) relações de trabalho ,e. reuniões de e .
ções fechadas é baseado na custódia, tutela, Vigi- horizontalizadas, democraticas e efetiva qllille
multidisciplinares. lllente
lância e disciplina para ressocialização da pessoa
internada. E) produzir o trabalho a partir de reun··
· das, au t ocraticas
. 1iza
equipe vertica ioes de
, . e efetiva
B) Amudança nas políticas de saúde men~ pos- · · 1·ma res · lllen.
sibilita a construção de uma rede de atençao com te discip

modahdades · · · que pretendem .ser
assistenciais, , .al-
07, o apoio matricial que o CAJ>s deve
ternativas ou substitutivas ao hospital psiqm~~co.
C) A reforma psiquiátrica tem como p~ncipIO 0 oferecer, segundo a Portaria 011 3 d
361
fato de o hospital psiquiátrico ser O lugar ideal para 19/02/2002, caract~riza-~e por: e
o tratamento de pessoas em sofrimento mental. A) propo~cionar on~n~ça~ e -~u~el'Visão aos
D) Aatenção integral está comprometida comª profissionais dos hospitais ps1qu1atncos.
doença pura e simplesmente. B) proporcionar one~tafªº aos familiares.
C) estabelecer referencia e contrarreferênct
04. A desinstitucionalização e efetiva rein- com os Centros Municipais de Saúde. ª
tegração de doentes mentais graves na comu- D) oferecer bom ate~dime~to para seu usuário.
nidade é uma tarefa a que O SUS ve~ s~ de- E) proporcionar onentaçao e supervisão aos
dicando com especial empenho nos ult1mos profissionais das equipes de atenção básica.
anos. São projetos e programas implantados
pelo SUS que obedecem à lógica da Reforma 08. Dentre as características clínicas do au-
Psiquiátrica: tismo, podemos afirmar que:
A) programa "De volta para casa". . . , . A) manifesta-se somente após os quatro anos
B) reestruturação dos hospitais ps~qmatn_cos. de idade.
C) centros e núcleos de atenção psicossocial. B) quanto mais tardio o diagnóstico melhor
D) serviço residencial terapêutico (SRT). será o prognóstico.
E) todas as alternativas estão corretas. C) o sintoma autístico descrito por Bleuler éo
mesmo que a doença.
05. Oeixo organizador principal da rede de D) o tratamento do autismo é realizado apenas
Atenção à Saúde Mental no Centro de Aten- na rede privada, através de dispositivos conheci-
ção Psicossocial, CAPS (Portaria nº 336, de dos como CAPSi.
19/02/2002), é: E) a prevalência é quatro vezes maior em meni·
A) retaguarda dos hospitais psiquiátricos. nos que em meninas.
B) o bom funcionamento da equipe de saúde
mental. 09. Os serviços de saúde mental, existentes
C) a integração dos projetos comunitários do na maioria das cidades brasileiras, têm se de·
território. dicado com afinco à desinstitucionalização
D) funcionar segundo a lógica do Território. de pacientes cronicamente asilados. (M.S,,
E) a pessoa, sua existência, sua família. 2007). Neste contexto, o caminho ind~cado
para uma desinstitucionalização eficaz e:
06. A prática terapêutica abrange os espa- A) o incentivo à hospitalização prolongada. .
ços de funcionamento e a equipe de saúde B) o resgate das relações sociais comprometi·
mental, com uma fundamentação teórica que das pelos longos períodos de internação e a ca:
ampare o trabalho dessa equipe, daí a neces- pacitação da pessoa para exercer o seu direito ª
sidade de: cidadania. .
A) reuniões de equipe verticalizadas, democrá- C) a promoção de um distanciamento so~ia:1 ..
ticas e interdisciplinares. D) a extinção de projetos terapêuticos mdIVI
B) relações de trabalho e reuniões de equipe duais.
E) o estímulo ao modelo hospitalocêntrico.
Unid ade 31
10. segun do Nardi & Buen o (2000 )
s que os trans t ornos d e ansie dad , sabe-
JJJ o
raIJl•Se como sen d o uma situaç
.
ão pe ,confi-
.
guoIIl existência de sofrim ento( s) sem siqubica
e vínculo com
de a rea l"d
I ade, sendo' um que ra
subti
desse transt~rno: P0
A) a catato ma D) a agorafobia
B) a disritmia E) a hebef renia
C) a oligofrenia

Gab arit q
go de diversos saberes; com respeito à organiza-
01. E-A Lei Federal nºl0.2 16, de Paulo Delga- ção institucional, com relações horizontais, que
do, protege as pesso as porta doras de transt ornos ocorrem na forma de reuniões capazes de au-
mentais, sendo um impo rtante marco no novo menta r o poder de decisão coletiva e cabendo a
modelo assist encial da área de saúde mental. autogestão e a interdisciplinaridade. Os espaços
02. D - O Movimento Antimanicomial tem como de tratamento psicossociais (CAPS, NAPS, Centro
objetivo a conqu ista de uma cidadania plena, de Saúde, Hospital-Dia, Ambulatório de Saúde
Mental, Centros de Convivência) produzem efei-
emancipada. Trata- se de uma cidadania que se
tos sobre o sujeito inscrito em um território onde
alcança com comp etênc ia tanto para temat izar a
possui acesso livre, em um espaço de interlocu-
impropriedade das forma s de exclusão do doen-
ção cuja meta final é o reposicionamento subjeti-
te mental quant o para decid ir sobre questões vo do indivíduo.
que afetam a sua vida. Com isso, há necessidade
de locais nos quais se busca integr ar o portad or 07. E - Os CAPS, dentro da atual política de
de transt orno menta l em um ambie nte social e saúde mental do Ministério da Saúde, são con-
cultural concreto, desig nado como seu "territó- siderados dispositivos estratégicos para a or-
rio': o espaço da cidad e onde se desenvolve a vida ganização da rede de atenção em saúde mental.
quotidiana de usuár ios e familiares. É a principal Eles devem ser territorializados, ou seja, devem
estar circunscritos no espaço de convívio social
estratégia do proce sso de reform a psiquiátrica. O
(família, escola, trabalho, igreja, etc.) daqueles
atendimento em saúde menta l no CAPS é bastan te
usuários que os frequentam. Deve ser um servi-
estratégico pela facilidade de acesso dos usuários
ço que resgate as potencialidades dos recursos
a referência da equip e e vice-versa. · comunitários à sua volta, pois todos estes recur-
03. 8 - O camp o da saúde menta l contin ua em sos devem ser incluídos nos cuidados em saúde
construção, e novas estrat égias de tratam ent~ mental. Os CAPS, dentro da atual política de saú-
e de integr ação estão em const ante desenvolVI- de mental do MS, são considerados dispositivos
mento no Brasil. estratégicos para a organização da rede de aten-
ção em saúde mental.
04. E - Todos estão corre tos, essas várias ferra-
mentas auxili am no desen volvim ento de proces- 08. E - Além da prevalência ser quatro vezes
maior em meninos O autismo é caracterizado p~r
sos mais eficie ntes e satisf atório s para ate nd er
um desenvolvimento anormal ou alterado, mam-
os casos de saúde menta l no Brasil. fi stado antes da idade de 3 anos, apresentando
OS D - A princ ipal estrat égia do proce sso dde
· a ps1qm
. .átr1ca
. é mtegr
.
:ma perturbação ca~ct erís~c ~ do fun~ion~~en-
reform a r O porta
. dor e_
to em cada um dos tres domm1os segumtes. mte-
transtorno menta l em um ambie nte soc1_at1óe'oc~1o rações sociais, comunicação, ~omportamento fo-
. d mo seu "terr1 r1 , calizado e repetitivo. Além disso, o transt orno é
turaI concreto, desig na O co vida quo-
espaço da cidad e onde se dese~ v~lve ª comumente acompanhado de numerosas ou~as
tidiana dos usuár ios e seus famih ares. manifestações inespecíficas, por exemp~o, fo~1as,
erturb ações de sono ou da aliment3:ç~o, crises
06. D - A prátic a terau pêuti ca deve s;r re;:~ : ~e birra ou agressividade (autoagress1V1dade).
da por equipe interprofissional, haven ° 0

265
• -------~
tica
,.._ oa::,~_E idá tico de Enf erm age m - Teoria e Prá -.---....-.=,.......
==e ~-..-· ~=.-=-------
o9. B - No fim dos anos 1980, surgiu o Movi- 10. D _ Agorafobia é o transtorno de ansiedade
. d"1vi'd uo, quando exposto a luga
mento dos Trabalhadores em Saúde Mental, em- em que um m . 1 res
penhando o lema "Por uma sociedade sem ma- ou a situações em que e1e JU gue como embara
sas, acaba sentindo ,umadansiedade .despr opor ~o-
nicô1?1~os" que estimulou a produção legislativa d cio.
~e v~nos Estados no sentido de proceder à de- nal ao fator que está sen o presencia o, podend0
smstitucionalização, sempre mantendo em vista apresentar até sintomas do transtorno do pânic
a reintegração do paciente ao seu meio social. A agorafobia pode tanto se manifestar de forrnº·
específica como generalizada (como sair de casa
ir ao trabal~o ou ao_médic?J· ?s lugares específi~
cos mais evitados sao os túne_1s, passarelas, Pon.
tes, avenidas largas ou rodovias. Pode ocorrer 0
medo de multidões como nos shopping centers
restaurantes, filas, cinemas, teatros, elevadores. '

Referências
tentativa de suicídio em hospital de João
ALMEIDA, Sandra Aparecida et al. "Investigação de risco para
Pessoa- PB': Rev. Eletr. Enf, v.11 n.2, pp. 383-389, 2009.
AMARANTE, Paulo (Org.). Psiquiatria social e reforma psiquiátric
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BALLONE, G. J; Penha Chaves, P. H. de A., Sinopse de psiquiatria
- Dicionário e tratamento. Editora Cul-
tura Médica Rio de Janeiro, 1992.
GA, Neury José. Detecção do risco de
BERTOLOTE, José Manoel; MELLO-SANTOS, Carolina de; BOTE
iatr, 2010,
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BORGES, Edson Sá. ''.Atendimento em sala de emergência". ln:
pitalar: trauma e emergência. São Paulo: Vetor, 2009. pp.139-166.
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BOTEGA, Neury José et al. "Prevalências de ideação, plano
base populacional em Campinas, São Paulo, Brasil'~ Cad. Saúd
e Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 12, Dec,
pp.2632-2638, 2009.
crise : percursos e desafios na prevenção
BOTEGA, N. J.; SILVEIRA, I. U.; MAURO, M. L. R Telefonemas na
do suicídio. Rio de Janeiro: ABP Editora, 2010.

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