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Espiritualidade e Cuidados Paliativos
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-rrI
- uma Relação Simbiótica

-uís Gustavo Langoni Mariotti


=lr" , anaina Lopes Evangelista
lodrigo Modena Bassi
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:]ITE.

'Quando um sentimento desolado de falta c{e sen- 1. Promover o alívio da dor e de outros sin-
r& tomâs: a dor é urn dos sintomas rnais pre-
ido é encontrado pela pessoa no fim da vida, aqui
e encontra a essência da dor espiritual." valentes, e provoca sofrimento em diversas
: aÍr-
Cicely Saunders condições de saúde. A avaliação sistemati-
Itrl@
zada, abrangente e muitidimensional da dor
Definiçâo e princípios dos cuidados e de outros sintomas é essencial.
il-rryE paliativos 2. ReaÍirmar a vida e encârâr a morte como
O cuidar de alguém envolve estar âtento às ne- um processo natural: garantir a possibilida-
.:sidades físicas, emocionais, sociais e espirituais. de de viver da n-relh«rr forma possível o tem-
.)o porque o processo de adoecimento físico é po de r.'rcia disponível. Serrsibilizar, apoiar c
ailg@r"
:L-renciado pelas demais dimensões humanas. O tornar ircessír'el ir corlpreensãci clo processo
Liprio conceito de dor total, elal-orado a partir da de terminalidade da vida lunto aos pacien-
.servação e atuação de Dame Cicely Saunders, a tes, familiares e à próprra eqr-ripe de saúde
râe" do movimento hospice moderno, exempli- são condições fundamentais rra prática clí-
,r o papel cle cada colnponerlte dimensional no nica dos paliativistas.
:rtomâ dor. Assistente social, enferrneira e poste-
3. Não antecipar nem postergâr a morte: o
rrmente graduada em n-redicina, Cicely destacou
foco é preservar a qualiclade de vi<la, evitan-
rriltureza multiclimensional da experiência cia dor
do procedimentos ou tratamentos despro-
:'iivocada pclr fatores físicos (causada pelo câncer,
:i.]]-,,," porcionais à condição clínica do paciente.
,nrorbidades e efeito cle tratamentos), emocionais
_l' Levar sempre em consideração os objetivt.rs
,repressão, ansiedade), sociais (percla da indepen-
i, -- dos cuidados, as vontades e os desejos ma-
. .ncia, isolamento social, questões financeiras) e
-il- nifestados por ele ou por seus familiares/re-
:r:tr! .irirituais (medo de morrer, significado da morte).
presentantes. Oferecer cuidados paliativcls é
Por definição, o cr"ridado paliativo é uma abor-
garantir a dignidade da pessoa humana.
::'il:i:: :qem multidisciplinar que r.isa melhorar a qua-
::-i[T .i.rde de vida cle pessoas (crianças ou adultos), 4. Integrar aspectos psicossociais e espirituais ao
i; -.i : cuidado: o ser humano é um ser transdimen-
.re apresentam doença ou condição de saírde que
-t: ueâÇâ a vida. Auxilia na prevenção e no aiívio do sional, e o oferecirnento de assistência inter-
ririmento, na medida em que procura tratar de disciplinar, integrada e focada no alívio do so-
' ;i["
-4, ".rneira impecável a dor e outros problemas físi- frimento emocional e espiritualé primordial.
r.§:Eri
: rs, emocionais, sociais e espirituais.l Dentre seus 5. Oferecer um sistema de suporte que auxilie
' :'irrcípios, destacam-se: o paciente a viver tão ativamente quanto
Parte III - Práticas de Cuidado em Espiritualidade

possível, até suâ morte: conhecel: profunda- Europeia de Cuidados Paliativos (EAPC), :
mente a história de vida do paciente, suas Associação Internacional de Cuidados Paliativo.
crenças) seus valores, e o sllporte social ga- (IAHPC), a Aliança Mundial de Cuidados Paliativo'
rante que as decisões médicas e os cuidados (\7PCA) e o Observatôrio dos Direitos Humanc,'
pertinentes sejam oferecidos no local ade- (HRW), por meio da Carta de Praga, procurârar-
quado. Possibilita melhor controle de sinto- sensibilizar goveÍnos e a comunidade em geral sc-
mâs e um enfrentamento positivo da doença. bre a importância de garantir o acesso univers;.
6. Oferecer um sistema de suporte que auxilie aos cuidados paiiativos â pessoas e seus familiare.
a família clurante todo o processo da doen- que sofrem em decorrência de alguma condição o-
doença que ameaça ou limita a vida.
ça: a atenção à família é uma clas bases clo
cuiclado paliativo. Familiares, cuidadores e Segundo o Atlas Global,2 elaborado pe,,
-Worldutide
amigos tarnbém enfrenram múltiplas fontes Hospice Palliatiue Care Alliance) e:,
de sofrimento. São sobrecarregados no ofe- 2014, cerca c1e 40 milhões de pessoas necessitam i.
recimento de cuidados e necessitam de infor- cuidados paliativos anualmente, sendo 20 milhõe.
mações para rnelhor compreender a evolu- delas no fim da vida. Setenta e oito por cento desse.
ção da doença e os possíveis tratanrentos. É indivíduos moram em países em desenvolvimen;:
necessário acolher as demandas emocionais e e 18 milhões cle pessoas sofrem com dor ao fim i:
outros problemas físicos, srriais e espirituais vida desnecessariamente por falta de estrutura e di.-
que emergem no contexto de adoecimento ponibilidade de medicamentos para controle da do:
de um ente querido. A comunicação é funda- São elegíveis para receber cuidados paliativos:
mental, bem como o suporte ao luto. a) Adultos portadores de Alzheimer e ourra:
7. Túciar o mais precocemente possível, jun- demências, câncer, doenças cardiovascular*
to â outras medidas de prolongamento de (exciuindo mortes súbitas), cirrose hepátic:"
vida, como a quimioterapia e a radiotera- doenças pulmonares obstrutivas crônicas, di:-
pia, e incluir todas as investigações neces- betes, HIV/Aids, insuficiência renal, escleros.
sárias para melhor compreensão e manejo múltipla, doença de Parkinson, aftrite reum:-
dos sintomas: receber cuidados paliativos toide, tuberculose resistente a medicamenros"
r-rão significa a não r-itilização de recursos b) Crianças portadoras de câncer, doenças ca:-
diagnílsticos e terapêuticos. Mas é preciso díacas, cirrose hepática, anomalias congêr,-
utilizá-los de maneira proporcional, con- tas, desordens do sangue e do sistema imunr -
siderando seus riscos e henefícios, desejos lógico, HiV/Aicls, meningite, doenças renâ.:-
e valores dos pacientes e famiiiares, e por distúrbios neurológicos e condições neonate-i
rneio de um processo de deliberação. O foco
Em 2017 , a Sociedade Americana de Oncolo.e::
é a qualidade de vida com base na melhor
Clínica (Asco) reuniu um painel de especialistas par:
evidência científica disponíve1.
ccrnduzir uma revisão sistemática atualizada de e:-
Portanto, o cuidado paliativo é unr cuidado cen- saios clínicos randomizados (ECRs) e metanálise.'' C
trado n:r pessoa. sendo a consideração da biografia do intuito foi fornecer as recomendações baseadas e:,
paciente un-i fator indispensável para identificar fontes evidências para oncologistas, pacientes, familiare."
de sofrirnento, conhecer vaklres, desejos e as nraneiras cr"ridadores e especialistas em cr-iidados paliativc=
de enfrentamento cla doença. Conhecer os vínculos e sobre a integração destes aos cuidados oncológicc.
crençâs pessoais. o sriporte social, rrs prioridades de usuais para todos os pacientes diagnosticados co::
vida; estabelecer uma cornunicação empática, verda- câncer. Foram avaliados nove ECRs, um ensaio qu;-
deira e de confiança são açc'ies lundamentais para que se experimentâl e cinL-o análises secundárias de ECR.
haja maior sucesso no a1ívio do sofrimento. prévios, utilizados nas Íecomendações da Asco e::
2012. As principais recomendações foram:
Contexto atual - a quem se destinam 1. Pacientes com câncer avançado devem ser e:-
os cuidados paliativos? caminhados para equipes de cuidados pali:-
I O cuidado paliativo é requerido por muitos tivos que forneçam atendinrento hospital,::
.o-o um direito humano.F;m2014, a Associação e ambulatorial precoce no curso da doenc:.
II .r,.,.
rrt.

IMro*
Capítulo 32 - Espiritualidade e Cuidados Paliativos - uma Relaçáo Simbiótica

iuntâmente com o tÍâtanlento ativo cio cân- Segundcl l(oenig,a reiigião é "um sistema organi-
cer (com base em evidências; benefícios suire- zado de crenças, práticas e símbolos projetados para
ram danos; qr-ralidade da evidência: interme- facilitar a proximidade com o transcendente ou o
dtâria; força da recomendação: forte). divino, fonrentando no indivíduo uma compreensão
2. Cuidados paliativos para pacientes com câncer de sua relação e responsabilidades com outros que
avançado devem ser of-erecidos por equipes de vivem em comunidade". Religiosidade é o quanto
cuiciados paliativos, com consultas disponíveis r-rm indivíduo pratica ou vivencia alguns dos dogmas
em ambientes ambulatoriais e de internação ou diretrizes da religião. Isso pode âcontecer em ní-
(com base em evidências; benefícios superam vel não organizacional (fazer leituras de livros reli-
danos; qualidade da evidência: intermecliária; giosos, preces) orações, assisrir a progrârnas religio-
força de recomendação: rnoder:ada); sos de TV ou rádio) ou organizacionai (frequência
3. O painel de especialistas sugere o ofereci- ou participação no templo religioso).
nlel-rto de cuidados paliativos aos pacientes Para alguns aLrtor:es,'5 espiritualidade
recém-diagnosticados com câncer avançado
dentro de oito semanas após o diagnósticcr [...] é um aspecto dinâmico e intrínseco de
(consenso informal; benefícios superam da- humanidade através da qual as pessoas l)us-
nos; quaiidade da evidência: intermediária; cam Lln1 significado maior, propósito e tÍâns-
força da recomendação: moderada). cendência, uma relação cle experiência con-
4. Enfermeiros, assistentes sociais e outros sigo, com famíiia ou outros, conrunidade,
{ provedores de cuidados paliativos podem sociedade e natllrezâ, e o significativo ou sa-
iniciar apoio específico iros cuidirdores de grado. Espiritualidade pode ser expressa por
pacientes com câncer inicial ou avancadcr convicções, val«lres. tradições e práticas.
em domicílio ou ambulatorial (por meio de
treinamento por telefone. educaçâo, r'eÍc- O sofrimento espiritual ir-rclui componentes
renciação e reuniões presenciais) (com base eristenci:ris {perda de sentido e desesperança), bem
:x como preocLrpações religiosas. O sofrimenro espiri-
em evidências; qualidade da evidência: bai-
xa; força de recomendação: fraca). tual é prer.alente entre pacientes com doença avan-
- _1.
çada e está asso.iado à b,rira qualidade de vida,
desespero no fir-r-r da r ic'1a. pedidos de suicídio assis-
A própria definição de cuidados paliativos evi- tido e ir-rsatisfaçào com o atendimento.'' 5 Os fami-
.lencia a importância da abordagem dos aspectos liares-cr:idadores trrr-nbém podern apresentar altos
-spirituais. A identiÍicação do sofrimento espiritual nír,eis de sofrimento espiritu,rl no contexto de unra
'-rode ser difícil sobretudo quando não há treina- doença que limita a vida.
-- lrento ou inter:esse por paÍte do profissional de saÍr- O Quaclro 3?..1 eremplifica possíveis diagnós-
:-- .1e. A dimensão espiritual é inerente ao ser humancr ticos ou problemas espirituais identificados a partir
,: se diferencia da dimensão religiosa. da anamnese espiritual.

,1ffi Diagnósticos de sofrimento espiritual.

Diagnósticos primários Características-chave Exemplos de declaraçôes


Preocupaçáo existencial Falta de significado existencial. "Minha vida náo tem sentidol'
i.

"Eu me sinto inútill'


:-_

Indaga sobre o signiÍicado da própria exisrência.


preocupação com a vida âpós â morte.
. Questior-ra o significirdo do sofrimento.
. Procura assistência espiritual.
\b;rndono r Falta de amor. "Deus me abanclonou."
por l)eus ou outros) "Ninguém vem me ver."
r Solidão.
r Não se sente lembrado.
r Sem sentido de relação.
Raiva Desloca â ira contril os rcpresentântes religiosos. "Por que Deus levaria meu lilho? Não é justol'
'de l)eus ou de ouh'os) Incapacidade cle percloar.
.,,,(rii;
"',tt'..i '
,.",d
349 ffi
Parte III - Práticas de Cuidado em Espiritualidade

I Preocupações sobre I r Proximidade com Deus "Iiu quero ter um relacionamento mais
I relacionamento corn . Dcscjo cle rclacionamento proÍundo. proftu-rtlo com Deus."
I diui,rdud.
Sistema c1e crença Verbaliza conflitos internos olr conflitos sobre crenças/Íé. tenho certeza se Deus ainda está comigoi'
conilituosa ou tlesalLatla Conflitos entre crenças religrorrs c rrrltJmcnto\ rccolnendados.
Questiona implicaçôes morais ou étic:rs de regime terapêutico.
. Exprcssa preocupaç:ão cor.n a vida/mortc e/ou sistema de
crença.

I r Desesperança sobre saíide


Desespero/desesperânça futura, sobre a própria vida 'A vida está sendo coltadal'
"Náo há mais nada para eu r.iver."
I r Desespero/desesperança absolutos.
I r Nenhuma esperança de valor na vida.
Tristeza ou perda Sentimenl.o e processo associado à perda cle utrla pessoa, "Sinto tanto a falta da minha amada."
iimitaçôes na c,lúdc elc. "Eu queria pocler correr de novo."

I Culpa ouvergonha A clilpa é um sentimcntr: cliante cle algo que â pcsso:1 tenhâ "fu nao mereço morrer Iivre de dorl'
feito de "erraclo ou mai". |
A vergonha é um sentirnento enr que à pessoâ sc vê como I

ruirn ou rnalvada.
Reconciliaçáo NecessidaJe de perdào c/ou leconcilialào consigo nrcrln(, ou com preciso ser percloado pelo que fi2"
oLltros. "Eu gostaria que minha esposa me perdoasse."

isolamento Comur.ridade religiosa ou outlos. "Desde que n-ruciei para uma condiçào de üda
assisticla, nào sou mais capaz de ir parir minha
igrejal'

Necessidades rituais Incapaz de seguir as práticas religiosas habituais. "Iru sir-nplesmenle não posso mais rezar."
específrcas religiosas -
l-uta leligiosa/espir ilual Irr Perda de fé e/ou significaclo.
Crenças religiosas ou espirituais e/ou a comunidade não
I
"E se tudo o que eu acredito nào lbr verdade?"

ajudam a lidar.
&rnÍe: ModiÍicario de: Puchalski C, Ferrell B, \'irani R, Otís-Green S, Baird P, Bull J et ai. Improving the quality of spiritual care as a din.rension of
pallialive care: the report ofthe Clonsensus Conferelce. ] Pallial Med. 2009;12:885-904.

O papelda espiritualidade em cuidados necessidades espirituâis dos pacientes é um clos oitc'


paliativos domínios de qualidade em cuidados pâliâtivos, as-
sim definido pelo The National Consensns Proiec:
As crenças religiosas e espirituais podem auxi-
liar ou influenciar no processo de adoecimento. A for Quality Palliatiue Care, um consórcio de orga-
nizações que estabelecem diretrizes americanas de
conexão entre o interesse do profissional de saúde
cuidados paliativos.
em abordar âs necessidades espirituais e o desejo
dos pacientes em discutir crenças religiosas e espi- No contexto de fim de vida, é importante que
rituais pode facilitaÍ a adesão e os resultados aos os profissionais de saírde identifiquem os fâtores
tratamentos propostos, promoveÍ a qualidade de considerados mais importantes paÍâ pâcientes É
vida dos pâcientes e seus cuidadores, auxiliando-os familiares, entre eles os fatores psicossociais e es-
a encontrar sentido e conforto peÍante o sofrimento pirituais. Uma pesquisa transversal, randomizada
inevitável.e Muitos pacientes são religiosos, e 5070 e estratificada verificou a importância de 44 atrr'
a 95oÁ dos doentes de câncer consideÍam que âs butos de qualidade de vida no fim da vida e o ran'
cÍenças religiosas e espirituais são importantes em king de nove principais atributos entre pacientes.
suas vidâs e apresentâm necessidâdes espirituais, familiares enlutados, médicos e outros provedore!
sobretudo entÍe hispânicos e afro-americanos.10,11 de cuidados (enfermeiros, assistentes sociais, cape-
Pesquisas demonstram uma associâção entre lães e voluntários em cuidados paliativos).r3 Denrre
as crenças religiosas e espirituais e melhor coping os atributos mais importantes pâra os pâcienles
e qualidade de vida.12 O coping (enfrentamento) (> 70%) mâs que foram significativamente meno!
religioso negâtivo (por exemplo, perceber a doen- importantes para médicos (p < 0,001), destâcaram-
çâ como plrnição divina) também pode surgir no se: estar mentalmente consciente, ter o funeral p1a-
contexto de doença e está associâdo à angústia e nejado, sentir que a vida estâva completa, não se:
à pior qualidade de vida. Além disso, atenção às nm fardo para a família ou socieclade, ser capaz d.

350
Capítulo 32 - Espiritualidade e Cuidados Paliativos - uma Relaçáo Simbióticâ

,rjudar os outros, estar em paz com Deus e clrar. etnia, os cuidadores estão em risco de Ínâior estres-
Essas diferenças persistiram após a reerlização de se, ansiedade e depressão e são vulneráveis a reper-
.rnálises multivariadas (controladas por sexo, raça/ cussões físicas e financeiras. Cuidadores que experi-
':tnia, sttTtus socioeconômico, composição familiar mentam tensão mental ou emocional têm unr risco
.' r:eligiosidade). As respostâs do ranking mostrâ- de mortalidade 63"Á mâior do que aqueles que nàcr
r'âm que estar eru paz com Deus e ter o controle experimentarr.ls Nesse contexto, rnuitos cuidado-
.ia clor eram quase idênticos em importância p.rra res encontram nos âspectos religiosos e espirituais
pracientes e familiares enlutados, diferentemerlte da umâ forma cie lidar com o estresse no cuidado.rn
rercepção de médicos e outros profissionais. A participação religiosa pode influenciar no
Religiosidade, cÍençâs religiosas e apoio ofereci- desfecho mortalidacie. Em um grande estudo de
.lo pelas comunidades religiosas podem estar associa- coorte prospectivo e de longo prâzo com mr"rlhe-
.ias à preferência por cuidados mais agressivos nu âm res ameÍicânas, o lrlurses' heabh study, houve uma
Ja vida.ra Um estudo que avaliou a importância da associação inversa entre a frequência em serviços
:'cligião, da frequência religiosa e das atividades priva- religiosos e mortalidade geral, cardiovascular e por
.1as (como oração) em pacientes corn câl-lcer avanç:ado câncer.20 Em comparação a mulheres que nuncâ
.lemonstrou qlle o allmento da religiosidade foi asso- frequentaram serviços religiosos, as mulheres que
.:iado à preferência por toclas as medidas para prolon- compâreceÍam mais de uma vez por semana tive-
grr a vida (OR, 1,96; lC 95"/,,,1,08 a 3,57).ri ranr uma mortalidade geral 33"Á menor durante os
Os criiclaclos espirituais oferecidos por uma 16 anos de acompanhamento. Quanto à mortali-
:cluipe de saúde a pacientes com câncer avançado ciade por tipo de câncer específico, a frequência em
:'stão associados a menos intervenções no fim da serviços religiosos está associada a nm risco signi-
lida, Um estudo prospectivo, multicêntrieo, que ficati-,,anrente menor de rnortalidade por câncer de
irÍrvolveu 343 pacientes com câncer avançado até nrama e por câncer colorretal, mas não para orltros
ripos de câncer.
-l nrorte procuroll avaliar se os cuidados espiritLrais
, iierecidos pela equipe de sirírde impactam na c1ua1i- O sofrirnento é uma construção biopsicosso-
lade de vida (QV) no fim da vida (EOL) e examinar cial inclui a dor física, emclcional,
e esL'riritual, o que
:ssas relações de acordo com <> coping religioso do social e espiritua). O terrno dor espiritual é definiclo
:reciente (elevaclo ou baixo).1í' Os pacientes cujas como ur-ni1 dor proir-rnda lril âlma (clo ser) e que nàtr
:recessidades espirituais foram muito nu completa- é físic.r.rr Pacientes conr dor espiritr-ra1 expressârn
rente apoiadas pela equipe médica receberam mais nír'eis mais baixos de espiritr,ralidacle e re[giosrd:r-
.::. de e podem ter aqravamento de sintomas físrcos e
,uidados paliativos em comparação àqueles que
rão receberam (adjusted odds ratio IAORI = 3,53; emocionais. com nír'eis n.rars altos de anorexia. so-
iC 95"/",1,53-8,12. P =.003). Pacientes corr' copirtg nolência, depressão e ansiedade.rr
re ligioso elevado cujas necessidades espirituais eram Não esrá claro como a dor espiritual afeta a
.'m grande parte ou completamente apoiadas foram manifestação dos sintorras físicos e emociollais e
rlL.lis pÍopensos a receber cuidados paliativos (AOR sua associação com espiritualidade e religiosidade.
= 4,93i lC 95"/", 1,64-14,80 P = 0,004) e menos A compreensão da dor espiritual pr:deria permitir
iropensos a receber tratamento agressivo (AOR = melhor abordagem pelos profissionais de saúde
r1,18;IC 95uÁ,0,04-0.79;P = 0,02) em comparação das necessidades espirituais e da QV de pacientes
rclueles não apoiados. O apr:io espiritual da equipe e familiares.
.rédica e as visitas de cuidado pastoral foram as- Um estilclo transversal com a participação de
-ociaclos a maiores escores de QV perto do óbito 43 cuidadores de pacientes com câncer avançado
20,0 IIC 95"1, 18,9-21.,1] x 17,3oA [IC] 95u1, 15,9- avaliou a freqr-rência e as associações entre esprri-
l8,Bl, P = 0,007 e 20,4%, LlC, 19.2-21,'ll x 17,7 tualidade, religiosidade e dor espiritual desses cui-
95"/,, CI, 16,5-18,91, P - 0,003, respectivamente). dad,rres,-t Tarnlrern investigorr c()mo esses ferores
A experiência cle sofrimento de uma pessoa estavâm associados à expressão dos sintomas e às
:rortadora de doença crônic-a, como o câncer, afe- estratégias de enfrentamento (coping) religioso e es-
:r a experiência emocional, física e espiritual dos piritual. Todos os cuidadores relâtaram que a espiri-
iamiliares e/or"r cuidadores, le',,ando-os e maior scl- tualidade e a religiosiciade os ajudaram a lidar com
irrecarga.rT Independentelnente do sexo, idade ou a doença do seu ente querido, e muitos relataram
qLle a espiritualidade e a religiosidade exercerâm hospitalar. Realizam intervenções como escuta em-
impacto sobre os sintomas físicos (58%) e emo- pática, r:rações e rituais religiosos. Devido à evidên-
cionais (76"/o). Quarenta e um (95%) cuidadores cia insuficiente em relação às atividades de capelania.
relataram qLle era muito importante participar: de é preciso haver mais estudos que mostrem qriais as
atividades espirituais/religiosas em sua comunida- necessidades dos pacientes e familiaÍes com doenças
de. A dor espiritual foi relatada por 23 (58%,) cui- graves, qual a distribuição das atividades dos cape-
daclores. Aqueles com dor espiritual apresentaram lães e os desfechos da atividade de capelania (por
níveis mais elevados de ansiedade (mediana 10 zrs.
exemplo, maior satisfação com o cuidado).
4; p = 0,002), deplessão (6 vs 2; p = 0,006) e nega-
As intervenções de cuidados espirituais realiza-
ção (3 us.2; p = 0,01) e mais estratégias de enfren-
tamento disfuncional (19 us. 16; p = 0,02) e pior clas por outros membros da equipe de cuidados pa-
liativos na assistência ao cujdado espiritual visam a
QV (CQLS-C:70 us.51; P < 0,001).
melhorar a QV e podem influenciar o controle de
Quanto à dimensão da espirituillidade, os es- sintomas físicos e psicossociais. As possíveis inter-
tudos existentes mostrâm uma associação positiva
venções encontram-se no Quadrc 32.2.
entre medidas de espiritualidade e de bem-esrar es-
piritual e qualiclade de vicla no contexro de pacien-
Quaclro 32. 2 Intervenções (cuidados espirituals) em cuidados
tes com câncer de pr:óstata, câncer de mama, cân- paliativos,
cer ginecológico, depressão e ansiedacle associadas
lntervençóes Exemplos
ao câncer e aqueles submeticlos à radioterapia.r'1 r2
Psicoterapêuticas Meaning-based
Porém, há muitas Iimitações nos estudos: em grancie Abordagem do domínio do psychotherapy.
parte são transversais, atrrostras pequenâs, concei- signiflcado/sentido.
F-x ist e n ci al Io got h er apy.
Intervenções ligadas a assuntos
tuação diversa e restrita em relação à mensuração espirituais ou religiosos. Spirinally focused psycho-
th r (t p ut i c i n t e r u e n ctn.
multidimensional de donrínios espirituais, conrrole e e ti

Rc/lqlorrs ct )t.t t i I it'c l,e ltot'io-


inconsistente dos fatclres de confusãcl, geralmen- ral tberapy.
te conduziclos no contexto de doença oncolírgica I)e revisão de yida (life ret'iew) Digni4' theraPY .r interue,'
avançada e na população ;rmericana. Intervençoes psicoespirituais tions basetl dignittt therapt.
envolvendo a integrLição
Outlook life reuieut
De forma geral, os profissionais de saírcle não rle erperiêncras de vicla
ittteruentitrt.
para preservâr e melhorar a
são capacitados p;rra ab«rrdar e cuidar da dimen, dignir'lade.
são espiritual dos pacientes e seus familiares.rr Um
multídisciplinar
D e equip e :. Interdisciplinary honte-basetl
estLldo envolvendo fisioterapeutas mostrou qLle Intervcnçoes inc<lrporantlo o p alliatiue car e i n.te ntent ion.
a maioria desses profissionais nunca recebeu rrei- cuidado espiritual como unl , Structured rrutbidisciplinart
tl0mrnirr chave dt,unr urotle[r
namento para abordagem das necessidacles espi- interuention for aduance d
tle ir.rlervençào em cuidados
cancer pdtietús.
rituais. Outro estudo mostr()Ll qr.re a maioriil dos paliatirrcs.

enferrneir:os e médicos que atuam enr oncologia lÍente-corpo ", Randomized contrclLed tria!
Nleclilaçào, mâssagelu e artes of rneditatiott. and massage.
nunca recelleu treinamento em cuidadcls espiri- curilLivils, , Efficacy trial of gilded me-
tuais (88% x 86''/.; P = 0,83), mas tinhâ interesse d it at ion (111 d n :ats st:t ge.

em receber treinamento, sobreturdo os enfermeiros I omptrisott of ntittdfulnes-


s-áascd slrt'ss redtrction att,'i
(79% x.51%, P < 0,001 ).31 healing arts.
l.i;ilÍe: Modiflcatlo de Steinhauser KE,, iritcheit G, Hanclzo GF, Johnsor,
)rneclmênt( KS, Koenig HG, Pargament KI eL al. State of the science oÍspiritualirr
ancl pa.lliative care research part II: screening, assessment, and
tuais interverlt.ions. J Pain Svmpton.r Manage. 2017;5.1: 44I -53.
Unr grupo de experts fclrneceu uma visão geral
das interverrções na abordagem do bem-estar espi- Apesar do cuidado espilitual ser urr domíni,-
ritual do pâciente e de seus familiares em cuidados de qualidade em cuidados paliativos, os proÊssio-
paliativos.ss São elas: cr-ridados espiritr.rais prestados nais de saúde recebem pouco treinamento para :
por capelães, intervenções por membros da equipe prestação de cuidados espirituais.36 Em 2009. :
interdisciplinar e educação profissional. Spiritual Care C<tnsensus Conference identifr.cct;
Os capelães fornecem cuidados espirituais a competências-chave que todo profissional cle saúci;
pacientes e fami[iares, gerâlmente em ambiente deve apresentar no cenário de cuidados paiiativos:

E
Capítulo 32 - Espiritualidade e Cuidados Púativos - uma Relação Simbiótica

1) receber treinamento em cuidados espirituais Quadnr 32.3 Dinrensões centrais de espiritualidade


,;. de acordo com sua atividacle; em cuidados paliativt-rs.

Dimensôes de Descriçâo
2) estar ciente dos fundamentos da triagem ou
espiritualidade
'!§ anâmnese espiritual;
.:-t: Importânúa da Importância geral e a extensão que a
3) estar ciente dos recursos espirirr.rais dis- espírítualidade/ espiritualitlade e a religiào tém na erperiéncia
;t- poníveis aos pacientes (por exemplo, religiosidade de vida cliária do paciente, em seus valores e
na abordagem da doença.
: --
capelania); r"iliaçan religiosa Tradiçào religiosa e extensão da participaçào
na comunidacle.
4) ser treinado nos princípios de diferentes re-
ligiões e culturas paÍa presrar cuidados de Coping religioso / Enfrentamento religioso/espiritual contra o
:- .rcordo com es diíerentes crençes espirituais
espiritual, positivo ou
negativo
estresse da doença, incluincio fatores positi.,rcs
(por exemplo, a parceria com Deus na doença)
." L
e negativos (por exemplo, doença é puniçáo de
: ou culturais; Deus, espiritualidade provocando crise).
5) receher treinamento básico sobre possír,eis F.xperiências Sentido de profunda corexão, paz,
espirituais signihcado, propósilo, perdào e amor
influências de valores espiritr.rais e/ou cren- (recursos), ou a falta cie.les (necessidades).
positívas (recursos)
ças nâs decisões médicas do paciente e da ou ttegatívas
(necessidades)
família;
Volores e crenças Estrutura religiosa/espirituai para entender
6) ter consciência dos diferentes papéis do r eligío / e s p ir i tu ai
s as s a experiência c1a doença, iais como crenças
relacionadas à sobre tecnologias que sustentam a vida,
cuidado espiritual pelos diferentes prove-
tloençrt milagres, papel dos médicos na cura (p.
dores e de quando referir o paciente or-r exemplo, como instrumento de Deus).
familiares; Práticas relígiosas ou lLituais religiosos/espirituais pessoais e/
espirítuaís ou comunilários (por exemplo, medilação,
7) ter treinamento em preserlÇa cor.rrp.rssiva e leitura de tertos sagratlos, orirção, e,xercícios
em escuta atival contemplativos).

Fonte: Modifi.cado de Steinhauser KE, Fitchett G, Hanclzo GF, ]ohnson


B) ter treinamento em âutorreflexão e ai-rtocr.u- KS, Koenig HG, Pargament I et al. State of the science of spirituality and
dado espiritual. paliiative care research part I: definitions, measuÍement, and outcomes. J
Pain Sl.rnptom Manage. 20).7 :54428- 44.

A pesquisa da espiritualidade rt os eLltores concluíram


Em rei.isào recente.
em cuidados paliativos
que. embora l-raja relacoes inreressantes entre domí-
*_j O campo de pesquisa sobre espiritualidade e nios esprrituais dos pacrentes e iamiliares e alguns
sua interface com aspectos de saúde física e men- desíechos no cenár'io de cuidirdos paliativos (luto,
tal é amplo e crescente há quatro décadas. Porém, tomadas de decis:io médica. qLralidade de r,ida, cui-
tem sido desafiador o desenvolvimento de medidas, dados de lim de vrdir), ainda existem "muitas limi-
observações e entendimentos da experiência indi- tações der,ido a iacunas críticas nas áreas de inves-
vidual em relação à dimensão espiritual, tanto de tigação e questa)es metodológicas que dificultam a
maneira distinta quanto relacionada a outras di- clareza de interpretacão ".
mensões humanas (emocional, social e física), so- Algur-nas prioridades em relação à pesqLri-
bretudo em cuidados paliativos.3T Algumas ques- sa em espiritilalidade e cuidados paliativos foranl
tões necessitam de respostâs: como a gratidão e o sugeridas:
perdão (aspectos de espiritualidade) podem estar
1. Quanto às definições: estabelecer definições
associados a um maior bem-estar mental, emocio-
claras pâra os termos religião, religiosida-
nal ou físico? Como o suporte oferecido pelas co-
de, espiritwalidade, cuidados espirituLtis
munidades religiosas auxilia no enfrentamento, nas
enecessidades espirituais. A definição de
tomadas cle decisão ou nâ promoção de bem-estar,
espiritualiclade pode variar dentro do con-
considerando as diversas religiões e culturas em
texto avaliado (clínico ou de pesquisa). É
todo o mundo? preciso examinar os principais atributos da
Alguns âutores têm sugerido dimensões cen- espiritualidade em diversas populações (re-
trais da espiritualidade em cuidados paliativos que ligiosos tradicionais, grupos não religiosos,
devem ser investigadas (Quadro 32.3). humanistas seculares, culturas diferentes).
Parte III - Práticas de Cuidado em Espiritualidade

2. Quanto à medição: o propósito da medição compreensão de seus mecanismos e desfechos. Há a


tem de ser claro (avaliação. me]horia da clua- necessidade de formação e capacitação dos profis-
lidade, intervelção). Empregar modelos con- sionais de saúde quanto à abordagem da espiritua-
ceituais claros, embasados na literatura atual, iidade na prática ciínica para â efetiva prevençào e
e com especificação definida dentro do mo- alívio do sofrimento espiritual de pacientes e seus
delo de relação entre as dimensões da espiri- farniliares.
tualidade e os resultados de interesse. Utilizar
ferramentas combinadas às dirnensões. i:i r;li",i.;,':r: rt i,,.1 :;,

3. Quanto aos desfechos: conduzir pesquisa de 1 . Sepírlveda C, Marlin A, Yoshida ! Ullrich A. Palliativt
care: the World Health Organization's global perspec-
estlldos prospectivos, orientada por hipóteses,
tive. J Pain Symptom Manage. 2002;24:91-6.
baseada a priori em modelos conceituais da
2. Connor SR, Bermedo MCS. Global atlzrs of palliarile
dimensão espiritual e sua relação longitudinal care ât the end of life. Geneva: §(/HO, \Worldw.ic.
com os principais desfechos em cr-ridados pa- Palliative Care Alliance; 2014. Disponível n:
iiativos. Usar medidas validadas de preditores lnternetr http://wrvw.who.int/ninh/ Global_Atlas_
e resultados. Incluir uma avaliação rigorosa of_Palliative-Care.pdf ( 1 rnar. 2019).
de potenciais variáveis de confusão. 3. Ferrell BR, Temel JS, Temin S, Alesi ER, Balboni T-{.
Basch EM et a1. Integration of palliative care inr:
4. Quanto às disparidades em cuidados da standard oncology care: American Society of Clinica.
saúde: realizar estudos com populações e Oncology Clinical Practice Guideline Update. J CIi:
ambientes diversos (por exemplo, tipos de Onco1. 201.7 ;3 5 :9 6-1" 12.
doença, raça/etnia, geografia). Avaliar fa- 4. Koenig HG. Religion, spirituality,, and health: :
revierv and update. Adv Mind Body Med. 201-::
tores espir ituais do paciente/farnília (crerr-
29:19-26.
ças e valores religiosos) e sui:r relação com 5. Puchalski CM, Vitillo R, Hull SK, Reller \
as tomâdas de decisão médica, cuidados Improving the spiritual dimension of whole persc.
de fim de vida. Avaliar os mecanismos da care: reaching national and international consensu.
relação entre aspectos espir:ituais (espiri- I Palliat Med. 2014;17:642-56.
tualidade, enfrentamento, necessidades 6. Astrow AB, Vexler A, Texeira K, He MK, Sulmas,
espiritr-rais) e qr-ralidade de vida do pacien- DP. Is failure to meet spilitual needs associa:-
ed with cancer patients' perceptions of qualin' c:
te e do cuidador.
care and their satisfaction with care? J Cliu Oncc.
2007;25:5753-7.
Avirliar a provisão de cuidados espirituais por
equipe de saúde e sua relação com desfechos para
7. McClain CS, Rosenfelcl B, Breitbart '§7. Effecr c:
spiritual rvell-being on end-of-life despair: in rerr:.--
pacientes/familiares (qualiclade de vida, luto, cuida- nally-ill cancer patients. Lancet" 2003;361:1 603--.
clos e tomadas de decisão em fim de vida). B. Breitbart \X/, Rosenfeld B, Pessin H, I(aim \1.
Funesti-Esch J, Galietta M er al. Depression, hop.-
lessness, and desire for hastened death in termina-.,
ill patients rvith carrcer. JAMA. 2000;284:2907-71.
À espiritualidade é uma dimensão humana 9. Balducci L. Geriatric oncology, spiritualitS and pa, -
qr"re inflnencia a qualidade de vida e é influencia- âtive care. J Pain Syrnptom Manage. 2019;57i171-:
da pelo processo cle adoecimento físico, emocio- 10. True G, Phipps EJ, Braitmar-r LE, Harraison T, Har-.;
r-ral e social. Crerrças religiosas e espirituais podem D, Tester trV. Treatment preíerences and advan..
influenciar positivan-rente ou negativamente nas care planning at end of life: the role of ethnicitl' a::
situações de adoecimento" São relatadas como spiritual coping in cancer patients. Ann Behav \Íe;
2005;30:174-9.
muito importanres para as cor-rdições limitantes ou
11. Moadel A, Morgan C, Fatone A, Grennan J, Car:.-
doenças ameaçac{oras da vida, tanto poÍ pacienres
J, Laruffa G et al. Seeking meaning and hope: ;
quanto por familiaresicuidadores. Têm influência elf-reported spiritual and existential needs âmo:.
nas tomaclas de decisão médica, nos cuidados no an ethnically-cliver:se càncer pâtient popularic,-
fim da vida e no luto. Psychooncology. 1 999;8:378-85.
1.2. Tarakeshlar N, Vanderwerker LC, Paulk E, Pea:-.
A relação simbiótica entre os cliversos aspec- MJ, Kasl SV, Prigerson HG. Religious coping is :;-
tos espirituais/religiosos e os cr-ridados paliativos sociated with the quality of life of patients with ::-
carece de estudos mais aprofundados para melhor vanced cancer. J Palliat lvled. 2006;9:646-57.

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