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Cuidados Paliativos na

Psicologia: aspectos subjetivos


do adoecimento e espiritualidade
Palestrante:
Liliana Scatena
Doutora em Ciências. Especialização em Cuidados Paliativos.
Psicóloga Clínica e Hospitalar.
Canção: Sentinela
Milton Nascimento/Fernando Brant

Longe, longe, ouço essa voz


Que o tempo não vai levar

Precisa gritar sua força ê irmão, sobreviver


A morte inda não vai chegar, se a gente na hora de unir
Os caminhos num só, não fugir e nem se desviar
Precisa amar sua amiga, ê irmão e relembrar
Que o mundo só vai se curvar

https://youtu.be/zntbri0mGl8
Sentinela
Milton Nascimento/Fernando Brant

Quando o amor que em seu corpo já nasceu


Liberdade buscar,
Na mulher que você encontrar
https://youtu.be/zntbri0mGl8
Morte vela sentinela sou
Do corpo desse meu irmão que já se foi
Revejo nessa hora tudo que aprendi, memória não morrerá
Longe, longe, ouço essa voz
Que o tempo não vai levar
Proposta – Discutir sobre as bases dos Cuidados Paliativos e a relação com a atuação da Psicologia
Público – Voluntários da Capelania Espírita
Objetivo - Divulgação de conteúdos que tratem dos Cuidados Paliativos de forma ampla e transversal às
diversas áreas de atuação, assim como a Capelania, a fim de complementar a formação para atuação com a
espiritualidade diante da finitude.

Uma assistência que trabalha integrada com diversos profissionais da área da


saúde, assistencial, espiritual que lidam com paciente diretamente e/ou seus
familiares.
Contribuir para o aperfeiçoamento do cuidado aos pacientes portadores de
doenças ameaçadoras da vida. Orientação e acompanhamento terapêutico.
CUIDADOS PALIATIVOS

Psicólogo especialista em C.P. como agente facilitador da relação


equipe/paciente/família

A atuação do psicólogo nos processos de elaboração da morte


Definição de Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos buscam a manutenção da qualidade de vida dos
indivíduos e suas famílias por meio da prevenção e do alívio do
sofrimento psicológico, físico, social e espiritual. Ao mesmo tempo que
a família presta os cuidados paliativos ao seu ente, também recebe este
cuidado da equipe de saúde, de forma que consiga se instrumentalizar
para o cuidado e para as relações familiares. Este cuidado permanece
também após a morte do indivíduo, com o auxílio e aconselhamento no
luto da família (ANCP, 2012; WHO, 2014; WHO, 2020).

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Definição de Cuidados Paliativos

“Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma


equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida
do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a
vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação
precoce, avaliação impecável e tratamento da dor”.

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Definição de
30/10/2023

Cuidados
Paliativos
Prezam pela
qualidade de vida,
7 manejo da dor,
autonomia do
paciente e pela união
familiar diante de
uma doença que
ameace a vida,
prezando pelo maior
conforto e dignidade
ao paciente.
Práticas em
Cuidados
Paliativos
Envolvem o controle e alívio de
sintomas da doença avançada ou em
fase de terminalidade, comunicação,
realização de últimos desejos com
adesão das diretivas antecipadas da
vontade, estimulo da espiritualidade,
fortalecimento de vínculos afetivos na
unidade familiar, utilização de práticas
integrativas e complementares, dentre
outras.

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Qual o papel e o lugar do Psicólogo em
Cuidados Paliativos?
O profissional de Psicologia atua em equipe multidisciplinar,
realizando intervenções psicoterapêuticas de acordo com as
dimensões de sofrimento apresentada pelo paciente, seus
familiares e/ou cuidadores. Possui conhecimento técnico e
teórico em Cuidados Paliativos na atenção primária, secundária,
terciária e cuidados domiciliares.

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Qual o papel e o lugar do Psicólogo em
Cuidados Paliativos?
• Fortalecimento de recursos internos de enfrentamento,

• Acolhimento do sofrimento existencial relacionado a finitude, medo da


morte, sentido de vida,

• Ajustes no processo de lidar com doença, tratamento e perdas que


possam surgir,

• Autonomia e dignidade do paciente,

• Suporte ao luto.
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Qual o papel e o lugar do Psicólogo em
Cuidados Paliativos?
• Conhecer os problemas, anseios e expectativas do paciente/familiares;

• Melhorar a relação com a família;

• Respeitar e reforçar a autonomia do paciente;

• Conhecer valores espirituais;

• Auxiliar no enfrentamento positivo do processo de morrer;

• Ter cuidado com a linguagem não verbal (expressões faciais e reações),


pois são fatores que podem significar, para o indivíduo, o acolhimento ou a
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indiferença.
Sugestão de vídeo:
Cuidados Paliativos
são cuidados sobre https://www.youtube.com/watch?v=VckGen2_E64&t=105s
Produzido por Antônio Meliveo, Enrique Posner e Juan Molina, o filme
vida chamada "La Dama & la Muerte", contextualiza sobre o fim da vida e a
ação médica para "evitá-la".

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Qual o papel e o lugar
do Psicólogo em
Cuidados Paliativos?
Exercer a escuta ativa,
que é escutar o que o
paciente tem a dizer, de
forma empática e
respeitosa, e também o
silêncio terapêutico e o
toque afetivo, que
proporcionam
fortalecimento de vínculos
(ALMEIDA & GARCIA,
2015).
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Demandas do psicólogo hospitalar
especialista em Cuidados Paliativos
DEMANDAS

Partir de lacunas da comunicação entre o paciente


e familiares ou paciente e equipe para estabelecer
conexão com o sofrimento humano

A comunicação compassiva como caminho de


cuidado

Melhoria dos processos, estratégias e práticas


assistenciais hospitalares.
Tópicos de discussão

CONTEÚDOS
O ciclo da vida-morte-vida na jornada do luto.
Espiritualidade, o sagrado da vida e o cuidar diante do sofrimento
espiritual e existencial.
Reconhecimento que a internação do paciente causa distanciamento do
ambiente da casa, espaço de segurança e identidade.
O processo de elaboração da morte, que se estende aos pacientes,
familiares e equipe
Tópicos de discussão

CONTEÚDOS
Capacitação contínua dos profissionais colegas de equipe para lidar de forma mais adequada com as
tensões oriundas da prática profissional hospitalar e finitude.
O psicólogo busca incentivar os profissionais da equipe de saúde a estabelecerem uma relação mais
saudável com os familiares e pacientes terminais, evitando que os sentimentos destes possam interferir
de forma negativa em sua estrutura emocional.
Tópicos de discussão

CONTEÚDOS
Evitar fadiga por empatia da equipe de saúde; estimular comunicação assertiva, eficaz
O psicólogo incentiva os colegas a observarem as situações de adoecimento e terminalidade sem
avaliar e sem julgar, apenas praticando a observação. Proporciona a reflexão para aprendermos a
separar o que VEMOS daquilo que SENTIMOS
O trabalho em saúde só existe no encontro
• O Psicólogo trabalhará com o paciente até o momento de sua partida. E
também com a família, no processo de morrer e no pós luto. O paciente
não é um corpo, uma doença, ele é uma biografia que deve ser
respeitada.
• E o capelão também oferece este tipo de acolhimento. É no cuidado
com a necessidade do outro que o cuidado humanizado se efetiva. Na
prática, a experiência desta vida é singular e devemos de fato
compreender o que significa este processo de adoecimento para o
paciente e seus familiares.
• Lidamos com imprevisibilidade, não sabemos quais as necessidades do
paciente ou familiares.
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Trecho do livro: “A voz do coração”.
Caso de uma paciente de por volta de 20 anos de idade, internada no hospital.

(...) Ao iniciar, senti a intuição de falar-lhes sobre o perdão. O padrasto afastou-se


disfarçada e silenciosamente para enxugar seus olhos marejados. Poucos segundos
após, verifiquei que lágrimas começaram a rolar sobre as faces dos três envolvidos.
A prece que estávamos fazendo falava muito da necessidade do perdão, da
capacidade de ver no outro um ser humano que pode se transformar em amigo.
Foi então que o padrasto, não contendo seu choro, abraçou a paciente e ambos
foram, logo em seguida, também abraçados pelo namorado da mesma.
(...) Quem perdoa sente-se mais leve, mais generoso e com a capacidade
aumentada de aflorar toda a grandeza da sua alma. Não é fácil, mas é, com certeza,
possível. Pude perceber então que todos estavam precisando desse alívio. (p.38).

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Trecho do livro: “A voz do coração”.
Não deveria ser tão doloroso

(...) testemunhamos aqueles que reagem de maneira adversa à


presença da doença, limitação, dor, dependência, senilidade e finitude
da vida, sejam eles pacientes ou familiares. Ocasionalmente, somos
tratados com indiferença, somos o alvo da revolta e dos
questionamentos, das recusas e da ingratidão. Tudo isso também se
revela como grandes mestres de uma importante instrução para todos
nós, capelães. Despojar-se do ego para exercer a paciência e a
compreensão, a fim de compreender que nem todos (pacientes ou
familiares) tem alicerce psíquico e espiritual sólido o suficiente para
suportar o peso do infortúnio. (p.40).

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Os voluntários da Capelania Espírita também possuem o
propósito de discutir questões conflitantes, tais como:
• Preparar o paciente e familiares para compreenderem a morte como
parte imponderável da vida;
• Fomentar a coragem necessária para aceitá-la quando inevitável;
• Provocar a quebra de tabus sociais sobre a morte e o morrer;
• Contribuir para mudar a mentalidade anti-morte fixada em nossa
cultura;
• Respeitar a dignidade no sofrimento e o respeito à individualidade da
pessoa humana.

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Os voluntários da Capelania Espírita podem colaborar para:

• Diminuição da angústia frente à situação de crise (processo de


doença/falecimento do ente querido) em que a família se encontra;
• Estimular o cuidado espiritual com nós mesmos, com nossos entes
queridos e com todos os que convivem conosco;
• Observar e amparar espiritualmente os que cuidam, os que se dedicam ao
cuidar;
• Dar sentido à morte, um processo de morrer ritualizado e socialmente
compartilhado. Esse modelo de boa morte, conhecido como kalotanásia,
organiza um conjunto de ações que busca reviver um processo de morrer e
uma morte mais suave, tendo como desafio fazê-lo em um cenário médico
identificado com o uso continuado e persistente de alta tecnologia.
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Espiritualidade
A espiritualidade envolve uma gama de conceitos e crenças
importantes para as pessoas em cuidados paliativos, e proporciona
conforto por meio do fortalecimento da fé.
A espiritualidade independe de religião, está relacionada a um bem-
estar espiritual e emocional, onde o indivíduo se sente confiante e
seguro dentro de suas crenças (ANCP, 2012; BENITES, NEME e SANTOS,
2017).

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Espiritualidade
Ao garantir a espiritualidade nos cuidados paliativos, a família ou profissionais,
voluntários garantem que este expresse seus sentimentos, emoções e
pensamentos de forma plena, o que repercute positivamente na aceitação de
sua finitude e no processamento da terminalidade e morte (ANCP, 2012).
A família é assistida durante o período de cuidados e também após a morte do
familiar, que é quando vivenciam o luto.
Os profissionais e cuidadores têm papel muito importante no cuidado da
família, pois atuam na desmistificação de conceitos e estimulo de tempo
significativo em família. Essa unidade familiar muitas vezes é o diferencial no
desenvolvimento da espiritualidade, no acolhimento e na melhoria da
qualidade de vida e autonomia da pessoa (ANCP, 2012; MATOS e
BORGES,2018).
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Estudos de casos
Livro: Histórias Linda de Morrer.
Autora: Ana Claudia Quintana Arantes
Rio de Janeiro: Sextante, 2020.

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C. e a serenidade dos
ateus

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Estudo de caso: O que aprendi sobre a vida:
C. e a serenidade dos ateus
Livro: Histórias Linda de Morrer.
Autora: Ana Claudia Quintana Arantes

A primeira lição sobre a vida que o Sr. C. me ensinou foi de que agimos na vida de
acordo com a consciência que temos de nós mesmos e de nossa finitude.
Ele, uma pessoa complexa, aos olhos do filho, precisava primeiro saber se a Ana
daria conta de cuidar dele sabendo que iria morrer. Os pacientes sabem quando o
profissional de saúde não dá conta de sua finitude.

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Estudo de caso: O que aprendi sobre a vida:
C. e a serenidade dos ateus
Mas enquanto conversavam, os temas eutanásia e suicídio assistido apareceram,
atos não permitidos no Brasil. E a Ana fala uma coisa muito bonita acerca do
trabalho dela - “Acompanho pessoas até a morte natural, usando todos os
recursos ao meu alcance para diminuir seu sofrimento. (...) Então não precipito
nada. O tempo é soberano sobre os acontecimentos.”
(...) E ela, devolve a ele o questionamento. Será que ele daria conta de viver o
percurso natural da vida?
(...) mesmo que seu câncer tivesse cura, ele não trataria (Senhor C.), pois como
ateu, aceita o fim de tudo, inclusive de sua vida. Ele aceita o fim e não se
arrepende de nada vivido em seu percurso.

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Estudo de caso: O que aprendi sobre a vida:
C. e a serenidade dos ateus
Caiu por terra uma crença que eu tinha acerca do ateísmo diante da finitude. A
serenidade dele me ensinou que esse momento do fim pode ser sereno quando a
alma está serena, sem precisar se apegar a algo transcendente.
Sua esposa via essa beleza e o contemplava. “A morte é bonita. A pessoa vive sua
vida, cumpre sua missão e termina de viver.”

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E. e a dor de todas as mães do mundo
Uma princesa, E., 24 anos e um câncer no cérebro. Uma rainha, sua mãe N., incansável
em lhe proteger. Uma fada madrinha, Ana, sempre surpreendendo com gestos de
amorosidade encantadores.
Nesse conto, há também um médico, que não teve coragem de revelar que E. tinha
uma doença incurável, e sugere a essa família, do interior da Bahia, viajar até São Paulo
para encontrar possível cura.
Sua falta de coragem pode ser vista como benção, para que E. vivesse seus últimos
momentos com dignidade e no conforto amoroso do Hóspice. Assim foi.
Essa princesa precisava de um vestido para o sepultamento. Que doloroso esse
momento para uma mãe, que jamais pensa em vestir um filho para essa ocasião.
É aí que a fada-madrinha (a medicina é só um disfarce), pega Dona N. pela mão e a leva
para comprar um vestido em uma loja que abriria naquele dia pela primeira e única vez.

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E. e a dor de todas as mães do mundo
Um vestido azul e dois lenços. A princesa E. recebe os últimos
cuidados pelas mãos da rainha e da fada-madrinha. E seu pai a leva,
em cortejo, de volta pra casa.
“Hoje fui comprar a roupa da filha de todas as mulheres do mundo”,
escreve Ana em seu diário de memórias em poesia.
O que aprendi sobre a vida? Somos eternas princesas de nossas mães.
Somos eternas rainhas de nossas filhas. Há sempre uma fada madrinha
ao nosso lado para nos amparar em momentos difíceis... e elas
também choram.

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Para refletirmos, explique o que compreendeu das
seguintes frases, questionamentos ou tente encontrar
uma resposta que contemple...

• “Cada pessoa é única, cada pessoa traz uma biografia”.

• “Todas as pessoas tem direito a dignidade”.

• “É necessário o reconhecimento da saúde além da saúde física”.

• “O que é qualidade de vida?”.

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• “Quando escutamos do paciente ou da família algo que discordamos?
E quando escutamos algo que confronta nossa visão de mundo?”

• “E quando escutamos no ambiente hospitalar algo que toca nossas


dores? Como lidamos com tudo isso?”

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Considerações Finais
“O psicólogo escuta, em seu espaço interno observa o que toca sua
humanidade e o que ressoa sobre o paciente, catalisa internamente e
devolve como intervenções mobilizadoras.
O paciente, por sua vez, escuta, catalisa internamente e ressoa os novos
insights para o terapeuta.
Nesse movimento infinito entre ir e vir, não há certo nem errado, há o
fenômeno humano em um de seus momentos de maior beleza e riqueza:
... do encontro”.
(autora: Flávia Vieira, psicóloga e paliativista)

30/10/2023 Disponível em: https://www.flaviavieira.net/ 35


Obrigado!

• Telefone para contato: (19)992542608


• Email: liliana_scatena@hotmail.com

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Referências
ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS. ANCP. Manual de Cuidados Paliativos Ampliado e
atualizado. Academia Nacional de Cuidados Paliativos. 2ª ed. 2012. Disponível em:
http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/Manual-de-cuidados-paliativos-
ANCP.pdf.
ALMEIDA, K. L. S; GARCIA, D. M. O Uso De Estratégias De Comunicação Em Cuidados Paliativos No Brasil:
Revisão Integrativa. Cogitare Enfermagem. v. 20, n. 4, p. 725-732. 2015. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/ view/39509.
BENITES, A. C; NEME, C. M. B; SANTOS, M. A. Significados da espiritualidade para pacientes com câncer em
cuidados paliativos. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 34, n. 2, p. 269-279, 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo. php?pid=S0103-166X2017000200269&script=sci_abstract&tlng=pt.
MATOS, J. C; BORGES, M. S. A família como integrante da assistência em cuidado paliativo. Rev.
enferm UFPE on line., Recife, v. 12, n. 9, p. 2399-2406, 2018.Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/234575/29932.

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Referências
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Global Atlas of Palliative Care at the End of Life. Worldwide
Palliative Care Alliance (WPCA). [Internet]. 2014. Disponível em:
https://www.who.int/nmh/Global_Atlas_of_Palliative_Care.pdf.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Palliative Care. 2020. [Internet]. Disponível em:
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/palliative-care.

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