Você está na página 1de 9

Ana Luiza de Freitas Davi

Bárbara Caroline Augusto


Natane Maira Santos Rinco Pereira

CUIDADOS PALIATIVOS E LUTO: PENSANDO NO


CUIDADOR

Divinópolis
2018
Ana Luiza de Freitas Davi
Bárbara Caroline Augusto
Natane Maira Santos Rinco Pereira

CUIDADOS PALIATIVOS E LUTO: PENSANDO NO


CUIDADOR

Projeto de pesquisa relacionado ao


Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado na Universidade do
Estado de Minas Gerais – Unidade
de Divinópolis, como requisito
básico para a conclusão do curso de
Psicologia.

Prof.°: Geisiani Gonçalves.

Divinópolis
2018
Sumário

1 Introdução.................................................................................................03

2 Justificativa...............................................................................................03

3 Objetivos...................................................................................................04

3.1 Objetivo Geral.............................................................................04

3.2 Objetivos Específicos..................................................................04

4 Revisão de Literatura..............................................................................05

4.1 Conceito de Cuidados Paliativos................................................05

4.2 Conceito de Luto.........................................................................05

4.3 Pensando no Cuidador...............................................................07

5 Metodologia..............................................................................................08

6 Referencial Teórico..................................................................................09

3
1. Introdução
2. Justificativa
3. Objetivos

3.1 Objetivo Geral


3.2 Objetivos Específicos

4. Revisão de Literatura

4.1 Conceito de Cuidados Paliativos

A clínica dos Cuidados Paliativos é voltada para aliviar os sintomas e lidar com
a dor do paciente. Voltada para a realidade, esta clínica visa o foco do tratamento
inteiramente estruturado no alívio e não na cura da doença, procurando sempre o bem
estar do mesmo.

Só se entendem os Cuidados Paliativos quando realizados por equipe


multiprofissional em trabalho harmônico e convergente. O foco da atenção não
é a doença a ser curada/controlada, mas o doente, entendido como um ser
biográfico, ativo, com direito a informação e a autonomia plena para as
decisões a respeito de seu tratamento. A prática adequada dos Cuidados
Paliativos preconiza atenção individualizada ao doente e à sua família, busca
da excelência no controle de todos os sintomas e prevenção do sofrimento.
(CREMESP, 2008, p.16).

Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde, defini-se:

Cuidado Paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes


e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida,
através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce,
avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física,
psicossocial e espiritual. (OMS, 2002 apud CREMESP, 2008, p.16).

Os princípios que fundamentam os cuidados paliativos são: mudar o foco do


curar para o cuidar; aliviar e controlar os sintomas; cuidar do bem estar do paciente;
evitar exames, procedimentos e tratamentos inúteis; lidar com a morte; dar autonomia
ao paciente. É uma clínica que muitas vezes vai se configurar como uma omissão da
equipe diante do paciente e seu estado de saúde. Não é um crime, mas acredita-se que
todo procedimento ou tratamento será inválido.

Torna-se interessante destacar que não apenas nesta clínica, mas também no
hospital em geral, trabalhar com o conceito de dor total, ou seja, a dor física, emocional,
psíquica, familiar e espiritual. Para os psicólogos diante da clínica paliativa, a função é
deixar o paciente falar, promover o seu bem estar, manter a singularidade e a sua
autonomia.

Ao passo que a doença avança e o tratamento já não consegue atingir a cura, os


Cuidados Paliativos entrarão como único e necessário recurso terapêutico nesta fase de
incurabilidade real. Nesse sentido, se torna extremamente fundamental a intervenção de
uma equipe de profissionais devidamente treinados para a comunicação do prognóstico
da patologia, no controle dos sintomas, não apenas biológicos e que possam dar apoio
ao paciente e ao seu familiar no processo de entendimento do processo evolutivo da
doença e proporcionar alívio a essas pessoas, prevenindo sintomas ou situações de crise.

4.2 Conceito de Luto

Como definição de morte considera-se como a cessação definitiva da vida. Já o


morrer como o intervalo entre o instante em que a doença se instala e se torna
irreversível e o seu findar letal. Segundo Medeiros e Lustosa (2011, p.2) “[...] a palavra
morte traz consigo muitos atributos e associações: dor, ruptura, interrupção,
desconhecimento, tristeza. Designa o fim absoluto de um ser humano, [...]”.

Para Freud (1917 [1915], p. 276) “O luto é um processo lento e doloroso, que
tem como características uma tristeza profunda, afastamento de toda e qualquer
atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre o objeto perdido, a perda de
interesse no mundo externo e a incapacidade de substituição com a adoção de um novo
objeto de amor”.

Dessa forma o processo de luto é enfrentado de forma subjetiva de acordo com o


que a perda desse objeto ou pessoa, representava para o sujeito, ao mesmo tempo, que
se torna um processo lento e doloroso, uma das preocupações acerca da pessoa enlutada
é o grau de investimento da libido que está sendo despendida sobre o objeto perdido e o
que isso pode acarretar para a vida do sujeito.

O luto de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de


alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, [...]. Em algumas
pessoas, as mesmas influências produzem melancolia em vez de luto; por

5
conseguinte, suspeitamos que essas pessoas possuem uma disposição
patológica. (FREUD, 1917 [1915], p.275).

O processo de elaboração do luto consiste em uma adaptação a nova realidade


vivida, que neste contexto, significa aceitação de conviver com uma doença grave ou
até mesmo com a perda de alguém amado. Esta adaptação está diretamente ligada à
história pessoal de cada um, sendo a sua criação, relação familiar, capacidade de lidar
com frustrações, perdas e a condição de suportar a morte de um ente.

4.3 Pensando no Cuidador

A princípio se torna válido nomear o cuidador. Neste caso, o cuidador é aquele


que está dia a dia com o paciente, pode ser um familiar, amigos ou pessoas próximas. O
tema do trabalho se encontra totalmente voltado a essa pessoa que cuida e muitas vezes
não é cuidada. O cuidado aos familiares também faz parte do cuidado aos pacientes
internados.

Na fase final da vida, entendida como aquela em que o processo de morte se


desencadeia de forma irreversível e o prognóstico de vida pode ser definido em
dias a semanas, os Cuidados Paliativos se tornam imprescindíveis e complexos
o suficiente para demandar uma atenção específica e contínua ao doente e à sua
família, prevenindo uma morte caótica e com grande sofrimento. A prevenção
continua sendo uma demanda importante neste período. Ações coordenadas e
bem desenvolvidas de cuidados paliativos ao longo de todo o processo, do
adoecer ao morrer, são capazes de reduzir drasticamente a necessidade de
intervenções, como uma sedação terminal ou sedação paliativa. (CREMESP,
2008, p.17)

Neste sentido, entende-se que uma boa comunicação entre a equipe


multiprofissional, o paciente e o familiar se torna essencial, pois através da
compreensão dos cuidados paliativos todo o processo se torna menos fardo, por
conseguinte, mais aceitável.
Não existe a maneira correta de se comunicar que o paciente entrará em
cuidados paliativos, no entanto há maneiras muito erradas. É necessário que o
profissional que fará esse comunicado saiba exatamente os princípios de tal cuidado e,
além disso, esteja disposto há ter o tempo que for necessário com o paciente e a família.
Este será o lugar de tirar dúvidas, sem cortes e muito menos com rapidez.
Uma das características do Cuidado Paliativo é a terminalidade, logo se torna
evidente que ninguém está preparado para receber esta notícia. Pensando nisso, o foco
do nosso trabalho é promover uma escuta diferenciada não só ao paciente, mas
principalmente ao seu cuidador, pois este também adoece na rotina árdua e difícil de um
hospital, no entanto, muita das vezes ele é esquecido.

5. Metodologia

6. Referencial Teórico

ARAUJO, M., M., T. & Silva, J., M., P. (2007). A comunicação com o paciente em
cuidados paliativos: valorizando a alegria e o otimismo. Revista da Escola de
Enfermagem da USP. v. 41. n. 4. ano 07. Acesso em 28 jun. 2017. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342007000400018&lng=pt&nrm=isso

BORGES, M.M; JUNIOR, R.S. A comunicação na transição dos cuidados


paliativos: artigo de revisão. REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA; 38
(2): 275-282; 2014.

CARVALHO, S. B. Trabalho de Luto: O cuidado do paciente gravemente enfermo e de


seus familiares. MOURA, M. D. (org.). Oncologia/ Clínica de limites terapêuticos?
Psicanálise & Medicina (Artigos). 1a ed. Belo Horizonte: Artesã, 2013.

COORDENAÇÃO INSTITUCIONAL DE REINALDO AYER DE OLIVEIRA.


Cuidado Paliativo. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo, 2008. 689 p.

FONSECA, J.V.C; RABELO, T. Necessidades de cuidados de enfermagem do


cuidador da pessoa sob cuidados paliativos. Revista Brasileira Enfermagem, Brasília
2011 jan-fev; 64(1): 180-4.

FREUD, S. Luto e Melancolia. (1917 [1915]). In: ______. A História do Movimento


Psicanalítico/ Artigos Sobre Metapsicologia e Outros Trabalhos. Edição Standard
Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XIV. Rio de Janeiro: Imago,
1996.

7
GUARESCHI, N.M.F; FOSSI, L.B. A psicologia hospitalar e as equipes
multidiciplinares. (s.d).

GUTIRREZ, P., L. (2001). O que é o Paciente Terminal?. Revista da Associação


Médica Brasileira. v. 47, n. 2. ano 01. Acesso em 28 jun. 2017. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302001000200010&lng=pt&nrm=isso

INCA (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Cuidados Paliativos. Disponível em


http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/tratamento/cuidados_paliativos.
Acesso em 29 jun. 2017.

KOVÁCS, M. J. (1992). Morte e Desenvolvimento Humano. São Paulo: Casa do


Psicólogo.

KÜBLER-ROSS, E. (2005). Sobre a Morte e o Morrer. São Paulo: Martins Fontes.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da


Silva. Os tempos no hospital oncológico. – Rio de Janeiro: INCA, 2015.

MEDEIROS, L. A; LUSTOSA, M. A. A difícil tarefa de falar sobre morte no


hospital. Revista SBPH, vol. 14, no. 2. Rio de Janeiro, 2011.

MENEZES, A. F. N; et al. Cuidado e angústia: análise das implicações emocionais em


cuidadores familiares de pacientes com câncer. (s/d).

MORETTO, M.L.T. . O que pode um analista no hospital?. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2005.

MORETTO, M. L. T. Entre o Luto e a Luta: sobre a noção de sofrimento psíquico do


paciente com câncer e o trabalho do psicanalista em situações-limite na instituição
hospitalar. MOURA, M. D. (org.). Oncologia/ Clínica de limites terapêuticos?
Psicanálise & Medicina (Artigos). 1a ed. Belo Horizonte: Artesã, 2013.
PORTAL EDUCAÇÃO. Os registros psíquicos: simbólico, imaginário e real. 2013.
Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/os-
registros-psiquicos-simbolico-imaginario-e-real/40795. Acesso em 29 jun. 2017.

PORTO, G; LUSTOSA, M.A.; Psicologia Hospitalar e Cuidados Paliativos. Revista


Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar. v.13 n.1, Rio de Janeiro, Jun. 2010.

SALES, C.A.; ALENCASTRE, M. B. Cuidados Paliativos: uma perspectiva de


assistência integral à pessoa com neoplasia. Revista Brasileira Enfermagem, Brasília
(DF) 2003 set/out;56(5):566-569.

SAVOI, C.G.P. Princípios Fundamentais dos Cuidados Paliativos. MOURA, M. D.


(org.). Oncologia/ Clínica de limites terapêuticos? Psicanálise & Medicina
(Artigos). 1a ed. Belo Horizonte: Artesã, 2013.

SOARES, M. (2007). Cuidando da família de pacientes em situação de


terminalidade internados na unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de
Terapia Intensiva. v.19,n.4 ano 07. Acesso em 12/11/08. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
507X2007000400013&lng=pt&nrm=isso

SOUZA, A.M; MOURA, D.S.C; CORRÊA, V.A.C. Implicações do pronto-


atendimento psicológico de emergência aos que vivenciam perdas significativas.
Psicologia, Ciência e Profissão, 2009, 29 (3), 534-543.

Você também pode gostar