Você está na página 1de 5

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS – ESUDA

Psicologia Hospitalar
Professor: Glausdyston
Aluna: Ana Carolina Coelho Jordão

Resumo texto - O processo de Luto e a Humanização da morte

No processo de luto algumas discussões têm acontecido sobre a


temática morte/ morrer, mas até que ponto tem sido praticado o cuidado
humanizado em meio aos cuidados paliativos? Nesse sentido o autor aponta
que apesar da Política Nacional de Humanização oferecer processos que
visem à construção de serviços humanizados, ela não aborda a assistência
humanizada em meio ao processo de morte, fazendo- se necessária uma
reflexão sobre cuidado prestado durante esse processo, pois exige também
uma assistência humanizada.
Assim sendo, uma nova temática tem sido levantada no que se refere à
questão da humanização é a assistência prestada ao paciente em fase
terminal, pois tem sido discutido como fazer acolhimento de forma humanizada
no processo de morte em meios aos espaços de saúde. Embora ocorra, a
humanização nem sempre está envolvida nesse processo.
Uma unidade preparada para atender pacientes graves ou
potencialmente graves, apesar de contar com assistência médica e de
enfermagem especializadas e contínuas e dispor de equipamentos
diferenciados, expõe o paciente a um ambiente hostil, com exposição intensa a
estímulos dolorosos, onde a luz contínua, bem como procedimentos clínicos
invasivos são constante em sua rotina de cuidados.
Diante do exposto anteriormente, a questão a ser respondida é a
possibilidade de assistência humanizada ao paciente em fase terminal, visando
o atendimento individualizado em todo o processo de perda. A humanização da
assistência requer conscientização e preparo da equipe para um cuidado
diferenciado, entendendo o paciente como um ser humano. Alguns estudos na
área da medicina intensivista apontam para a necessidade de mudar o enfoque
predominantemente tecnicista, paciente- doença, para uma abordagem mais
humana, que engloba o paciente de forma holística, ou seja, percebendo- o
como um ser inserido num contexto, e que necessita ser atendido nos aspectos
físicos, psicológicos, sociais e espirituais.
Essa nova perspectiva constitui desafio para profissionais de saúde visto
que, o paciente no processo de morte deixa de ser aquele por quem nada se
pode fazer e passa a ser considerado como aquele que não responde mais as
medidas terapêuticas de cura.
O PNHAH (Programa Nacional de Humanização Hospitalar), faz parte de
um processo de discussão e implementação de projetos de humanização do
atendimento à saúde e de melhoria da qualidade do vínculo estabelecido entre
trabalhador da saúde, pacientes e familiares. A família, enquanto extensão do
paciente deverá ser incluída no processo de cuidado deste, porém, não como
auxiliar ao nosso trabalho, mas como indivíduos a serem cuidados também
pela enfermagem. A inclusão da família no processo de cuidado em Unidade
de terapia Intensiva é indispensável para podermos atender o paciente de
forma holística. O processo do cuidado de enfermagem por si só constitui um
ato humanizado, visto que os objetivos do cuidar envolvem aliviar, confortar,
ajudar, favorecer, promover, entre outros.
Refletindo, portanto, no despreparo dos profissionais em proporcionar
um cuidado humanizado cada vez mais exigido nos serviços que utilizam alta
tecnologia como as Unidades de Terapia Intensiva.
A compreensão sobre a morte influencia na qualidade de vida da pessoa
e na forma como ela interage no seu dia-a-dia com o processo de morte e
morrer. Ao pesquisar sobre a definição das palavras morte e morrer no
dicionário de língua portuguesa fica-se impressionado com a quantidade de
sinônimos atribuídos a elas.
Como podemos observar, existem várias denominações para substituir
a palavra morte, talvez o objetivo real seja “suavizar” a sua pronúncia tornando-
a menos temível. O homem é o único ser sobre a terra que tem consciência da
sua finitude, o único, a ter consciência de que sua passagem neste mundo é
transitória e deve terminar um dia.
Já o budismo não encara a morte como o fim da vida, mas sim como
uma transição, defendendo o direito do indivíduo de determinar o momento em
que deseja passar desta existência para a seguinte. No islamismo a concepção
de vida é sagrada, a morte é interpretada como a conclusão de uma vida e o
começo de outra. Apesar das diferentes interpretações das diversas correntes
religiosas, há consenso de que o apoio espiritual constitui elemento valioso
dado ao paciente no processo de morrer. A morte é parte integrante do
processo de desenvolvimento humano e está presente no cotidiano diário de
nossas vidas.
Como pode-se ver, a forma de percepção, significação e comportamento
do processo de morte e morrer variam conforme o contexto sociocultural e
histórico e vem sofrendo alterações através das diferentes civilizações até dias
atuais, por exemplo, os Hebreus consideravam o corpo do morto como alguma
coisa impura, que não pode ser tocada, onde o ritual da morte envolvia tanto a
pessoa que ia morrer como seus parentes e compadres.
Hoje, os avanços na tecnologia e na ciência tornaram a morte um evento
institucionalizado. É cada vez mais comum que pessoas morram no hospital.
Os pacientes perdem o direito de ter uma palavra a dizer sobre a sua própria
morte, os médicos tornam-se protagonistas e as famílias começam a sentir-se
protegidas por não terem de testemunhar a morte dos seus entes queridos.
Neste contexto, a morte começou a ocorrer em ambientes compostos por fios,
máquinas, equipamentos e estranhos (muitas vezes pessoal médico e
cuidadores).
Contudo, na perspectiva do paciente, o enfrentamento da morte envolve
cinco estágios (negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e,
finalmente, aceitação). Estas cinco fases nem sempre ocorrem em sequência,
pois podem sobrepor-se umas às outras. Todos que estão morrendo
reconhecerão naturalmente os sinais de que algo não está indo bem e
desenvolverão esses estágios ou partes deles. Precisamos adquirir habilidades
e preparação psicológica para reconhecer as reações que os pacientes
apresentam durante essas fases para poder ajudá-los a enfrentar a morte
iminente.
Nos últimos anos, diferentes publicações têm discutido o impacto da
falta dos temas do processo de fim de vida e da morte na formação desses
profissionais e explicado algumas das consequências negativas como
sofrimento psíquico, depressão, estresse, sofrimento, síndrome de burnout, etc.
outros.
Quando psicólogos ou profissionais de saúde são adequadamente
treinados, estão mais bem preparados para lidar com situações de morte, como
poder acompanhar familiares na identificação do corpo em um grande desastre
onde ocorre a morte.
O objetivo do psicólogo hospitalar é assistir os pacientes ao longo da
sua doença, com o objetivo de minimizar o sofrimento causado pela
hospitalização, prestando assistência aos pacientes, aos seus familiares e a
toda a equipa do serviço, tendo em conta um vasto leque de atividades e
necessidades diversas.
A atuação dos profissionais de psicologia nos hospitais refere-se não
apenas ao cuidado direto aos pacientes, mas também ao cuidado às famílias e
às equipes de saúde, com o objetivo de promover mudanças, tratamento e
atividades preventivas, além de reduzir a hospitalização e as consequências do
adoecimento nos sujeitos dor.
É um desafio para os profissionais de psicologia entrar num ambiente
onde uma perspectiva biomédica é dominante e onde regras, comportamentos
e normas estão sujeitos a restrições institucionais. Além disso, o trabalho dos
psicólogos é muitas vezes falho em ambientes hospitalares porque a falta de
estruturas físicas impede que os psicólogos prestem cuidados.
Um aspecto importante relacionado ao papel do profissional psicológico
hospitalar é que o profissional deve ser orientado pela doença, pelas crenças e
vulnerabilidades do paciente e de sua família, portanto, para o autor, o
psicólogo deve promover a redução do sofrimento por um lado. por um lado, e
por outro, com o objetivo de mudar as pessoas. A impressão do hospital, por
outro lado, é permitir que o usuário veja o hospital como um lugar que tenta
proporcionar condições para manter ou restaurar a saúde, esclarecendo o
papel do psiquiatra hospitalar.
A humanização inclui a capacidade rápida de tomar ações emergenciais
e formular políticas de saúde qualificadas, o que deve considerar o toque
humano como um dos aspectos integrantes do processo, sua função é mostrar
que, além do programa, o objetivo de essa aplicação deverá se tornar uma
política que atue em toda a rede hospitalar brasileira.
Aliviar o sofrimento ou ajudar uma pessoa a morrer é uma das tarefas
mais difíceis de um médico. Irregularidade não significa fracasso, mas sim
reconhecimento dos limites da própria tecnologia. Devem ser feitos
investimentos na educação continuada, na criação de grupos de apoio de
profissionais de saúde que estimulem o adeus, a preparação para o processo
de separação, a comunicação e o apoio, incentivando assim os participantes a
falarem sobre os problemas, dificuldades e preocupações que surgem durante
o tratamento. pacientes terminais, suas famílias e emoções.

Você também pode gostar