O documento discute os cuidados paliativos, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves e seus familiares através da prevenção e alívio da dor e sofrimento físico, psicológico e espiritual. Os cuidados paliativos visam tratar o paciente de forma holística, envolvendo médicos, enfermeiros e outros profissionais, e garantir o conforto do paciente e seus familiares no processo da morte.
O documento discute os cuidados paliativos, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves e seus familiares através da prevenção e alívio da dor e sofrimento físico, psicológico e espiritual. Os cuidados paliativos visam tratar o paciente de forma holística, envolvendo médicos, enfermeiros e outros profissionais, e garantir o conforto do paciente e seus familiares no processo da morte.
O documento discute os cuidados paliativos, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves e seus familiares através da prevenção e alívio da dor e sofrimento físico, psicológico e espiritual. Os cuidados paliativos visam tratar o paciente de forma holística, envolvendo médicos, enfermeiros e outros profissionais, e garantir o conforto do paciente e seus familiares no processo da morte.
Cuidados paliativos - humanizando o processo da morte
Cristiane Take Ishikawa(1)
INTRODUO A maioria das pessoas pensa em ter uma velhice tranqila nos ltimos anos de vida e gasta dcadas se preparando para isso. Poucos so aqueles que pensam em como seria a vida se tivessem uma doena grave ou como seria a sua morte(1). Cientes de nossa limitao como profissionais da sade, devemos deixar de pensar a finitude ou a doena crnica como um fracasso da medicina, visto ser tambm o alvio da dor e do sofrimento uma de suas metas(2). Conscientizarmo-nos de que somos finitos consiste em um dos passos fundamentais a serem dados rumo a ressignificao do sentimento da nossa existncia. Mas como lidar com as dificuldades diante da morte do outro, insistentemente a lembrar-nos da nossa prpria e a dos nossos mais queridos? O sofrimento tambm nos infunde medo, porque nos vemos em espelho, a fragilidade, a vulnera-bilidade, elementos da nossa condio humana que no gostamos de ver lembrados, porque nos confrontam com o nosso prprio fim. Devemos aproveitar a oportunidade para refletir sobre o nosso processo de envelhecimento e a nossa finitude(3). A finitude digna pode ser definida como aquela sem dor e com sofrimento minimizado mediante os cuidados paliativos adequados, onde cabe equilibrar as necessidades do paciente e a integridade mdica. Nessa habilidade pressuposta da medicina esto inclusos os cuidados paliativos, cuidados totais prestados ao paciente e sua famlia, os quais se iniciam quando a teraputica especfica curativa deixa de ser o objetivo(2). Cuidados paliativos so os cuidados aos pacientes com uma doena ativa, progressiva e avanada cujo foco o alvio e preveno do sofrimento e a qualidade de vida, sem funo curativa, de prolongamento ou de abreviao da sobrevida(4,5). A empatia, bom humor e compreenso so integrantes fundamentais da teraputica. A abordagem multidisciplinar, contando com mdicos, enfermeiros, psiclogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, voluntrios, terapeutas ocupacionais e religiosos. Certamente o fracasso na remisso de sintomas ocorre, em muitas vezes, pela no abordagem do paciente como um todo, envolvido em seu contexto social(2). Qualquer que seja a doena, independente do quo avanada ela esteja ou de quais tratamentos j tenham sido oferecidos, sempre existe algo que pode ser feito para prover qualidade ao que ainda resta de vida ao paciente(4).
Segundo a Organizao Mundial de Sade, cuidados paliativos
consistem na abordagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, no enfrentamento de doenas que oferecem risco de vida, atravs da preveno e alvio do sofrimento. Isso significa a identificao precoce e o tratamento da dor e outros sintomas de ordem fsica, psicossocial e espiritual(2). DISCUSSO As pessoas diferem naquilo que consideram importante, especialmente quando esto diante da morte. Algumas querem aproximar-se de suas famlias e de seus amigos para dividir e expressar o seu amor, enquanto outras so incapazes de aceitar a morte iminente e evitam qualquer aproximao. Ajudar um paciente e sua famlia a encontrar conforto no processo da morte , na maior parte das vezes, mais importante do que seguir as prescries mdicas ou corrigir anormalidades fsicas(6). As famlias deveriam estar preparadas para a morte quando ela esperada e os profissionais de sade deveriam garantir que informaes sobre as mudanas nos pacientes ocorreriam antes e depois dela(7). Alguns desses sinais so as mudanas no nvel de ateno do paciente. Ele passa a maior parte do tempo dormindo e, quando est desperto, encontrase desatento, confuso e desorientado. Apesar disso, a famlia deve ser incentivada a aproveitar estes momentos para expressar seus sentimentos e para despedir-se. Outros sinais de que a morte se aproxima a diminuio na ingesta de alimentos e lquidos; a ausncia de produo de urina; as mudanas de pele, as extremidades se tornam frias e arrocheadas; mudanas no padro respiratrio, a respirao torna-se rpida e superficial, com perodos de apnia prolongados. Um barulho pode ser ouvido devido ao acmulo de secreo ou pelo relaxamento dos msculos da garganta. Fatores como incapacidade de tomar medicao por boca, declnio do estado geral sem fator reversvel aparente e se o paciente acamado pioram ainda mais a mortalidade(8,9,10). Diante desse quadro, os cuidados paliativos tm como objetivo: alvio da dor e outros sintomas estressantes (dispnia, anorexia, astenia, nusea, depresso, delrio, ansiedade, etc.); garantir a vida, considerando a morte como um processo natural; no acelerar ou postergar a morte; integrar o aspecto psicolgico e espiritual no cuidado do paciente;
oferecer um suporte ao paciente para que ele possa viver da
forma mais ativa possvel antes da morte; oferecer um suporte famlia para que ela possa enfrentar o perodo da doena e a perda de seu ente querido. Ter uma viso holstica do paciente essencial nos cuidados paliativos e, ao oferec-los, o desejo do paciente sempre deve prevalecer (4, 10, 11, 12,13). Estima-se que 52 milhes de pessoas morrem a cada ano e que milhares delas morrem com algum tipo de sofrimento; seja sentindo dor, com problemas espirituais ou psicossociais no resolvidos; ou sentindo medo e solido. O sofrimento pode ser definido como a angstia associada a eventos que ameacem a integridade ou a totalidade da pessoa e incluem dor e outros sintomas fsicos, o fator psicolgico, social, cultural e espiritual. O tratamento da dor e de outras alteraes orgnicas deve ser sempre o primeiro a ser feito, pois no se pode cuidar dos outros aspectos se houver desconforto fsico. Os cuidados paliativos so oferecidos por uma equipe multidisciplinar, ou melhor dizendo, interprofissional, onde as equipes renem-se regularmente para discutir e planejar estratgias no cuidado do paciente, lembrando que o prprio paciente e sua famlia devem ser considerados parte desse time(4). Ajudar a criar um ambiente de tranqilidade tambm faz parte dos cuidados paliativos. Preencher o quarto com sons confortveis e familiares, como a voz dos entes queridos deve ser encorajada. A visita de algum que personifique a crena do paciente pode ser de grande ajuda tambm para o conforto dos familiares e devem-se evitar discusses ou desentendimentos prximo ao paciente. Todas essas medidas visam reduzir o uso de intervenes desconfortveis, invasivas, desnecessrias e dispendiosas; e capacitar as famlias para que elas possam cuidar melhor de seus entes queridos e passar mais tempo ao seu lado(10). Entretanto, importante no confundir a medicina paliativa com eutansia. Eutansia o ato deliberado de provocar a morte (sem sofrimento) em paciente em fase terminal, por fins misericordiosos. Geralmente, o procedimento feito com aplicao de substncias letais. A prtica ilegal no Brasil e em quase todos os pases do mundo, exceto na Holanda e na Blgica. Medicina paliativa a especialidade mdica que surgiu no Reino Unido h 20 anos, com base nos estudos da assistente social, mdica e pesquisadora Cicely Saunders, para proporcionar melhor
qualidade de vida a pacientes de doenas incurveis com
perspectiva de morte e tambm a seus familiares. A idia diminuir o tanto quanto possvel as dores fsicas e psicolgicas a partir do diagnstico. Ortotansia a limitao ou suspenso de procedimentos que prolonguem artificialmente a vida do doente incurvel em fase terminal para evitar seu sofrimento, desde que seja essa a sua vontade ou, nos casos em que no possa responder por si mesmo, a de seus representantes legais. Suicdio assistido o procedimento em que o mdico ajuda tecnicamente o paciente terminal a por um fim na prpria vida. A prtica s legal no Estado do Oregon, nos Estados Unidos. Distansia o prolongamento doloroso e/ou com grande sofrimento psicolgico do processo de morte por meios artificiais, conduta considerada ilegal e antitica em todo o mundo(5). Outro aspecto importante que os cuidados paliativos diminuem consideravelmente as internaes hospitalares, representando uma forma racional de empregar recursos. E essa uma atividade que vem crescendo nos ltimos anos, pois h um custo maior do paciente internado, a populao est envelhecendo, existe uma tecnologia sofisticada para prover cuidados no domiclio do paciente e a prpria divulgao do sistema entre a populao(5, 13, 14). Se as pessoas portadoras de uma doena crnica agressiva fossem questionadas sobre quais as suas expectativas para o futuro, com certeza diriam que: no querem sentir dor nem qualquer outro sintoma desagradvel; gostariam de poder participar das decises que dizem respeito sua sade; esperariam que seus desejos fossem respeitados quando no tivessem mais condies de tomar suas decises. Com o passar dos anos, observa-se um aprimoramento das equipes de sade em reconhecer e tratar dos pacientes em cuidados paliativos. Uma comunicao franca e contnua entre familiares, amigos e profissionais de sade a respeito desses objetivos podem fazer a diferena entre uma morte tranqila e uma marcada por um sofrimento desnecessrio
Campos, R.H.F., de Gouvea, M. C. S., & Guimarães, P. C. D. (2014) - A Recepção Da Obra de Binet e Dos Testes Psicométricos No Brasil. Rev. Br. de Hist. Da Educação, 14 (2), 215-242