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Licenciatura de Enfermagem
Distanasia
Introdução
A palavra distánasia inicialmente foi proposta por Morcache, em 1994, que pode ser
entendida como a manutenção da vida por meio de tratamentos desproporcionais, ou
seja, como sinônimo de obstinação terapêutica, levando a um processo de morrer
prolongado e com sofrimento físico ou psicológico.( Menz, 2007)
Afinal, o que é distanásia? Essa palavra, ainda estranha até para grande parte dos
profissionais da saúde, é conceituada pelo Dicionário Aurélio como “morte lenta,
ansiosa e com muito sofrimento”. Trata-se de um neologismo, de origem grega: o
prefixo dys significa ‘ato defeituoso’ ou ‘errado’ e a palavra thánatos significa morte.
No aspecto pessoal, o indivíduo doente, que inicialmente teve seu processo de morte
prolongado em vista de uma possibilidade idealizada de cura, aos poucos passa a depender
completamente do processo tecnológico que o mantém, e a prorrogação constante da morte
se torna o único elo com a vida.
No aspecto familiar, ocorre uma dualidade psicológica: por um lado o prolongamento da vida
do ente querido, enquanto por outra o sofrimento perante a possibilidade constante e
repetitiva da perda, além do doloroso ônus financeiro em prol de um objetivo inalcançável.
ASPECTOS MÉDICOS
Segundo Léo Pessini, a tecnologia de sustentação artificial de vida precisa ser usada
com sabedoria. Precisa-se dizer não à 'tecnolatria' e reconhecer que toda vida humana
chega a um término, e que esse final deve ser marcado pelo respeito e pela dignidade.
Segundo ele, a prática da distanásia continua forte e provavelmente aumentará no
futuro, à medida que mais tecnologia for introduzida no cuidado de pessoas ao final de
suas vidas. Aqui é preciso sabedoria ética para perceber que, em determinadas
situações, a vida de um ser humano está chegando ao final e desconsiderar essa
realidade é simplesmente um desastre (PESSINI, 2007).
Renato Sertã explica que talvez o conceito atual de distanásia seja "'tratamento
médico fútil', quando ministrado em pacientes portadores de graves moléstias, para as
quais não há solução facilmente identificável pela ciência médica" (SERTÃ, 2005, p. 32).
Nesse contexto, a futilidade do tratamento se explica por sua absoluta desnecessidade,
pois nada fará modificar o quadro do paciente, sendo, portanto irrelevante qualquer
procedimento ou medicamento, pois nenhum produzirá cura.
Os tratamentos têm sido categorizados como fúteis quando não atingem os objetivos
de adiar a morte; prolongar a vida; melhorar, manter ou restaurar a qualidade de
vida; beneficiar o paciente como um todo; melhorar o prognóstico; melhorar o
conforto do paciente, bem-estar ou estado geral de saúde; atingir determinados
efeitos fisiológicos; restaurar a consciência; terminar a dependência de cuidados
médicos intensivos; prevenir ou curar a doença; aliviar o sofrimento; aliviar os
sintomas; restaurar determinada função; e assim por diante (PESSINI, 2007, p. 62).
Assim, denomina-se tratamento fútil aquele que não apresenta nenhuma utilidade,
não traz benefício ao enfermo ou à sua família, não produz qualquer efeito, sendo seu
resultado indiferente para o quadro clínico ou para o bem-estar do paciente.Por mais
que a tecnologia progrida, com tendência a avançar, não trará consigo o dom da
imortalidade biológica. No caso dos pacientes sem perspectiva de recuperação, o uso
de recursos tecnológicos sendo assim para prolongar a vida, além de representar um
gasto desnecessário, impõe mais sofrimento tanto aos doentes quanto aos familiares .
Ainda de acordo com Pessini, um tratamento não deve ser apresentado ao
paciente ou ao representante legal como uma opção quando:
O Excesso Terapêutico
Depois de várias pesquisas realizadas pelo grupo, concluímos que muito se discute sobre
eutanásia e suicídio assistido, mas a distanásia ainda não tem tanto espaço. Percebe-se porém que
esta discussão deveria ser mais recorrente, já que a cada dia é possível notar sua presença nos
hospitais pelo mundo todo, principalmente nas UTI´s. Mesmo que o nome não seja utilizado, a
distanásia está presente mais frequentemente do que deveria.
Portanto, o cuidado paliativo pode ser considerado uma alternativa para a distanásia. Prover
cuidados mais amplos e ao mesmo tempo mais singulares, pode ser muito importante quando se
fala em pacientes portadores de doença em processo terminal, tentando amenizar e transformar o
processo de morte.
OBRIGADO
FIM