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O Artigo 3° do Capítulo II da Política Nacional do Idoso (1994) dispõe que a família, a

sociedade e o estado têm o dever de se assegurar ao idoso todos os direitos de cidadania,


garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, seu bem estar e seu
direito a vida. Contudo, diante da crise mundial muitos cônjuges, filhos e até mesmo netos estão
lutando por condições mais dignas de sobrevivência e, muitas vezes, também dependem de
aposentadoria dos idosos. E quando o idoso precisa de hospitalização, a experiência do
hospitalizado é na maioria das situações um desafio a ser enfrentado pelo idoso e seus familiares.
Por um lado representa o agravamento de um problema de saúde clínico ou cirúrgico e, por outro
lado apresenta o afastamento e seu locus de convivência.

Por meio da Política Nacional ou saúde do idoso, na perspectiva da humanização do


atendimento hospitalar, foi criado a figura do acompanhante. Essa diretriz favorece a
aproximação da equipe de enfermagem com a família. Pará Caldas (2004) os familiares devem
participar de todo o processo assistencial ao idoso desde a identificação de necessidades a
implementação de cuidados terapêuticos, até o preparo para a alta.

A autora afirma devido que os cuidadores que recebem apoio necessário buscam aprender
a descobrir estratégias que favoreçam interações mais harmoniosas com o idoso. Isso implica a
necessidade de serem adotados conhecimentos teóricos e metodológico que favoreçam essa
abordagem por parte dos enfermeiros que atuam com essa clientela para reportar tal atenção, a
resolução COFEN n° 288/2004 que dispõe sobre as ações relativas as atendimento de idosos e
outros, assegura inclusive, que cabe ao enfermeiro conceder a autorização para assegurar o
direito de acompanhamento do idoso, ou justifica-lo por escrito, se não houver possibilidade.

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AJUDANDO A FAMÍLIA À LIDAR COM AFINIDADE.

As questões que envolvem a morte sem amplamente discutir na perspectiva histórico


cultural. Muitos estudiosos têm ressaltado que as diferenças de crenças, valores e o significado
atribuído a existência e a morte influenciam diretamente a maneira de lidar com afinidade.

Pensar na morte requer ampliar a lição em uma linha ao tempo que reflete as diferenças de
pensamentos, sentimentos e atitudes na história da humanidade, é possível observar que a morte
era vista de forma natural, mesmo nas sociedades ocidentais, havia rituais de despedida, com as
mudanças no contexto social mundial e os avanços científicos e tecnológicos que possibilitam o
prolongamento da vida, a morte passou a ser postergada, ou mesmo contra cada na percepção de
alguns profissionais, tornando-se um tabu, algo a ser desafiado e vencido.

O fato é que, quando pensamos em nossas vidas, também visualizamos nossa atitude, o que
pode gerar sentimento de medo, angústia e insegurança. Isto invoca, segundo LEINSA (2004), as
necessidades de reformularmos nossa concepção sobre a morte, compreendendo-a como parte do
processo dinâmico de transformação natural da pessoa no decorrer da vida.

Essa perspectiva explica, para a autora, a justificativa para aceitarmos com mais
naturalidade a morte de uma pessoa idosa. É como se entendêssemos que está já teve o tempo de
viver, experimentar, conquistar e transformar-se ao longo da vida. Contudo, se esse idoso é um
ente querido, a morte passa a ser dolorosa e inesperada.

No contexto do cuidador de pessoas idosas que não respondem mais aos tratamentos
curativos o cuidado a família é considerado fundamental para o bem estar dos clientes. Para
ESSLINGER (2003), tal cuidado deve incluir ações que ajudem os familiares a compreender
mais angústias e encontrar os meios necessários para lidar com as exigências que possam aderir
do processo de adoecimento.

Nesse sentido, é preciso estar alerta para os estudos que indicam que os profissionais da
saúde ainda têm dificuldade de manter um diálogo franco e continuo entre os clientes e a família
diante do processo da morte.

Para ESSLINGER (2003), há uma tendência principalmente no cenário hospitalar, de


pensar na morte como um processo diante da impossibilidade de cura, prevalecendo a
impossibilidade, o afastamento ao contexto familiar e o prolongamento de alguns tratamentos
sem devida valorização do desejo do cliente e da família.

Para minimizar essas situações que resultam de uma medicina altamente técnificada, surgiu
a medicina paliativa cuja filosofia de cuidado tem orientado a pratica assistencial de pessoas que
não respondem mais aos tratamentos curativos (PENSSINI 2004). Os cuidados paliativos foram
definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990, como sendo os cuidados que
visam oferecer a melhor qualidade de vida possível para s clientes que não respondem mais aos
tratamentos curativos. A definição do OMS explicita que esses cuidados devem:

 Valorizar a lida e compreender a morte como um processo normal da vida.


 Não processar ou odiar a morte.
 Procurar aliviar a dor e outros sintomas desconfortáveis.
 Integrar os aspectos psicossocial e espiritual no devido dispensado os clientes e
familiares.
 Oferecer um sistema de apoio e ajuda aos clientes para lidar ativamente quando
possível até a morte.
 Disponibilizar um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a situação
durante a doença do cliente e também no processo de luto.

Esses princípios éticos de cuidado que integram os aspectos técnicos psicossociais e


espirituais a clientes e seus familiares devem ser amplamente discutidos com os familiares, para
que eles possam sentir-se amparados e em condições de enfrentar as possíveis dificuldades que
possam apresentar.
Com estudo realizado por Moreira (2002), aplicando o cuidado de ajuda com clientes em
tratamento quimioterápico paliativo esses princípios se revelam indispensáveis.

Ficou evidenciado que a maioria dos idosos encontra, no convívio familiar, o porto seguro
para superar as dificuldades derivadas da resolução da doença e do tratamento, e para aceitar a
proximidade da morte. Além disso, clientes e familiares diante da possibilidade da morte,
recorrem a religiosidade ou a pratica que deem mais sentido e significado a vida.

Esse é um movimento que, para BOFF (2001), reflete a busca da espiritualidade que
permite um aprofundamento no coração e nos mistérios de todas as coisas, possibilitando uma
melhor compreensão de suas experiências e lhes conferindo maior esperança quanto a um
prognóstico mais favorável, ou para aguardar a finitude.

Parece haver algo inexplicável que acontece no inconsciente querendo-se vislumbra a


possibilidade da finitude, principalmente com os idosos. Em nossa experiencia pessoal e
profissional, observamos muitas pessoas desenvolveram um processo de interiorização em uma
buscando compreender o significado de sua existência. E, quanto mais precocemente adotam tal
atitude, mais tranquilidade bem estar demonstram.

RESUMO:

 Envolvimento excessivo com o familiar idoso;


 Sentimento de perda quando há alteração das condições clínicas do idoso;
 Sentimento de interferência da atividade de cuidador as atividades sociais,
profissionais e pessoais;
 Nível extremo de dependência entre o familiar idoso e o cuidador;
 Recursos de enfrentamento insuficientes;
 Carência real ou percebida de apoio físico, psicológico e social adequados,
proporcionados pela família e pela comunidade;
 Comunicação familiar adequada e/ou problemas na solução de conflitos;
 Condições clínicas associadas: síndrome da fadiga crônica, constipação ou diarreia,
depressão, cefaleia, insônia, distúrbio obsessivo

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