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A Percepção na Viuvez em Mulheres da Terceira Idade

Lídia Mariá Petry

Resumo
Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo do artigo, a
metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados. não deve
ultrapassar 150 palavras, constituído de uma sequência de frases concisas e objetivas.

Palavras-chave:

Abstract
Uma tradução ao Inglês do resumo feito acima.
Keywords: Tradução das palavras-chave.
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Introdução

O impacto e a forma de encarar a viuvez é um grande desafio, sobretudo, há duas


questões dolorosas, a principal refere-se a perda do seu cônjuge pela qual vivenciou parte de
sua vida, e a sequente é a confrontação da própria vida nesta nova rotina. (Doll, 2013).
A população idosa se amplia cada vez mais, tornando-se um fato mundial, e no Brasil,
essa mudança ocorre de maneira brusca. Estudos segundo essa faixa etária, indicam que, um
dos resultados, é a maior procura por serviços de saúde. As internações hospitalares são mais
frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior quando comparado a outras faixas etárias.
Desse modo, se pressupõe que a terceira idade corresponde ao grupo que mais dependa do uso
dos serviços de saúde. (Veras, 2009).
Com essa compreensão, a política pública se destaca, os serviços de saúde são
essenciais, para que essa população consiga aproveitar a vida com tudo aquilo que construiu,
é necessário a priorização de promoções para a prevenção e controle de doenças, para que o
mesmo viva com qualidade. (Benedetti e col, 2006). O Estatuto do Idoso tem forte
contribuição para a recuperação da dignidade desse grupo. Programas desenvolvidos em
relação a saúde psicológica. (CNBB, 2002). Uma das estratégias recentemente regulamentada
pelo Ministério da Saúde, é o Programa de Volta Para Casa (PVC), onde oferece auxílio à
reabilitação psicossocial, sendo designado às pessoas acometidas por transtornos mentais,
esse auxílio resgata o direito de conviver em liberdade. Portaria de Consolidação nº
5/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. Outras ações como o Programa Academia da Saúde
(PAS), tem como objetivo fortalecer o cuidado integral, para a prevenção de doenças.
Estratégia fundamental para que haja modos de vida saudáveis para a população, embora a
implementação caiba ainda a gestão municipal e estadual. Dentre outros projetos executados
pelo Ministério da Saúde. (Gov.Br)
Ao mesmo tempo as ações públicas garantem um olhar positivo a pessoa idosa, esse
indivíduo traz consigo uma riqueza de conhecimentos, experiências e particularidades
vivenciadas ao decorrer de sua vida, que de alguma forma contribui para a sociedade. (OMS
apud Tavares e col, 2017). Para o bem desempenhar desse grupo, é indispensável a
permanência da independência e manter-se ativos, para o desenvolvimento físico e mental.
(Martins e col, 2009). Obviamente o processo do envelhecer é uma realidade biológica. O
tempo, manifestador de transformações, traz suas marcas, no qual não há como se evitar.
(Terra, 2001). Para (Paschoal, 2000), as emoções estão diretamente ligadas à
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sensação de bem-estar, por isso a importância das pessoas idosas se permitirem viver a
terceira idade, de maneira leve, buscando sempre o desenvolvimento pleno.
Para isso, é relevante salientar o relacionamento conjugal desse grupo. Diante da
pesquisa de (Costa & Mosmann, 2015), os participantes relatam que o matrimônio é
consequência natural na vida do ser humano, e que é esperado em algum momento, constituir
família e ter filhos. Relatam também que a perspectiva sobre o casamento pauta sobre, paixão,
raiva, impulsividade, companheirismo, amizade, segurança. (Marks, 2005), investigou a
influência da religião sobre o casamento. Nessa pesquisa, casais expõe sobre como a crença
espiritual e a comunidade de fé apoia o matrimônio. O sistema de religiões, se torna apoiador
a partir do momento em que o relacionamento conjugal é levado como um compromisso.
Hipoteticamente, os casais fariam parte de uma rede de apoio para os momentos de crise, …
reforçando a permanência. (Norgren & col, 2004).
Estudos em relação a uniões de longa duração, encontrou-se características
importantes entre os casais, entre eles se destaca, o comprometimento com o companheiro,
sentimento como ter o melhor amigo, lealdade mútua e valores morais. (Fennel, 1987). O que
mantem o amor desde os tempos passados até a atualidade é o companheirismo. (Jablonski,
1993, p. 77). Embora o amor deva ter a maior proporção, a paixão tem o seu valor, para
manter uma erotização no relacionamento e não deixar que o amor se transforme com o tempo
em amizade. (Goldenberg, 2010).
De acordo com Bruns (2007, p. 30) o erotismo no processo do envelhecimento é de
suma importância. O sexo é como uma linguagem, uma forma de comunicar-se. É necessário
deixar a pessoa idosa ter esse espaço para expressar o amor por meio da sexualidade. Retirar
os rótulos da sociedade e até mesmo as pessoas na terceira idade repensarem seus
preconceitos, para que haja transformação nos paradigmas de como a velhice é vista,
quebrando padrões e tabus. Mas para manter o desejo sexual ativo, primeiro de tudo é
necessário querer. Para os que desejam, deve-se cuidar da saúde em primeiro plano, e quanto
antes, melhor. É fundamental priorizar a alimentação balanceada, sono de qualidade e
exercícios físicos diários. (Butler, Lewis, 1985).
Segundo a psicóloga Roldão (2012, p. 6): “Cada relacionamento tem uma trajetória
única, e cada pessoa uma história particular que leva consigo ao se relacionar com outra
pessoa”. Quando um ser sente amado, apoiado, há maior chance de ter saúde e menor o risco
de adoecer. (Ornish, 1998, p. 32). Pesquisas apontadas por esse autor mostram que dar e
receber amor é essencial para a saúde de todas as pessoas, não apenas para o grupo da terceira
idade, e o quão a ausência se torna prejudicial.
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A vida como bem sabemos, provoca modificações inesperadas. Entretanto a morte é a


única certeza da vida (Andrade, 2012). A perda de um companheiro, traz desiquilíbrio,
afastamento das relações familiares, sociais, econômicas e culturais. (Motta, 2004). Estudos
identificaram que há mais existência de apego nas mulheres, tornando-as mais vulneráveis ao
luto. (Parkes apud Goldani, 1993). Viver segundo (Dornelles, 2003, p.410) consiste em lidar
com a lei da natureza, com o processo da evolução humana, através de perdas e ganhos,
respirar fundo e buscar o equilíbrio. Antigamente havia a compreensão de que o matrimonio
era uma coisa inseparável, que nem mesmo a morte separava a mulher de seu marido,
justamente pela questão religiosa. (Coulanges, 2001, p.51-52).
Falar de viuvez logo se remete a morte, fato que torna a vida mais preciosa e
significante, mas que ao mesmo tempo dá a sensação de incontrole, medo e solidão, pois se
lembra da inexistência no aqui-agora. (Eizirik, 2001). Para os idosos, falar sobre morte é uma
tarefa ainda mais árdua. Markham (2000, p.09) fala que: A consciência não absorve a
informação do companheiro ter se ido. Apenas quando se encerra esse período introdutório é
admitido o fato da morte, tendo várias fases emocionais que despertam antes da aceitação. A
sequência comum é a negação, tristeza, culpa, raiva, medo, aceitação e paz.
(Kübler-Ross, 1981/2016) alega que as pessoas teriam que ter o costume de pensar na
morte antes que tivessem de encará-la frente a frente ou quando se está ameaçado por uma
doença, como também deveriam falar mais sobre a vida e seus privilégios. O grupo familiar
logo após o acontecimento é transformado e a reorganização dependerá de cada família. Vale
evidenciar que (Bosi (1994/2016) define “a lembrança é a sobrevivência do passado” quem
faleceu permanece vivo pois a lembrança é uma forma de relação que pode contribuir no
enfrentamento do luto.
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Referências
SOBRENOME, Nome. Título do livro: subtítulo (se houver). nº ed. (Número da edição,
se houver). Volume (Se houver). Local/Cidade: Editora, Ano.

Exemplos:
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VERAShttps://www.scielo.br/j/rsp/a/pmygXKSrLST6QgvKyVwF4cM/?format=pdf&lang=pt

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