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CESED - CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO

UNIFACISA – CENTRO UNIVERSITÁRIO

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

PROJETO INTEGRADOR

PROFESSOR: ADRIANO BARROS

BÁRBARA ZAYNE NEPOMUCENO AGRA

CLÁUDIO LUCAS DOS SANTOS BARBOSA

DANIEL LUCAS GALVINO VIEIRA

JESSICA CAVALCANTI FERREIRA

JOSILENE CAVALCANTE AREIAS DE ALMEIDA

NICOLAS RAFAEL CALDAS DE ALMEIDA


04 de abril de 2023, Campina Grande - PB

INTRODUÇÃO

Iniciando na temática do envelhecimento humano, partimos na diferenciação do

envelhecimento ao observarmos o mesmo conceito em países desenvolvidos e países em

desenvolvimento. Segundo Kinsella e He (2009), os países desenvolvidos apresentam

três categorias de idosos: o “idoso jovem”, o “idoso idoso” e o “idoso mais velho”. 

Cronologicamente o “idoso jovem” tem idade de 65 anos até 74 anos e são mais ativos e

vigorosos; o “idoso idoso” tem idade entre 75 anos e 84 anos e o “idoso mais velho” são

os de 85 anos ou mais, mais frágeis e têm certa dificuldade no que se refere a sua

autonomia para exercer as atividades da vida diária. (apud PAPALIA; FELDMAN,

2013).  No Brasil, segundo a Lei nº 10.741/2003 é considerada pessoa idosa o cidadão

com idade igual ou superior a 60 anos. 

Estudos realizados no Brasil confirmam o crescimento da população idosa.

Dados do IBGE mostram que a proporção de pessoas com 60 anos ou mais, entre 2005

e 2015, aumentou significativamente de 9,8% para 14,3% (IBGE, 2016). Segundo

projeções populacionais, em 2060, a representação de idosos na população brasileira

será de 25,5%. Em 2039, este número vai superar o de crianças de até 14 anos,

evidenciando o processo de envelhecimento da população (IBGE, 2018). Para a

Organização Mundial da Saúde – OMS (2005) o envelhecimento é definido a partir de

uma perspectiva cronológica. A velhice tem início aos 65 anos nos países desenvolvidos

e aos 60 anos nos países em desenvolvimento (OMS, 2005). 


A população idosa está entre as mais vulneráveis para o desenvolvimento de

patologias, psicopatologias, além do isolamento social. Aspectos que afetam de maneira

direta a qualidade de vida, saúde e bem-estar deste grupo etário (Lippert, Fernandes,

Jerônimo, & Gomes, 2017; Ramos, Carneiro, Barbosa, Mendonça, & Caldeira, 2015).

Circunstâncias essas que podem levar a desvalorização do idoso frente à sociedade,

criando barreiras para a construção de novas possibilidades sobre o futuro (Kehl, 2015).

Com base neste contexto, a Psicologia torna-se fundamental para promover o bem-estar

e saúde mental do idoso, auxiliando no encorajamento frente às mudanças que

acompanham o envelhecimento enquanto fase de desenvolvimento inerente ao ser

humano, como: formas de adaptações da fase vigente, intervenções terapêuticas,

estímulo à socialização e ao envelhecimento ativo.  

Em seus mais diversos conceitos, o acolhimento como ato ou efeito de acolher

significa uma atitude de “estar com” ou um “estar perto de”, uma ação inclusiva que

implica na relação entre entes, ou seja, relação com algo ou uma pessoa. É o

reconhecimento do quanto o outro importa, causando a ação de busca deste ente

tornando-o parte de um coletivo para convivências e vivências, em que o espaço de fala

e a experiência de vida enlaçam os envolvidos nesta ação de acolher. 

Para os idosos o sentido de pertença é significativamente importante visto que

nesta fase de desenvolvimento humano alguns aspectos sociais como isolamento,


abandono, invisibilidades familiares ou sociais dentre outros vão aproximando-se deste

idoso quase que o despersonalizando, inferindo diretamente em sua subjetividade e

interseccionalidade que, durante todo o seu processo de vida vivenciou

autonomia em suas interações sociais (ASSIS, PACHECO & MENEZES, 2002).

Considerando esta perspectiva pressupõe-se que as instituições devem

compreender e estar aptas para o acolhimento, para receber a pessoa idosa, como

também atender a este grupo etário estando ciente de sua vivência subjetiva e pessoal

que, por razões diversas chegam na esperança de encontrar o acolhimento e a segurança

que lhes garantam um olhar às necessidades próprias ao bem-estar mediante seu

envelhecimento. Por esta razão é colocada em cada funcionário e na instituição uma

confiança à medida que os vínculos entre estes vão sendo estabelecidos e fortalecidos.

(Vieira 2003).

Atendendo às demandas sociais de algumas instituições da cidade de Campina

Grande/ PB, o Projeto Integrador de 2023 do curso de Psicologia da Unifacisa propôs

aos alunos o desafio de elaboração de um Projeto que auxiliasse na resolução dos

aspectos mencionados por cada entidade. Neste trabalho, trataremos das necessidades

apresentadas pelo Lar da Sagrada Face, no que diz respeito ao bem estar e saúde mental

dos idosos e colaboradores que compõem a Instituição. Um lugar que acolhe idosos e

além de atendimento social, realiza também atendimento médico e assistência espiritual.

Foi fundada há 40 anos por Frei Matias e hoje é dirigido pelo Pe. Sérgio Leite, além de

ser uma organização de terceiro setor.


Portanto, de acordo com a proposta inicial, o principal objetivo é a promoção da

saúde e do bem-estar dos idosos que são acolhidos no local, tendo como natureza os

seus desafios o desenvolvimento de pesquisas para a identificação das demandas e do

desenvolvimento de projetos, diante da proposta foi pontuado questões

relacionadas a alimentação e condição de saúde.

O primeiro contato com a instituição para o entendimento das demandas

colocadas e outras possíveis, foi realizada durante a escuta de um dos colaboradores do

Lar da Sagrada Face em um encontro realizado na Unifacisa, no encontro foi citado

superações diante de algumas demandas existentes e pontuadas demandas relacionadas

a certa da saúde mental e do bem-estar dos idosos. 

Portanto, diante das necessidades relatadas e levando em consideração o campo

da Psicologia e o entendimento acerca dos conceitos de envelhecimento humano, bem-

estar, saúde mental e outros possíveis contextos do campo. Destacaram-se duas

principais queixas: Os conflitos dos idosos ao sentirem perda de autonomia em seu

processo de envelhecimento e, em quanto aos colaboradores, o desconforto com a

invisibilidade social desses idosos. Assim, iremos levantar ao longo desse projeto as

discussões e relatos acerca das queixas citadas e as experiências dos encontros que serão

realizados na Instituição, para as possíveis correlações dos mesmos. 


ANEXO

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. Como se constitui a relação de poder na instituição?

2. Qual o entendimento de saúde mental para a instituição?

3. O que inspirou a fundação da instituição? Qual a sua missão, visão e valores?

4. Quais as barreiras existentes para que os idosos tenham acesso a saúde mental

em sua plenitude?

5. Qual o trabalho específico da psicologia na instituição?

6. Existe atividades interdisciplinares?

7. Quais projetos foram realizados para promoção do bem-estar e saúde mental?

8. Caso o idoso queira ir para outra igreja ou participar de outra doutrina?

9. Como o idoso enxerga ou se comporta perante sua espiritualidade individual?

10.  Qual a visão sobre o papel da instituição:

a. Visão dos funcionários.

b. Visão dos usuários.


11. Como é o processo de acolhimento e inserção do idoso no ambiente e rotina da

instituição:

REFERÊNCIAS

Assis, M., Pacheco, L. C., & Menezes, I. S. (2002). Repercussões de uma experiência de

promoção da saúde no envelhecimento: análise preliminar a partir das percepções dos

idosos. Textos sobre Envelhecimento, 4(7).

Brasil, (2004)  Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF:

Secretaria Especial dos Direitos Humanos. 

Costa, S. M., & Ferreira, L. C. (2018). Kehl, MR (2015). O tempo e o cão: a atualidade das

depressões . São Paulo: Boitempo. Psicologia e Saúde em debate, 4(2), 130-133.

Ferreira, A. B. H. (1975) Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. 27.

Kinsella, K., & He, W. (2009). An aging world: 2008: International population reports (pp. 51-

72). Washington DC: US Government Printing Office.

Lippert, A. K., & Fernandes, F. D. S., Jerônimo, RNT, & Gimes, KM (2017). Avaliação de

depressão, ansiedade e nível cognitivo em idosos de uma instituição no município de

Criciúma, Santa Catarina. Inova Saúde, 6(2), 35-49.


Ramos, G. C. F., Carneiro, J. A., Barbosa, A. T. F., Mendonça, J. M. G., & Caldeira, A. P.

(2015). Prevalência de sintomas depressivos e fatores associados em idosos no norte de

Minas Gerais: um estudo de base populacional. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 64, 122-

131.

Vieira, E. B. (2003). Instituições geriátricas: avanço ou retrocesso? Revinter.

World Health Organization. (2005). Envelhecimento ativo: uma política de saúde

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