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60%
52,0% Baixo Moderado Alto
50,0%
Grau de bem-estar subjetivo
50%
37,5% 37,5%
(percentagem)
30% 25,0%
20%
12,0% 13,6%
10%
0%
Não Recebe Menos Freqüentes Mais Freqüentes
foram para a instituição por terem sido abandonados pela família e mais de
35% não recebiam visitas. Contudo, 67,6% apresentaram grau de bem-estar
subjetivo alto ou moderado. Entre os que apresentaram grau de bem-estar
subjetivo alto, 36% recebiam visitas freqüentes e regulares, porém, 52% não
recebiam visitas. Com base em revisão de literatura, Ferraz et al. (2007)
apontaram a “presença de filhos” como uma variável não relacionada à
felicidade; Deps (1993) demonstrou que o bem-estar emocional de pessoas
idosas não está associado à freqüência de interação com seus filhos adultos ou
outros parentes, mas que a interação com amigos tem efeitos positivos sobre o
bem-estar. Essas informações não desmerecem o valor da família, mas
recolocam a discussão da importância da qualidade dos vínculos sociais em
contraposição à simples existência ou quantidade dos mesmos.
Conclui-se que:
• Viver em instituições para idosos não é necessariamente
sinônimo de infelicidade;
• Receber visitas freqüentes e regulares é um indicador significativo
de bem-estar e qualidade de vida para idosos que residem em
Instituições de Longa Permanência;
• Receber visitas esporádicas é mais prejudicial ao bem-estar do que
não receber visitas;
• A ausência de visitas não impede o interno de se sentir feliz.
O que poderia ser feito para melhorar o bem-estar de idosos
institucionalizados? Do ponto de vista dos resultados obtidos nesta
pesquisa, talvez o desenvolvimento de um programa de visitas regulares aos
residentes em ILPIs que não dependesse unicamente de seus familiares ou
amigos poderia contribuir nesse sentido. Assim como existem os Doutores
da Alegria (projeto de um grande Plano de Saúde) que levam conforto aos
doentes internados em hospitais, quem sabe poderiam ser incentivadas
espécies de Visitantes da Alegria para os idosos que vivem em ILPIs?
Espera-se que esses resultados possam contribuir para orientar
políticas públicas visando promoção de saúde e qualidade de vida para
pessoas idosas, em especial as voltadas para a institucionalização. Espera-se
também que investigações futuras possam testar estas conclusões, bem como
examinar outras variáveis que se revelem importantes para a percepção de
bem-estar de idosos institucionalizados.
116 Hilma Tereza Tôrres Khoury et al.
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