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RESUMO
Fatores sociais e psicossociais têm chamado a atenção dos profissionais da saúde em relação a
comunidade LGBTQI+ em dias atuais. A ausência de acolhimento familiar e comunitário dificulta a
busca por ajuda profissional adequada a fim de sanar problemas relacionados à saúde mental. A
comunidade é o principal fator de adoecimento mental, pois ela impõe seus padrões e a
homossexualidade é vista como distúrbio cognitivo, e isso faz com que integrantes deste grupo
sintam-se retraídos em buscar um profissional de saúde por medo e vergonha das suas reações
diante da orientação sexual. O objetivo foi identificar a produção acadêmica sobre atendimento em
saúde mental à população homossexual masculina, bem como as dificuldades que este público tem
encontrado na busca pelo profissional desta área.
Palavras-chave: Saúde mental; Comunidade; LGBTQI+.
1 INTRODUÇÃO
1
Discente do curso de Psicologia na Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São
Francisco - FACESF.
2
Psicólogo Especialista em Terapia Analítico Comportamental (UNIJORGE) e Gestão em Saúde
(UNIVASF). Docente do curso de Psicologia na Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão
do São Francisco - FACESF.
a discriminação aumenta o sofrimento da comunidade LGBTQI+, tornando a
desenvolver transtornos mentais e a cometer atentados contra a própria vida.
Como foi dito por Gomes (2006), isso se torna mais agravante quando
voltamos nossa atenção para a homossexualidade masculina. O homem sempre foi
visto como um símbolo de superioridade e referência para gerações futuras. A
chamada crise da masculinidade tem como principal objetivo eliminar todos os
medos e inseguranças quanto a sua sensibilidade. Ou seja, por ser do sexo
masculino o indivíduo é proibido de mostrar sentimentos mais sensíveis para o meio
em que está inserido por medo de sofrer represálias quanto ao seu modo de se
expressar.
De acordo com Bly (2004), logo após a Segunda Guerra Mundial, os homens
tinham naquele período uma visão mais clara do que deveria ser de
responsabilidade masculina. Porém, durante a década de 1960, surgira um novo tipo
de homem que sobreveio com um grande receio das perdas nítidas do que era
masculino, e o que era feminino apavorava. A homossexualidade trouxe esse pânico
no universo masculino, o medo de desejar e se relacionar com outro homem.
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Segundo Lionço (2008, p.19) saúde deve ser um direito de todos, deve-se
despir de preconceitos e estereótipos criados pela sociedade. Essa comunidade e o
grupo específico necessitam da atenção básica assim como outras exigências ou
até mais, visto que são alvos de intolerância e preconceito todos os dias,
acarretando e contribuindo ainda mais para o seu adoecimento físico e mental.
Trazendo para o conceito de comunidade na qual envolve aspectos LGBTQI+,
vemos a dificuldade de interação e acesso dos integrantes deste grupo na busca
dos profissionais de saúde em seus logradouros, dificuldade na busca de
atendimentos a serviços básicos dentre outros.
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Família e Atenção Básica – NASF AB), e hospitais públicos e privados, perpassando
os diversos níveis de atenção à saúde.
2 METODOLOGIA
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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questões de interesse em relação à comunidade LGBTQI+, agregando mais
conhecimento para que se possa trilhar novos caminhos para novas pesquisas. Os
resultados ressaltados diante da construção do artigo referem-se à busca para
criação de novas políticas públicas contra a violência e discriminação no Brasil, onde
se teve uma grande visibilidade entre 2006 e 2017.
Por fim, o autor Vezossi et al (2019), com uma visão mais objetiva e
elucidativa sobre as crenças e atitudes dos profissionais de psicologia sobre a
homossexualidade, trazem em seus resultados como estes profissionais lidavam
com a demanda LGB. Os resultados obtidos devem-se a aplicação de intervenções
adequadas, por meio de apoio, aceitação e avaliação abrangente, mostrando que a
orientação do indivíduo não é algo patológico, que o mesmo tratamento dado a um
hetero deve ser fornecido a comunidade LGBTQI+ de forma igualitária.
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Silva (2015) aponta que o medo dos integrantes destes grupos só cresce
quando o assunto é a busca de um determinado profissional de saúde, qual a
reação deste e de sua equipe. Será que eles teriam a mesma ética para atender a
um homossexual da mesma forma que atendem a pessoas dos grupos
heteronormativos? A ausência de apoio familiar vem ocasionando insegurança e
angústia para os homossexuais, pois a imagem masculina passa a ser vista com
soberania pelos povos, e sua representatividade de poder advém de tempos
primordiais até os dias atuais.
Para Campanini (2010), o psicólogo é visto como uma alternativa para lidar
com as dificuldades enfrentadas pelos membros do movimento LGBT, podendo
ajudá-los a enxergar sua orientação de forma natural e aceitável, podendo contribuir
com uma postura mais concreta frente à sua aceitação ao meio no qual está
inserido.
Como foi dito por Miller (2002), os serviços de saúde estão voltados para a
comunidade em geral, independentemente de cor, raça, classe social, idade, sexo
ou orientação sexual. Entretanto, não parecem estar preparados para as demandas
dessa população específica. A comunidade LGBTQI+ necessita de um apoio maior,
devido a carga e traumas que são advindos de experiências negativas e corriqueiras
no seu cotidiano e meio social nos quais estão inseridos.
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têm seus direitos garantidos como cidadãos, a um lar, estudos e principalmente o
acesso a saúde.
4 CONCLUSÃO
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