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Imaginação Sociológica
➔ Introdução
➔ Fatores sociais:
• Sexualidade
Muitas vezes, os jovens não se sentem confortáveis para assumir sua sexualidade
justamente por medo dessa rejeição. Infelizmente, alguns acabam tendo que fingir ser algo
que não são para agradar uma sociedade preconceituosa, onde se você não for hétero
você é excluído. Isso pode acabar trazendo danos mentais para o indivíduo, como
depressão ou falta de amor próprio, que infelizmente podem levar a pessoa a tirar sua
própria vida.
Por mais que soe clichê, nós devemos ser nós mesmos e respeitar o próximo, mesmo que
não concordemos com seu estilo de vida, orientação sexual, gosto musical, etc. Não
devemos deixar de fazer algo por medo de como as pessoas vão reagir, se vão aprovar ou
não. Antes de nos preocuparmos com que os outros pensam, devemos ter amor próprio e
sermos felizes com quem somos.
• Padrões estéticos e Influência das mídias
Hoje em dia a saúde mental entre os jovens é um assunto muito abordado, isto é, o fato de
alguns adolescentes não estarem bem com alguma característica do corpo, e a questão
das mídias podem apresentar grande influência sobre isso. Muito se vê nas redes sociais,
pessoas que possuem alto poder de influência, devido ao grande número de seguidores
que possuem, fazendo publicações de corpos sarados ou cada vez mais magros, na
maioria das vezes por publicidade, e nem sempre divulgam ou defendem a forma saudável
de se alcançar esse objetivo. A mídia, assim como as redes sociais, acaba por influenciar
na maneira como pessoas se alimentam e na aceitação de sua forma física, provocando o
famoso “corpo perfeito”, aquela romantização ou a mania de ficar se comparando. Devido
a isso muitas pessoas acabam ficando doentes, afetando sua saúde mental e resultando
em problemas como os transtornos alimentares, depressão, tristeza e desgosto, o que pode
causar até a morte, lembrando também do suicídio.
O Índice de Massa Corporal (IMC) norteia as médias de medida de peso a partir da relação
altura e peso. A fórmula, no entanto, não é absoluta, ou seja, não determina se uma pessoa
está completamente saudável, como conta a professora do Departamento de Nutrição da
Escola de Enfermagem da UFMG, Luana Caroline dos Santos. “Aquela pessoa é saudável
porque ela pesa x quilos. Isso não existe. A gente precisa avaliar diferentes parâmetros
clínicos, metabólicos e sociais. Às vezes, a pessoa pode estar magra, mas não estar bem
socialmente e mentalmente”, revela. Os tratamentos para distúrbios alimentares envolvem
profissionais da psicologia, da nutrição, intervenções clínicas e psiquiatria, com o objetivo
de controlar o “fator desencadeador”.
Nem sempre a influência vem das mídias, pode ocorrer também pelos familiares, os
“colegas da escola”, etc. É importante lembrar que muitas pessoas de redes sociais usam
photoshop, ou seja, nem tudo o que vemos é verdade. Muitos ainda fazem procedimentos
como cirurgia e tentam forçar outros a fazer também. Em relação a cirurgia estética, ela
pode melhorar a qualidade de vida de pacientes, porém alguns que se apresentam para o
procedimento são portadores de transtornos depressivos (TD) e podem evoluir, no pós-
operatório, de forma desastrosa do ponto de vista psicológico e até mesmo evoluir para o
suicídio. A prevalência de TD em pacientes de cirurgia plástica estética é em média de 20%,
podendo chegar até 70%.
É bom lembrar que as vezes a influência vem de nós próprios, nós próprios podemos ficar
incomodados com alguma característica estética nossa, mas vamos tentar sempre se amar
e se dar valor mesmo assim, cada pessoa é única. Não podemos nos obrigar também a ser
forte sempre, não é falta de Deus, nem mente fraca, isso é normal. Se haver necessidade
pode-se recorrer a alguém para conversar ou ter um acompanhamento (tratamento)
profissional específico, que dará tudo certo e ficará logo tudo bem.
• Exposição a violência
Violência é um grave problema mundial. Estima-se que todos os dias morrem 1.500
pessoas em todo o mundo por conta da violência interpessoal, e a maioria dessas mortes
ocorre em países em desenvolvimento. Dentre essas mortes a maioria é adolescentes. A
violência em relação aos adolescentes, é uma grave violação de direitos, impossibilitando-
os de se desenvolverem em condições saudáveis.
É importante destacar que o contexto social no qual o jovem está inserido, desempenha
um papel de grande importância em seu desenvolvimento, tendo a função de protegê-lo.
Porém, nem sempre esse contexto cumpre seu papel. Esse fenômeno diz respeito a todas
as formas de maus-tratos físicos e emocionais, abuso sexual, descuido ou negligência,
exploração comercial ou de outro tipo, que originem um dano real ou potencial para sua
saúde, sobrevivência, desenvolvimento e dignidade.
De maneira nenhuma devemos usar a violência para educar ou simplesmente para agredir
outras pessoas, a violência não leva a lugar nenhum, e não é usando a violência que vamos
mudar as pessoas, temos que usar o diálogo para construir um mundo melhor e seguro, e
para isso devemos dizer não a violência.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2013 havia uma taxa 10,8% e 12,7% de
transtornos de saúde mental entre as crianças e adolescentes [de 0 a 19 anos]. Entre os
problemas mais comuns estão: ansiedade (de 5,2% a 6,2%), problemas de comportamento
ou conduta (de 4,4% a 7%), hiperatividade (de 1,5% a 2,7%) e depressão (de 1% a 1,6%),
que representa cerca de 530 mil crianças e adolescentes.
No que diz respeito as políticas de saúde mental dirigidas aos adolescentes, elas
começaram a ser desenvolvidas apenas a partir dos anos 2000. Até a implementação do
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), não existia foco nacional para a saúde mental
de crianças e adolescentes, e sim, uma atuação estigmatizante para as camadas mais
desfavorecidas, que aumentava e justificava a exclusão escolar. No início do século 21
começou um processo mais consistente de atenção à saúde mental infantojuvenil, por meio
do estabelecimento de diretrizes e ações prioritárias do SUS.
Um marco importante nesse sentido foi o investimento de recursos, a partir de 2002, em
Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSij). Onde os serviços oferecidos
trazem oportunidades de desenvolvimento diferenciadas para os adolescentes que
apresentam algum tipo de transtorno. Porém não estão presentes em todo o país, o que é
algo a ser questionado quando o tema é o alcance das políticas públicas. Em 2014, havia
208 CAPSij registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde, localizados
em 23 unidades da federação e no Distrito Federal - Acre, Roraima e Tocantins não
contavam com os serviços oferecidos pelos CAPSij.
Outro aspecto que ajuda para tornar a saúde mental um assunto “delicado” é a falta de
discussões abertas sobre isso e a forma como as famílias são receptivas a tal assunto. Por
mais que hoje os jovens tenham um grande acesso à internet e as redes sociais, que
disponibilizam informações sobre saúde mental, a frequência com que as famílias não
sabem como apoiar os adolescentes ainda é grande, essa baixa instrução e a falta de
perspectivas de futuro criam obstáculos no caminho para os pais apoiarem os seus filhos.
É preciso dar ferramentas para os jovens participarem da construção de seu futuro, mas
com ajuda e orientação adequados.
CONCLUSÃO
PRADO, Carol. “Busca por padrões estéticos pode levar distúrbios alimentares”; Faculdade
de Medicina UFGM.
Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/busca-por-padroes-esteticos-pode-levar-a-
disturbios-alimentares/
Acesso em: 01/10/2021
PAULA, Paulo Renato de. “Transtornos depressivos em pacientes que buscam cirurgia
plástica estética”; Revista Brasileira de Cirurgia Plástica.
Disponível em: http://www.rbcp.org.br/details/1745/pt-BR/transtornos-depressivos-em-
pacientes-que-buscam-cirurgia-plastica-estetica--uma-visao-ampla-e-atualizada
Acesso em: 01/102021
VIVA BEM, Redação. “Adolescentes enfrentam falta de políticas consistentes sobre saúde
mental”; Viva Bem Uol
Disponível:https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/07/31/adolescentesenfr
entam-falta-de-politicas-consistentes-sobre-saude-mental.htm
Acesso em: 02/10/2021
FELICIO, Ana Beatriz. “Precisamos falar sobre a saúde mental dos adolescentes”; Mural.
Disponível em: https://www.agenciamural.org.br/especiais/precisamos-falar-sobre-a-
saude-mental-dos-adolescentes/
Acesso em: 02/10/2021