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SAÚDE MENTAL ENTRE ADOLESCENTES

Imaginação Sociológica

Alunos: Olga Helena, Carollainy Cristina, Arthur Leonardo, Maria Luíza


Curso: Ensino Médio
Turma: 1 ano A

➔ Introdução

A adolescência é um momento único, que molda as pessoas


para a vida adulta. Enquanto estima-se que a maioria dos
adolescentes tenha uma boa saúde mental, fatores como
múltiplas mudanças físicas, emocionais e sociais, podem tornar
os adolescentes vulneráveis a condições de saúde mental.
Promover o bem-estar psicológico e protegê-los de experiências
adversas e fatores de risco que possam afetar seu potencial de
prosperar não são apenas fundamentais para seu bem-estar,
mas também para sua saúde física e mental na vida adulta.

Múltiplos fatores determinam a saúde mental de um adolescente.


Quanto mais expostos aos fatores de risco, maior o potencial impacto na saúde mental
dos adolescentes, impacto esse que na maioria das vezes (devido a não identificação e
falta de tratamento) acaba indo para a vida adulta. Entre os fatores que contribuem para
o estresse mental durante esse momento da vida estão: exploração da identidade sexual,
exposição a violência, influência da mídia nos padrões de beleza, maior acesso e uso de
tecnologias, falta de acesso a tratamentos, etc.

➔ Fatores sociais:

• Sexualidade

A adolescência é a fase dos descobrimentos, e um desses descobrimentos é justamente a


orientação sexual, o que pode acabar fazendo com que o indivíduo sofra algum tipo de
rejeição por parte da família ou pelos amigos, caso não se declare hétero.

Muitas vezes, os jovens não se sentem confortáveis para assumir sua sexualidade
justamente por medo dessa rejeição. Infelizmente, alguns acabam tendo que fingir ser algo
que não são para agradar uma sociedade preconceituosa, onde se você não for hétero
você é excluído. Isso pode acabar trazendo danos mentais para o indivíduo, como
depressão ou falta de amor próprio, que infelizmente podem levar a pessoa a tirar sua
própria vida.

Por mais que soe clichê, nós devemos ser nós mesmos e respeitar o próximo, mesmo que
não concordemos com seu estilo de vida, orientação sexual, gosto musical, etc. Não
devemos deixar de fazer algo por medo de como as pessoas vão reagir, se vão aprovar ou
não. Antes de nos preocuparmos com que os outros pensam, devemos ter amor próprio e
sermos felizes com quem somos.
• Padrões estéticos e Influência das mídias

Hoje em dia a saúde mental entre os jovens é um assunto muito abordado, isto é, o fato de
alguns adolescentes não estarem bem com alguma característica do corpo, e a questão
das mídias podem apresentar grande influência sobre isso. Muito se vê nas redes sociais,
pessoas que possuem alto poder de influência, devido ao grande número de seguidores
que possuem, fazendo publicações de corpos sarados ou cada vez mais magros, na
maioria das vezes por publicidade, e nem sempre divulgam ou defendem a forma saudável
de se alcançar esse objetivo. A mídia, assim como as redes sociais, acaba por influenciar
na maneira como pessoas se alimentam e na aceitação de sua forma física, provocando o
famoso “corpo perfeito”, aquela romantização ou a mania de ficar se comparando. Devido
a isso muitas pessoas acabam ficando doentes, afetando sua saúde mental e resultando
em problemas como os transtornos alimentares, depressão, tristeza e desgosto, o que pode
causar até a morte, lembrando também do suicídio.

Os transtornos alimentares restritivos, como a anorexia e a bulimia, são mais comuns em


mulheres. Isso está relacionado ao imaginário do ideal feminino como algo frágil que precisa
ser protegido. Ainda no campo dos transtornos alimentares, existe a vigorexia, ou seja, o
vício em exercícios, que acomete mais homens, e também prejudicial à saúde.

O Índice de Massa Corporal (IMC) norteia as médias de medida de peso a partir da relação
altura e peso. A fórmula, no entanto, não é absoluta, ou seja, não determina se uma pessoa
está completamente saudável, como conta a professora do Departamento de Nutrição da
Escola de Enfermagem da UFMG, Luana Caroline dos Santos. “Aquela pessoa é saudável
porque ela pesa x quilos. Isso não existe. A gente precisa avaliar diferentes parâmetros
clínicos, metabólicos e sociais. Às vezes, a pessoa pode estar magra, mas não estar bem
socialmente e mentalmente”, revela. Os tratamentos para distúrbios alimentares envolvem
profissionais da psicologia, da nutrição, intervenções clínicas e psiquiatria, com o objetivo
de controlar o “fator desencadeador”.

Nem sempre a influência vem das mídias, pode ocorrer também pelos familiares, os
“colegas da escola”, etc. É importante lembrar que muitas pessoas de redes sociais usam
photoshop, ou seja, nem tudo o que vemos é verdade. Muitos ainda fazem procedimentos
como cirurgia e tentam forçar outros a fazer também. Em relação a cirurgia estética, ela
pode melhorar a qualidade de vida de pacientes, porém alguns que se apresentam para o
procedimento são portadores de transtornos depressivos (TD) e podem evoluir, no pós-
operatório, de forma desastrosa do ponto de vista psicológico e até mesmo evoluir para o
suicídio. A prevalência de TD em pacientes de cirurgia plástica estética é em média de 20%,
podendo chegar até 70%.

É bom lembrar que as vezes a influência vem de nós próprios, nós próprios podemos ficar
incomodados com alguma característica estética nossa, mas vamos tentar sempre se amar
e se dar valor mesmo assim, cada pessoa é única. Não podemos nos obrigar também a ser
forte sempre, não é falta de Deus, nem mente fraca, isso é normal. Se haver necessidade
pode-se recorrer a alguém para conversar ou ter um acompanhamento (tratamento)
profissional específico, que dará tudo certo e ficará logo tudo bem.
• Exposição a violência

Violência é um grave problema mundial. Estima-se que todos os dias morrem 1.500
pessoas em todo o mundo por conta da violência interpessoal, e a maioria dessas mortes
ocorre em países em desenvolvimento. Dentre essas mortes a maioria é adolescentes. A
violência em relação aos adolescentes, é uma grave violação de direitos, impossibilitando-
os de se desenvolverem em condições saudáveis.

É importante destacar que o contexto social no qual o jovem está inserido, desempenha
um papel de grande importância em seu desenvolvimento, tendo a função de protegê-lo.
Porém, nem sempre esse contexto cumpre seu papel. Esse fenômeno diz respeito a todas
as formas de maus-tratos físicos e emocionais, abuso sexual, descuido ou negligência,
exploração comercial ou de outro tipo, que originem um dano real ou potencial para sua
saúde, sobrevivência, desenvolvimento e dignidade.

Como resultados de adolescentes expostos a violência temos: Baixo autoestima, baixo


senso de autoeficácia, comportamento agressivo, sintomas internalizantes e
externalizantes podendo ocasionar quadros psicopatológicos como depressão e
ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade, transtornos alimentares e comportamentos suicidas.

De maneira nenhuma devemos usar a violência para educar ou simplesmente para agredir
outras pessoas, a violência não leva a lugar nenhum, e não é usando a violência que vamos
mudar as pessoas, temos que usar o diálogo para construir um mundo melhor e seguro, e
para isso devemos dizer não a violência.

• Falta de acesso a tratamentos

Observando o contexto em que vivemos, o Brasil é um país onde o acesso a políticas de


saúde mental não é algo democratizado. Se também considerarmos o pandêmico cenário
atual, com o sistema de saúde em colapso, esse quadro tende a permanecer crescendo.

Quando direcionamos isso a adolescentes, os agravos sofridos podem comprometer sua


qualidade de vida, tendo em vista que é comum que os jovens não tenham ferramentas
para lidar com essas dores e recorram a outras práticas para aliviar o sofrimento, como
abuso de substâncias psicoativas, automutilação e o suicídio.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2013 havia uma taxa 10,8% e 12,7% de
transtornos de saúde mental entre as crianças e adolescentes [de 0 a 19 anos]. Entre os
problemas mais comuns estão: ansiedade (de 5,2% a 6,2%), problemas de comportamento
ou conduta (de 4,4% a 7%), hiperatividade (de 1,5% a 2,7%) e depressão (de 1% a 1,6%),
que representa cerca de 530 mil crianças e adolescentes.

No que diz respeito as políticas de saúde mental dirigidas aos adolescentes, elas
começaram a ser desenvolvidas apenas a partir dos anos 2000. Até a implementação do
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), não existia foco nacional para a saúde mental
de crianças e adolescentes, e sim, uma atuação estigmatizante para as camadas mais
desfavorecidas, que aumentava e justificava a exclusão escolar. No início do século 21
começou um processo mais consistente de atenção à saúde mental infantojuvenil, por meio
do estabelecimento de diretrizes e ações prioritárias do SUS.
Um marco importante nesse sentido foi o investimento de recursos, a partir de 2002, em
Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSij). Onde os serviços oferecidos
trazem oportunidades de desenvolvimento diferenciadas para os adolescentes que
apresentam algum tipo de transtorno. Porém não estão presentes em todo o país, o que é
algo a ser questionado quando o tema é o alcance das políticas públicas. Em 2014, havia
208 CAPSij registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde, localizados
em 23 unidades da federação e no Distrito Federal - Acre, Roraima e Tocantins não
contavam com os serviços oferecidos pelos CAPSij.

Outro aspecto que ajuda para tornar a saúde mental um assunto “delicado” é a falta de
discussões abertas sobre isso e a forma como as famílias são receptivas a tal assunto. Por
mais que hoje os jovens tenham um grande acesso à internet e as redes sociais, que
disponibilizam informações sobre saúde mental, a frequência com que as famílias não
sabem como apoiar os adolescentes ainda é grande, essa baixa instrução e a falta de
perspectivas de futuro criam obstáculos no caminho para os pais apoiarem os seus filhos.
É preciso dar ferramentas para os jovens participarem da construção de seu futuro, mas
com ajuda e orientação adequados.
CONCLUSÃO

Com isso, ao compreender as informações apresentadas ao longo do texto, foi possível


concluirmos que por mais que ela seja negligenciada, a adolescência é um processo de
diversas mudanças e extrema vulnerabilidade. Onde fatores como cuidados acessíveis com
a saúde mental e diálogos abertos sobre isso, tem um papel crucial nesse período e podem
mudar a vida dos jovens.
REFERÊNCIAS

OPAS, Redação. “Saúde mental entre os adolescentes”; Organização Pan-Americana da


Saúde.
Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/saude-mental-dos-adolescentes
Acesso em: 30/10/2021

PRADO, Carol. “Busca por padrões estéticos pode levar distúrbios alimentares”; Faculdade
de Medicina UFGM.
Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/busca-por-padroes-esteticos-pode-levar-a-
disturbios-alimentares/
Acesso em: 01/10/2021

PAULA, Paulo Renato de. “Transtornos depressivos em pacientes que buscam cirurgia
plástica estética”; Revista Brasileira de Cirurgia Plástica.
Disponível em: http://www.rbcp.org.br/details/1745/pt-BR/transtornos-depressivos-em-
pacientes-que-buscam-cirurgia-plastica-estetica--uma-visao-ampla-e-atualizada
Acesso em: 01/102021

PATIAS, Naiana Dapieve. “Exposição de adolescentes à violência em diferentes contextos:


relações com a saúde mental”; PePSIC.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?lng=pt
Acesso em: 02/10/2021

CUNHA, Lucas de Lima e. “Processo de socialização da violência na infância e na


adolescência”; LUME UFRGS
Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/39524
Acesso em: 02/10/2021

VIVA BEM, Redação. “Adolescentes enfrentam falta de políticas consistentes sobre saúde
mental”; Viva Bem Uol
Disponível:https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/07/31/adolescentesenfr
entam-falta-de-politicas-consistentes-sobre-saude-mental.htm
Acesso em: 02/10/2021

FELICIO, Ana Beatriz. “Precisamos falar sobre a saúde mental dos adolescentes”; Mural.
Disponível em: https://www.agenciamural.org.br/especiais/precisamos-falar-sobre-a-
saude-mental-dos-adolescentes/
Acesso em: 02/10/2021

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