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químicas ambientais, com estrutura molecular se-

4 Mutações melhante à das bases do DNA, podem ser incorpo-


Ao longo da vida, o DNA é exposto a diversos radas a ele durante a duplicação, aumentando a
fatores externos que podem danificar sua molécula chance de ocorrerem pareamentos impróprios. Ou-
e modificar a mensagem genética inicial. Durante a tras substâncias podem se ligar às bases, causando
duplicação, cada novo nucleotídio que entra na ca- também pareamentos errados.
deia é conferido pela DNA polimerase. Ela examina A alteração de uma única base pode fazer surgir
a molécula e pode detectar emparelhamentos erra- uma nova característica no organismo. Pode tam-
dos, como A-C em vez de A-T. O nucleotídio errado é bém lhe causar sérias consequências.
retirado e a DNA polimerase acrescenta o nucleotídio Quando a mutação corresponde à troca de uma
correto. única base, pode ocorrer a formação de um novo
A falha do mecanismo de verificação de erros códon responsável pelo mesmo aminoácido. Por
acarreta uma modificação no código genético inicial. exemplo, o ácido glutâmico pode ser codificado tan-
O gene modificado poderá alterar alguma função da to por GAA como por GAG. Se a mutação trocar a
célula e provocar até mesmo uma doença. terceira base original A por uma nova base G, não
A mutação caracteriza-se quando uma altera- haverá modificação nos aminoácidos da proteína.
ção na sequência de bases nitrogenadas de um Essas mutações “silenciosas” não afetam o organis-
segmento do DNA não é corrigida. A chance de ocor- mo e, por isso, muitos cientistas acham que o códi-
rerem mutações aumenta quando a célula é expos- go degenerado (mais de um códon para o mesmo
ta aos chamados fatores mutagênicos, entre os aminoácido) teria a vantagem de proteger o orga-
quais estão as radiações produzidas por materiais nismo contra um excesso de defeitos provocados
radioativos na superfície terrestre, os raios vindos por mutações.
do Sol (figura 10.14) e das estrelas, os raios X, os raios Uma mutação pode apenas adicionar ou retirar
ultravioleta e diversas substâncias químicas, como uma base da sequência. O efeito de uma mutação
as encontradas na fumaça do cigarro ou até mesmo desse tipo é muito mais grave, pois as bases estão
em algumas plantas e fungos. arrumadas continuamente, sem interrupções, e, se
Esses fatores podem quebrar a molécula de DNA, for acrescentada ou retirada uma delas, a sequência
acrescentando ou retirando nucleotídios, ou alterar de códons ficará completamente alterada a partir
o pareamento normal das bases. Certas substâncias desse ponto. A proteína será, então, totalmente di-
ferente e incapaz de realizar a sua função. A retirada
SPL/Latinstock

ou a entrada de um códon inteiro (três nucleotídios)


pode ser menos grave, pois altera apenas um ami-
noácido na sequência.
A maioria das mutações é neutra e origina proteí-
nas que não alteram o funcionamento do organismo.
Há mutações prejudiciais, pois alteram ao acaso um
sistema vivo altamente organizado, que se formou após
milhões de anos de evolução; outras, contudo, podem
torná-lo mais adaptado ao ambiente em que vive. Estas
últimas podem, por seleção natural, aumentar de nú-
mero ao longo das gerações, provocando a evolução
das espécies, como estudaremos com mais detalhes
no Volume 3 desta coleção.

Figura 10.14 O câncer de pele está frequentemente relacionado à


exposição aos raios solares, que podem afetar as moléculas de DNA.
Na foto, câncer de pele conhecido como lentigo maligno-melanoma,
que pode surgir em regiões da pele que ficam expostas ao sol por muito
tempo.

128 Capítulo 10
Alterações nos cromossomos Alterações estruturais
sexuais Quando alterações estruturais ocorrem durante
Com o exame da cromatina sexual é possível iden- a mitose das células do corpo, seus efeitos são míni-
tificar diversas anomalias sexuais, como as síndromes mos, pois apenas algumas células serão atingidas,
de Turner (descrita em 1938 por Henry Turner) e de embora, em alguns casos, a célula alterada possa se
Klinefelter (descrita em 1942 por H. F. Klinefelter). Ve- transformar em célula cancerosa e crescer, formando
ja a formação e algumas características dessas síndro- um tumor.
mes nas figuras 11.17 e 11.18. Se essas alterações acontecem na meiose, co-
mo resultado, por exemplo, de uma permutação
anormal, elas podem ser transmitidas aos descen-
Hiroe Sasaki/Arquivo da editora

dobra da pele
dentes, que terão cromossomos anormais em to-
das as células.
seios pouco
desenvolvidos Existem quatro tipos de alterações estruturais:
inversão, deficiência ou deleção, duplicação e trans-
ovários e órgãos locação.
sexuais pouco
desenvolvidos Suponha que haja ruptura (provocada por radia-
ção, por exemplo) em determinado trecho de um
estatura baixa cromossomo e que um pedaço desse cromossomo
se solte. Se esse pedaço sofrer uma ressoldagem em
posição invertida, ocorrerá inversão na sequência de
genes (figura 11.19).
XX XY não
+
meiose normal
fecundação disjunção Caso ele se desloque, fixando-se em outro cro-
XO mossomo homólogo (que contém genes para as
X
+ XY
mesmas características), o cromossomo original
mulher Turner
(sem cromatina sexual) apresentará deficiência ou deleção, e o que recebeu
o novo pedaço apresentará duplicação na sequência
Figura 11.17 Mulher com síndrome de Turner. (As células são
de seus genes.
microscópicas; os elementos da figura não estão na mesma escala;
cores fantasia.) No caso da ligação desse pedaço ao cromossomo
não homólogo, dizemos que houve translocação.
Hiroe Sasaki/Arquivo da editora

Luis Moura/Arquivo da editora


poucos pelos
A A A A A A A A
faciais
B B B B B B B B
C C C C C C M C M
C

D D D D D D D N D N
E G E E E E O E O
E
desenvolvimento
F F F F F D F P P F
de seios
G E G G G E G G
H H H H F H H
testículos pouco
desenvolvidos G
H

XX XY meiose inversão deleção duplicação translocação


+
não disjunção
fecundação normal

XXY
XX homem Klinefelter Y X
(com cromatina sexual)

Figura 11.18 Homem com síndrome de Klinefelter. (As células são Figura 11.19 Esquemas dos quatro tipos de anomalias estruturais.
microscópicas; os elementos da figura não estão na mesma escala; As letras indicam regiões dos cromossomos com muitos genes (os
cores fantasia.) elementos ilustrados não estão na mesma escala; cores fantasia).

Cromatina, cromossomos e a divisão celular 149


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Ana Paula Chabaribery Malfa, Célia da Silva Carvalho, Linhares, Sérgio
Luís Maurício Boa Nova, Heloísa Schiavo, Biologia hoje / Sérgio Linhares, Fernando
Brenda Morais e Gabriela Miragaia (estagiárias) Gewandsznajder, Helena Pacca. -- 3. ed. --
São Paulo : Ática, 2016.
Iconografia
Sílvio Kligin (superv.), Denise Durand Kremer (coord.),
Jad Silva (pesquisa), Cesar Wolf e Obra em 3 v.
Fernanda Crevin (tratamento de imagem) Conteúdo: V.1. Citologia, reprodução e
desenvolvimento, histologia e origem da vida --
Ilustrações
v.2. Os seres vivos -- v.3. Genética, evolução e
Alex Argozino, Casa de Tipos, Dam d’Souza, ecologia.
Eber Evangelista, Hiroe Sasaki, Ingeborg Asbach, Bibliografia.
Julio Dian, Luis Moura, Luiz Iria, Maspi,
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Cartografia 1. Biologia (Ensino médio) I. Gewandsznajder,
Fernando. II. Pacca, Helena. III. Título.
Eric Fuzii, Márcio Souza
Foto da capa: Representação artística de
células-ovo dividindo-se (os elementos da
ilustração não estão em escala; cores fantasia).
BlackJack3D/Shutterstock 16-02047 CDD-574.07
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1. Biologia : Ensino médio 574.07
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2016
ISBN 978 8508 17955 8 (AL)
ISBN 978 8508 17956 5 (PR)
Cód. da obra CL 713355
CAE 566 201 (AL) / 566 202 (PR)
3a edição
1a impressão
Impressão e acabamento

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