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PROVA COGNITIVA PROLIFERAÇÃO

1. A proliferação celular é um processo estreitamente regulado que envolve um grande


número de moléculas e vias inter-relacionadas. Para compreender como as células
proliferam durante a regeneração e reparo, é necessário conhecer as principais
características do ciclo celular normal e sua regulação. Em linhas gerais, o ciclo
celular consiste nas fases G1, S, G2 e M e as células quiescentes, que não entraram
no ciclo celular, estão no estado G0. Cada fase do ciclo celular é dependente de
ativação apropriada e finalização da fase anterior, e o ciclo se interrompe no local
onde a função de um gene essencial é deficiente. Devido ao seu papel central na
manutenção da homeostasia do tecido e na regulação dos processos de crescimento
fisiológicos, como regeneração e reparo, o ciclo celular possui múltiplos controles e
redundâncias, particularmente durante a transição entre as fases G1 e S. Esses
controles incluem ativadores e inibidores, bem como sensores que são responsáveis
pelos pontos de controle. Dentro deste contexto, assinale a alternativa incorreta.
a. As CDK adquirem atividade catalítica quando se ligam e formam complexos
com as ciclinas. As CDK ativadas direcionam o ciclo celular através de
fosforilação de proteínas que são críticas para as transições do ciclo celular.
Uma dessas proteínas é a de suscetibilidade ao retinoblastoma (RB), que
impede as células de replicação quando complexada com o fator de
transcrição E2F.
b. Inibidores de CDK (CDKI) silenciam as CDK e exercem um controle negativo
sobre o ciclo celular. A expressão desses inibidores tem sua regulação
aumentada por vias de sinalização mitogênicas, promovendo assim a
progressão do ciclo celular.
c. Os complexos ciclina-CDK fosforilam proteínas-alvo cruciais que conduzem a
célula através do ciclo celular. Mutações que desregulam a atividade das
ciclinas e CDK favorecem a proliferação celular.
d. A progressão ordenada das células através das várias fases do ciclo celular é
orquestrada por cinases dependentes de ciclina (CDK), que são ativadas
através da ligação às ciclinas, assim chamadas em decorrência da natureza
cíclica de sua produção e degradação.
e. Antes que uma célula se comprometa de forma definitiva a se replicar, o ponto
de checagem G1/S checa se há dano ao DNA; se houver dano, a maquinaria
de reparo do DNA e os mecanismos que param o ciclo celular colocados em
ação. O atraso na progressão do ciclo celular fornece o tempo necessário
para que o DNA seja reparado, se o dano não for reparável, as vias
apoptóticas são ativadas para destruir a célula.

2. O modelo de evolução clonal do câncer sugere que, à medida que as mutações se


acumulam nas células cancerosas geneticamente instáveis e o tumor se torna
heterogêneo, um subconjunto de subclones de células tumorais desenvolve a
combinação certa de produtos gênicos para completar todas as etapas envolvidas na
metástase. No entanto, estudos recentes, em que o perfil da expressão gênica dos
tumores primários e o perfil dos depósitos metastáticos foram comparados,
mostraram que um subconjunto de cânceres de mama possui uma assinatura da
expressão gênica similar a encontrada nas metástases, apesar de não haver
evidência clínica de metástase, desafiando a hipótese inicial. A hipótese alternativa
sugerida por esses dados é que a metátase é o resultado de múltiplas anomalias que
ocorre em muitas, talvez em todas as células de um tumor primário e talvez
precocemente no desenvolvimento de um tumor, gerando uma predisposição geral
para a metástase. A grande questão até o momento é, há genes responsáveis pelo
controle da metástase? Já que a metástase é um fenômeno complexo acredita-se
que os genes que atuam como “oncogenes da metástase” e “supressores
metastáticos” são raros. Como definição, a expressão de um oncogene metastático
favorece o desenvolvimento da mestastase e a perda de um “supressor metastático”
promove o desenvolvimento de metástase. Trabalhos recentes evidenciaram a
participação de miRNA que suprimem e outros que promovem a metástase. Além
disso, tem sido demonstrado, em câncer de mama, como candidatos a oncogenes
metastáticos o SNAIL e o TWIST, que codificam fatores de transcrição cuja função
primária é promover um processo denominado transição epitelial-mesenquimal
(TEM). A afirmativa abaixo refere-se a TEM na metástase:

a. CORRETA
b. ERRADA
3. O câncer é o aparecimento de um conglomerado de células malignas que, com o
passar do tempo, resultam no aparecimento e desenvolvimento de um tumor.
Quando o processo é iniciado no pulmão, estamos diante de um câncer primário
deste órgão. Em alguns casos, o pulmão pode ser também acometido por tumores
que se originaram em outros órgãos, caracterizando metástases pulmonares e não
tumores primários do pulmão. O câncer de pulmão (ou tumor primário do pulmão) é
um dos tipos de câncer mais frequentes em homens e mulheres e com os maiores
índices de mortalidade e letalidade, acarretando grande impacto na população.
Categoricamente é dividido em dois tipos principais:- Carcinoma de pequenas células
(em inglês “Small Cell Lung Carcinoma – SCLC”), representam cerca de 20% dos
casos de câncer de pulmão, podem crescer rapidamente e geralmente são mais
agressivo. - Carcinoma de células não pequenas (em inglês “No Small Cell Lung
Câncer – NSCLC”), é o tipo de tumor mais comum representando cerca de 80% dos
casos, está dividido em três subtipos, dependendo da célula da qual se originou, são
eles: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermóide e
carcinoma de grandes células. Sobre o câncer de pulmão, assinale a alternativa
incorreta.
a. Dentre todos os tipos de tumores de pulmão, os dois intimamente
correlacionados com histórico de tabagismo é o Carcinoma de células
escamosas e o Carcinoma de células pequenas
b. Carcinoma de células pequenas é caracterizado por um tumor altamente
maligno que possui um tipo celular distinto. As células epiteliais são
relativamente pequenas, com citoplasma escasso. Bordas celulares pouco
definidas, cromatina nuclear finamente granular e nucléolos ausentes ou
pouco evidentes.
c. Adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer de pulmão em mulheres e
em não fumantes
d. Carcinoma de células escamosas é encontrado mais comumente em homens
e esta intimamente correlacionado a um histórico de tabagismo.
Histologicamente este tumor é caracterizado pela ausência de
queratinização.
e. Adenocarcinoma é um tumor epitelial maligno com diferenciação glandular ou
produção de mucina pelas células tumorais. Crescem em vários padrões,
incluindo acinar, papilar, bronquioalveolar e sólido com formação de mucina.
4. Podemos citar como algumas das etiologias genéticas dos adenocarciomas de
próstata: (1) variações na extensão da sequência com repetições do códon CAG do
gene AR (receptor androgênico); (2) amplificação do gene AR; (3) mutações no gene
AR; (4) mutações na linhagem germinativa no supressor BRCA2, (5)alterações
epigenéticas (por exemplo a hipermetilação de genes supressores de tumor) e (6)
reorganização cromossômica justapondo o gene de transcrição da família ETS ao
promotor TMPRSS2. Assinale a alternativa que define corretamente o que são
alterações epigenéticas.
a. Alterações epigenéticas refere-se a eventos que conduzem ao desdobramento
do programa genético para o desenvolvimento, alterando a sequência de
nucleotídeos do DNA, como a acetilação e desacetilação de histonas e
metilação do DNA.
b. Alterações epigenéticas refere-se a qualquer modificação ou alteração nos
genes ou cromossomos, podendo provocar uma variação hereditária ou uma
mudança no fenótipo.
c. Alterações epigenéticas é um tipo de recombinação genética, um processo de
rearranjo físico que ocorre entre duas cadeias de DNA.
d. Alterações epigenéticas refere-se a todas as mudanças reversíveis e
herdáveis no genoma funcional que não alteram a sequência de nucleotídeos
do DNA e são capazes de modificar a expressão gênica.
e. Alterações epigenéticas são mudanças na sequência dos nucleotídeos do
material genético de um organismo, capazes de modificar a expressão
gênica.
5. O melanoma é uma neoplasia relativamente comum e mortal, se não percebida nos
estágios iniciais do seu curso. A maioria dos melanomas surgem principalmente na
pele, podendo acometer outras superfícies, como por exemplo, mucosa oral e
anogenital. Os fatores predisponentes mais importantes são genes herdados e a
exposição solar. Algumas mutações genéticas são comuns tanto no melanoma
familial como no esporádico. Por exemplo, o gene CDKN2 é mutado em
aproximadamente 40% das linhagens com melanoma familial autossômico
dominante. O CDKN2A é um lócus complexo que codifica diferentes proteínas,
dentre elas a P16/INK4a que esta claramente envolvida no melanoma humano.
Sobre o melanoma, assinla e a alternativa incorreta.
a. Os dois fatores mais importantes para a patogenia do melanoma são os genes
herdados e a exposição ao sol. O melanoma da pele é geralmente
assintomático, embora o prurido ou a dor possam ser manifestações
precoces. A maioria das lesões apresenta diâmetro maior que 10mm ao
diagnóstico. Os sinais clínicos mais consistentes são as alterações de cor,
tamanho ou forma da lesão pigmentada.
b. Mutações no gene que codifica p16 (CDKi) impedem o bloqueio do ciclo
celular, RB é constantemente fosforilada pelo complexo ciclina/CDK,
liberando o fator de transcrição E2F que ativa a transcrição de genes
envolvidos na proliferação celular.
c. O conceito de fases de crescimento do melanoma é fundamental para
compreender a sua progressão. Inicialmente ocorre a disseminação
horizontal do melanoma na epiderme e na derme superficial, enquanto que
nas fases mais avançadas as células tumorais do melanoma invadem o
tecido em direção as camadas dérmicas mais profundas como uma massa
expansível. As fases iniciais e avançadas são, respectivamente,
denominadas de crescimento vertical e radial.
d. Morfologicamente, as células individuais do melanoma em geral são
consideravelmente maiores que os melanócitos normais ou as células
encontradas nos nevos melanocíticos. Contém grandes núcleos com
contornos irregulares, cromatina que é caracteristicamente aglomerada na
periferia da membrana nuclear e nucléolos avermelhados proeminentes.
e. P16 é uma proteína inibidora da formação do complexo ciclina/CDK (também
conhecida como CDKi. Sua função esta associada ao bloqueio da formação
do complexo ciclina/CDK (ciclina D-CDK4/6). que por sua vez não fosforila a
proteína Rb impedindo que o fator de transcrição E2F migre para o núcleo
celular como consequência ocorre o bloqueio da fase G1 para S da divisão
celular, impedindo a proliferação celular.
6. A patogenia do carcinoma cervical foi delineada, ao longo dos anos, por uma série de
estudos epidemiológicos, clínico patológicos e de genética molecular. Os dados
epidemiológicos implicaram há muito tempo um agente sexualmente transmitido que
atualmente é estabelecido como o HPV (do inglês human papilomavirus). Os HPVs
estão subagrupados em tipos de alto e baixo risco oncogênico. Atualmente os HPVs
de alto risco oncogênico são considerados como o fator isolado mais importante na
oncogênese cervical. Do ponto de vista molecular podemos dizer que:As proteínas
virais E6 e E7 são críticas para efeito oncogênico do HPV pois promovem o ciclo
celular. E6 se liga-se a proteína supressora tumoral p53 e interrompe a morte celular
por induzir a degradação rápida da (p53) por proteólise dependente de ubiquitina.
P53 degradada não ativa a transcrição da proteína inibidora de cinase dependente
de ciclina p21 (CDKi) que, por sua vez, culmina na ativação e formação permanente
do complexo ciclinaD/CDK6 e consequente progressão do ciclo de G1 para S,
desestruturando o balanço de proliferação e apoptose controlado por essa proteína.
E7 se complexa com a forma hipofosforilada de Rb direcionando-a para proteólise
pela via proteossômica, o que permite que a célula entre na fase S do ciclo celular
pela liberação do fator de transcrição E2F. Os dois oncogenes virais cooperam para
promover a síntese de DNA ao mesmo tempo que interrompem a parada de
crescimento mediada por p53 e a apoptose de células geneticamente alteradas,
prolongando o ciclo de vida das células contribuindo para o desenvolvimento do
tumor. A descrição molecular das consequências das degradações causadas pelas
proteínas virais E6 e E7 do HPV é verdadeira ou falsa?
a. VERDADEIRO
b. FALSA
7. Considerando que a ilustração a seguir, referente à divisão de uma célula somática
hipotética, apresenta um erro, assinale a alternativa que apresenta a situação que
tornaria o desenho correto.
a. A célula-mãe deveria ter apenas 2
cromossomos e as células-filhas deveriam ter 4
cromossomos, pois têm origem após a duplicação dos
cromossomos.
b. A célula-mãe deveria ter 4 cromossomos
e as células-filhas deveriam ter 2 cromossomos, pois
foram originadas por mitose.
c. A célula-mãe deveria ter 4 cromossomos
e as células-filhas deveriam ser 4 e ter cada uma 2
cromossomos, pois seriam o resultado de uma meiose.
d. A célula-mãe deveria ter 4 cromossomos
e cada célula-filha 4 cromossomos, pois seriam o
resultado de uma mitose.
e. A célula-mãe deveria ter 2 cromossomos
e as células-filhas 2 cromossomos, pois seriam o
resultado de uma meiose
8. O uso de protetor solar é um importante aliado contra o câncer de pele. Isso porque,
os raios UV presentes na luz solar são agentes mutagênicos e podem causar
alterações permanentes na estrutura e fisiologia das células.A respeito das
mutações causadas por raios UV nas células da pele é correto afirmar que:
a. podem ser transmitidas aos descendentes através da reprodução. b.
contribuem para o aumento da variabilidade genética e para a evolução. c.
alteram aminoácidos e, consequentemente, interferem na síntese proteica. d.
modificam o DNA, o que pode levar a alterações nas proteínas celulares. e.
alteram o processo de tradução e com isso modificam os RNAs mensageiros.
9. Atualmente sabe-se que a angiogênese tumoral é controlada pelo equilíbrio entre os
promotores e inibidores de angiogênese. As bases moleculares do interruptor
angiogênico envolvem a produção aumentada de fatores angiogênicos e/ou a perda
dos inibidores angiogênicos. O acionamento da angiogênese é controlado por
diversos estímulos fisiológicos, como a hipóxia. A relativa falta de oxigênio estimula a
HIF1-alfa que induz a produção de fatores angiogênicos como VEGF e bFGF. Esses
fatores criam um gradiente angiogênico que estimula a proliferação de células
endoteliais e guia o crescimento de novos vasos em direção ao tumor. Com relação
a função do HIF1-alfa durante a angiogênese podemos dizer que ele atua como:
a. Citocina pró-angiogênica;
b. Oncogene;
c. Proto-oncogene;
d. Gene supressor tumoral;
e. Fator de transcrição.
10. Os adenomas colônicos são o principal tipo de câncer gástrico (neoplasia maligna),
apresentando características secretórias e origem em tecidos glandulares. É o
terceiro tumor maligno mais freqüente no mundo depois do câncer de pulmão e da
mama - de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer. A sua incidência tem
diminuído nos países ocidentais, mas mesmo assim continua como uma das causas
principais de morte no mundo. Os sintomas iniciais assemelham-se com os da
gastrite crônica e como resultado esses tumores são frequentementes descobertos
em estágios avançados da doença. Os seus principais fatores etiológicos são:
genéticos, presença de infecção por H. Pylori, consumo excessivo de alimentos
enlatados, defumados, ricos em nitritos e nitratos, com altas concentrações de sal. A
conduta médica frente a neoplasias avançadas são os tratamentos paliativos que
objetivam a qualidade e não a duração da vida. Oferecem assistência humana e
compassiva para as pessoas nas últimas fases de uma doença incurável para que
possam viver o mais confortavelmente possível.O texto acima está correto ou
errado?
a. CORRETO
b. ERRADO
11. A carcinogênese é um processo em múltiplas etapas, tanto a nível fenotípico quanto
a nível genético, resultando no acúmulo de múltiplas mutações. O dano genético (ou
mutação) pode ser adquirido pela ação de agentes ambientas, como substâncias
químicas, radiação, ou vírus, ou pode ser herdado na linhagem germinativa. Sobre
as classe de genes envolvidas no processo de carcinogênese podemos afirmar,
exceto:
a. Amplificação gênica, mutação e rearranjos cromossômicos são mecanismos
de ativação de oncogenes.
b. Genes supressores de tumor exercem um efeito regulatório negativo na
proliferação celular. Estes genes precisam ser ativados em ambos os alelos
para perder o controle da proliferação celular, com exceção da Síndrome de
Li-Fraumne que apresenta padrão de herança autossômico dominante.
c. Oncogenes ativam a proliferação celular descontrolada, inibem diferenciação
celular e ativam constantemente a via de transdução de sinais mitóticos. d. Perda
de heterogosidade (LOH) é um dos mecanismos envolvidos na perda de função
dos genes supressores tumorais.
e. Oncomirs são miRNA que podem ser oncogenes ou genes supressores de
tumor. Essa família de genes não codificam proteínas, porém estão
envolvidos na regulação da expressão gênica, facilitanto a hiperexpressão ou
inibindo a regulação de genes alvos.
12. Apesar de as mutações genéticas serem de extrema importância para a evolução de
uma espécie, a sobrevivência do indivíduo depende da estabilidade do seu genoma.
A estabilidade resulta não só de um acurado mecanismo de replicação, como
também de mecanismos que reparem os danos que ocorrem continuadamente no
DNA. Entende-se por reparo, a capacidade de a maquinaria celular corrigir os erros
causados por mutações. Muitos danos sofridos pelo DNA podem ser reparados
porque a informação genética é preservada em ambas as fitas da dupla-hélice, de tal
forma que a informação perdida em uma fita possa ser recuperada por meio da fita
complementar. Sobre os mecanismos de reparo, é correto afirmar:
a. A fotorreativação enzimática é o processo de reparo das bases purinas que
sofreram algum tipo de alteração em função da exposição à luz ultravioleta.
b. No processo de reparo por excisão de bases, ocorre a remoção da base
defeituosa por clivagem da ligação base nitrogenada e desoxirribose, seguida
pelo preenchimento da região com a base correta por ação da
DNA-polimerase.
c. No processo de reparo de bases mal pareadas, existe um sinal específico que
direciona o sistema de excisão do erro exclusivamente para a fita
recém-sintetizada: o reconhecimento de sequências GATC metiladas.
d. No processo de reparação por recombinação, a fita complementar não
danificada é utilizada para substituir o fragmento lesado.
e. O mecanismo de reparação de quebras na dupla-fita de DNA que ocorre
comumente em mamíferos, é chamado de união de extremidades homólogas 13. A
proteína p53 é comumente conhecida como a guardiã do genoma. O gene p53 está
localizado no cromossomo 17p13.1, sendo o alvo mais comum de alterações genéticas
nos tumores humanos. A perda homozigota do p53 é comum em uma variedade de
tumores humanos, sugerindo que a proteína p53 funciona como um guardião critico
contra a formação de câncer, agindo como um “policial molecular” que evita a
propagação de células geneticamente danificadas. Sobre a proteína p53, assinale a
alternativa incorreta:
a. A p53 é um fator de transcrição que esta no centro de uma ampla rede de
sinais que percebem o estresse celular, tal como o dano ao DNA, o
encurtamento dos telômeros e a hipóxia.
b. As mutações inativadoras afetam ambos os alelos p53e são adquiridas nas
células somáticas. Diferentemente do gene Rb, o gene p53 não é afetado por
mutação na linhagem germinativa.
c. As proteínas MDM2 e MDMX estimulam a degradaão de p53 e estão
frequentemente superexpressas nos tumores malignos.
d. A p53 dirige a transcrição de genes pró-apoptóticos como BAX e PUMA para
induzir a apoptose em células com dano irreversível do DNA.
e. A atividade da p53 pode ser bloqueada sem mutação no seu próprio gene,
porém por uma mutação em outro gene que regula sua função.
14. São exemplos de mecanismos de regulação da expressão gênica em eucariotos,
nos níveis transcricional, pós transcricional e pós traducional, respectivamente: a.
splicing alternativo / degradação do mRNA / siRNA.
b. fatores gerais de transcrição / splincing alternativo / LCRs
c. microRNA / enhancers e silencers / via ubiquitina-proteossomo
d. LCRs / Ilhas CpG / acetilação histonas
e. nenhuma das anteriores
15. Uma relação de causa e efeito entre inflamação crônica e câncer foi proposta pela
primeira vez por Virchow em 1863, e agora se reconhece que o risco de câncer
aumenta em indivíduos afetados por uma variedade de doenças inflamatórias
crônicas, incluindo aqueles com etiologias infecciosas e não infecciosas. Como a
inflamação age na tumorigênese? Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa
correta.
a. Está correta apenas a afirmativa I.
b. Estão corretas apenas as afirmativas II e III.
c. Estão corretas apenas as afirmativas I e III.
d. Está correta apena a afirmativa III.
e. Estão corretas todas as afirmativas.
16. A utilização de células-tronco nos estudos biológicos, apesar das discussões éticas,
já é uma realidade. No entanto, uma das limitações dessa tecnologia é o
conhecimento preciso acerca dos mecanismos de diferenciação celular.
Considerando que os diferentes tipos de células-tronco sejam obtidos de um mesmo
organismo, em relação ao seu genoma, podemos dizer que:
a. a diferença existente entre o genoma de uma célula indiferenciada e a
diferenciada está na quantidade de genes codificados no DNA de cada
célula, uma vez que, quando a célula passa pela diferenciação, de acordo
com a função por ela desempenhada, alguns grupos de genes são perdidos
ou adquiridos por mutação ou recombinação.
b. células diferenciadas apresentam sequencia de genes específicas (DNA
específico) para que a célula desempenhe sua função enquanto que as
células-tronco apresentam uma sequência de genes especial (DNA especial)
para mantê-las indiferenciadas.
c. cada tipo de células-tronco, assim como as células especializadas apresentam
genoma (sequencia de DNA) característico para cada tipo celular. Opção 3
d. todas as células-tronco assim como as células especializadas deste organismo
possuem o mesmo genoma, ou seja, a sequência de DNA é idêntica entre
células diferentes do mesmo organismo.
e. todas as células tronco apresentam o mesmo genoma (DNA idênticos), porém
as células especializadas apresentam um genoma (DNA) único, específico
para cada célula com determinada função.
17. As leucemias/ linfomas linfoblásticos agudos (LLAs) são neoplasias compostas de
células B (pré-B) ou T (pré-T) imaturas, as quais, são chamadas de linfoblastos.
Aproximadamente 85% são LLAs-B, que tipicamente se manifestam como
“leucemias” agudas da infância. Em relação à lista de prognósticos da LLA
pediátrica, citada abaixo, podemos dizer que está informação está correta ou
errada?
a. CORRETA
b. ERRADA
18. O corpo humano é formado por células que se organizam em tecidos e órgãos. As
células normais se dividem, amadurecem e morrem, renovando-se a cada ciclo. O
câncer se desenvolve quando células anormais deixam de seguir esse processo
natural, sofrendo mutação que pode provocar danos em um ou mais genes de uma
única célula. Sobre o processo de carcinogênse, assinale a(s) afirmação(ões)
verdadeira(s).
a. Um tumor é formado pela expansão clonal de uma única célula precursora que
sofreu lesão genética, ou seja, os tumores são monoclonais. Portanto, todas
as células de um tumor expressam alelos diferentes.
b. Mutações genéticas em classes de genes reguladores normais, como os
oncogenes, são responsáveis pelo desenvolvimento do câncer
c. Mutações nos genes de reparo do DNA não afetam diretamente as células
através de modificações na proliferação ou na apoptose, elas promovem
influência indireta, através da habilidade do organismo em reparar danos não
letais em outros genes, incluindo proto-oncogenes e genes supressores de
tumor.
d. Oncogenes são proto-oncogenes mutados ou com expressão gênica
aumentada que estão relacionados ao surgimento de tumores. São
responsáveis pela proliferação celular descontrolada, inibem diferenciação
celular e ativam constantemente a via de transdução de sinais mitóticos.
e. Genes supressores de tumor são conhecidos como os “freios” do ciclo celular,
inibindo a proliferação celular. Tipicamente apenas um dos alelos do gene
supressor de tumor precisa estar lesionado para que ocorra a transformação.
f. Uma nova classe de moléculas reguladoras denominadas de microRNA
(miRNA) tem demonstrado agir como oncogenes ou genes supressores de
tumor, promovendo alteração na tradução de outros genes, facilitanto a
hiperexpressão ou inibição da regulação de genes alvos.
g. proto-oncogenes são genes anormais que codificam proteínas que ajudam a
regular o crescimento e a diferenciação celular e, frequentemente, estão
envolvidos com a transdução de sinal e com a execução de sinais mitóticos
19. Caso clínico: Paciente Sr. Alberto, 50 anos, procurou um médico devido a polaciúria
e esforço miccional. Relata casos semelhantes na família. Ao exame físico, o toque
retal evidenciou próstata aumentada de volume com nódulo duro ocupando mais que
50% do lobo direito. Assinale a alternativa incorreta em relação à patologia da
próstata.
a. A hereditariedade é um dos principais fatores de risco do câncer de próstata,
que se caracteriza pela herança de mutações em genes de susceptibilidade
de alta penetrância que quando transmitidos aos descendentes aumentam o
risco de desenvolvimento de tumores.
b. Os androgênios influenciam o desenvolvimento, maturação e manutenção da
próstata, afetando a proliferação e a diferenciação do epitélio luminal. c. Ao longo
do tempo, alguns estudos demonstraram que os androgênios, de alguma forma,
provêm um ambiente ideal (no contexto celular) para o câncer prostático se
desenvolver. A inibição da conversão da testosterona em diidrotestosterona
(DHT) aumenta a incidência de câncer de próstata. d. A DHT liga-se, com grande
afinidade, à receptores androgênicos (AR) ativando os elementos de resposta
aos genes alvo, promovendo a proliferação celular.
e. A testosterona, que regula o crescimento e a manutenção do epitélio prostático
normal, atravessa a membrana plasmática das células por interação
hidrofóbica com os fosfolipídios e é metabolizada no citoplasma em DHT
através de uma reação catalisada pela enzima 5 alpha redutase presente no
envoltório nuclear.
20. O produto proteico do gene BAX regula negativamente o produto do gene BCL-2.
Por sua vez, o gene BCL-2 codifica uma proteína que reprime a via da morte celular
programada. Considerando dois fenótipos diferentes: (1) o fenótipo de células
heterozigotas para uma mutação ativadora dominante neste gene e (2) o fenótipo de
células homozigóticas para uma mutação de perda de função no gene BAX, é
correto afirmar que:
a. O gene BCL2 é um gene supressor tumoral.
b. As células portadoras de uma mutação ativadora dominante no gene BCL2
seriam capazes de promover a morte celular programada.
c. O gene BAX tem como função suprimir a apoptose.
d. Células homozigóticas para uma mutação de perda de função no gene BAX
leva a ativação da morte celular programada.
e. Nenhuma das afirmações anteriores estão corretas.

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